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A Astrologia, o Destino e o Karma

A Astrologia, o Destino e o Karma





“A interpretação da palavra Astrologia significa “a lógica das estrelas”, ou “a razão das estrelas”. Existe uma ideia geral de que a Astrologia ensina fatalismo. Parecem existir muitos argumentos em favor desta ideia, mas aqueles que estudaram este assunto, do mais profundo ponto de vista, sabem que a Astrologia não ensina sobre fatalismo de modo algum. Todos os nossos erros são resultados da ignorância. Se tivermos mais conhecimento, haverá menos infortúnio. Portanto, pode-se alegar que se tivermos o conhecimento da Astrologia – o qual é a ciência da vida – poderíamos evitar muitos dos infortúnios da vida”. 


~ Bṛhat Jātakaṁ, Varāha Mihira ~


Com relação ao aumento/diminuição ou à anulação do karma, a Astrologia Hindu ensina esta verdade como um princípio espiritual irrevogável e com base nos ensinamentos dos Rishis. A Astrologia Hindu nunca irá contra os ensinamentos contidos nas Upanishads, nos Puranas, na Bhagavad-Gita, nos Vedas etc., nos shastras maiores e menores revelados pelos Antigos Rishis das diversas linhagens existentes, porque a Astrologia Hindu se originou da mesma fonte de saber que consolidou tais tradições espirituais em suas diversas Eras. Quem estuda/ensina a Astrologia Hindu, certamente o fará com mais aproveitamento se estudar também os mencionados shastras.

O karma é anulado através da prática do yoga, e o sistema de yoga tem uma diversidade de prática de modo a abranger os vários níveis de elevação da alma neste mundo. A orientação para este Kaliyuga, para todos aqueles que se encontram fortemente presos à maya de suas ações pretéritas e presentes, é a prática de bhakti yoga, a forma mais elevada, mais suave e mais segura que conduz à liberação. É essa forma de yoga que é ensinada pelos jyotishinis, pois, ao aconselhar a retificação de planetas, o querente é sutilmente conduzido ao caminho de volta de sua ligação com a divindade, primeiro em relação às deidades que presidem sobre cada planeta, que são seus Lokas de existência. Depois, e com a experiência obtida, por sua união com a Suprema Personalidade de Deus, que é presenciada em seu coração através do despertar de sua devoção.


Tal é a importância do astrólogo hindu dentre todos os sistemas de astrologia existente. Ele não é apenas um interpretador do destino, ou ainda um médico espiritual que socorre o querente com fórmulas e elementos místicos que lhe proporcionará atravessar um período planetário difícil com o mínimo de conflitos possíveis. Ele é o instrumento que o religará à sua essência divina possibilitando, por esse meio, sua liberação.

Um astrólogo védico (ou hindu, como preferirem), bem versado nos shastras e sobretudo no mantra shastra, conhece os elementos tântricos contidos nos Vedas, sabe elaborar um rito e tem a devida autoridade para transmitir mantras, sejam estes os prasiddha mantras (contidos nas Escrituras Maiores) que nos foram legados pelos Rishis e que todos podem recitar sem incorrer em erro ou perigo, ou sejam aqueles modificados por ele mesmo, com adição de aksharas e demais bijas, os quais sempre têm um propósito específico, e que não devem ser praticados senão sob rigorosa orientação do astrólogo. Um astrólogo védico tem autoridade para transmitir mantras específicos sem que para isso o querente precise passar pelos complexos estágios de iniciação em qualquer linhagem, deixando-o livre para seguir sua própria via espiritual e sem que ele seja obrigado a se vincular a qualquer escola, tradição ou parampara do Hinduísmo.  Este é o papel e a importância da Astrologia e do Astrólogo védico dentro do sistema de predições e retificações planetárias no destino de todos os seres viventes. O astrólogo védico bem versado pode, assim, manipular habilmente uma ferramenta útil que traz, não só conhecimento e entendimento, mas também cura e liberação a partir deste saber.

18/06/2016

Desmistificando o Temível Inferno Astral

Inferno Astral – Mito ou Realidade?

Como entender isto sob a ótica da Jyotiṣa, a Astrologia Sideral? Há realmente fundamento em afirmar que às vésperas do mês do aniversário as pessoas venham a passar necessariamente por algum tormento em sua vida? Alguns são unânimes em afirmar que sim, e floreiam explicações mirabolantes sem qualquer fundamento em Escrituras. Outros, mais coerentes, e capacitados a explicar conceitos complexos da análise de uma Carta Astrológica, garantem que isso vai depender de inúmeros fatores a serem estudados, citando inúmeros pontos para justificar sua afirmativa. A autora desse texto concorda com essa afirmação última e, trazendo esse estudo para a Astrologia Sideral, abordo aqui alguns pontos que podem esclarecer melhor esta questão. O estudo abaixo é um auxiliar para o entendimento de como acontece o mítico Inferno Astral. Tome nota dos seguintes estudos:

1.      Diferentes Métodos de Analisar Trânsitos Planetários;
2.      Tajaka/Tajika/Varṣaphala – Revolução Solar ou Varṣapraveśa;
3.      Retorno Planetário;
4.      Ciclos dos Planetas;
5.      Muhūrta/Gocara;
6.      Importantes Trânsitos Planetários – Saturno e Júpiter;
7.      Trânsito Solar, Mahādaśās, sub-Daśās e o Ashtakavarga.

1. Diferentes Métodos de Analisar Trânsitos Planetários

Existem diferentes métodos de se aplicar os trânsitos planetários. Aqui serão abordados dois principais métodos dos trânsitos, primeiro com base na Lua Natal e, em segundo, aqueles com base no Sol Natal. Em Muhūrta, os trânsitos são conhecidos como Gocara (normalmente escrito Gochara), e se aplicam à posição da Lua Natal. Go (literalmente um globo, ou os sete planetas) e Cara (aquilo que se move), é por este motivo que os Nodos Rāhu-Ketu, que são pontos e não corpos celestiais, não fazem parte desse sistema de trânsito planetário.

Muhūrta é um sub-sistema em Jyotiṣa usado para estabelecer momentos auspiciosos e evitar os momentos não auspiciosos para iniciar um determinado evento. Contudo, a posição dos sete planetas contados da Lua Natal é de fundamental importância para entender os acontecimentos durante o mês que antecede o aniversário da natividade.

2. Tajaka/Tajika/Varṣaphala – Revolução Solar ou Varṣapraveśa

O Varṣaphala (literalmente, frutos-phala do ano-varṣa) é o Horóscopo Anual. Ele difere em alguns pontos do sistema de Parāśara, o qual é muito mais antigo. O Varṣaphala originou diretamente do Rei de Durbar, muito posterior a Parāśara, surgindo como um desdobramento deste antigo conhecimento e como modo de fornecer uma resposta mais rápida para os problemas mundanos. O sistema mais próximo do Varṣaphala é o Praśna, conhecido como Astrologia Horária. Os dois são muito semelhantes entre si, de modo que as regras estabelecidas por um podem ser usadas livremente pelo outro sistema, ao passo que o mesmo não se dá no caso do sistema Parāśara. Mesmo sendo um sistema preciso, e embora existam várias semelhanças com o Horóscopo Anual, ainda assim os yogas planetários citados em BPHS, por exemplo, são inúteis na análise de um Varṣaphala ou Praśna, pois estes contêm em si suas próprias definições e aplicabilidade em relação a determinado yoga planetário. Embora essas diferenças, as semelhanças em relação à definição dos Bhāvas, Kārakas, propriedades das Rāśis etc., são as mesmas.

O Varṣaphala é baseado no trânsito do Sol e sua posição de retorno à mesma longitude em que ele estava no momento do nascimento do nativo. O momento do Retorno Solar, como divulgado amplamente no sistema tropical de astrologia, é conhecido como Varṣapraveśa no sistema de astrologia sideral, o que literalmente significa entrada (praveśa) em um ano (varṣa). A Carta do Varṣaphala é conhecida pelo nome de Varṣa-Kuṇḍalī.

3. Retorno Planetário

Quando um planeta alcança o Signo em que ele estava no momento do nascimento, diz-se que ele está fazendo um retorno. Muito se fala a respeito do temível Retorno de Saturno, mas pouco ou quase nada se fala sobre os demais planetas. Todos os planetas, sem exceção, produzem enormes mudanças internas/externas na vida de um indivíduo quando, em trânsito, tocam o exato ponto em que estavam ao nascimento, até mesmo os planetas mais velozes são capazes de provocar tais transformações, embora em um nível mais sutil, enquanto cabe aos planetas mais lentos provocar as transformações em áreas tangíveis da percepção sensorial, modificando permanentemente tais setores.


4. Ciclos dos Planetas

Sol – 1 ano.
Lua – 29 dias aproximados. (29 dias, 12 horas e 44 minutos exatos).
Marte – 2 anos (683 dias e 23 horas)
Mercúrio – 87 dias aproximados. (87 dias e 9 horas)
Júpiter – 12 anos aproximados. (11 anos, 11 meses e 28 dias)
Vênus – 7 a 8 meses aproximados.
Saturno – 29 anos aproximados. (29 anos e 187 dias)
Rahu e Ketu (nodos) – 18 anos e meio.

5. Muhūrta/Gocara

No subsistema da Astrologia Védica, responsável por analisar o momento mais propício para iniciar importantes atividades, os trânsitos dos planetas são observados tendo a Lua Natal como principal referencial para esta análise. Em Muhūrta é ensinado que se um planeta, em transito, estiver em uma Rāśi favorável a partir da Lua Natal, os significadores (kārakas) irão crescer e prosperar durante aquele período. Do mesmo modo, se um planeta em trânsito estiver em Rāśis desfavoráveis à Lua Natal, então os significadores daquele assunto não irão prosperar. Além desse importante conceito, existe o Vedha (obstrução) causado pelo trânsito de planetas colocados em determinadas casas, aqui tomando como referencial o planeta kāraka principal que está sendo analisado e sua colocação a partir da Lua Natal. Um exemplo, Júpiter na 2ª, 5ª, etc da Lua Natal, indica expansão, prosperidade e força vital para o nativo. Mas se mais planetas estiverem colocados na 12ª, 7ª etc., de Júpiter, eles irão causar Vedha a Júpiter e os assuntos não irão prosperar.

Dentro desse sistema, pai e filho não se obstruem mutuamente. Assim, Sol nunca causa Vedha a Saturno e vice-versa e tão pouco Lua causa Vedha a Mercúrio e vice-versa. Observe que no Relacionamento Natural, Mercúrio é sempre inimigo de Lua, mas Lua não é inimigo de Mercúrio; enquanto que Saturno é inimigo de Sol e Sol de Saturno. Portanto, aqui neste subsistema, o que é levado em conta não é a inimizade natural, mas o Vedha causado pela colocação de planetas a partir do planeta principal que está sendo investigado.

Sol em relação à Lua Natal tem o impacto positivo (+) ou negativo (–) conforme a tabela abaixo.


SOL
Rāśi
10ª
11ª
12ª

+
+
+
+

6. Importantes Trânsitos Planetários – Saturno e Júpiter

Além dos trânsitos que tomam como referencial o Sol, a Lua, o Lagna etc., temos os trânsitos de outros planetas a partir dos Nodos. Trânsitos importantes, que sempre deve ser levado em conta em qualquer análise, são aqueles de Saturno e Júpiter. Saturno sempre a partir da Lua Natal, do Lagna e do AL (Āruḍha Lagna), e Júpiter a partir dos Nodos Lunares.

Quando Saturno está transitando na 1ª, 8ª ou 10ª casas do Lagna (Ascendente), da Lua Natal ou do AL, então ele está lançando sobre o nativo um Kaṇṭaka Śani. Isto é, um espinho que causa dor e sofrimento. O Kaṇṭaka Śani deve ser estudado a partir da casa em que Saturno está colocado, os Ārūḍhas que ele toca com seu corpo e com suas dṛṣṭis (olhar pela 3ª, 7ª e 10ª) além dos Planetas que estão em yuti (conjunção) com ele e/ou lançando dṛṣṭis igualmente.

Quando Saturno está transitando pela 12ª, 1ª e 2ª da Lua Natal, então ele está lançando outra māyā sobre o nativo, conhecida como Sāḍe Sāti, trânsito este que dura 7 anos e ½ . Muito já falei sobre esses dois trânsitos na vida de uma pessoa em anteriores postagens.

Os trânsitos de Saturno em relação aos Nodos Rāhu-Ketu também são muito importantes, provocando enormes impactos sobre a vida do nativo. Seus kārakas principais (significadores) são profissão e problemas/sofrimento. Assim, quando Saturno toca/olha pela primeira vez Rāhu Natal ele traz a primeira profissão. Trabalhos infantis, dificuldade e atraso para se estabelecer em um emprego, instabilidade profissional ou sucesso em todos os empreendimentos, estão relacionados com a colocação de Saturno em relação aos Nodos Lunares.

O primeiro retorno de Saturno diz respeito somente ao próprio nativo, sua vida pessoal juntamente com sua profissão, negócios, finanças etc. O segundo retorno de Saturno afetará diretamente a sua família, perda de membros familiares etc. O 3º e último retorno de Saturno diz respeito somente ao nativo, indicativo de sua própria morte.

Saturno em relação à Lua Natal tem o impacto positivo (+) ou negativo (–) conforme a tabela abaixo.

SATURNO
Rāśi
10ª
11ª
12ª

+
+
+


Júpiter, contudo, simbolizando a força da vida, a vitalidade de uma pessoa, tem seu maior impacto quando toca os Nodos Lunares, pois são os Nodos Rāhu-Ketu que destroem a alma (Sol, dharma), a mente (Lua) e o corpo (yuti Saturno/Ketu) de uma pessoa, reduzindo sua longevidade e levando a natividade para a morada de Yama (morte). Saturno representa a longevidade, Rāhu é o destruidor do Sol e da Lua e Ketu é o destruidor do corpo. Contudo, Júpiter tocando os outros planetas também mostra importantes eventos se desdobrando na vida do indivíduo. Tais eventos, contudo, estão mais associados com o número de voltas que Júpiter dá na Carta de Nascimento e em associação com o planeta natal que ele toca naquele número de voltas.

Em se tratando do Retorno de Júpiter, quando ele completa uma volta inteira no zodíaco, a mudança operada diz respeito somente à natividade. Na 2ª volta tais efeitos serão sentidos sobre toda a família da natividade e sua vida financeira, pois a 2ª casa representa a família e o sustento material. Na 3ª volta de Júpiter, as mudanças serão em relação à viagens e aos irmãos. A 4ª volta fala sobre casas, terras e posses de bens móveis e imóveis. A 5ª volta afeta a vida dos filhos, enquanto que a 6ª volta (e última) fala sobre os perigos para o próprio nativo.

Entretanto, é quando Júpiter toca os Nodos Lunares que um profundo impacto é sentido na vida do nativo. Quando Júpiter toca Ketu Natal, perigo de vida é indicado, pois Júpiter representando a força vital, quando entra em contato com o destruidor do corpo, produz perigo para a vida da natividade. E aqui, a 6ª e última volta de Júpiter, quando ele toca Ketu Natal, a morte é indicada. Observe os estudos em BPHS para momentos de morte, longevidade etc., de um nativo. Todos estes estudos são obrigatoriamente feitos com as auxiliares D-11 e D30, tendo como plano principal a Rāśi (D-1).

Júpiter em relação à Lua Natal tem o impacto positivo (+) ou negativo (–) conforme a tabela abaixo.

JÚPITER
Rāśi
10ª
11ª
12ª

+
+
+
+
+


7. Trânsito Solar, Mahā daśās, sub-Daśās e o Ashtakavarga.

O Trânsito do Sol, em Jyotiṣa, aliado a todo o conhecimento anteriormente citado aqui, tem seu maior impacto, benéfico ou maléfico, em todas as casas durante o ano inteiro, e não somente em relação ao mês que precede a data de aniversário de uma pessoa.

Independente do Signo Solar, Lunar, os Nodos ou o Lagna, o que importa durante os trânsitos do Sol pela Carta Natal, são os pontos que cada casa no sistema Sarva-Ashtakavarga têm, determinando, por este meio, os eventos auspiciosos ou não para a vida do nativo. Inúmeras medidas corretivas são indicadas para a variação dos pontos que segue de 0 a 29 em difíceis Mahā Daśās que ativam os significadores de eventos na vida de uma pessoa. E não somente pelo fato de Sol estar na décima segunda casa do Signo Solar.

Esta análise, entretanto, segue em conjunto com o Período Maior e os menores que a natividade está vivendo. Não é possível enfrentar qualquer Inferno Astral caso Sol esteja transitando na 12ª de seu Sol Natal se existem “N” possibilidades de sucesso, expansão, crescimento e felicidade apontados pela Mahā Daśā e demais planetas em trânsitos como estudado exaustivamente neste texto. Entretanto, Inferno Astral deveria ser sinônimo muito mais adequado ao uso do trânsito dos planetas mais lentos tocando importantes pontos do Lagna, AL, Lua Natal e Nodos Lunares do que propriamente usado para definir o trânsito do Sol pela 12ª do Sol Natal.

Aqui termina esse estudo.



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Fontes de Consulta:

Bṛghu Nādi Sangraha – Dr. N. Srinivasan Shatry;
Muhūrta Clássico – Ernst Wilhelm;
Bhṛgu Sūtras – Os Sūtras de Mahaṛṣi Bhṛigu;
Bhṛgu Saṃhitā – Mahaṛṣi Bhṛigu;
BPHS – Mahaṛṣi Parāśara;
Rāhu e Ketu – Bhṛgu Astrologia – Dr. N. Srinivasan Shatry;
Crux of Vedic Astrology – Timing of Events – Pandit Sanjay Rath;
Vedic Remedies in Astrology – Pandit Sanjay Rath;



Descrição da Lua, Marte, Mercúrio etc., e seus movimentos

Capítulo 56 – Descrição da Lua

56:1-3 – Sūta disse: a Lua atravessa em sua órbita com as constelações (nakṣatras). Sua carruagem tem três rodas e os cavalos estão atrelados em cada um dos lados. A carruagem se move sobre as três rodas e cada uma das rodas tem centenas de raios nela. Os cavalos estão em ambos os lados delas. A cor dos cavalos é branca e eles são divinos e bem construídos. Eles não estão atrelados ao jugo e se movem com a velocidade da mente. A Lua se move sobre a carruagem na companhia dos deuses e dos manes (pitṛs). Os raios brancos que são emitidos pela Lua parecem com a água da fonte.
56:4-6 – Eles (os raios) aumentam gradualmente na quinzena clara (Śukla Pakṣa) e diminuem no caminho do Sol (ao amanhecer). Eles (os raios) continuam a aumentar no início da metade clara do mês. O Sol nutre e desenvolve a Lua. Durante a quinzena escura (Kṛṣṇa Pakṣa), os deuses consomem a Lua e o processo continua por quinze dias. O Sol, com o uso de seu único raio Suṣumā, energiza o processo de desenvolvimento da Lua. Desta forma o corpo da Lua é desenvolvido e construído com o brilho do Sol.
56:7-10 – O disco cheio lunar da Lua é visível no dia da Lua Cheia. Então, começando a partir da segunda quinzena da Lua até o décimo quarto dia da quinzena escura (Kṛṣṇa Caturdaśī), os deuses consomem o amṛta (néctar) e o mel da Lua, o qual são acumuladas na Lua durante a quinzena brilhante. Durante a noite da Lua Minguante, os deuses se sentam com a Lua para consumir o néctar. Eles também estão acompanhados com os Ṛṣis e os manes (Ptṛs).
56:11-13 – Os raios da Lua, aguardam pela chegada da quinzena escura em seu devido tempo. Os deuses, em número de trinta e seis mil e trezentos (36.300), consomem a Lua. Na quinzena escura, quando todos os deuses terminaram de consumir a Lua, então, depois do período sem Lua, os manes (Ptṛs) consomem o restante do néctar até o primeiro dia da quinzena clara.
56:14-18 – Quando no último dígito a décima quinta parte do néctar é consumida, então, na parte da tarde, os manes (Ptṛs) chegam antes da Lua e consomem o néctar da Lua até dois dígitos, e na noite sem Lua eles consomem o néctar que surge da Lua. Apesar de consumir o néctar, eles se sentem satisfeitos por um mês inteiro e, em seguida, deixam o local. Os dígitos da Lua, os quais são excluídos depois de consumir a Lua, são derretidos. O declínio e o desenvolvimento dos dígitos da Lua começam no início e fim da quinzena. Assim, o desenvolvimento da Lua é produzido pelo Sol.

Capítulo 57 – Movimentos dos planetas nos corpos celestes

57:1-5 – Sūta disse – a carruagem de Budha – o filho de Candra, é puxada por oito cavalos. Eles são de uma cor amarela acastanhada e são muitos excelentes. A carruagem tem o brilho da água e do fogo. Na carruagem de Śukrācārya (Vênus), dez cavalos fortes, de diferentes cores, estão atrelados. É térrea em natureza. A carruagem de Bhauma (Marte) é da cor do ouro e oito cavalos estão atrelados a ela, o qual é muito esplendido. A carruagem de Jīva (Júpiter) é também da cor do ouro e é puxada por sete cavalos. A carruagem de Manda (Saturno) é feita de ferro e tem um corcel preto para puxá-la. A carruagem é da natureza da água. As carruagens de Rāhu e de Ketu estão com oito cavalos atrelados a elas, cada uma. Todos estes planetas estão associados a Dhruva (Estrela Polar) por rédeas que são da forma do vento. Elas são feitas para vaguear pela Estrela Polar e se manterem em movimento.
57:6 – Assim como com as estrelas, existem muitos raios nas rodas. Todas as carruagens estão atreladas à Estrela Polar e giram em torno dela.
57:7 – As estrelas e as outras luminárias são ativadas pelos ventos circulares, os quais se movem como marcas de fogo. Desde que o vento controla as luminárias, ele é chamado de Pravaha.
57:8 – Junto com os planetas e com as constelações (nakṣatras), o Sol e as estrelas ocupam o espaço em um círculo, olhando para cima e para os lados.
57:9 – Todos os Nakṣatras são controlados por Dhruva (Estrela Polar) e eles a circundam. Eles se movem no céu para ter uma audiência com Dhruva, que age como um ponto central.
57:10 – O Sol tem nove mil yojanas de diâmetro. Sua área circular é três vezes seu diâmetro.
57:11 – A amplidão da Lua é o dobro daquela do Sol. Rāhu assume o tamanho paralelo a ambos deles e se move abaixo deles.
57:12 – A morada de Rāhu está preenchida de escuridão e é o terceiro em tamanho porque ela foi desenvolvida a partir da sombra circular da terra.
57:13 – A expansão de Śukra (Vênus) é a décima sexta parte daquela da Lua, em diâmetro, a circunferência e a distância em yojanas.
57:14-18 – O tamanho de Júpiter é de três quartos do tamanho de Vênus. Marte e Saturno são três quartos do tamanho de Bṛhaspati (Júpiter). Budha, por outro lado, é de três quartos dos últimos em extensão e circunferência. As estrelas e os Nakṣatras são iguais a Budha em extensão e circunferência. O conhecedor da verdade deve entender que as estrelas, as quais estão em conjunção com a Lua, são normalmente conhecidas como Ṛkṣas. A extensão das estrelas, comparativamente menores, estende-se a cinco, quatro, três ou dois yojanas. Além disso, existem ainda os aglomerados de pequenas estrelas as quais possuem somente uma única ou duas centenas de yojanas. Não há nenhuma menor que isto.
57:19-20 – Além das esferas fixas, existem os três planetas, Saturno, Júpiter e Marte. Eles são conhecidos como planetas de movimento lento. Eles são um quarto dos maiores planetas; abaixo deles tem o Sol, a Lua, Mercúrio e Vênus. Seus movimentos são mais rápido.
57:21 – O número total de estrelas pode ser de muitos crores, assim como as constelações. Elas também estão fixadas na órbita das constelações devido à força restritiva de Dhruva.
57:22-26 – O Sol, o qual tem sete cavalos, tem uma posição superior e inferior em seus turnos. Quando o Sol está na sua jornada ao Norte e quando a Lua, nas noites de Lua Cheia, aparece rapidamente, porque a sua posição está acima, mas os raios não são muito rápidos, então a Lua está na sua órbita ao Sul, o qual é inferior. O Sol está coberto pela linha da terra na Lua Cheia e no dia de Lua Nova, é visto no horário habitual, mas se põem rapidamente. Portanto, no dia de Lua Nova, a Lua está em sua órbita ao Norte. Ela normalmente não é visível sobre ao Sul por conta do movimento dos planetas e mais ainda porque está envolta pela sombra do Sol. Nos dias de equinócios, o Sol e a Lua surgem e se põem simultaneamente.
57:27-28 – Nos Uttarāyaṇas (movimento ao Norte), eles surgem e se põem sem qualquer diferença de tempo nos dias de Lua Nova e de Lua Cheia. Eles são conhecidos então como os grupos de luminárias. Quando o Sol está no curso Dakṣināyaṇa (Sul), ele se move à frente e sob todos os outros planetas.
57:29 – Mantendo sua esfera mais ampla, a Lua gira acima dele (do Sol). Todos os grupos de constelações se movem acima da Lua.
57:30 – Mercúrio se apresenta acima de todas as constelações. Vênus está acima de Mercúrio. Marte está acima de Vênus, e Júpiter está acima de Marte.
57:31 – Saturno está acima dele (Marte). Acima de Saturno está a esfera dos Sete Sábios, ou o grande sustentador, e a esfera de Dhruva (Estrela Polar) está estacionada acima da esfera dos Sete Sábios.
57:32-39 – Quando uma pessoa se conscientiza do fato de que o Senhor Viṣṇu está instalado em todos estes planetas e constelações, ele se torna liberado de todos os pecados. O Sol e a Lua, os quais estão unidos com divina refulgência, movem-se a frente do dia e da noite, na devida ordem, por duzentos mil yojanas acima das constelações, das estrelas e dos planetas. Eles entram em contato com as constelações diariamente. Portanto, eles estão estacionados abaixo, algumas vezes acima, e algumas vezes em linha reta. Eles olham para baixo (para os planetas) ao mesmo tempo quando estão em conjunção ou distanciados.
 Existem seis estações, mas elas são de cinco tipos especificamente. Elas estão associadas entre si, mas elas estão unidas sem cobrir uma à outra. Isto é o que as pessoas sábias falam sobre as estações. Oh Brāhmaṇas, assim eu discuti sobre o movimento do Sol e de outros planetas do modo como foi ouvido por mim. O Sol, de mil raios, é o senhor de todos os planetas, ele foi estabelecido nesta posição por Brahmā, nascido do lótus de Guha, que foi coroado por Rudra. Portanto, para a realização do propósito e para afastar os males, no momento do sofrimento causado por um planeta ou pelo Sol, a adoração dos planetas deve ser realizada por uma pessoa nobre, e oferecimentos devem ser feitos no fogo em conformidade com as provisões das escrituras.

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Liṅga Mahā Purāṇa – Capítulo 56-57, Livro 1. Texto em Sanskrito e tradução para o Inglês por Shanti Lal Nagar. Parimal Publications, Delhi; ano 2011

Movimentos do Sol

Capítulo 55 – Descrição dos Movimentos do Sol


55:1-2 – Sūta disse – falarei agora, brevemente, sobre a carruagem do Sol, da Lua e de outros planetas. Falarei também dos movimentos do Sol, que bebe a água. Brahmā construiu a carruagem do Sol com um propósito específico. Oh, excelente dos Brāhmaṇas, isto foi feito com as partes do ano.
55:3-5 – A carruagem dourada do Sol é a morada de todos os deuses. Ele tem três compartimentos e cinco raios. Seu comprimento é de mil yojanas e tem a mesma medida em largura. De duas vezes este comprimento é a distância entre o assento do condutor e o polo do eixo. Os cavalos estão localizados do lado da roda. Eles são livres, mas parecem que foram atrelados à roda. O número de cavalos é sete.
55:6 – Os cavalos estão ligados aos lado da roda. O eixo da roda está completo até o seu centro. A carruagem se move com a roda e os cavalos e os centros da roda se movem juntos com o eixo.
55:7 – O eixo que sustenta o braço central da direção gira juntamente com a roda. É a inteligente Estrela Polar (Dhruva) que impulsiona as luminárias por meio do vento e dos raios (ou o vento que funciona como rédeas).
55:8 – Existem duas rédeas na carruagem que estão amarradas às extremidades do jugo e do eixo. A carruagem está amarrada por meio das rédeas ao jugo e ao eixo que se move pela graça de Dhruva (a estrela polar).
55:9 – Conforme a carruagem se move e junto move o céu, surgem os brilhos em círculos iluminados. As extremidades do jugo e dos eixos estão à direita da carruagem.
55:10 – Quando os cavalos são puxados para além de Dhruva, pelas rédeas, tanto o jugo quanto o eixo, bem como as rédeas, seguem o braço central da direção e da roda.
55:11-13 – As extremidades do polo e do eixo da carruagem, que tem o cavalo de vento, gira em todas as direções como uma corda fixada a um prego. No curso de Uttarāyaṇa (Norte), conforme a carruagem se move em torno dos maṇḍalas, as rédeas aumentam de tamanho, uma vez que elas estão soltas. No curso do Dakṣiṇāyana (Sul), quando a carruagem se move em torno dos maṇḍalas, as rédeas se contraem. Em ambos os casos as rédeas são operadas por Dhruva e, então, o Sol sentado dentro da carruagem, move-se em torno dos maṇḍalas.
55:14-15 – A distância entre os dois solstícios (verão e inverno) consiste de cento e oitenta graus (180º). O Sol se move sobre os maṇḍalas externamente, assim como as rédeas estão sendo liberadas por Dhruva. Ele, em seguida, circunda os maṇḍalas se movendo rapidamente.
55:16 – Os deuses e os sábios constantemente adoram o Senhor Bhāskara (outro nome para o deus Sol) que, em si mesmo, é Bhava e Īśvara, ou o dia e a noite.
55:17 – A carruagem é ocupada pelos Devas, Ādityas, Sábios, Gandharvas, Apsāras e as Serpentes, além dos Rākṣasas e dos Grāmaṇīs.
55:18 – Estes residem dentro do Sol por dois meses sucessivamente, além de desenvolver e nutrir o auspicioso Sol por meio de seus esplendores.
55:19 – Os sábios elogiam o Sol recitando os hinos. Os Gandharvas e Apsarās O adoram com dança e música.
55:20 – Os Grāmaṇīs, Yakṣas e Bhūtas sustentam as chuvas. As Serpentes (Sarpa) sustentam o Sol e os Rākṣasas O segue.
55:21 – Os Bālakhilyas rodeiam o Sol, do nascer ao pôr, e O acompanham. Desta forma, todos eles residem no Sol por dois meses sucessivamente.
55:22-23 – Oh proeminente dos Brāhmaṇas, os doze meses seguintes forma um ano humano: (1) Madhu (Caitra); (2) Mādhava (Vaiśākha); (3) Śukra (Jyeṣṭha); (4) Śuci (Āṣāḍha); (5) Nabhas (Śrāvaṇa); (6) Nabhasya (Bhādrapada); (7) Iṣa (Āśvina); (8) Ūrja (Kārttika); (9) Sahasa (Mārgaśīrṣa); (10) Sahasya (Pauṣa); (11) Tapas (Māgha); e (12) Tapasya (Phālguna).
55:24 – Os seis Ṛtus (estações) são: (1) Vāsantika (primavera); (2) Grīṣma (verão); (3) Vārṣika (estação da chuva); (4) Śarada (outono); (5) Hima (primeiro inverno); (6) Śiśira (último inverno).
55:25-44 – Os seguintes grupos sempre acompanham o Sol:

12 Deuses – Os deuses são doze em número, aqueles que nutrem o Sol com seus respectivos lustres, e são conhecidos como Dhātṛ, Aryama, Mitra, Varuṇa, Indra, Vivasvān, Pūṣā, Parajanya, Aṁśu, Bhaga, Tvaṣṭṛ e Viṣṇu;

12 Ṛṣis – Os sábios são doze em número, aqueles que elogiam o Sol com a recitação de hinos. Eles são Pulastya, Pulaha, Atri, Vasiṣṭha, Aṅgīras, Bhṛgu, Bharadvāja, Gautama, Kaśyapa, Kratu, Jamadagni e Viśvāmitra;

12 Sarpas – As serpentes são doze em número, aqueles que sustentam o grande deus Sol, e são conhecidos como Vāsuki, Kankaṇīkara, Takṣaka, Nāga, Elapara, Śankhapāla, Airāvata (Irāvān), Dhanañjaya, Mahāpadma, Karkoṭaka, Kambala e Aśvatara;

12 Gandharvas – Os doze excelentes Gandharvas são aqueles que criam a água por meio da música; eles, efetivamente, adoram o Sol. Eles são conhecidos pelos nomes de Tumburu, Nārada, Hāhā, Hūhū, Viśvavasu, Ugrasena, Suruci, Parāvasu, Citrasena, Ūrṇāyu, Dhṛtarāṣṭra e Sūryavarcā;

12 Apsarās – Estas doze Apsarās agradam o deus sol com sua atrativa dança Tāṇḍava. Elas são conhecidas pelos nomes de Kṛtasthalā, a divina donzela Puñjakusthalā, Menakā com belos lábios, Sahajanya, Pramalocā com sorriso agradável, Anumlocā, Ghṛtācī, Viśvācī, Urvaśī, aquela que também é conhecida pelo nome de Pūrvacitti, Tilottamā, e a nobre Rambhā, tendo os lótus como face;

12 Grāmiṇī – Os doze raios são mantidos no meio, os quais são conhecidos como Rathakṛta, Rathanjā, Rathacitra, Subāhu, Rathasvana, Varuṇa, Suṣeṇa, Senajit, Tārkṣya, Ariṣṭanemi, Kṣatijita, Satyajit:

7 Grupos de Yātudhānas – São em numero de sete, são os que guardam o Sol segurando armas em suas mãos, e são conhecidos pelos nomes de Rakṣoheti, Praheti, Paureṣaya, Budha, Sarpa, Vyāghra, Āpa, Vāta, Vidyuta, Divākara, Brahmopeta e Yajñopeta. Estes são os sete grupos de sete cada ume cada um deles se orgulham de sua posição. Em todos os sete oceanos, dois de cada um desses grupos ocupam o Sol por dois meses, como detalhado abaixo:

55:45-48 – (1) Durante os meses de Caitra e de Vaiśākha


Particulares
Nome dos deuses
1
Devas
Dhātṛ e Aryaṇa
2
Sábios
Pulaha e Pulastya
3
Serpentes
Vasuki e Kanakaṇikara
4
Gandharva
Tumburu e Nārada
5
Apsarās
Kṛtasthalā  Puñjikasthalā
6
Grāmaṇīs
Rathakṛta e Rathanjas
7
Yātudhānas
Rakṣoheti e Praheti

55:49-51 – (2) Durante os meses de Jyeṣṭha e de Āṣāḍha


Particulares
Nome dos deuses
1
Devas
Mitra e Varuṇa
2
Sábios
Atri e Vasiṣṭha
3
Serpentes
Takṣaka e Nāga
4
Gandharva
Hāhā e Hūhū
5
Apsarās
Menakā e Sahajanya
6
Grāmaṇīs
Rathacitra e Subāhu
7
Yātudhānas
Paureṣaya e Budha

55:52-54 – (3) Durante os meses de Śrāvaṇa e Bhādrapada


Particulares
Nome dos deuses
1
Devas
Indra e Vivasvān
2
Sábios
Aṅgīras e Bhṛgu
3
Serpentes
Elapara e Śankhapāla
4
Gandharva
Viśvavasu e Ugrasena
5
Apsarās
Pramalocā e Anumlocā
6
Grāmaṇīs
Rathasvana eVaruṇa
7
Yātudhānas
Sarpa e Vyāghra,

55:55-57 –  (4) Durante os meses de Āśvin e Kārttika


Particulares
Nome dos deuses
1
Devas
Pūṣā e Parajanya
2
Sábios
Bharadvāja e Gautama
3
Serpentes
Airāvata (Irāvān) e Dhanañjaya
4
Gandharva
Suruci e Parāvasu
5
Apsarās
Ghṛtācī e Viśvācī
6
Grāmaṇīs
Suṣeṇa e Senajit
7
Yātudhānas
Āpa e Vāta

55:58-61 –  (5) Durante os meses de Mārgaśirṣa e Pauṣa


Particulares
Nome dos deuses
1
Devas
Aṁśu e Bhaga
2
Sábios
Kaśyapa e Kratu,
3
Serpentes
Mahāpadma e Karkoṭaka
4
Gandharva
Citrasena e Ūrṇāyu
5
Apsarās
Urvaśī e Pūrvacitti
6
Grāmaṇīs
Tārkṣya e Ariṣṭanemi
7
Yātudhānas
Vidyuta e Divākara

55:62-65 –  (6) Durante os meses de Māgha e de Phālguna


Particulares
Nome dos deuses
1
Devas
Tvaṣṭṛ e Viṣṇu
2
Sábios
Jamadagni e Viśvāmitra
3
Serpentes
Kambala e Aśvatara
4
Gandharva
Dhṛtarāṣṭra e Sūryavarcā.
5
Apsarās
Tilottamā e Rambhā
6
Grāmaṇīs
Kṣatijita e Satyajit
7
Yātudhānas
Brahmopeta e Yajñopeta


55:66 –  Estas divindades acompanham o Sol por dois meses a cada vez em diferentes grupos como indicado acima. Estas doze divindades são os governantes das forças durante os doze meses do ano solar.
55:67-69 –  As divindades nutrem e fazem com que o Sol brilhe com seus respectivos lustres. Os sábios elogiam o Sol recitando hinos dos Vedas. Os Gandharvas e os Apsarās adoram o Sol com dança, música e canções. Os Grāmaṇīs, incluindo os Yakṣas e espíritos, sustentam as rédeas dos cavalos da carruagem do Sol. As Serpentes carregam o Sol. Os Yātudhānas ou Rākṣasas seguem a carruagem do Sol. Os Bālakhilyās circundam o Sol do seu nascer ao seu poente, e O carregam até o Aṣṭācala – a montanha do Sol poente.
55:70-71 – Seja qual for o brilho, tapas, yoga, mantra e proeza pertencente a cada um deles, isto é combinado e faz o Sol brilhar. Todos eles acompanham o Sol com cada um dos grupos.
55:72-73 – Os sábios, os deuses, Gandharvas, serpentes, os atendentes dos Apsarās, Grāmaṇīs, Yakṣas e Yātudhānas, são aquecidos particularmente, despejam água de chuva, brilham intensamente, movem-se, criam e removem as ações não auspiciosas dos seres viventes e foram descritos em conformidade.
55:74 – Eles destroem tudo o que não é auspicioso nas pessoas perversas e, por vezes, também removem as ações não auspiciosas das pessoas nobres.
55:75 – Eles sempre permanecem estabelecidos nos planos, os quais movem com a velocidade do vento. Eles podem ir a diferentes lugares livremente. Eles andam com o Sol através do dia.
55:76 – Eles gotejam a si mesmos como a chuva, brilho e outros deleites. Os Ṛṣis, eles salvam todos os seres viventes, além do céu, da destruição.
55:77 – Eles permanecem orgulhosos de suas posições nos Manvantaras.
55:78 – Eles vivem com o Sol em grupos de catorze, em todos os catorze Manvantaras.
55:79 – Oh proeminente sábio, as atividades do inteligente senhor dos Devas, foram trazidas aqui, alguns em brevidade, com base no que foi ouvido por mim e na forma como realmente aconteceu.
55:80 – Estes sete grupos de doze divindades em cada um dos grupos são aquelas que se orgulham de suas posições e se identificam com elas. Eles acompanham o Sol por dois meses cada na mesma ordem, assim como explicado acima.
55:81 – Assim o Sol faz o dia brilhar a faz sua carruagem com uma única roda, no qual ele mesmo está estabelecido, ser puxada por sete cavalos divinos com grande velocidade.
55:82 – Ele permanece estabelecido na carruagem de uma roda só através do dia e da noite, movendo-se sobre os sete oceanos com a ajuda destes sete grupos.

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1 - Sete (7) grupos de doze cada um; deixei a tradução do modo como estava no texto.

Liṅga Mahā Purāṇa – Capítulo 55, Livro 1. Texto em Sanskrito e tradução para o Inglês por Shanti Lal Nagar. Parimal Publications, Delhi; ano 2011