Brahmā |
Brahmā ensinou os Vedas e Vedāṅga para seu filho Nārada, nascido de sua mente. Por sua
vez Nārada transmitiu esse conhecimento para Maharṣi Śaunaka. Maharṣi Parāśara,
sendo discípulo deste último, recebeu todo o conhecimento. Parāśara também
aprendeu Jyotiṣa diretamente de seu avô, Maharṣi Vasiṣṭha. Jyotiṣa é um dos
ramos do Vedāṅga, o 5º membro, conhecido como o olho do Kālapuruṣa. A visão do
Kālapuruṣa é o guardião da Luz do Conhecimento Sagrado.
Nascimento
Nascimento
O grande Ṛṣi Parāśara foi um
astrólogo e autor de muitos textos Hindus. Acredita-se que ele tenha vivido em
torno de 3.100 a.C., a Era Védica, período que se define pela criação da
tradição que se consolidou nos hinos dos quatro Vedas. Contudo, alguns
acreditam que ele tenha vivido mais tarde, em torno de 1.500 a.C, o qual é a
Era Brahmanica, Era seguinte à Era Védica e muito posterior à guerra do
Mahābhārata descrita por seu filho, o sábio Vyāsa.
Acredita-se que o seu local de
nascimento é Panhala, forte no distrito de Kolhapur de Maharashtra. Uma
caverna, supostamente como sendo de Parāśara Muni, existe no forte.
Obra
Obra
Maharṣi Parāśara é o autor do
primeiro Purāṇa, o Viṣṇu Purāṇa, antes de seu filho Veda-Vyāsa tê-lo escrito em
sua forma atual. Parāśara foi neto do Ṛṣi Vasiṣṭha que, com Arundhatī, teve um
filho chamado Śakti Maharṣi, o qual gerou Parāśara. Ele é o terceiro membro do Ṛṣi
Paramparā do Advaita Guru Paramparā. Parāśara também escreveu o monumental Bṛhat Parāśara Horā Śāstra,
embora se diga que este livro tenha sido organizado por seus alunos a partir de
seus ensinamentos.
Parāśara foi criado por seu avô,
Vasiṣṭha, porque ele perdeu seu pai muito cedo. Śakti Muni estava em uma viagem
quando encontrou um Rākṣasa (demônio) que havia sido um rei, mas que, por uma
maldição de Viśvamitra, transformara-se em um demônio comedor de carne e sangue
humanos. O demônio devorou o pai de Parāśara. No Viṣṇu Purāṇa, Parāśara narra esta
passagem de sua vida.
"Eu ouvi falar que o meu pai fora devorado por um Rākṣasa
empregado por Viśvamitra. Raiva violenta se apoderou de mim, e comecei um
sacrifício para a destruição de todos os Rākṣasas. Centenas deles foram
reduzidos às cinzas pelo rito e, quando estavam prestes a serem totalmente
exterminados, meu avô Vasiṣṭha me falou: ‘Chega,
meu filho, que a tua ira seja apaziguada. Os Rākṣasas não são culpados, a morte
de teu pai foi obra do destino, raiva é a paixão dos insensatos, não convém a
um homem sábio. Por quem, pode-se perguntar, alguém é assassinado? Todo homem
colhe as consequências de seus próprios atos. A raiva, meu filho, é a destruição
de tudo o que o homem obtém por esforços árduos, da fama, e de austeridades
devotas, e impede a realização do céu, ou da emancipação. Os principais sábios
sempre evitam a ira, eles não estão sujeitos à sua influência, meu filho. Não
permita mais que nenhum desses espíritos das trevas seja consumido. A
misericórdia é o poder dos justos.’”
Nascimento de Veda-Vyāsa
Parāśara Muni, por vontade do
Senhor Viṣṇu, Brahmā e Mahādeva, em uma de suas viagens por todo o País, parou
por uma noite em uma pequena aldeia às margens do rio Yamunā. Ele se hospedou
na casa do chefe da aldeia. Quando amanheceu, o chefe pediu a sua filha,
Satyavatī, para transportar o sábio ao seu próximo destino. Quando na balsa,
Parāśara ficou ofendido com o cheiro de peixe cru. Ele perguntou a Satyavatī de
onde o mau cheiro vinha. Satyavatī era filha de pescador e se dedicava à mesma
ocupação, então o mau cheiro vinha dela. Percebendo isto, Parāśara lhe chamou
de “Matsyagandha”, que significa “alguém com cheiro de peixe”. Satyavatī ficou
envergonhada. Parāśara sentiu pena dela por sua própria crueldade e, no mesmo
instante, concedeu-lhe uma bênção, que a melhor fragrância pudesse ser emitida
dela.
Parāśara também abençoou Satyavatī
com um filho, o qual lhe deu o nome Vyāsa. Deixando Satyavatī cuidando de
Vyāsa, Parāśara passou a realizar Tapas. Mais tarde, Vyāsa também se
transformou em um Ṛṣi e Satyavatī voltou para a casa de seu pai e, no devido
curso se casou com Śantu.
Morte
Morte
Parāśara foi conhecido como “o
sábio manco”. Ele teve a perna ferida durante um ataque ao seu Āśrama. Quando um
Ṛṣi morre, ele imerge em um elemento, ou arquétipo. Quando o sábio Parāśara
estava caminhando por uma densa floresta, ele e seus alunos foram atacados por
lobos. Ele foi incapaz de escapar devido a sua velhice com uma perna manca e,
então, deixou este mundo fundindo-se nos lobos. Em outra citação sobre sua vida, é dito que ele se entregou em sacrifício para os lobos de modo que seus discípulos pudessem fugir e salvar todos os livros que continham seus ensinamentos.
No Ṛk Veda, Parāśara, filho de
Śakti Muni, é o vidente dos versos 1.65-73, os quais são todos em louvor a
Agni, o Fogo Sagrado, e parte do 9.97 (v.31-44), o qual é um louvor a Soma.
Abaixo o primeiro verso:
devo na yaḥ savitā satyamanmā kratvā nipāti vṛjanāni viṣvā
purupraṣasto amatirna satya ātmeva Sevo didhiṣāyyo bhūt
purupraṣasto amatirna satya ātmeva Sevo didhiṣāyyo bhūt
Ele, que é como o Sol divino, que
conhece a verdade (de todas as coisas), preserva por suas ações (seus devotos),
em todos os encontros; como a natureza, ele é imutável e, como a alma, é a
fonte de toda felicidade.: ele é sempre querido.
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