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61 - Yoga Tattva Upanishad (Kṛṣṇa Yajur Veda)




61
Yoga Tattva Upanishad


Traduzido por:
K. Narayanasvami Aiyar
Publicado por:
*
Traduzido para o Português por
Uma Yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva
Karen de Witt
***
Brasil – RJ
Junho/2010
___________________________
Fonte de Consulta
Vedanta Spiritual Library




Invocação

Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!



1: Vou agora descrever o Tattva Yoga (yoga da Verdade) para o benefício dos yogues que são libertados de todos os pecados através da audição e do estudo dele.


2: O supremo Purusha chamado Vishnu, que é o grande yogue, o grande ser e o grande Tapasvin, é visto como uma lâmpada no caminho da verdade.


3: O Avô (Brahma) tendo saudado o Senhor do universo (Vishnu), e tendo pago, por Ele, respeito, perguntou-Lhe (assim): “Orai, explique-nos a verdade do yoga, o qual está incluído nele os oito subservientes.”


4: Pelo qual, Hrisikesha (o Senhor dos sentidos, ou Vishnu) respondeu assim: “Ouça. Eu explicarei sua verdade. Todas as almas estão imersas na felicidade e no sofrimento através da armadilha de Maya.


5-6: “Kaivalya, a suprema sede, é o caminho pelo qual se lhes dá a emancipação, o qual rasga em pedaços a armadilha de Maya, pelo qual é destruído o nascimento, a velhice e a doença e, pelo qual, se permite vencer a morte. Não existem outros caminhos para a salvação. Aqueles que vagam ao redor da rede dos Shastras estão iludidos por aquele conhecimento.


7: “É impossível, mesmo para os Devas, descrever o estado indescritível. Como pode aquele que é auto-brilhante ser iluminado pelos Shastras?


8: “Aquele sozinho, que é sem caminhos e imaculado, e que é quieto além de tudo, e livre de decadência, torna-se o Jiva (eu) em razão dos resultados das virtudes e dos pecados passados.


9: “Como fez, aquela que é a sede de Paramatman, é eterna e acima do estado de todas as coisas existentes, e é da forma da sabedoria e sem máculas, para alcançar o estado de Jiva?


10: “Uma bolha surge nele como na água, e nessa (bolha), surge Ahankara. Para ele se eleva uma esfera (do corpo) feita dos cinco (elementos) e vinculada pelos Dhatus.


11: “Saiba que o Jiva, que está associado com a felicidade e a miséria e, portanto, é o termo Jiva aplicado a Paramatman, que é puro.


12-13: “Aquele Jiva é considerado como Kevala (sozinho), que é livre das máculas da paixão, raiva, medo, ilusão, avareza, soberba, luxúria, nascimento, desmaio, tontura, fome, sede, ambição, vergonha, susto, coração ardente, dor e alegria.


14: “Então, vou dizer os meios de destruir esses pecados. Como poderia Jnana ser capaz de dar Moksha surgindo certamente sem yoga?


15: “E mesmo o yoga se torna impotente em garantir Moksha quando ele é desprovido de Jnana. Assim, o aspirante depois da emancipação deve praticar firmemente ambos, yoga e Jnana.


16: “O ciclo de nascimentos e mortes vem somente através de Jnana, e perece somente através de Jnana. Jnana sozinho era originalmente. Ele deve ser conhecido como o único meio da salvação.


17-18(a): “Isso é Jnana, através do qual se conhece (em si mesmo) a real natureza de Kaivalya como a suprema sede, o imaculado, o impartido e da natureza de Sachchidananda, sem nascimento, existência e morte, e sem movimento e Jnana.


18(b)-19: “Agora continuarei a descrever o yoga para você: o yoga está dividido em muitos tipos, em conformidade com suas ações, ou seja: Mantra yoga, Laya yoga, Hatha yoga e Raja yoga.


20: “Há quatro estados comum a estes, ou seja: Arambha, Ghata, Parichaya e Nishpatti (os estágios do yoga).


21: “Oh, Brahma, descreverei estes a você. Ouça atentamente. Deve-se praticar o Mantra junto com seus Matrikas (entonação adequada dos sons) e outros por um período de doze anos;


22: “Então, ele gradualmente obtém sabedoria junto com os Siddhis, tais quais Anima, etc. as pessoas de intelecto fraco são as menos qualificadas para a prática desse yoga.


23-24(a): “O segundo, Laya yoga, tende para a absorção de Chitta, e está descrita de milhares de formas; uma das quais é – deve-se contemplar no Senhor que é sem partes (mesmo) enquanto andando, sentando, dormindo ou comendo. Isso é chamado Laya yoga.


24(b)-25: “Agora ouça a descrição do Hatha yoga. Esse yoga possui (o seguinte) oito subservientes, Yama (paciência), Niyama (observância religiosa), Asana (postura), Pranayama (supressão do alento), Pratyahara (subjugação dos sentidos), Dharana (concentração), Dhyana, a contemplação de Hari no meio das sobrancelhas, e Samadhi, que o estado de igualdade.


26-27: “Maha mudra, Maha Bandha e Khechari, Jalandhara, Uddiyana e Mula Bandha, proferindo sem intervalo o Pranava (OM) por um longo período, e ouvindo a exposição das supremas verdades, Vajroli, Amaroli e Sahajoli, que formam uma tríade – tudo isso separadamente vou dar uma verdadeira descrição.


28-29(a): “Oh, único de quatro faces (Brahma), entre (os deveres de) Yama, alimentação moderada – e não outros – constitui o principal fator; e o não-ferir é o mais importante em Niyama.


29(b): “As principais posturas são quatro, ou seja: Siddha, Padma, Simha e Bhadra.


30-31: “Durante as fases iniciais da prática, os seguintes obstáculos ocorrem, Oh Único de quatro faces, ou seja: preguiça, conversa fiada, associação com pessoas más, aquisição de Mantras, etc, brincando com metais (alquimia) e mulheres etc., e miragem. Um homem sábio, ao encontrar estas coisas, deve abandoná-las pela força de suas virtudes.


32: “Então, assumindo a postura de padmasana, ele deve praticar Pranayama. Ele deve erguer um mosteiro com uma pequena abertura e sem fendas


33: “Ele deve ser bem colado com esterco de vaca, ou com cimento branco. Ele deve ser cuidadosamente liberado de percevejo, mosquitos e piolhos.


34: “Ele deve ser bem varrido todos os dias com uma vassoura. Ele deve ser perfumado com bons odores, e resinas perfumadas devem ser queimadas nele.


35-36(a): “Tendo sentado-se sobre um pano, nem muito alto, nem muito baixo, de pelo de cervo e grama Kusa espalhada, um sobre o outro, o sábio deve assumir a postura padma e, mantendo o seu corpo ereto e suas mãos unidas em respeito, deve saudar a divindade tutelar.


36(b)-40: “Em seguida, fechando sua narina direita com o polegar direito, ele deve, gradualmente, puxar o ar pela narina esquerda. Tendo restringido, tanto quanto possível, ele deve novamente expelir pela narina direita, vagarosamente, e não muito rápido. Em seguida, preenchendo o estômago de ar, por meio da narina direita, ele deve reter, tanto quanto possível e, em seguida, expelir através da narina esquerda. Puxando o ar através daquela narina, pelo qual ele expeliu, ele deve continuar nessa sucessão ininterruptamente. O tempo gasto para fazer uma volta do joelho com a palma da mão, nem muito devagar nem muito rápido, e trocando os dedos uma vez isso é chamado Matra (ciclo).


4144: “Puxando o ar através da narina esquerda por cerca de dezesseis Matras (dezesseis segundos), retendo-o (dentro) por sessenta e quatro Matras, deve-se expelir novamente através da narina direita por cerca de trinta e dois Matras. Novamente preencha a narina direita como antes (e continue o restante). Pratique a restrição do alento por quatro vezes ao dia (ou seja) ao nascer do sol, ao meio dia, ao por do sol e à meia-noite, até atingir a quantidade de oitenta (ciclos). Por uma prática contínua, por cerca de três meses, a purificação das Nadis ocorre. Quando as Nadis se tornam purificadas, certamente os sinais externos aparecem no corpo do Yogue.


45-46(a): “Vou agora descrevê-los. (Eles são) leveza do corpo, brilho da pele, aumento do fogo gástrico, magreza do corpo e, juntamente com estes, ausência de inquietação no corpo.


46(b)-49: A proficiência no yoga deve abandonar o alimento prejudicial para a prática do Yoga. Ele deve desistir de sal, mostarda, coisas ácidas, quente, picante ou vegetais amargos; asafétida, etc., adoração ao fogo, mulheres, caminhadas, banhos ao nascer do sol, enfraquecimento do corpo pelos jejuns, etc. durante os estágios iniciais da prática, alimento de leite e ghee é ordenado; também os alimentos compostos de trigo, pulso verde e arroz vermelho é favorável ao progresso. Então ele será capaz de restringir sua respiração pelo tempo que desejar.


50-53: “Portanto, ao reter a respiração tanto quanto desejar, Kevala Kumbhaka (cessação da respiração, inspiração e expiração) é alcançada (*). Quando Kevala Kumbhaka é alcançada por uma pessoa e, assim a expiração e a inspiração são dispensadas dentro, não há nada inatingível nos três mundos para ele. No início (de sua prática), o suor é posto para fora; ele deve limpá-lo. Mesmo depois disso, devido à retenção da respiração, a pessoa que pratica, obtém a expectoração. Em seguida, pelo aumento da prática de Dharana (concentração), o suor surge.


(*) NT. O Estado de Kevala do Kumbhaka é obtido naturalmente, por meio do controle do prana. Não obtive o texto original (do sânscrito) e, portanto, não posso comprovar que houve algum equívoco na tradução. Uma vez que a retenção prolongada do alento pode ocasionar diversos problemas de ordem física, incluindo lesões cerebrais, o aconselhável é que a retenção seja feita de forma moderada, prevalecendo o controle do prana por meio da respiração ritmada aliada às técnicas de bandhas e mudras, juntamente com a visualização. O estado de Kevala é um estado em que não há qualquer movimento de respiração e, no entanto, não há qualquer prejuízo para o corpo, sequer asfixia, podendo-se permanecer nesse estado por quanto tempo for necessário. Nesse estado, a mente está totalmente subjugada, os órgãos dos sentidos estão dormentes (pratyahara) e o eu dissolvido em Atman.


54: “Assim como um sapo se move aos saltos, assim o yogue, sentado na postura Padma, move-se na terra. Como uma (adicional) prática intensificada, ele se torna apto para elevar-se do chão.


55: “Ele, enquanto sentado na postura Padma, levita. Surge-lhe o poder de realizar feitos extraordinários.


56: “Ele não (ou deve) divulgar para os outros suas façanhas dos grandes poderes (no caminho). Qualquer dor pequena ou grande, não afeta o yogue.


57: “Em seguida, as excreções e o sono são diminuídas; lágrimas, secreção nos olhos, fluxo salivar, suor e mau cheiro na boca, não surgem nele.


58-60: “Com uma prática ainda mais intensa, ele adquire grande força, pelo qual ele alcança Bhuchara Siddhi, que permite-lhe colocar sob controle todas as criaturas que pisam nessa terra; tigres, Sarabhas (um animal com oito pernas), elefantes, touros ou leões morrem ao serem atingidos pela palma do yogue. Ele se torna tão belo quanto o deus do amor (Kamadeva) em si mesmo.


61-62: ”Todas as fêmeas podem ser tomadas com a beleza de sua pessoa, desejosas de manterem relações sexuais com ele. Se ele mantiver relações, sua virilidade será perdida; assim, abandonando toda copulação com mulheres, ele deve continuar sua prática com grande assiduidade. Pela preservação do sêmen, um bom odor invade o corpo do yogue.


63: “Em seguida, sentado em um local isolado, ele deve repetir o Pranava (OM) com três Pluta-Matras (ou entoação prolongada) para a destruição de seus antigos pecados.


64: “O Mantra, Pranava (OM) destrói todos os obstáculos e todos os pecados. Ao praticar assim, ele alcança Arambha (início do primeiro) estágio.


65-66: “Em seguida, o Grata (segundo estágio) – no qual é adquirido pela prática constante da supressão do alento. Quando uma perfeita união ocorre entre Prana e apana, Mans e Buddhi, ou Jivatma e Paramatman, sem oposição, isso é chamado de estado Ghata. Vou descrever os sinais.


67: “Ele pode agora praticar sozinho por cerca de um quarto do período prescrito para a prática anterior (ou seja, não precisa mais praticar 4 vezes ao dia). De dia e de noite, deixe-o praticar somente por um Yama (3 horas).


68-69(a): “Deixe-o praticar Kevala Kumbhaka uma vez por dia. Afastando completamente os órgãos dos objetos do sentido durante a cessação do alento, isso é chamado Pratyahara.


69(b): “Tudo o que ele vê com os seus olhos, deixe-o considerar como Atman.


70: “Tudo o que ele ouve com os seus ouvidos, deixe-o considerar como Atman. Tudo o que ele sente com o nariz, deixe-o considerar como Atman.


71: “Tudo o que ele sente com a sua língua, deixe-o considerar como Atman. Tudo o que o yogue toca com a sua pele, deixe-o considerar como Atman.


72: “O yogue deve, portanto, incansavelmente, gratificar seus órgãos dos sentidos por um período de um Yama, todos os dias, com grande esforço.


73-74: “Então, os vários poderes maravilhosos são alcançados pelo yogue, tais como clarividência, clariaudiência, habilidade para transportar-se a grandes distâncias em um momento, grande poder do discurso, habilidade para tomar qualquer forma, habilidade para tornar-se invisível, e a transmutação de ferro em ouro quando, no primeiro, for manchado com suas excreções.


75-76: “O yogue que pratica constantemente yoga, alcança o poder de levitar. Então, o yogue sábio deve pensar que esses poderes são grandes obstáculos para a realização do yoga e, por isso, nunca deve ter prazer neles. O rei dos yogues não deve exercer seus poderes diante de qualquer outra pessoa.


77: “Ele deve viver no mundo como um tolo, um idiota, ou um homem surdo, a fim de manter em oculto os seus poderes.


78-79: “Seus discípulos devem, sem dúvida, pedir-lhe para mostrar seus poderes para a gratificação de seus próprios desejos. Aquele que está ativamente engajado em seus deveres, esquece-se da prática (de yoga); assim ele deve praticar, dia e noite, yoga, sem esquecer as palavras do Guru. Assim, passa o estado Ghata para quem está constantemente engajado na prática do yoga.


80: “Para uma pessoa, nada é adquirido pelas companhias inúteis, pois assim ele não pratica yoga. Assim, deve-se com grande esforço praticar yoga.


81-83(a): “Então, pela constante prática é obtido o estado de Parichaya (o terceiro estado). Vayu (ou alento), através da prática árdua, perfura, junto com Agni, Kundalini através do pensamento e entra em Sushumna ininterruptamente. Quando alguém entra em Sushumna, junto com o Prana, ele alcança o mais elevado assento (da cabeça provavelmente), junto com Prana.


83(b): “Existem cinco elementos: Prithvi, Apas, Agni, Vayu e Akasa (terra, água, fogo, ar e éter).


84-87(a): “Para o corpo dos cinco elementos, existe o quíntuplo Dharana. Dos pés aos joelhos, diz-se que é a região de Prithvi (terra), é de forma quadrada, é amarela na cor, e tem o Varna (ou letra) ‘LA’. Carregando o alento com a letra ‘LA’, junto à região da terra (ou seja, dos pés aos joelhos), e contemplando sobre Brahma com quatro faces e de quatro bocas, e da cor dourada, deve-se realizar Dharana lá por um período de duas horas. Ele, então, alcança a maestria sobre a terra. A morte não o incomoda mais, já que ele obteve domínio sobre o elemento terra.


87(b)-90: “Diz-se que a região de Apas (água) se estende dos joelhos ao ânus. Apas é a forma da meia lua, da cor branca, tendo ‘VA’ por sua letra Bija (semente). Carregando o alento com a letra ‘VA’, junto à região de Apas, ele deve contemplar no Deus Narayana, tendo quatro braços e uma cabeça coroada, como sendo da cor do cristal puro, como vestido em vestes laranja, e como indecaído; e praticando Dharana lá, por um período de duas horas, ele se liberta de todos os pecados. Então, não há medo de água para ele, e ele não cumpre a sua morte na água.


91: “Do ânus ao coração está a região de Agni (fogo). Agni é da forma triangular, da cor vermelha, e tem a letra ‘RA’ por sua semente (Bija).


92-93(a): “Elevando o alento, feito resplandecente através da letra ‘RA’, junto à região do fogo, ele deve contemplar em Rudra, que tem três olhos, que concede todos os desejos, que é da cor do sol do meio dia, que está untado com todas as cinzas sagradas, e que é de um semblante prazeroso.


93(b)-94(a): “Praticando Dharana lá, por um período de duas horas, ele não é queimado pelo fogo, embora seu corpo entre no fosso do fogo.


94(b)-96: “Do coração ao meio das sobrancelhas está a região de Vayu (ar). Vayu é da forma hexagonal, da cor preta, e brilha com a letra ‘YA’. Carregando o alento junto à região de Vayu, ele deve contemplar em Ishvara, o Onisciente, como possuindo faces em todos os lados; e praticando Dharana lá, por um período de duas horas, ele entra em Vayu e, então, em Akasa.


97-98(a): “O yogue não encontra sua morte através do medo de Vayu (ar). Do centro das sobrancelhas ao topo da cabeça, está a região de Akasa (éter), é da forma circular, da cor da fumaça e brilha com a letra ‘HA’.


98(b)-101(a): “Elevando o alento junto à região de Akasa, ele deve contemplar em Sadashiva da seguinte maneira, como produzindo felicidade, como da forma de Bindu, como o grande Deva, como tendo a forma do Akasa, como brilhando como puro cristal, como usando a lua crescente em sua cabeça, como tendo cinco faces, dez mãos e três olhos, como sendo de um semblante prazeroso, como armado com armas, como adornado com todos os ornamentos, como tendo Uma (a deusa) na metade de seu corpo, como disposto a conceder favores, e como a Causa de todas as causas.


101(b): “Ao praticar Dharana na região de Akasa, ele obtém, certamente, o poder de levitação no Akasa (éter).


102: “Sempre que ele permanece (no Akasa), ele desfruta da suprema bem-aventurança. o proficiente em yoga deve praticar estes cinco Dharanas.


103: “Em seguida, seu corpo se torna forte, e ele não conhece a morte. Esse grande homem de espírito não morre mesmo durante o dilúvio (dissolução final) de Brahma.


104-105: “Então, ele deve praticar Dharana por um período de seis Ghatikas (2 horas e 24 minutos). Restringindo o alento em (na região) Akasa, e contemplando na divindade que concede seus desejos – isto é, como Saguna Dhyana, capaz de conceder (os Siddhis) Anima, etc. Aquele que está engajado em Nirguna Dhyana, alcança o estado de Samadhi.


106: “Dentro de doze dias, pelo menos, ele alcança o estado de Samadhi. Restringindo o seu alento, o sábio se torna uma pessoa emancipada.


107: “Samadhi é aquele estado no qual o Jivatman (eu inferior) e o Paramatman (Eu superior) são indiferenciados (ou de estado igual). Se ele desejar deixar o seu corpo de lado, ele pode fazê-lo.


108-109(a): Ele se tornará absorvido em Parabrahman e não requer Utkranti (ir para fora ou para cima). Mas se ele não desejar isso, e seu corpo é caro para ele, ele vive em todos os mundos possuindo os Siddhis de Anima, etc.


109(b)-110: “Às vezes ele se torna um Deva e vive honrado em Svarga; ou ele se torna um homem, ou um Yaksha, através de sua vontade. Ele pode também tomar a forma de um leão, tigre, elefante ou cavalo, através de sua vontade.


111: O yogue se torna o grande Senhor que pode viver tanto tempo quanto desejar. Há diferença somente no modo de procedimento, mas o resultado é o mesmo.


112-115(a): “Coloque o calcanhar esquerdo pressionando sob o ânus, estique a perna direita e mantenha-a firmemente com ambas as mãos. Coloque a cabeça no peito e inale o ar lentamente. Restrinja a respiração tanto tempo quanto puder e, então, exale o ar lentamente. Depois de praticar com o pé esquerdo, pratique com o direito. Coloque o pé que estava esticado antes sobre a coxa. Isso é Maha Bandha, e deve ser praticado de ambos os lados.


115(b)-117(a): “O yogue, sentando em Maha Bandha, e tendo inalado o ar com a mente atenta, deve interromper o curso de Vayu (no interior), por meio do Mudra da garganta (jalandhara bandha) com presteza. Isso é chamado Maha Vedha, e é frequentemente praticado pelos Siddhas.


117(b)-118(a): “Com a língua pressionada no interior da cavidade da cabeça (ou garganta) e com os olhos atentos no ponto entre as sobrancelhas, isso é chamado Khechari mudra.


118(b)-aa9(a): “Contraindo os músculos do pescoço, e colocando a cabeça com uma firme vontade no peito, isso é chamado Jalandhara (Bandha); e é um leão para o elefante da morte.


119(b)-120(a): “Aquele Bandha, pelo qual o Prana voa através de Sushumna, é chamado de Uddiyana Bandha pelos yogues.


120 (b)-121(a): “Pressionando o calcanhar firmemente contra o ânus, contraindo o ânus e puxando Apana, isso é chamado de Yoni Bandha.


121(b)-122(a): “Através do Mula Bandha, Prana e Apana, vem como Nada e Bindu, são unidos e conferem sucesso no yoga; não há dúvida disso.


122(b)-124(a): “Praticando-se de uma forma inversa (ou, em ambos os lados), que destrói todas as doenças, o fogo gástrico é incrementado. Portanto, um praticante deve ingerir uma grande quantidade de provisões, pois, se ele tem uma pequena quantidade de alimento, o fogo (no interior) irá consumir o seu corpo e um instante.


124(b)-125: “No primeiro dia ele deve manter-se em sua cabeça com os pés levantados por algum tempo. Ele deve aumentar este período gradualmente a cada dia. Rugas e cabelos brancos desaparecerão dentro de três meses.


126: “Quem praticar somente por um período de um Yama (vinte e quatro minutos) todos os dias, conquista o tempo. Aquele que pratica Vajroli torna-se um yogue e o repositório de todos os Siddhis.


127-128: “Se os Siddhis do yoga estão sempre a ser alcançados, ele somente os têm ao seu alcance. Ele conhece o passado e o futuro e, certamente, move-se no ar. Quem bebe o néctar assim, torna-se imortal dia a dia. Ele deve, diariamente, praticar Vajroli. Então, ele é chamado Amaroli.


129-131(a): “Então, ele obtém o Raja Yoga e, certamente, não encontra com obstáculos. Quando um yogue preenche a sua ação pelo Raja yoga, então ele certamente obtém a discriminação e a indiferença pelos objetos. Vishnu, o grande yogue, o grande único da grande austeridade, e o mais excelente Purusha, é visto como uma lâmpada no caminho da verdade.


131(b)-134(a): “Aquele peito do qual se amamentou anteriormente (em seu nascimento anterior) ele agora prensa (em amor) e obtém prazer. Ele desfruta do mesmo órgão genital do qual ele nasceu anteriormente. Ele que foi uma vez sua mão, agora será sua esposa, e ela que agora é esposa (ou será) verdadeiramente mãe. ele que agora é pai será novamente filho, e ele que é agora filho, será novamente pai. Assim são os egos desse mundo, vagando no ventre do nascimento e da morte, como um balde na roda de uma fonte, e desfrutando os mundos.


134(b)-136(a): “Há três mundos, três Vedas, três Sandhyas (manha, tarde e noite), três Svaras (sons), três Agnis e Gunas, e todos esses estão colocados em três letras (AUM). Quem compreende o que é indestrutível, e é o meio dos três (AUM) – por ele são todos esses mundos com chaves. Essa é a Verdade, a sede suprema.


136(b)-138(a): “Assim como o odor na flor, como o ghee no leite, como o óleo na semente de gergelim e como o ouro no quartzo, assim está o lótus situado no coração. Sua face está voltada para baixo e para cima está sua haste. Seu Bindu está voltado para baixo e, em seu centro, está situado Manas.


138(b)-139(a): “Pela letra ‘A’, o lótus se torna expandido; pela letra ‘U’, ele se torna partido (ou aberto). Pela letra ‘M’, ele obtém Nada; e o Ardha Matra (metade da métrica) é o silêncio.


139(b)-140(a): “A pessoa engajada no yoga obtém a sede suprema, que é como o puro cristal, que é sem partes, e que destrói todos os pecados.


140(b)-141: “Como a tartaruga esconde suas patas e cabeça dentro de si mesma, assim, puxando o ar e expelindo-o através das nove portas do corpo, ele respira para cima e para frente.


142: “Como uma lâmpada em um em um frasco hermético, o qual está imóvel assim que se percebe movimento através do processo do yoga no coração, e que é livre de turbulências, depois de ter sido puxado pelas nove portas, diz-se que é Atman sozinho.”




Invocação


Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!






Aqui termina o Yogatattva Upanishad pertencente ao Krishna-Yajur-Veda.







60 - Yoga Sikha Upanishad (Kṛṣṇa Yajur Veda)



60
Yoga Sikha Upanishad



Traduzido por:
P. R. Ramachander
Publicado por:
celextel.org
Traduzido para o Português por
Uma Yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva
Karen de Witt
***
Brasil – RJ
Junho/2010
___________________________
Fonte de Consulta
Vedanta Spiritual Library




Invocação

Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!




PRIMEIRO CAPÍTULO


1: “Todos os seres viventes estão rodeados pela rede de ilusão, Oh Deus, Parameshvara, Oh Deus dos Deuses, como eles alcançarão a salvação? Seja gentil o suficiente para dizer.” O Senhor Brahma perguntou ao Senhor Parameshvara, e ele respondeu da seguinte forma.


2: “Algumas pessoas dizem que a única saída é Jnana (conhecimento). Para alcançar os poderes ocultos, que sozinho não serão suficientes. Como pode Jnana sem yoga levar à salvação? Também é verdade que yoga sozinho sem Jnana não leva à salvação. Assim, quem objetiva a salvação, deve aprender Jnana e Yoga conjuntamente.


3: “Como uma corda enlaça um pássaro, as mentes de todos os seres vivos estão laçados. Consultas e pesquisas não afetam os enlaces dessas mentes. Assim, a única maneira de vencer essa mente é através da vitória sobre o Prana. Não há outra opção para se obter a vitória sobre o Prana senão pelo Yoga, e não existe método exceto os indicados pelos Siddhas.


4: “Então, eu estou ensinando a você esse Yoga Shika (o cabeça de todos os yogas). É maior do que todos os Jnanas. Depois de se estabelecer, quer em Padmasana (postura de lótus), quer em qualquer outro asana e, depois de concentrar sua visão na ponta do nariz e, depois de controlar ambos, mãos e pernas, deve-se meditar na letra ‘OM’ com uma mente concentrada. Se continuamente a pessoa meditar em Parameshvara, ele se tornará uma pessoa experiente em yoga, e o Parameshvara surgirá diante dele.


5: Se nós nos sentarmos em um asana e, continuamente praticarmos, o bindu deixará de fluir para baixo. Sem Puraka e Rechaka, o Prana permaneceria em Kumbhaka por um longo tempo. Você deverá ouvir diferentes tipos de sons (no estado de Kevala do Kumbhaka). O néctar começara a fluir do local da lua (bindu). Fome e sede cessam. A mente fica concentrada no fluxo contínuo da bem-aventurança. Os quatro passos disso são Mantra yoga, Laya yoga, Hatha yoga e Raja yoga. O grande Maha yoga, o qual é único, tem sido dividido em quatro, e chamado como acima. O prana vai para fora com o som ‘HAM’ e para dentro com a palavra ‘SA’, e todos os seres naturalmente cantam o mantra ‘HAMSA, HAMSA’ (enquanto exalam e inalam). Isso é cantado em Sushumna depois de ter sido ensinado pelo guru de uma forma invertida (Hamsa invertido é soham). Esse cântico do mantra “Soham, Soham – Eu sou Ele” é chamado de Mantra yoga. O sol é a letra ‘HA’ e a lua é a letra ‘THA’. A união do sol e da lua é o Hatha yoga. Devido ao Hatha yoga, a idiotice que é a causa de todos os doshas (draw backs) é engolida. Quando a imersão de Jivatma e Paramatma ocorre, a mente derrete e desaparece. E somente o ar do Prana permanece. Isso é chamado Laya yoga. Porque de Laya yoga é que o celestial Swathmananda Sowkhya (o bem estar da alegria da própria alma de um) é alcançada. No grande templo no meio da yoni (o órgão feminino) o princípio da Devi, o qual é vermelha como a flor Hibiscus, vive como Rajas em todos os seres. A fusão desses Rajas com o princípio masculino é chamado Raja Yoga. Como resultado do Raja yoga, o yogue obtém todos os poderes ocultos como Anima. Você tem que compreender que todos esses quatro tipos de yogas não são senão a fusão de Prana, Apana e Samana.


6: Para todos aqueles que têm um corpo, seus corpos são o templo de Shiva. Eu posso dar-lhes poderes ocultos. A parte triangular entre o ânus e o pênis é chamada de mooladhara. Esse é o local onde Shiva vive como uma força doadora de vida. Lá, a Parashakti chamada Kundalini vive. De lá o vento (Vayu) é produzido. O fogo também é produzido lá. De lá sozinho o som ‘Hamsa’ e a mente são também produzidos. Este local o qual concede tudo o que é pedido, é por isso chamado Kamakhya peetam (a sede da paixão). Na borda do ânus está o Swadhisthana Chakra com suas dez pétalas. No local junto ao coração o Anahata Chakra, com suas doze pétalas, existe. E, oh Senhor Brahma, isso é chamado de Poorna Giri Peeta. Na depressão da garganta, Vishuddhi Chakra, com suas dezesseis pétalas, existe. Oh, Senhor dos Senhores, aquele é o Jalandara Chakra. Entre as pálpebras está o Ajna Chakra, com duas pétalas. Sobre este está o Maha Peeta, chamado Udayana.


SEGUNDO CAPÍTULO


1: Esse mundo funciona por causa do obscuro poder da fundação, o qual está descrito como Maha Maya, Maha Lakshmi, Maha Devi e Maha Saraswati. Aquela potência brilha em uma micro forma como um Bindu (gota) no Peeta (sede). Aquele Bindu rompe o Peeta e surge de lá na forma do Nada (som). Aquele Nada Brahma assume três formas, ou seja, Macro, Micro e externa. A forma macro é a grande forma, o qual é permeada pelos cinco Brahmans. A micro forma, o qual se eleva de Nada com seus três Bijas (raízes) é a forma de Hiranya Garbha. Para é a verdade eterna de Satchitananda. Pela contínua canção de Atma mantra, o resplendor ocorrerá em Para Thathwa (a filosofia do externo). Para o yogue que tem dominado sua mente, isso surge na micro forma, semelhante a uma chama de lâmpada, da forma da lua crescente, como um fogo flutuante, como uma faixa ou relâmpago, e como o brilho das estrelas. Não existe outro mantra maior do que o Nada (som), nem Deuses maiores do que Atma, nem adoração maior do que a meditação e nem prazer maior do que a satisfação. Meus devotos que compreendem isso permanecerão estáveis em suas felicidades. Para esse grande homem, que tem grande devoção a Deus, bem como uma grande devoção semelhante ao seu professor, tudo isso seria entendido automaticamente.


TERCEIRO CAPÍTULO


1: Aquele grande Nada (som) sempre vivente é chamado Shabda Brahman. Ele é a força que reside em Mooladhara. Para é a fundação de seu próprio eu, e é da forma de Bindu. Aquele Nada, fluindo de Parashakti (semelhante ao gérmen que sai da semente), é chamado Pashyanti (vemos). Os yogues que estão aptos para ver usando a Pashyanti Shakti, compreendem que ela é o mundo inteiro. Aquele poder produz som como uma chuva que parte do coração. Oh, Senhor dos Senhores, ela lá é chamada de Madhyama. Ela é chamada de Vaikhari quando ela se funde no som formado com o Pranava, e existe na garganta e na mandíbula. Ela produz todos os alfabetos de Aa à Ksha. Do alfabeto surgem as palavras, e das palavras surgem as frases e, delas, todos os Vedas e Mantras. Essa Deusa Saraswati repousa na cavidade da inteligência em todos os seres. Na meditação, quando a energia se dissolver, você pode alcançar esse Para Thathwa.


QUARTO CAPÍTULO




1: Porque o poder divino é único, não há diferenças lá. Você tem que compreender que o processo do pensamento dos seres existentes é visto como uma cobra em uma corda. Quando você não conhece, ela é uma corda e, então, por um pouco de tempo, a corda se parece com uma cobra. A inteligência ordinária é semelhante a isso. Nós vemos tudo como o mundo que vemos. Não existe razão, ou base, para esse mundo ser diferente desse Brahman. Assim, o Mundo é somente Brahman, e não algo diferente. Se você compreende o Para Thathwa como isso, onde está a causa da diferenciação?


2: No Taittiriya Upanishad, o medo tem sido descrito como pertencente à pessoa tola, que busca diferença entre Jivatma (alma) e Paramatma (Deus). Embora esse mundo tenha sido descrito como algo para ser experimentado, no momento seguinte ele desaparece como um sonho. Não existe estado de vigília em um sonho. Não existe sonho no estado de vigília. Ambos deles (desses estados) não estão em Laya. Laya não está neles. Todos esses três (os três estados) são ilusões criadas por três caracteres. O único que vê isso estará acima das características e será para sempre.


3: Chaitanya (atividade) começa na forma do mundo. Tudo isso é Brahman. É inútil diferenciá-Lo como Atma e Anatma quando se lida com pessoas sábias. O tolo pensa que o corpo está ligado à alma. A crença de que o pote está misturado como o a lama e a água está misturada com a miragem e, semelhantemente, a crença de que o corpo está misturado com a alma é devido à ignorância.




QUINTO CAPÍTULO


1: O yogue que domino o yoga e que completou o controle sobre os seus sentidos, deverá alcançar tudo o que ele imagina. O professor (guru) é o Brahma, Ele é Vishnu, e ele é o Senhor dos Senhores, Sadashiva, e não há ninguém maior do que o professor nestes três mundos. Ele deve adorar com devoção aquele Parameshvara, que é a grande Alma que nos ensinou o divino conhecimento. Aquele que o adora dessa forma, obterá o resultado de Jnana plenamente. Não mantenha o seu objetivo por causa da mente oscilando nos poderes ocultos. Aquele que conhece bem esse princípio, é aquele que alcançou a salvação. Não há dúvida sobre isso.


SEXTO CAPÍTULO




1: Aquela grande luz no qual o Bhuh Loka, Bhuvar Loka e Suvar Loka (Mundos), e o Sol, Lua e Deuses do Fogo, é, senão uma pequena parta na letra ‘OM’. Quando a mente vacila, resulta na vida mundana e quando ela está firme, resulta na salvação. Assim, o Senhor Brahma, usando de grande inteligência nos ensina a manter a mente sem vacilar. Pelo desejo de possuir riquezas, a mente é a razão. Quando isso é destruído, o mundo seria destruído. Deve-se, com muito esforço iniciar o tratamento para isso. Quando um homem cuida de sua mente usando sua mente, e percebe que ela parou de se movimentar, ele deve ver o Parabrahman, o qual é muito difícil de ver. O yogue está apto para obter a salvação ao ver sua mente com sua mente. Temos de ver a mente com a mente e ansiar por aquele estado louco. Temos de ver a mente com a mente e manter-se estável no yoga.


2: Em qualquer lugar onde o vento sopre, a mente também oscila. A mente é chamada de lua, sol, vento, visão e fogo. Bindu (ponto), Nada (som) e Kala (crescente) são os Deuses Vishnu, Brahma e Ishvara. Pela prática constante de Nada, as más influências se desvanecerão. Aquele que é o Nada se torna Bindu e, então, ele se torna a mente. Tem-se claramente a intenção da unificação de Nada, Bindu e Chitta. A mente, em si, é o Bindu, e essa é a razão para o estado de criação do mundo. Semelhante ao leite produzido pela vaca, Bindu é produzido pela mente.


3: Aquele que percebe bem as seis rodas (Agna Chakras) entra no mundo do prazer. Tem que entrar pelo controle dos ares no corpo. Tem que enviar o ar (Vayu) para cima. Tem que praticar Vayu, Bindu Chakra e Chitta. Uma vez que o yogue percebe o Samadhi por um deles, ele sente que tudo é como néctar. Semelhantemente ao fato de que o fogo dentro da madeira não pode ser trazido para fora sem agitá-lo por outra madeira, sem a prática, a lâmpada da sabedoria não pode ser acesa. Adotando o professor como aquele que pilota o navio, e pela adoção de seus ensinamentos como o navio estável, com o poder da prática constante, cruza-se o oceano do nascimento. Assim diz esse Upanishad.


Invocação


Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!


Aqui termina o Yoga-Sikhopanishad pertencente ao Krishna-Yajur-Veda.







59 - Yoga-Kundalini Upanishad (Kṛṣṇa Yajur Veda)



59
Yoga-Kundalini Upanishad




Traduzido por:
K. Narayanasvami Aiyar
Publicado por:
*
Traduzido para o Português por
Uma Yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva
Karen de Witt
***
Brasil – RJ
Junho/2010
___________________________
Fonte de Consulta
Vedanta Spiritual Library


Invocação

Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!



CAPÍTULO 1


1. Chitta (mente) tem duas causas, Vasanas e Vayu (prana). Se um deles for controlado, então ambos serão controlados.

2. Destes dois, uma pessoa deveria controlar sempre Vayu (prana) através da alimentação moderada, posturas e, em terceiro lugar, através de Shakti-Chala.

3 – 4: Vou explicar a natureza destes. Ouça, Oh Gautama. Deve-se tomar um alimento doce e nutritivo, deixando um quarto (de seu estômago) vazio, a fim de agradar Shiva (o patrono dos Yogues). Isto é chamada alimentação moderada. A postura aqui exigida é Padma e Vajra.

5: A colocação dos dois calcanhares sobre as coxas opostas (respectivamente) é o Padma (postura) o qual é o destruidor de todos os pecados.

6. Colocar um calcanhar abaixo do Mulakanda (muladhara) e o outro sobre ele e sentando com o pescoço, corpo e cabeça eretos é a postura Vajra.

7: A Shakti (acima mencionada) é apenas Kundalini. Um homem sábio deve conduzí-La acima de seu lugar (ou seja, o umbigo, para cima) até o meio das sobrancelhas. Isto é chamado de Shakti-Chala.

8: Na prática disto, duas coisas são necessárias, Saraswati-Chalana e a coibição do prana (respiração). Então, através da prática, Kundalini (que é uma espiral) torna-se esticada.

9 – 10(a): Destes dois, vou explicar-te primeiro o Saraswati-Chalana. É dito pelos sábios da antiguidade que Saraswati não é outra que não Arundhati. É somente estimulando-A que Kundalini é desperta.

10(b) – 11 (a): Quando a respiração prana está passando através (de) Ida (narina esquerda), ele deve assumir firmemente a postura Padma (padmásana) e deve aumentar (para dentro) 4 dígitos do Akasa de 12 dígitos . (Inalar numa contagem de 16)

11(b) – 13(a): Então o homem sábio deve prender o (Saraswati) Nadi pelos meios deste alongado (ar) e fixar firmemente junto (ambas suas costelas perto do umbigo) por meio dos dedos indicadores e polegares de ambas as mãos, (uma mão em cada lado), deve agitar para cima Kundalini com toda sua força da direita para a esquerda, muitas e muitas vezes; por um período de dois Muhurtas (48 minutos), ela deve ser agitada para cima destemidamente.

13(b) – 14: Então ele deve puxar para cima um pouco quando Kundalini entrar em Sushumna.Kundalini Por este meio, entra na boca de Sushumna, Prana (também) tendo deixado (aquele local) entra por si só em Sushumna (juntamente com Kundalini).

15: Pela compressão do pescoço (jalandhara bandha), deve-se também expandir o umbigo. Então, pela agitação de Saraswati, o Prana sobe para o tórax.

16 – 17: Através da contração do pescoço (jalandhara bandha), o Prana vai para cima do peito. Saraswati que tem som em seu útero deve ser agitada (ou lançada em vibração) cada dia. Portanto pela mera agitação Dela, são curadas as doenças.

18: Gulma (um doente irritadiço), Jalodara (hidropsia), Pliha (um doente irritadiço) e todas as outras doenças decorrentes do estômago, são indubitavelmente destruídas pela agitação desta Shakti.

19: Vou descrever agora brevemente para você o Pranayama. Prana é o Vayu que se move no corpo e sua restrição é conhecida como Kumbhaka.

20: Este (Kumbhaka) é de dois tipos, Sahita e Kevala. Deve-se praticar Sahita até que se obtenha Kevala.

21: Há quatro formas de Bhedas (literalmente penetrações ou divisões), ou seja, Surya, Ujjayi, Sitali e Bhastri. O Kumbhaka associado com estes quatro é chamado Sahita Kumbhaka.

22 – 23: Sentar-se na postura Padma (padmásana) sobre um puro e agradável assento o qual deixe à vontade e não é nem muito alto e nem muito baixo, e em um local que seja puro, agradável e livre de pedras, etc., e que no comprimento de um arco está livre de frio, fogo e água, deve-se sacudir (ou lançar em vibração) Saraswati;

24: Lentamente inalando o ar de fora, tanto quanto deseje, através da narina direita, ele deve exalar o ar através da narina esquerda.

25: Ele deve exalar o ar depois de purificar seu crânio (forçando o ar para cima). Isto destrói os quatro tipos de males causados por Vayu, bem como pelas verminoses intestinais.

26(a): Isto deve ser feito freqüentemente e é isto que é chamado de SuryaBheda.

26(b) – 27: Fechando a boca e puxando-se lentamente o ar como antes com o nariz através de ambos os Nadis (ou narinas) e retendo no espaço entre o coração e o pescoço, deve-se exalar através da narina esquerda.

28: Isto destrói o calor causado na cabeça bem como o catarro na garganta. Ele remove todas as doenças, purifica seu corpo e aumenta o fogo interior (gástrico).

29: Isto remove também os males decorrentes dos Nadis, Jalodara (barriga d água ou hidropisia) e Dhatus. Este Kumbhaka é chamado de Ujjayi e pode ser praticado (mesmo) quando de pé ou sentado.

30: Puxando para cima o ar, como anteriormente, através da língua com (o silvo do som de) ´Sa´ e retendo como anteriormente, o homem sábio deve lentamente exalar através (ambas) das narinas.

31: Isto é chamado Sitali Kumbhaka e destrói as doenças, tal como Gulma Pitha, consumo, biliares, febre, sede e veneno.

32: Sentado na postura Padma (padmásana) com a barriga e o pescoço eretos, o homem sábio deve fechar a boca e exalar com cuidado através das narinas.

33: Em seguida, ele deve inalar um pouco, com rapidez, até o coração, de modo que o coração possa preencher o espaço com ruído entre o pescoço e o crânio. (fazer um ruído quando respira)

34 -35: Em seguida, ele deve exalar do mesmo modo e inalar muitas e muitas vezes. Assim como o fole de um ferreiro é movido (ou seja, estufando com ar dentro e em seguida o ar é expulso para fora), assim ele deve mover o ar dentro de seu corpo. Se o corpo fica cansado, então ele deve inalar através da narina direita.

36 – 37(a). Se sua barriga está cheia de Vayu, então ele deve pressionar bem suas narinas com todos os seus dedos, exceto o indicador, e realizando Kumbhaka como antes, deve exalar pela narina esquerda.

37(b) – 38: Isso libera uma das doenças de fogo na (ou inflamação de) garganta, aumenta o fogo gástrico no interior, capacita conhecer a Kundalini, produz purificação, remoção pecados, da felicidade e prazer e destrói o muco que é o ferrolho (ou obstáculo) à porta da boca de Brahma-Nadi (ou seja, Sushumna).

39: Ele penetra também os três Granthis (ou nós) diferenciados através das três Gunas. Este Kumbhaka é conhecido como Bhastri e deve especialmente ser executado.

40: Através destes quatro caminhos quando Kumbhaka está perto (ou está prestes a ser realizado), o inocente Yogue deve praticar os três Bandhas.

41: O primeiro é chamado Mulabandha. O segundo é chamado Uddiyana e o terceiro é Jalandhara. A natureza deles será, então, descrita.

42: Apana (alento, ar) que tem uma propensão para baixo, é forçado para cima por uma contração abaixo. Este processo é chamado de Mulabandha.

43: Quando Apana é elevado e atinge a esfera de Agni (fogo), então a chama de Agni cresce muito e é levado por Vayu.

44 – 45(a): Em seguida, Agni e Apana vão (ou misturam-se com) Prana em um estado aquecido. Através disto, Agni que é muito ardente, surge no corpo a chama (ou fogo) que desperta o sono de Kundalini através do seu calor.

45(b) – 46: Em seguida, Kundalini faz um assobio sibilante, torna-se reta como uma serpente batida com uma vara e entra no buraco de Brâmaneadi (Sushumna). Portanto, os yogues devem praticar diária e frequentemente o Mulabandha.

47 – 48(a): Uddiyana deve ser executado no final de Kumbhaka e no início da expiração (rechaka). Porque Uddiyate Prana (ou seja, vai para cima) o Sushumna neste Bandha, por isso é chamado Uddiyana pelos Yogues.

48(b) – 49(a): Sentado na postura Vajra e conservando firmemente os dois dedos das duas mãos, deve-se pressionar o Kanda e no lugar perto dos dois tornozelos.

49(b) – 50: Então ele deve gradualmente manter o Tana (filamento ou Nadi) que está no lado do ocidente primeiro a Udara (a parte superior do abdômen acima do umbigo), então para o coração e em seguida para o pescoço. Quando o Prana atinge o Sandhi (junção) do umbigo, ele remove as impurezas (ou doenças) no navio. Portanto isto deve ser frequentemente praticado.

51: O Bandha chamado Jalandhara deve ser executado no final de Kumbhaka. Este Jalandhara é a forma da contração do pescoço e é um impedimento para a passagem de Vayu (para cima).

52: Quando o pescoço é contraído de uma vez, dobrando para baixo (de modo que o queixo toque o peito), o Prana atravessa Brâmaneadi no ocidental Tana no meio.

53: Assumindo o assento como anteriormente mencionado, ele deve agitar Saraswati e controlar o Prana.

54: No primeiro dia Kumbhaka deve ser feito por 4 vezes; no segundo dia ele deve ser feito dez vezes e em seguida cinco vezes separadamente;

55: No terceiro dia, vinte vezes deverá ser feito e depois Kumbhaka deve ser executado com os três Bandhas e com um aumento de cinco vezes a cada dia.

56 – 57: As doenças são geradas num corpo através das seguintes causas, ou seja, dormir durante o dia, vigílias até tarde da noite, excesso de relações sexuais, movendo-se em aglomerações, o controle da descarga da urina e das fezes, o mal de alimentos insalubres e atividade mental penoso com Prana

58: Se um Yogue está com medo de tais doenças (quando atacado por elas), ele diz, “minhas doenças surgiram em decorrência de minha prática de Yoga”. Então ele interrompe estas práticas. Isto é dito ser o primeiro obstáculo ao Yoga.

59: O segundo (obstáculo) é a dúvida; o terceiro é o descuido; o quarto, a preguiça; o quinto, o sono;

60: O sexto, o que não deixa os objetos (dos sentidos); o sétimo, percepção errada; o oitavo, os objetos sensuais, o nono, a falta de fé;

61: E o décimo, a incapacidade de atingir a verdade do Yoga. Um homem sábio deve abandonar estes dez obstáculos após a grande liberação.

62: A prática de Pranayama deve ser executada diariamente com a mente firmemente fixada na Verdade. Então Chitta (mente) é absorvida em Sushumna e o Prana (por isso) nunca se move.

63: Quando as impurezas (de Chitta) são assim removidas e o Prana é absorvido em Sushumna, ele torna-se um (verdadeiro) Yogue.

64: Apana, que tem uma tendência para baixo, deve ser levantado com esforço pela contração (do esfíncter anal) e isso é dito como Mulabandha.

65: Apana, assim elevado, mistura-se com Agni e em seguida eles sobem rapidamente para a base do Prana. Em seguida, Prana e Apana unificados um com o outro vão para Kundalini, o qual está enrolada e adormecida.

66 – 67: Kundalini ao ser aquecida por Agni e agitada por Vayu, estende seu corpo na boca de Sushumna, perfura o Brahmagranthi formado de rajas e flameja de uma só vez como um relâmpago na boca de Sushumna.

68 – 69(a): Em seguida, ela sobe de uma só vez através de Vishnugranthi para o coração. Em seguida, ela sobe através de Rudragranthi e além dele para o meio das sobrancelhas; tendo perfurado este local, ela sobe até a Mandala (esfera) da lua.

69(b) – 70(a): Isto seca a mistura produzida pela lua no Anahata-Chakra, tendo dezesseis pétalas.

70(b) – 71: Quando o sangue é agitado através da velocidade do Prana, ele torna-se colérico pelo seu contato com o sol, depois que ele vai para a esfera da lua, onde ele se torna da natureza do catarro puro, ele (sangue) que é muito frio, torna-se quente quando flui para lá?

72: (Como) ao mesmo tempo a forma intensa branca da lua é rapidamente aquecida. Em seguida, estando agitada, ela sobe.

73: Através disto, Chitta que estava se movendo entre os objetos sensuais externos, é contida lá. O novato aprecia este elevado estado de paz e torna-se devotado a Atman.

74: Kundalini assume as oito formas de Prakriti (matéria) e alcança Shiva por cercá-Lo e dissolver-Se em Shiva.

75: Assim Rajas-Sukla (fluído seminal) que sobe para Shiva, juntamente com Marut (Vayu); Prana e Apana que sempre são produzidos tornam-se iguais.

76: Pranas flui em todas as coisas, grandes e pequenas, descritíveis ou indescritíveis, como fogo no ouro.

77: Então este corpo que é Adhibhautika (composto de elementos) torna-se Adhidaivata (relativos a uma divindade tutelar) e é assim purificado. Em seguida, ele alcança o estagio de Ativahika.

78: Em seguida, o corpo que sendo liberto do estado de inércia, torna-se imaculado e da natureza de Chit. Nele, o Ativahika torna-se o dirigente de tudo, sendo da Aquela natureza.

79. Como a concepção da serpente em uma corda, então a idéia da liberação da vida e de Samsara é a ilusão do tempo.

80: O que quer que pareça é irreal. Tudo que é absorvido é irreal. Como a concepção ilusória da prata na madre-pérola, assim é a idéia de um homem e de uma mulher.

81: O microcosmos e o macrocosmos são um e o mesmo; antão também o Linga e Sutratman, Svabhava (substância) e forma e a própria luz resplandecente e Chidatma.

82: A Shakti chamada Kundalini, que é como um cordão no lótus e é resplandecente, está mordendo com a extremidade superior de sua cabeça (chamada boca) na raiz do lótus de Mulakanda.

83 – 84: Segurando sua cauda com sua boca, ela está em contato com o buraco de Brahmarandhra (de Sushumna). Se uma pessoa sentada na postura Padma e tendo se acostumado à contração de seu ânus faz seu Vayu subir com a mente absorvida em Kumbhaka, então Agni vem para o ardente Swadhisthana, devido à explosão de Vayu.

85: Da explosão de Vayu e Agni, o governante (Kundalini), perfura abrindo o Brahmagranthi e em seguida o Vishnugranthi.

86: Em seguida, Ela perfura Rudragranthi, depois deste, (todos) os seis lótus (ou plexos). Então Shakti está feliz com Shiva no Sahasrara Kamala (lótus sede de 1000 ou glândula pineal). Isto deve ser conhecido como o maior Avastha (estado) e só ele é o doador da beatitude final.


FINAL DO PRIMEIRO CAPÍTULO



CAPÍTULO II


1: Em seguida vou descrever a ciência chamada Khechari que é tal que aquele que a conhece é libertado da velhice e da morte neste mundo.


2: Aquele que está sujeito às dores da morte, doença e velhice deve, Oh sábio, no conhecimento desta ciência, fazer sua mente firme e praticar Khechari.


3 – 4: Deve-se considerar esta pessoa como seu guru na terra que conhece Khechari, o destruidor da velhice e da morte, tanto por conhecer o significado dos livros e da prática, e ele deve executar isto com todo seu coração. A ciência de Khechari não é fácil de se atingir, bem como esta prática.


5: Esta prática e Melana não são executadas simultaneamente. Aqueles que estão inclinados a praticarem sozinhos não obtêm Melana.


6: Somente alguns começam a praticar, Oh Brâmane, depois de diversos nascimentos, mas Melana não é obtido nem depois de uns cem nascimentos.


7: Tendo submetido a prática depois de diversos nascimentos, apenas (solitários) Yogues obtêm o Melana em alguns nascimentos futuros como o resultado de suas práticas.


8: Quando um Yogue obtém este Melana da boca de seu Guru, então ele obtém os Siddhis mencionados nos diversos livros.


9: Quando um homem obtém este Melana através de livros e o significado, então ele atinge o estado de Shiva liberto de todos os renascimentos.


10: Mesmo os Gurus podem não ser capazes de conhecer isto sem os livros. Por isso esta ciência é muito difícil de dominar.


11: Um asceta deve andar pela a terra enquanto ele enquanto ele não tem esta ciência e quando esta ciência for obtida, então ele obtém o Siddhi em sua mão (ou, seja, domínio dos poderes psíquicos).


12: Por tanto, deve-se considerar como um Achyuta (Vishnu) a pessoa que transmite o Melana, bem como aquele que transmite a ciência.


13: Ele deve considerar como Shiva quem ensina a prática. Tendo recebido esta ciência de Mim, você não deve revelá-la aos outros.


14 – 15: Por isso, quem conhece isto deve proteger com toda sua força (ou seja, nunca deve dá-la exceto a pessoas que a merecem). Oh Brahma, deve-se ir ao lugar onde vive o Guru, que é capaz de ensinar o divino Yoga e lá aprender dele a ciência do Khechari e sendo então bem ensinado por ele, deve primeiramente praticá-lo com todo cuidado.


16 – 17: Por meio desta ciência, uma pessoa atingirá o Siddhi de Khechari. Juntando com Khechari Shakti (ou seja, Kundalini Shakti), por meio da (ciência) de Khechari que contém o Bija (semente da letra) de Khechari, alguém se torna o senhor dos Khecharas (Devas) e vive sempre entre eles. Khechari Bija (semente-letra) é dito como Agni rodeado com água e como a morada dos Khecharas (Devas).


18: Através deste Yoga, Siddhi é dominado. A nona (bija) letra de Somamsa (Soma ou parte da lua) também deve ser pronunciada na ordem inversa.


19: Em seguida, a letra composta dos três Amsas da forma da lua tem de ser descritas; e depois disto, a oitava letra deve ser pronunciada na ordem inversa.


20: Então, considere-a como a suprema e seu início como o quinto e este é dito para o Kuta (chifre) dos diversos Bhinnas (ou partes) da lua.


21 – 22(a): Esta, que tende para a realização de todos os Yogas, deve ser aprendida através da iniciação de um Guru. Quem recita isto doze vezes todos os dias, não ficará no sono de Maya (ilusão) que nasce em seu corpo e que é a fonte de todos as ações viciosas.


22(b) – 23: Quem recita estes cinco cem mil vezes com muito e grande cuidado - para ele a ciência de Khechari irá se revelar. Todos os obstáculos desaparecem e os Devas estão satisfeitos.


24: A destruição de Valipalita (ou seja, rugas e grisalhamento dos cabelos) terá lugar, sem dúvida. Tendo adquirido esta grande ciência, deve-se praticá-la depois.


25 – 26: Se não, Oh Brâmane, ele vai sofrer sem obter qualquer Siddhi no caminho de Khechari. Se não se conseguir este néctar como ciência nesta pratica, ele deve começar no início do Melana e recitá-lo sempre; (mas) aquele que está sem ele nunca adquire Siddhi.


27: Logo que ele obtiver esta ciência, ele deve praticá-la; e logo o sábio irá adquirir o Siddhi.


28: Tendo retirado a língua da raiz do palato, um conhecedor de Atman deve limpar as impurezas (da língua) por sete dias de acordo com os conselhos de seu Guru.


29: Ele deve ter uma faca afiada que o qual está oleada e limpa e que se assemelha a folha da planta Snuhi (Euphorbia Antiquorum), e deve cortar pelo espaço de um fio de cabelo (O Frênulo da Língua)


30: Tendo Saindhava em pó (pedra de sal) e Pathya (sal do mar), ele deve aplicá-los neste local. No sétimo dia, ele deve novamente cortar pelo espaço de um fio de cabelo.


31: Assim pelo espaço de seis meses, ele deve continuar gradualmente sempre com grande cuidado. No sexto mês, Siro-Bandha (Bandha na cabeça), que está na raiz da língua é destruído.


32: Então o Yogue que conhece a ação oportuna deve cercar-se com Siro-Vastra (o pano da cabeça), o Vak-Ishvari (a divindade que preside sobre a fala) e deve puxar (ela) para cima.


33: Mai uma vez puxando-a diariamente para cima por seis meses, ela vem, Oh sábio, até o meio das sobrancelhas e obliquamente até a abertura das orelhas;


34: Tendo gradualmente praticado, ela vai até a raiz do queixo. Em seguida, em três anos, ela sobre facilmente para a raiz do cabelo (da cabeça).


35 – 36: Ela sobe obliquamente para Sakha e para baixo para o poço da garganta. Nos outros três anos, ela ocupa Brahmarandhra e lá ela para sem dúvida. Transversalmente ela sobe para o topo da cabeça e para baixo para o poço da garganta.


37: Gradualmente ela abre a grande porta adamantina na cabeça. A rara ciência (de Khechari) Bija foi explicado anteriormente.


38: Deve-se executar os seis Angas (partes) deste Mantra pelo pronunciamento dele em seis diferentes entoações. Deve-se fazer isto para atingir no fim todos os Siddhis;


39: E esta Karanyasam (corte do frênulo lingual) deve ser feito gradualmente e não todo de uma só vez, visto que o corpo de uma pessoa que faz tudo de uma só vez entra em decadência.


40 – 41(a): Portanto isto deve ser praticado, Oh melhor dos sábios, pouco a pouco. Quando a língua vai para o Brahmarandhra através do caminho externo, então se deve colocar a língua depois de mover o ferrolho de Brahma que não pode ser dominado pelos Devas.


41(b) – 42: Fazendo isto por três anos com a ponta do dedo, ele deve fazer a língua entrar dentro; então ela entra em Brahmadvara (ou buraco). Ao entrar no Brahmadvara, deve-se praticar Mathana (batendo) satisfatoriamente.


43: Alguns homens inteligentes obtêm Siddhi mesmo sem Mathana. Quem é versado no Khechari Mantra realiza-o sem Mathana.


44 – 46(a): Ao fazer o Japa e o Mathana, colhe-se os frutos rapidamente. Ao ligar um fio feito de ouro, prata ou ferro com as narinas por meio de um fio embebido em leito, deve-se restringir sua respiração em seu coração e sentado numa postura conveniente com seus olhos concentrados entre suas sobrancelhas, ele deve executar lentamente o Mathana.


46(b) – 47: em seis meses, o estado de Mathana torna-se natural como o sono em crianças. E não é aconselhável a fazer Mathana sempre. Isto deve ser feito (uma vez) apenas em cada mês.


48: Um Yogue não deve rodar sua língua no caminho. Depois de fazer isso por doze anos, os Siddhis certamente são obtidos.


49: Então ele vê o universo inteiro em seu corpo como não sendo diferente de Atman. Este caminho do Urdhva-Kundalini (Kundalini superior), Oh chefe dos Reis, conquista o macrocosmos.


Assim termina o segundo capítulo.




CAPÍTULO III


1: Melana-Mantra: Hrim, Bham, Sam, Pam, Pham, Sam, Ksham. O lótus nascido (Brahma) disse: “Oh Shankara, (entre) a lua nova (o primeiro dia da quinzena lunar) e a lua cheia, o que é dito como seu (seu mantra) sinal?


2: No primeiro dia da quinzena lunar e durante a lua nova e a lua cheia (dias), isto deve ser feito firmemente e não há outra maneira (ou tempo).


3: Um homem anseia por um objeto através da paixão e é apaixonado pela paixão pelos objetos. Deve-se sempre abandonar estes dois e buscar o Niranjana (puro).


4 – 5: Ele deve abandonar tudo que ele pensa que é favorável a si mesmo. Mantendo o Manas no meio de Shakti e Shakti no meio de Manas, deve-se olhar em Manas por meio de Manas. Então ele deixa mesmo o mais elevado estágio. Manas único é o Bindu, a causa da criação e preservação.


6: É somente através de Manas que Bindu é produzido, como o requeijão do leite. O órgão de Manas não está naquele que está situado no meio de Bandhana.


7 – 8(a): Bandhana está lá onde Shakti está, entre o sol e a lua. Tendo conhecido Sushumna e seu Bheda (furo) e fazendo o Vayu ir no meio, deve-se sentar no assento de Bindu e fechar as narinas.


8(b) – 9(a): Tendo conhecido Vayu, o acima mencionado Bindu e o Sattva-Prakriti como poço como os seis Chakras, deve-se entrar no Sukha-Mandala (ou seja, o Sahasrara ou glândula pineal, a esfera da felicidade).


9(b) – 11: Há seis Chakras. Muladhara ETA no ânus; Swadhisthana está próximo ao órgão genital; Manipura está no umbigo; Anahata está no coração; Vishuddhi está na raiz da garganta e Ajna está na cabeça (entre as duas sobrancelhas).


12: Tendo conhecido estas seis Mandalas (esferas), deve-se entrar o Sukha-Mandala (glândula pineal), puxando para cima o Vayu e deve enviá-lo (Vayu) para cima.


13: Quem pratica assim (o controle de) Vayu torna-se um com Brâmaneda (o macrocosmos). Deve-se praticar (ou dominar) Vayu, Bindu, Chitta e Chakra.


14 – 15: Yogues alcançam o néctar da igualdade através do Samadhi sozinho. Assim como o fogo latente na (Sacrifício) madeira não aparece sem a agitação, assim a luz da sabedoria não surge sem o Yoga Abhyasa (ou pratica de Yoga). O fogo colocado no vaso não ilumina a parte de fora.


16: Quando o vaso é quebrado, esta luz aparece exteriormente. Nosso corpo é como o vaso e a base "Deste" é o fogo (ou luz) interior;


17 – 18(a): E quando ele (o corpo) é quebrado através das palavras de um Guru, a luz de Brahma Jnana torna-se resplandecente. Como o Guru como o timoneiro, atravessa-se o corpo sutil e o oceano de Samsara através das afinidades das práticas.


18(b) – 19: Este Vak (poder do discurso) que brota no Para, dá visibilidade a duas folhas no Pashyanti; os brotos surgem no Madhyama e as flores no Vaikhari – este Vak que foi anteriormente descrito, atinge o estágio de absorção do som, invertendo a ordem acima (ou seja, iniciando com Vaikhari, etc.,).


20 – 21(a): Quem pensa que Aquele é o grande senhor do Vak, quem é o indiferenciado e quem é o iluminador deste Vak é o Eu; quem pensa sobre isto, nunca é afetado pelas palavras, alta ou baixa (ou boas ou más).


21(b) – 23(a): Os três (aspectos da consciência), Vishva, Taijasa e Prajna (no homem), os três Virat, Hiranyagarbha e Ishvara no universo, o ovo do universo, o ovo do homem e os sete mundos - todos estes em volta são absorvidos no Pratyagatman através da absorção de seus respectivos Upadhis (veículos).


23(b) – 24(a): O ovo sendo aquecido pelo fogo de Jnana é absorvido com este Karana (causa) no Paramatman (Eu Universal). Em seguida, ele torna-se um com Para-Brâmane.


24(b) – 25: Isto é, nem firmeza nem profundidade, nem luz nem escuridão, nem descritível nem distinguível. Sat (Não Ser) somente permanece. Deve-se pensar de Atman como sendo com o corpo como uma luz dentro de um vaso.


26: Atman é da dimensão de um polegar, é uma luz sem fumaça e sem forma, está brilhando dentro do (o corpo) e é indiferenciada e imutável.


27 – 28(a): O Atman Vijnana que habita neste corpo é iludido por Maya durante os estados de vigília, sonho e sono sem sonhos; mas depois de muitos nascimentos, devido ao efeito do bom Karma, ele deseja atingir seu próprio estado.


28(b) – 29(a): Quem sou Eu? Como tenho esta mancha da existência mundana acumulados em mim? O que torna-se nos sonos sem sonhos de mim que eu ocupo nos negócios nos estados de vigília e de sonho?


19(b) – 30: Assim como um fardo de algodão é queimado pelo fogo, assim o Chidabhasa, que é o resultado da não-sabedoria, é queimado pelos (sábio) pensamentos como anteriormente descrito e pela própria iluminação suprema. A combustão exterior (do corpo como feito no mundo) não é a combustão em tudo.


31 – 32: Quando a sabedoria do mundo é destruída, Pratyagatman que está no Dahara (Akasa ou éter do coração) obtém Vijnana, difundindo-se por toda parte e queimando em um instante Jnanamaya e Manomaya (invólucro). Depois disto, Ele brilha sempre dentro de Si mesmo, como uma luz dentro de um vaso.


33: Este Muni que contempla deste modo até o sono e até a morte é conhecido como um Jivanmukta. Tendo feito o que deveria ter feito, ele é uma pessoa feliz.


34: E tendo elevado (mesmo) o estado de um Jivanmukta, ele obtém Videhamukta (emancipação em um estado desencarnado), depois seu corpo desaparece. Ele atinge o estado, como de se mover no ar.


35: Então, só Este permanece, o qual é silencioso, intocável, sem forma e imortal, o qual é o Rasa (essência), eterno e inodoro, o qual não tem começo nem fim, o qual é maior que o grande e o qual é permanente, puro e indecadente.


ASSIM TERMINA O TERCEIRO CAPÍTULO




Hari Om Tat Sat!




Invocação


Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!




Aqui termina o Yoga-Kundalini Upanishad, pertencente ao Krishna-Yajur-Veda.