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A sílaba Oṃ e o mantra de cinco sílabas



॥ शिव पुराण॥
|| Śiva Purāṇa ||


Traduzido e Anotado por:
Um Conselho de Sábios.

Traduzido para o Português por:
Uma Yoginī em Seva a Śrī Śiva Mahādeva
Karen de Witt
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II  – Vidyeśvara Saṁhitā


Capítulo 17 – A sílaba Oṃ e o mantra de cinco sílabas


(*) Os frutos do JAPA MANTRA são mencionados no texto abaixo em AZUL:

Os sábios disseram –

II:17:1 – Oh senhor, diga-nos da grandeza da sílaba Oṃ e daquela dos seis Liṅgas, Oh grande sábio! Por favor, diga-nos também da adoração dos devotos de Śiva em ordem.

Sūta disse –

II:17:2 – Todos vocês, sábios, agora pedem por uma boa coisa. Somente Śiva pode explicar isto apropriadamente. Ninguém mais.
II:17:3 – Entretanto, eu explicarei o mesmo com a graça de Śiva. Que Śiva possa cada vez mais nos guardar, você e qualquer outra pessoa.
II:17:4 – A sílaba Oṃ significa um excelente bote para cruzar o oceano da existência mundana. [Pra = de Prakṛti, ou seja, a palavra evoluída dele. Navam – Nāvāṁ Varam – um excelente bote]
II:17:5 – Ou o Praṇava pode significar: “não existe mundo para você”, ou ela pode significar “aquele que leva à salvação”.
II:17:6-8 – Ou ela pode significar “aquele que leva ao novo conhecimento”. Depois da aniquilação de todas as ações, é dado às pessoas que repetem o mantra, ou a adoração, um novo conhecimento da alma pura. Este Praṇava é duplo (1) o sutil; (2) o grosseiro.
II:17:9 – Aquele sutil é de uma única sílaba, onde as constituintes cinco sílabas não estão claramente diferenciadas. Aquele grosseiro é de cinco sílabas, onde todas as sílabas constituintes são manifestas.
II:17:10 – O sutil é para a liberação da alma vivente (Jīvanmukta). A necessidade de contemplação do significado por trás do mantra, é somente até a destruição do corpo físico.
II:17:11– Quando o corpo é destruído, ele emerge completamente em Śiva, indubitavelmente. A mera repetição do mantra alcança a comunhão yogica com Śiva, certamente.
II:17:12 – Uma pessoa que repete o mantra trinta e seis crores de vezes, certamente alcança a comunhão yoguica. O Praṇava sutil é, novamente, duplo – o curto e o longo.
II:17:13-15 – A (sílaba) longa está presente no coração dos yogīs sozinha – separadamente na forma da sílaba “A”, da sílaba “U” da sílaba “M”, Bindu e Nāda. Está dotado como todos os dígitos do tempo e do som. Śiva, Śakti e a união deles está representada pela sílaba “M” ramificada em três e esta é chamada de Praṇava sutil curto. O Praṇava curto deve ser recitado e repetido por aqueles que desejam que todos os seus pecados sejam aniquilados.
II:17:16-18 – Os cinco elementos éter, ar, fogo, água e terra, e as cinco causas sutis som, toque, forma, sabor e cheiro juntos, ativadas em relação à realização dos desejos, são chamadas de Pravṛttas. O Praṇava sutil curto é para aqueles que desejam a continuação da existência mundana, e o longo é para aqueles que são avessos ao mesmo87. O Praṇava deve ser usado no início dos Vyāhṛtis88, dos mantras, no início dos Vedas, e durante as orações do amanhecer ao entardecer, junto com Bindu e Nāda. Se o devoto repete-o por nove crores(N.T.47) de vezes, ele se torna puro.
II:17:19 – Uma repetição adicional por nove crores de vezes, possibilita-o conquistar os elementos do fogo, vento e éter.
II:17:20 – Semelhantemente, para cada repetição de nove crores de vezes, ele é capaz de conquistar sobre os elementos do fogo, vento e éter.
II:17:21 – Os atributos de “cheiro” etc., são semelhantemente conquistados por sucessivas repetições de nove crores de vezes. O egoísmo deve ser vencido por outras repetições de nove crores de vezes.
II:17:22 – Pela repetição diária por mil vezes, o devoto se torna perpetuamente puro. Oh Brahmins, portanto, a repetição do mantra conduz à realização dos desejos.
II:17:23 – Um devoto que assim completa cento e oito crore de Japas do Praṇava Oṃ e é assim plenamente iluminado, deve dominar Śuddhayoga.
II:17:24-25 – Uma pessoa que dominou assim o Śuddhayoga, certamente se torna um liberado enquanto alma vivente. Um Mahā yogī que realiza Japas e meditações perpetuamente de Śiva na forma do Praṇava, e mantém o místico transe, certamente se torna o próprio Śiva. Ele deve realizar Japas depois de realizado devidamente o Aṅganyāsa (colocação ritualística do dedo sobre as diferentes partes do corpo, como prescrito) e invocar os sábios concernentes, as divindades que preside sobre e o nome da métrica no qual o verso é composto(N.T.48) .
II:17:26 – O devoto que pratica o Japa do Praṇava (Oṃ) com as devidas colocações ritualísticas dos dedos nas partes do seu corpo, torna-se sábio. Ele deve alcançar todos os benefícios da ritualística Nyāsa, tal como as bênçãos das dez Mães, e a realização dos seis caminhos.

OS DIVERSOS TIPOS DE YOGĪS


II:17:27-30 – Assim como para aqueles que são devotados às atividades e para aqueles que tanto se abstêm e que se satisfazem em atividades, o Praṇava grosseiro é recomendado. Śiva Yogīs são de três tipos, os devotados aos ritos, às austeridades e aos Japas. O Kriyā Yogī é alguém que se engaja nos sagrados ritos e na adoração, gastando dinheiro, usando os membros do corpo e proferindo palavras Namaḥ (obediência) etc. O Tapa Yogī é um que desiste de ferir os outros, restringe todos os órgãos dos sentidos, toma uma quantidade limitada de alimento e realiza adorações. Japa Yogī é um que é quieto, realiza sempre Japa, é livre de todos os tipos de desejos e mantém todas aquelas observâncias mencionadas anteriormente.
II:17:31 – Um homem puro deve obter a liberação somente passo a passo, iniciando com Sālokya como um resultado de estar purificado bela adoração de Śivayogīs com os dezesseis serviços e homenagem.

SOBRE JAPA DO MANTRA DE CINCO SÍLABAS


II:17:32 – Oh Brahmins, agora eu explicarei o Japa Yoga, por favor, ouça. Até mesmo uma pessoa praticando austeridades deve realizar Japa para se purificar.
II:17:33 – Oh Brahmins, o mantra de cinco sílabas de Śiva é o Praṇava grosseiro. O nome Śiva é usado no caso dativo, Namaḥ prefixado (Namaḥ Śivāya – Respeito a Śiva). Ele implica nos cinco princípios.
II:17:34 – O Japa do mantra de cinco sílabas deve sempre ser realizado junto com o Praṇava. Um homem pode alcançar todas as coisas por meio do Japa do mantra de cinco sílabas.
II:17:35 – Oh Brahmins, o devoto deve tomar instrução de seu preceptor, sentar confortavelmente no chão bem limpo, e começar o Japa. A prática deve começar em Caturdaśī Tithī da metade escura.
II:17:36-37 – Os meses de Māgha e de Bhādrapada são os mais auspiciosos de todas as ocasiões. Durante os dias de Japa ele deverá tomar somente uma única refeição durante o dia, em quantidade limitada. Ele deve se abster de conversações inúteis e limitar todos os seus órgãos dos sentidos. Ele deve, ininterruptamente, prestar serviço aos seus pais e ao rei, ou qualquer mestre que ele serve. Pela realização de Japa mil vezes, ele deverá se libertar de endividamentos; caso contrário, não.
II:17:38-42 – O mantra de cinco sílabas deve ser repetido quinhentas mil vezes, todo o tempo lembrando os vários aspectos do Senhor Śiva que está sentado na posição de lótus. Ele é o outorgador de todas as coisas auspiciosas. Ele tem a Lua Crescente por diadema. Ele deu um abrigo a Gaṅgā em Seu cabelo emaranhado. Com Śakti sentada em Sua coxa esquerda, Ele brilha com Sua grande multidão de atendentes em torno dEle. Ele carrega a Lua (em sua testa). Ele mostra os gestos de conceder bênçãos e de oferecer livramento do medo. Ele é a causa de bênção perpétua. Ele é Sadaśiva. Ele deve ser mentalmente adorado no início, ou como estacionado no coração, ou na zona solar (um dos Cakras, Manipura). Enquanto realizando Japa do mantra de cinco sílabas, ele deve se sentar voltado para o Leste. Todas as ações devem ser puras. Na manhã de Caturdaśī Tithī da metade escura, depois de terminar os ritos diários, ele deve se sentar em um local bonito e limpo. Ele deve controlar sua mente e sentidos. Ele deve repetir o mantra de cinco sílabas doze mil vezes desta forma.
II:17:43-44 – Por motivo da adoração, ele deve convidar cinco grandes devotos de Śiva junto com suas esposas. Um deles deve ser um excelente preceptor a quem deve ser atribuído a forma de Sāmba, o outro representará Īśāna, o terceiro representará Aghora, aspecto de Śiva, o quarto representará Vāma, aspecto de Śiva, e o quinto representará “Sadyojāta”, aspecto de Śiva.
II:17:45-47 – Todos os artigos de adoração devem estar prontos e a adoração deve começar. Quando é realizado devidamente, o sacrifício seguirá. Todos os ritos, do início ao fim, devem ser realizados de acordo com as regras estabelecidas nos códigos escriturais que o devoto segue. O ghee usado deve ser preparado do leite de uma vaca amarronzada. Ele deve fazer dez, cem ou mil oferecimentos, ou ele deve ofertar aos devotos de Śiva fazendo os oferecimentos. Neste caso, os oferecimentos são cento e oito em número.
II:17:48-49 – No fim do sacrifício, doações em dinheiro deve ser dado. Ao preceptor deve ser doada duas vacas (ou uma vaca e um touro) como adicionais. Os cinco devotos deve ser devidamente adorados. O chefe de família deverá tomar banho com a água com o qual os pés dos devotos foram lavados. Ele deve, por esse meio, colher o benefício de tomar banho em 36 crores dos rios e tanques sagrados.
II:17:50-52 – Ele deve fazer doações de arroz cozido e dez constituintes auxiliares com grande piedade. A esposa do preceptor deve ser considerada a grande deusa (Parā). A esposa dos outros devotos, Īśāna e os restantes, devem ser devidamente adorados e honrados. Eles deve ser presenteados com as sagradas sementes de Śiva, roupas, e alimento suntuoso com pudim de leite, tortas, tortas doces etc., depois as oblações são devidamente dadas. O Japa é, em seguida, concluído com as devidas orações ao Senhor dos deuses.
II:17:53 – Depois de realizar o Puraścaraṇa (repetição do mantra seguido pelo sacrifício), o chefe de família se torna dotado com a eficácia do mantra. Se ele completa outros quinhentos mil Japas, todos os pecados desaparecerão.
II:17:54 – Para cada série de quinhentas mil repetições de Japas, o chefe de família deve ser abençoado com riqueza e prosperidade dos diferentes Lokas, iniciando com Atala e terminando com Satyaloka, nesta ordem.
II:17:55 – Se o chefe de família morre no meio, ele deve renascer no mundo depois de desfrutar dos prazeres nos outros mundos. Ele deve, então, continuar o Japa e obter o benefício de estar junto de Brahman.
II:17:56 – Depois da repetição de quinhentas mil vezes de Japas adicionais, ele obtém o benefício de assimilação a Brahman. Se dez milhões (1 Crore) de Japas são completados em tudo, ele se tornará idêntico com Brahman.
II:17:57 – Assim, alcançando a absorção em Kāryabrahman (a ação de Brahman), ele ganha todos os desfrutes que ele puder ser desejado por até o momento da dissolução final.
II:17:58 – No Kalpa seguinte, ele nascerá como um filho de Brahmā. Tornando-se iluminado com a penitência, ele deve ser, finalmente, liberado.

OS LOKAS (MUNDOS)


II:17:59 – Catorze mundos, iniciando com o Pātāla e terminando com Satya, são evoluídos dos cinco elementos, tal como a Terra etc. Estes são chamados de os mundos de Brahmā.
II:17:60-61 – Existem Catorze Mundos de Viṣṇu além de Satya Loka e terminando com Kṣamā. No mundo Kṣamā, a ação de Viṣṇu está estacionada na excelente cidade de Vaikuṇṭha, na companhia da ação de Lakṣmī, protegendo os grandes recipientes de desfrute. Além deste e terminando com Śuci Loka, existem vinte e oito mundos.
II:17:62 – No mundo puro de Kailāsa, Rudra, o aniquilador dos seres viventes, está estacionado. Além deste existem cinquenta e seis mundos, terminando com a região Ahiṁsā.
II:17:63 – A ação do Senhor que examinou tudo está estacionado na cidade de Jñānakailāsa na região Ahiṁsā.
II:17:64-67 – No fim do mesmo está a roda do Tempo, e além do alcance do Tempo existe um espaço chamado Kālātīta. Lá o Kāla (Deus da morte e do Tempo) recuou por Śiva, e no nome de Cakreśvara, une cada um com o Tempo. Em sua atividade ele habita Dharma na forma de um búfalo, cujas quatro pernas são a mentira, a desordem, a violência e a crueldade. Ele pode assumir qualquer forma que ele desejar. Ele assume a forma de um grande búfalo, é rico em ateísmo, tem associação com o mal e profere outros sons do que aqueles dos Vedas. Ele tem uma ativa associação com a Raiva. Ele é da cor preta. Ele é chamado o Grande Senhor (Maheśvara) nessa medida. A habilidade de desparecer é até nessa medida.
II:17:68 – Abaixo daquele está o desfrute de Karmabhoga como um resultado da atividade (karma, ação). Além deste ponto está o Jñānabhoga (desfrute devido ao conhecimento). Abaixo deste ponto está o Karmamāyā (ação de māyā), e além deste ponto está o Jñānamāyā (conhecimento de māyā).
II:17:69 – Explicação de Karmamāyā – Mā significa Lakṣmī, ou seja, Karmabhoga. A realização do mesmo é a Māyā. A palavra Mā é interpretada como Jñānabhoga. A realização do mesmo é Māyā.
II:17:70 – Além daquele ponto está Nityabhoga (desfrute perpétuo). Abaixo daquele ponto está Naśvarabhoga (evanescência do desfrute). Abaixo disto está a evanescência e além disto existe a liberdade.
II:17:71 – A escravidão dos laços está somente abaixo daquele ponto. Não existe escravidão além disto. Aqueles que realizam ações com desejo somente, pairam abaixo daquele ponto.
II:17:72 – O desfrute dos ritos realizados sem desejo, diz-se estar além daquele ponto. Aqueles que são devotados à adoração do ventre, pairam abaixo disto.
II:17:73 – Os adoradores dos emblemas fálicos que não são afetados por desejos, podem ir além disto. Os adoradores de divindades, outras que não Śiva, pairam abaixo disto.
II:17:74 – Aqueles que são devotados somente a Śiva podem ir além disto. Crores de Jīvas vivem abaixo daquele ponto. Existe uma grande muralha como se estivesse acima do mesmo.
II:17:75 – Pessoas enlaçadas pela existência mundana permanecem abaixo daquele ponto, e aqueles que estão liberado estão acima disto. Aqueles que adoram as substancias naturais, pairam abaixo disto.
II:17:76 – Aqueles que adoram a entidade de Puruṣa estão além daquele ponto. Śaktiliṅga está abaixo daquele ponto, mas Śivaliṅga está além.
II:17:77 – O liṅga não manifesto está abaixo daquele ponto, mas o manifesto está além disto. O liṅga concebido está abaixo e o não concebido está além.
II:17:78 – O liṅga externo está abaixo daquele ponto e o interno está além disto. Os Śaktilokas em número de cento e doze estão abaixo disto.
II:17:79 – O Bindurūpa está abaixo daquele ponto e Nādarūpa está além. O Karmaloka está abaixo daquele ponto e Jñānaloka está além disto.
II:17:80-81 – Obediência, o qual está além daquele ponto, reprime orgulho e egoísmo. A palavra Jan significa evanescência, Na é uma partícula negativa. A palavra Jñāna, portanto, significa aquele que afasta a evanescência. Aqueles que adoram os elementos permanecem abaixo daquele ponto.
II:17:82-83 – E aqueles que adoram as coisas espirituais vão para além daquele ponto. O Vedibhāga (a porção do Altar), naquele grande mundo de Ātmaliṅga, está apenas até aquele ponto.
II:17:84 – Aqueles que são dotados com a virtude da veracidade etc., e aqueles que são devotados à adoração de Śiva, cruzam Kālacakra, que está sentado em Adharmamahiṣa (o búfalo das maldades).
II:17:85 – Além daqueles suportes, à frente de Śivaloka, o touro da Virtude, na forma de celibato. Ele tem as pernas da Veracidade etc.
II:17:86 – O Touro do Dharma (Nandi) tem a Paciência como seus chifres, a Restrição como seus ouvidos, a Fé por seus olhos, o Suspiro por seu intelecto e mente. Ele está enfeitado pelo som dos cânticos Védicos.
II:17:87 – Os touros dos ritos sagrados etc., devem ser entendidos como estacionados nas causas. Kālātīta (ou seja, Maheśvara) preside sobre o touro dos ritos sagrados.
II:17:88 – A expectativa de vida de Brahmā, Viṣṇu e Maheśa é de um dia. Além deste, não existe dia nem noite, nem nascimento e nem morte.
II:17:89-90 – Os mundos terminando com Kāraṇasatya, do Kāraṇabrahmā (Brahmā como causa), surgiram dos elementos sutis, olfato etc., estão estacionados além disto. Em todos estes catorze mundos, os sutis como o olfato etc., dão a devida forma. Os catorze mundos de Kāraṇaviṣṇu estão estacionados lá.
II:17:91 – Os Lokas de Kāraṇarudra são vinte e oito em número. Os lokas de Kāraṇa-īśa são cinquenta e seis em número e estão além destes (dos Lokas de Rudra).
II:17:92-93 – O Brahmacaryaloka, aceito por Śiva, está além disto. Lá no Jñānakailāsa, que tem cinco coberturas, o falo primário de Śiva está estacionado na companhia da energia primária de Śiva. Ele tem cinco zonas e cinco Brahmakālas.
II:17:94 – Isto é chamado de a morada de Śiva, Śivālaya, o supremo Ātman. Lá sozinho permanece Parameśvara na companhia de Parāśakti.
II:17:95 – Ele é qualificado na realização das cinco funções de Criação, Manutenção, Evanescência e Bênção. Seu corpo é Existência, Conhecimento e Bem-aventurança.
II:17:96 – Ele está sempre em meditação. Ele está sempre disposto a bênção. Ele está sentado na pose de um êxtase. Ele brilha repousando em Seu próprio eu.
II:17:97-98 – Sua visão é possível gradualmente através dos sagrados ritos, meditação etc. Pela realização dos ritos diários e adorações, a mente é desviada para os sagrados ritos de Śiva, a realização do qual dá a visão de Śiva. Aqueles que entram dentro de Sua visão, certamente são liberados.
II:17:99 – A liberação está na forma da realização da natureza do Ātman. É um abrandamento e repouso na própria alma. É baseado em sacrifícios, penitências, Japa, conhecimento, meditação e virtude.
II:17:100-101 – Relaxamento (abrandamento) é assegurado na visão de Śiva. Śiva, o misericordioso, remove a ignorância assim como o Sol remove todas as impurezas e a escuridão por meio de seus raios. Quando a ignorância é dispersada, o conhecimento de Śiva começa a agir.
II:17:102 – Ao adquirir o conhecimento de Śiva, uma pessoa alcança o relaxamento. Ele se torna gratificado na aquisição de relaxamento.


CRORES DE JAPA E SEUS BENEFÍCIOS


II:17:103-104 – Novamente, por meio de dez milhões de Japas (1 Crore), ele adquire a região de Brahmā. Dez milhões de Japas adicionais, o torna capaz de alcançar a região de Viṣṇu. Por dez milhões de Japas adicionais, ele alcança a região de Rudra. E por dez milhões de Japas adicionais, a região de Īśvara é alcançada.
II:17:105 – Novamente, por um semelhante Japa realizado com concentração, ele alcança Kālacakra, o primeiro no Śivaloka.
II:17:106-107 – O Kālacakra consiste de cinco rodas, uma sobre a outra. Visão e Ilusão (Dṛṣṭi e Moha) constituem o Brahmacakra (1ª roda). Desfrute e Ilusão (Bhoga e Moha) constituem o Viṣṇucakra (2ª roda). Raiva e Ilusão (Kopa e Moha) constituem o Raudracakra (3ª roda). Revolução (Brhamaṇa) é o Īśvāracakra (4ª roda). Conhecimento e ilusão (Jñāna e Moha) constituem o Śivacakra (5ª roda). Assim os escolares explicaram os cinco cakras.
II:17:108 – Então, por dez crores de Japas, ele alcança a região de Kāraṇa Brahman. Novamente, por dez crores, ele alcança a prosperidade daquela região.
II:17:109-110 – Assim, gradualmente, alcançando a região de Viṣṇu, e aqueles dos outros Deuses, bem como das prosperidades daquelas regiões, completando assiduamente as repetições até a quantia de cento e cinco crores de vezes, ele alcança o Śivaloka, o quinto invólucro.

OS LOKAS (Continuação)



II:17:111 – Existe uma plataforma de prata lá, um rio e um touro na forma de penitência.
II:17:112 – O quinto invólucro é a excelente estação de Sadyojāta (a forma de Śiva). O quarto é a estação de Vāmadeva.
II:17:113 – O terceiro é a morada de Aghora. O segundo é a morada de Sāmba Puruṣa.
II:17:114 – O primeiro é a morada de Īśāna. O quinto é o local de Dhyāna Dharma (virtude e meditação).
II:17:115 – A morada de Balinātha é o conferidor de pleno Amṛta (néctar, imortalidade). Portanto, é o quarto Maṇḍapa com o ídolo de Candraśekhara (uma forma de Śiva).
II:17:116 – A morada de Somaskanda é o terceiro Maṇḍapa. Os fiéis dizem que o segundo Maṇḍapa é o Nṛtya Maṇḍapa.
II:17:117 – O primeiro Maṇḍapa é a morada de Mūlamāyā (ilusão primária) e é muito auspiciosa e ela está estacionada lá. Além desta (morada) está o Sanctum Sanctorum, o auspicioso local da forma fálica de Śiva.
II:17:118 – Ninguém pode perceber o poder florescente de Śiva estacionado por trás de Nandi. Nandīśvara fica de fora e repete o mantra de cinco sílabas.
II:17:119 – Este conhecimento veio dos preceptores. Eu o recebi de Nandīśa. Além deste, deve-se inferir dele e é atualmente experimentado somente por Śiva.
II:17:120 – A plena magnificência e grandeza do Śivaloka pode ser conhecida por alguém somente pela graça de Śiva, e não o contrário, assim dizem os fiéis.
II:17:121 – É assim que Brahmins, de controlados sentidos, tornam-se liberados gradualmente. Eu falarei o processo em alguns outros casos. Por favor, ouça atentamente.

MODO DE PROCEDER NO JAPA, BENEFÍCIOS ETC



II:17:122-123 – Mulheres Brahmins devem receber instrução de um preceptor e realizar o Japa com Namaḥ no final. Elas devem repetir o mantra de cinco sílabas quinhentas mil vezes para a longevidade delas. Esta é a regra. Novamente, elas devem repetir quinhentas mil vezes para purificação da feminilidade. Tornando-se um homem primeiro, a liberação será adquirida gradualmente.
II:17:124 – Um Kṣatriya deve repetir o mantra quinhentas mil vezes para remover Kṣatratva. Uma repetição adicional de quinhentas mil vezes os tornam capazes de se tornarem um Brahmin.
II:17:125 – Depois do mantrasiddhi, gradualmente, ele deverá se tornar um liberado. Um Vaiśya dissipa o Vaiśyatva por quinhentos mil Japas.
II:17:126 – Então ele se torna um Kṣatriya mantra pela repetição de quinhentas mil vezes. Ele então dissipa o Kṣatratva por quinhentos mil Japas.
II:17:127-129 – Ele então se torna um mantra Brahmin pela repetição do mantra quinhentas mil vezes. Um Śūdra, repetindo o mantra com Namaḥ no final, por dois milhões e quinhentas mil vezes, torna-se um mantra Brahmin e, assim, suficientemente puro para a liberação. Se alguém está doente, quer homem ou mulher, de casta Brahmin ou o contrário, deve-se repeti-lo sempre com Namaḥ no início ou no final. Assim como as mulheres, o preceptor deve instrui-los na ordem apropriada.
II:17:130 – No final de cada quinhentos mil Japas, o aspirante deve realizar Mahābhiṣeka e Naivedya. Ele deve adorar devotos de Śiva para gratificar Śiva.
II:17:131 – Śiva se torna agradado na adoração do devoto. Não há diferença entre Śiva e o devoto de Śiva. Ele é o próprio Śiva.
II:17:132 – O mantra é da natureza de Śiva. Por sustentar o mantra, o corpo físico do devoto se torna idêntico com Śiva.
II:17:133-134 – Os devotos de Śiva conhecem todos os ritos, ou melhor, todos os ritos Védicos. Quanto mais um aspirante repete o mantra de Śiva, maior é a presença de Śiva em seu corpo. Para as mulheres devotas de Śiva, o símbolo da deusa deve ser a forma da concentração.
II:17:135 – A presença da deusa continua a ser sentida conforme o mantra continua a ser repetido. Um homem inteligente que continua a adorar Śiva, torna-se digno do nome e da forma.
II:17:136 – Até mesmo quando o aspirante se torna Śiva, ele deve adorar Parā. Ele deve adorar Śakti, a corporificada e a forma fálica de Śiva depois de fazer imagens do mesmo.
II:17:137-142 – Ele deve considerar a forma fálica de Śiva e ele próprio como Śakti, ou ele deve considerar Śaktiliṅga como a deusa e ele mesmo (o devoto) como Śiva, ou ele deve considerar Śivaliṅga na forma de Nāda e Śakti na forma do Bindu e dar o caráter primário e secundário a um ou considerar ambos como unidos. Quer seja a forma de Upāsti, ele deve adorar tanto Śiva quanto Śakti. Ele se torna Śiva em virtude de sua realização básica. Com as dezesseis formas de serviço e de honra, ele deve adorar os devotos de Śiva que são o próprio mantra de Śiva personificado, ou idêntico com Śiva. Ele irá, por esse meio, alcançar o que ele deseja. Śiva, sendo altamente agradado com ele, lhe renderá gratificação. Sem enganoso em relação a dinheiro, corpo, mantra ou a concepção, ele deverá gratificar cinco, dez ou cem casais de devotos de Śiva por alimentá-los e lhes render outros serviços, na companhia de suas esposas.
II:17:143-146 – Ele assumirá a forma de Śiva e de Śakti e não nascerá novamente. Logo abaixo do umbigo está a parte de Brahmā, até a axila está a parte de Viṣṇu, e a face é o falo no corpo de um devoto de Śiva. Se alguém morre, o chefe de família deve adorar o pai primordial Śiva, a mãe primordial Śivā, e os devotos de Śiva. Por esse meio, quer o corpo morto seja apropriadamente queimado, ou não, o homem morto deverá ir para o mundo dos manes e, gradualmente, alcançar a salvação. Uma pessoa dotada com Tapas é muito melhor do que dez pessoas dotadas com ritos.
II:17:147-153 – Uma pessoa dotada com Japa é superior a cem pessoas dotadas com Tapas. Uma pessoa dotada com conhecimento de Śiva é superior a mil pessoas dotadas com Japa. Uma pessoa dotada com meditação é superior a cem mil pessoas que tem o conhecimento de Śiva. Uma pessoa dotada com o poder do êxtase, é superior a um crore (10 milhões) de pessoas com meditação. Uma vez que o último é superior ao primeiro, eles devem ser selecionados para adoração. Até mesmo pessoas sensatas não podem compreender completamente a excelência do benefício. Um homem comum não pode entender a grandeza do devoto de Śiva. A adoração do devoto de Śiva é igual com a adoração de Śiva e Śakti. Quem adora qualquer um destes piedosamente, torna-se Śiva e alcança Śiva. Quem lê este significante capítulo, que concorda com as injunções Védicas, torna-se um Brahmin dotado com o conhecimento de Śiva e se regozija na companhia de Śiva. Oh senhores escolares de sábios, uma pessoa que conhece coisas especiais, deve narra-las aos devotos de Śiva. Pela graça de Śiva ele será abençoado.



Fim do Capítulo 17  – A sílaba Oṃ e o mantra de cinco sílabas
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(*) As observações que seguem o (N.T.) são da tradutora para o Português.

87 – As palavras Pravṛtta e Nivṛtta designam, respectivamente, as pessoas que desejam continuar a existência mundana e aquelas que são avessas à mesma.
88 – Vyāhṛtīs são as pronúncias místicas, sete em número, ou seja: bhūḥ; bhuvaḥ; svaḥ; mahaḥ; janaḥ; tapaḥ; satyam | Cada uma das Vyāhṛtis são precedidas por Oṃ.
N.T.47  Crore e Lakh são medidas usadas na Índia. Lakh equivale a 100.000 (cem mil), e Crore equivale a 10.000.000 (dez milhões).
N.T.48 – Claramente a importância de se realizar o Viniyoga antes do Aṅganyāsa, onde se reverencia o sábio, a divindade, a Śakti, a métrica etc. Isto deve sempre ser lembrado não só antes dessas atividades ritualísticas, mas também antes de proceder com um hino, a recitação de um Sahasranāma, kavaca,  etc., seja o que for. Certamente não é honroso utilizar um mantra, hino, etc., sem reverenciar o sábio que o revelou ao mundo.




Piśaca Doṣa



Piśāca (पिशाच )





Piśācas são demônios carnívoros na teologia hindu. A teologia os descreve como filhos de Krodha ou como filha de Dakṣa, Piśāca. Eles foram descritos como possuindo veias salientes e olhos vermelhos saltados. Acredita-se que eles tenham seu próprio idioma, conhecido como Paiśāci. Veja mais no link: https://en.wikipedia.org/wiki/Pishacha

Eles são demônios carnívoros, tipicamente associados ao fato de serem femininos. Eles são descritos como tendo olhos vermelhos e inchados e veias salientes. Essas criaturas são noturnas, é claro.

Dizem que eles assombram os crematórios, como muitos dos outros seres demoníacos da tradição hindu. Algumas lendas descrevem o Piśāca como sendo criado pelo próprio Brahma.

Outra lenda afirma que os Piśācas eram filhos de Krodha. A palavra Krodha significa “raiva” ou “ira” em sânscrito e pode estar relacionada a uma pessoa ou divindade real em algum momento.

Outras lendas falam do Piśāca sendo criado a partir de Dakṣa. Os Piśācas são classificados como uma raça separada da humanidade que não encarnam como humanos. Os humanos não se tornam Piśācas, embora possam ser possuídos e controlados por um.

Os Piśācas podem mudar de forma, de acordo com algumas tradições míticas, e alguns relatos também dizem que eles têm a capacidade de se tornarem invisíveis. Outros relatos dizem que eles podem entrar no corpo de humanos vivos e usá-los para se alimentar de outros, tal como ocorre nas possessões. Ou eles podem criar doenças de difícil diagnóstico e cura, ou fazer seus hospedeiros humanos enlouquecerem. Quem vê uma Piśāca está condenado a morrer em nove meses, segundo alguns mitos.


As tradições hindus têm crenças sobre afugentar ou formas de proteção contra a Piśāca. Cantar certos mantras pode exorcizar uma pessoa possuída por uma Piśāca. Os mantras podem afastar esses demônios. Além disso, fazer oferendas e participar de ritos religiosos como pūjā pode manter a família protegida desses demônios.


Como os Piśācas Doṣas são formados

Embora aqui neste artigo eu esteja falando da conjunção Marte-Ketu e o comportamento das pessoas que possuem essa conjunção no mapa natal, a aflição por tais espíritos, sejam os espíritos de mortos, de antepassados, ou de demônios, bhūtas e outros pode ocorrer por diversas combinações no gráfico. Vou primeiro explicar a diferença entre Piśāca doṣa e Preta doṣa.

Quando o tormento é causado por seres que não encarnam entre nós, a aflição recebe o nome de piśāca. Existem infinidades de seres no mundo espiritual que não encarnam em forma humana, são chamados demônios, elementais ou bhūtas, laghus grahas, sarpas etc., uma vez que o nome Piśāca está sendo utilizado nos dias atuais para generalizar essa classe de seres que não nascem entre nós, mas que afligem a humanidade buscando sempre algum objetivo.

Quando o doṣa se refere a espíritos que já viveram entre nós e estão aptos a tomarem um novo nascimento, o doṣa é chamado preta. Preta doṣa pode ser causado por qualquer tipo de espírito, sejam espíritos de antepassados que tiveram relações consanguíneas conosco ou não.

Todas as maldições mencionadas por Parāśara Muni no Capítulo 85 intitulado Pūrva Janma Śāpa Dyotana, referem-se às perturbações espirituais de qualquer ordem, sejam as demoníacas ou provenientes de espíritos que encarnam entre nós. Você pode entender como essas combinações se formam acessando esse link: https://parasharastrologiavedica.blogspot.com/p/livro-2-cp-85-sapas-maldicoes.html


Nos Capítulos posteriores, Parāśara ensina meios de como erradicar esses doṣas e todos eles falam sobre rituais, banhos, doações e caridade, peregrinações etc., para remoção desses problemas. Mas o importante aqui é entender que aquele que está em seu pleno juízo é quem deve se esforçar para aprender esses rituais e fazer por si mesmo.


Resultado do Piśāca Doṣa por Marte-Ketu ao nascimento


Marte na Astrologia é nossa força de vontade e vitalidade. Marte representa nossa capacidade de agir em relação a algo. Das emoções básicas, aquelas que são inerentes a todos os indivíduos, Marte representa a raiva.

Ketu na Astrologia é o nodo sul da Lua e o resto do corpo de Rāhu. Este é um corpo sem cabeça que representa separação, isolamento e abandono do mundo material. Ele representa, no seu lado mais sombrio, a ausência de raciocínio, de lógica, de entendimento, de luz etc. Representa, por assim dizer, os instintos mais primários.

Quando Marte e Ketu se encontram em uma mesma casa, eles formam uma energia demoníaca de raiva e destruição. Essa energia é alimentada por raiva extrema e pensamentos violentos. Essa conjunção é muito poderosa após o pôr do sol quando a luz desaparece. Alimentos não vegetarianos e álcool agravam esse doṣa. Mesmo uma única pessoa nascida com essa combinação na família, a energia dela irá prejudicar e perturbar toda a família. É uma energia muito alta e muito difícil de controlar. Pode ficar adormecida por muitos anos, mas, quando se manifesta, vem causando estragos e destruição.

Uma conjunção de Marte e Ketu produz um indivíduo que não é capaz de perceber sua própria capacidade de competição, luta e agressão. O corpo sem cabeça de Ketu e o desejo de espiritualidade tornam a agressividade, a impulsividade e as tarefas orientadas para a ação de Marte um negócio arriscado.

Onde a conjunção cai na Carta Natal indica violência naquela área da vida. Essa conjunção indica que aquele indivíduo tem algum acompanhamento espiritual maléfico em sua vida e que é difícil de remover. E por causa dessa influência maléfica ela sofrerá doenças ruins, será desenganada pelos médicos e precisará urgente se submeter a alguma iniciação espiritual para que sua vida seja poupada. Essa conjunção normalmente leva o indivíduo à necessidade de seguir o Candomblé por causa de doenças misteriosas. No Brasil é frequente encontrar essa combinação em mapas natais de babalorixás e ialorixás. Na Índia é frequente em mapas natais de indivíduos que seguem os tantras. Mas seja qual for o caminho, ele é determinado ainda na infância por conta de doenças na vida da natividade que são difíceis de serem diagnosticadas pelos médicos e põe a vida dela em risco.

Essa conjunção prediz mortes na família antes ou depois do nascimento da natividade. Por exemplo, se a conjunção se encontra na casa 6, algum tio materno ou primo morreu de forma violenta, ou ainda morrerá, e sua alma ficará vagando em torno da natividade e atrapalhando a sua vida até que algo seja feito para retificar essa condição. Do mesmo modo que a casa 6 representa os tios maternos, a casa 12 representa os tios paternos. Para ascendentes em Escorpião, a conjunção prediz que a natividade pode ter morrido de forma violenta em seu anterior nascimento.

Se o piśāca doṣa cai sobre o ascendente, ou Marte e Ketu tornam-se bādhakeśas para a natividade por ser Capricórnio o signo do ascendente ou da Lua natal, então a natividade sofre risco de morte prematura por meios violentos e incomuns. Ela é perseguida espiritualmente e não encontra paz em sua vida.

Se o piśāca doṣa está envolvido com a casa 6, por regência dessa casa, ou posição nela, ou conjunção com seu governante ou, ainda, aflito por Gulika e Mandi, essa pessoas sofrerão ações de magia negra de seres do submundo espiritual e qualquer pessoa encarnada nesse mundo que for identificada como autora de tais ações maléficas, serão apenas pessoas comandadas por aquela força destrutiva que acompanha a natividade. Ou seja, agem como que por um impulso maior, completamente obsediadas e sem vontade própria por vibrarem em uníssono com esse submundo espiritual.

Quando Marte e Ketu se unem, um yoga para energia extrema é formado. A pessoa sempre estará quente ao toque e sentirá calor o tempo todo. Marte e Ketu fazem com que o fogo do corpo fique desproporcional, e daí surgem graves problemas.

Causa um comportamento extremamente raivoso e violento. Muitas pessoas com este yoga são condenadas por crimes violentos. Muito calor, destrói o elemento água, que é responsável pelo equilíbrio emocional e causa jala tattva doṣa se estiver ocupando as casas 2, 4 ou 7, o qual é outro doṣa que aumenta as explosões de humor e deixa a pessoa à mercê de uma raiva incontrolável.

Se este yoga afetar diretamente a Lua ou se esta luminária também estiver envolvida com Marte e Ketu, então pode ocorrer insanidade, uma vez que Ketu destruirá a Lua.

Se Júpiter estiver fraco, esse yoga se transformará em um ímã de atividade paranormal. Essa energia é tão forte que atrai muitas entidades negativas. As pessoas podem ter possessão parcial ou total, comportamento errático e autodestrutivo. Para a possessão completa, Júpiter deve estar muito aflito e bādhakeśa também deve estar envolvido.

A força de um Júpiter bem colocado e em conjunção ou aspectando esses maléficos pode trazer a presença de uma orientação espiritual correta desde a infância para que a natividade possa ser encaminhada para um caminho espiritual de luz e esse doṣa possa ser amenizado em sua vida.

Geralmente, o que se observa, depois que o sol se põe, o nativo pode se comportar de maneira muito estranha e causar muitos problemas, para si e para os outros. Muitos nativos dizem que simplesmente perdem o controle sem saber por quê. Seu sono às vezes é marcado por pesadelos terríveis e paralisia do sono. É necessário sempre deixar um ponto de luz dentro do quarto onde a natividade costuma dormir. Quando criança, ela irá acordar terrificada à noite por pesadelos. Pode ter visões do submundo espiritual até mesmo quando acordada. Mudanças de humor constantes e sem causa plausível acompanharão a natividade até que algo seja feito para corrigir esse doṣa.

Este yoga em Kendra (quadrantes) é mais maléfico do que em qualquer outra casa, pois também criará um sarpa doṣa.

O yoga na da carta D-9 mostra que a natividade pode se envolver com esse doṣa a partir do casamento. Nesta divisional, a casa 7 é o cônjuge, a casa 10 a sogra, a casa 4 o sogro, as casas 9 e 5 os cunhados mais novos e mais velhos, respectivamente. A casa 11 os filhos do anterior casamento de seu cônjuge (se houver), a casa 12 os tios e primos maternos de seu cônjuge e assim sucessivamente. A combinação do piśāca doṣa em uma dessas casas mostrará a pessoa da família de seu cônjuge que possuirá um comportamento demoníaco.

Na Carta D-1, mostra que a natividade possui esse tipo de doṣa e ela se comporta assim. Mostra a aflição espiritual, possessão, problemas de saúde e todo tipo de infortúnio e obstrução naquela área da vida associada ao doṣa. Se cai na casa 5, um dos filhos pode nascer com problemas de saúde, sobretudo o primeiro que nascer, pois ele absorve primeiro o impacto dessa energia. Na casa 4 torna o lar muito tumultuado e a natividade deve ser aconselhada a começar sua vida em outro país. Na casa 10, afeta a vida profissional e pode negar felicidade e realizações. Na casa 7 destrói a felicidade do casamento e assim por diante.



Upāyas




Um remédio que pode ajudar a amenizar o impacto desse doṣa é manter uma mūrti de Gaṇeśa na sua forma de dançarino ao lado da cama, oferecendo a Ele sempre luz e seus artigos preferidos. Fazer doações de luz em templos e alimentar saddhus ajuda na pacificação desse doṣa.

Outro remédio que ajuda a pacificar a fúria desse doṣa é oferecer tarpaṇam para todos os 28 Nakṣatras por 6 meses de modo a equilibrar a energia de jala tattva (elemento água) no gráfico de nascimento.