Capítulo 56 – Descrição da Lua
56:1-3 – Sūta disse: a Lua
atravessa em sua órbita com as constelações (nakṣatras). Sua carruagem tem três
rodas e os cavalos estão atrelados em cada um dos lados. A carruagem se move
sobre as três rodas e cada uma das rodas tem centenas de raios nela. Os cavalos
estão em ambos os lados delas. A cor dos cavalos é branca e eles são divinos e
bem construídos. Eles não estão atrelados ao jugo e se movem com a velocidade
da mente. A Lua se move sobre a carruagem na companhia dos deuses e dos manes
(pitṛs). Os raios brancos que são emitidos pela Lua parecem com a água da
fonte.
56:4-6 – Eles (os raios) aumentam
gradualmente na quinzena clara (Śukla Pakṣa) e diminuem no caminho do Sol (ao
amanhecer). Eles (os raios) continuam a aumentar no início da metade clara do
mês. O Sol nutre e desenvolve a Lua. Durante a quinzena escura (Kṛṣṇa Pakṣa),
os deuses consomem a Lua e o processo continua por quinze dias. O Sol, com o
uso de seu único raio Suṣumā, energiza o processo de desenvolvimento da Lua.
Desta forma o corpo da Lua é desenvolvido e construído com o brilho do Sol.
56:7-10 – O disco cheio lunar da
Lua é visível no dia da Lua Cheia. Então, começando a partir da segunda quinzena
da Lua até o décimo quarto dia da quinzena escura (Kṛṣṇa Caturdaśī), os deuses
consomem o amṛta (néctar) e o mel da Lua, o qual são acumuladas na Lua durante
a quinzena brilhante. Durante a noite da Lua Minguante, os deuses se sentam com
a Lua para consumir o néctar. Eles também estão acompanhados com os Ṛṣis e os
manes (Ptṛs).
56:11-13 – Os raios da Lua,
aguardam pela chegada da quinzena escura em seu devido tempo. Os deuses, em
número de trinta e seis mil e trezentos (36.300), consomem a Lua. Na quinzena
escura, quando todos os deuses terminaram de consumir a Lua, então, depois do
período sem Lua, os manes (Ptṛs) consomem o restante do néctar até o primeiro
dia da quinzena clara.
56:14-18 – Quando no último dígito
a décima quinta parte do néctar é consumida, então, na parte da tarde, os manes
(Ptṛs) chegam antes da Lua e consomem o néctar da Lua até dois dígitos, e na
noite sem Lua eles consomem o néctar que surge da Lua. Apesar de consumir o
néctar, eles se sentem satisfeitos por um mês inteiro e, em seguida, deixam o
local. Os dígitos da Lua, os quais são excluídos depois de consumir a Lua, são
derretidos. O declínio e o desenvolvimento dos dígitos da Lua começam no início
e fim da quinzena. Assim, o desenvolvimento da Lua é produzido pelo Sol.
Capítulo 57 – Movimentos dos planetas nos corpos celestes
57:1-5 – Sūta disse – a
carruagem de Budha – o filho de Candra, é puxada por oito cavalos. Eles
são de uma cor amarela acastanhada e são muitos excelentes. A carruagem tem o
brilho da água e do fogo. Na carruagem de Śukrācārya (Vênus),
dez cavalos fortes, de diferentes cores, estão atrelados. É térrea em natureza.
A
carruagem de Bhauma (Marte) é da cor do ouro e oito cavalos estão
atrelados a ela, o qual é muito esplendido. A carruagem de Jīva (Júpiter)
é também da cor do ouro e é puxada por sete cavalos. A carruagem de Manda (Saturno)
é feita de ferro e tem um corcel preto para puxá-la. A carruagem é da natureza
da água. As carruagens de Rāhu e de Ketu estão com oito cavalos
atrelados a elas, cada uma. Todos estes planetas estão associados a Dhruva
(Estrela Polar) por rédeas que são da forma do vento. Elas são feitas para
vaguear pela Estrela Polar e se manterem em movimento.
57:6 – Assim como com as estrelas,
existem muitos raios nas rodas. Todas as carruagens estão atreladas à Estrela
Polar e giram em torno dela.
57:7 – As estrelas e as outras
luminárias são ativadas pelos ventos circulares, os quais se movem como marcas
de fogo. Desde que o vento controla as luminárias, ele é chamado de Pravaha.
57:8 – Junto com os planetas e
com as constelações (nakṣatras), o Sol e as estrelas ocupam o espaço em um
círculo, olhando para cima e para os lados.
57:9 – Todos os Nakṣatras são
controlados por Dhruva (Estrela Polar) e eles a circundam. Eles se movem no céu
para ter uma audiência com Dhruva, que age como um ponto central.
57:10 – O Sol tem nove mil
yojanas de diâmetro. Sua área circular é três vezes seu diâmetro.
57:11 – A amplidão da Lua é o
dobro daquela do Sol. Rāhu assume o tamanho paralelo a ambos deles e se move abaixo
deles.
57:12 – A morada de Rāhu está
preenchida de escuridão e é o terceiro em tamanho porque ela foi desenvolvida a
partir da sombra circular da terra.
57:13 – A expansão de Śukra
(Vênus) é a décima sexta parte daquela da Lua, em diâmetro, a circunferência e a
distância em yojanas.
57:14-18 – O tamanho de Júpiter é
de três quartos do tamanho de Vênus. Marte e Saturno são três quartos do
tamanho de Bṛhaspati (Júpiter). Budha, por outro lado, é de três quartos dos
últimos em extensão e circunferência. As estrelas e os Nakṣatras são iguais a
Budha em extensão e circunferência. O conhecedor da verdade deve entender que
as estrelas, as quais estão em conjunção com a Lua, são normalmente conhecidas
como Ṛkṣas. A extensão das estrelas, comparativamente menores, estende-se a
cinco, quatro, três ou dois yojanas. Além disso, existem ainda os aglomerados
de pequenas estrelas as quais possuem somente uma única ou duas centenas de
yojanas. Não há nenhuma menor que isto.
57:19-20 – Além das esferas fixas,
existem os três planetas, Saturno, Júpiter e Marte. Eles são conhecidos como
planetas de movimento lento. Eles são um quarto dos maiores planetas; abaixo
deles tem o Sol, a Lua, Mercúrio e Vênus. Seus movimentos são mais rápido.
57:21 – O número total de
estrelas pode ser de muitos crores, assim como as constelações. Elas também estão
fixadas na órbita das constelações devido à força restritiva de Dhruva.
57:22-26 – O Sol, o qual tem sete
cavalos, tem uma posição superior e inferior em seus turnos. Quando o Sol está
na sua jornada ao Norte e quando a Lua, nas noites de Lua Cheia, aparece
rapidamente, porque a sua posição está acima, mas os raios não são muito
rápidos, então a Lua está na sua órbita ao Sul, o qual é inferior. O Sol está
coberto pela linha da terra na Lua Cheia e no dia de Lua Nova, é visto no
horário habitual, mas se põem rapidamente. Portanto, no dia de Lua Nova, a Lua
está em sua órbita ao Norte. Ela normalmente não é visível sobre ao Sul por
conta do movimento dos planetas e mais ainda porque está envolta pela sombra do
Sol. Nos dias de equinócios, o Sol e a Lua surgem e se põem simultaneamente.
57:27-28 – Nos Uttarāyaṇas
(movimento ao Norte), eles surgem e se põem sem qualquer diferença de tempo nos
dias de Lua Nova e de Lua Cheia. Eles são conhecidos então como os grupos de
luminárias. Quando o Sol está no curso Dakṣināyaṇa (Sul), ele se move à frente
e sob todos os outros planetas.
57:29 – Mantendo sua esfera mais
ampla, a Lua gira acima dele (do Sol). Todos os grupos de constelações se movem
acima da Lua.
57:30 – Mercúrio se apresenta
acima de todas as constelações. Vênus está acima de Mercúrio. Marte está acima
de Vênus, e Júpiter está acima de Marte.
57:31 – Saturno está acima dele
(Marte). Acima de Saturno está a esfera dos Sete Sábios, ou o grande
sustentador, e a esfera de Dhruva (Estrela Polar) está estacionada acima da
esfera dos Sete Sábios.
57:32-39 – Quando uma pessoa se
conscientiza do fato de que o Senhor Viṣṇu está instalado em todos estes
planetas e constelações, ele se torna liberado de todos os pecados. O Sol e a
Lua, os quais estão unidos com divina refulgência, movem-se a frente do dia e
da noite, na devida ordem, por duzentos mil yojanas acima das constelações, das
estrelas e dos planetas. Eles entram em contato com as constelações
diariamente. Portanto, eles estão estacionados abaixo, algumas vezes acima, e
algumas vezes em linha reta. Eles olham para baixo (para os planetas) ao mesmo
tempo quando estão em conjunção ou distanciados.
Existem seis estações, mas elas
são de cinco tipos especificamente. Elas estão associadas entre si, mas elas
estão unidas sem cobrir uma à outra. Isto é o que as pessoas sábias falam sobre
as estações. Oh Brāhmaṇas, assim eu discuti sobre o movimento do Sol e de
outros planetas do modo como foi ouvido por mim. O Sol, de mil raios, é o
senhor de todos os planetas, ele foi estabelecido nesta posição por Brahmā,
nascido do lótus de Guha, que foi coroado por Rudra. Portanto, para a
realização do propósito e para afastar os males, no momento do sofrimento
causado por um planeta ou pelo Sol, a adoração dos planetas deve ser realizada
por uma pessoa nobre, e oferecimentos devem ser feitos no fogo em conformidade
com as provisões das escrituras.
Liṅga Mahā Purāṇa – Capítulo 56-57, Livro 1. Texto em Sanskrito e tradução para o Inglês por Shanti Lal Nagar. Parimal Publications, Delhi; ano 2011
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