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Tejo-Bindu Upanishad
Traduzido por:
K. Narayanasvami Aiyar
Publicado por:
*
Traduzido para o Português por
Uma Yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva
Karen de Witt
***
Brasil – RJ
Junho/2010
___________________________
Fonte de Consulta
Vedanta Spiritual Library
Invocação
Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!
CAPÍTULO – I
1: PARAM-DHYANA (a suprema meditação) deve ser em Tejo-bindu (a semente, ou fonte spiritual de luz), o qual é o Atman do universo, que está sentado no coração, que é do tamanho de um átomo, que pertence a Shiva, que está quieto e que é grosseiro e sutil, como também acima dessas qualidades.
2: Só isso deve ser Dhyana de Munis, bem como dos homens, que é cheio de dores, que tem dificuldade para meditar, que tem dificuldade para perceber, o qual é o único emancipado, que é indecaído e que difícil de alcançar.
3: Aquele cujo alimento é moderado, cuja raiva foi controlada, que deu todo o amor para a sociedade, que subjugou suas paixões, que está sobre todos os pares de opostos (quente e frito etc.), que se desfez de seu egoísmo, que abençoa qualquer pessoa, nem toma nada dos outros;
4: E também que vão onde eles naturalmente não deveriam ir, e naturalmente não vão onde eles gostam de ir – tais pessoas também obtém três na face. Diz-se que Hamsa tem três assentos.
5: Portanto, conhecê-lo é a grandeza dos mistérios, sem descanso e sem suporte. Ele é muito sutil, da forma do Soma, e é o supremo assento de Vishnu.
6: Aquele assento tem três faces, três gunas e três Dhatus e é sem forma, sem movimento, sem mudança, sem tamanho e sem suporte.
7: Aquele assento é sem Upadhi e está acima do alcance do discurso e da mente. Ele é Svabhava (Eu, ou natureza) alcançável somente por Bhava (essência).
8: O indestrutível assento é sem associação, sem bem-aventurança, além da mente, difícil para ser percebido, emancipado e sem mudanças. Ele deve ser meditado sobre como o liberado, o eterno, o permanente e o indestrutível.
9: Ele é Brahman, é Adhyatma (ou a deidade que preside como Atma) e é o mais elevado assento de Vishnu. Ele é inconcebível, da natureza de Chidatma e acima de Akasa.
10: Ele é vazio e não-vazio, e além do vazio, e é permanente no coração. Não existe (Nele) nem meditação nem meditador, nem o meditado, nem o não meditado.
11: Ele não é o universo. Ele é o mais elevado espaço; ele nem é o supremo nem é o que está acima do supremo. Ele é inconcebível, incognoscível, não-verdade e nem o mais elevado.
12: Ele é percebido pelos Munis, mas os Devas não conhecem o Único supremo. Avareza, ilusão, medo, orgulho, paixão, raiva, pecado;
13: Calor, frio, fome, sede, pensamento e fantasia – (todos esses não existem Nele). (Nele) não existe o orgulho (pertencente a) casta Brahmana, nem existe a porção de nó da salvação.
14: (Nele) não existe o medo, nem a felicidade, nem as dores, nem fama e nem vergonha. Aquele que é sem esses estados é o Supremo Brahman.
15: Yama (paciência), Niyama (observância religiosa), Tyaga (renúncia), Mouna (silêncio), de acordo com o tempo e lugar, Asana (postura), Mulabandha, vendo todos os corpos com igualdade, a posição dos olhos;
16: Prana-samyamana (controle do alento), Pratyahara (subjugação dos sentidos), Dharana, Atma-Dhyana e Samadhi – essas são as partes (do yoga), nessa ordem.
17: Aquele é chamado Yama, no qual se controla todos os seus órgãos (dos sentidos e das ações), através de Vijnana que é todo Brahman; isso deve ser praticado frequentemente e muitas vezes.
18: Niyama, em que existe a suprema bem-aventurança desfrutada através do fluxo (ou inclinação) da mente para as coisas da mesma (espiritual) natureza, (ou seja, Brahman), e o abandono das coisas diferentes uma da outra, é praticada pelos sábios como uma regra.
19: Em Tyaga (renúncia), abandona-se a manifestação (ou objetos) do universo através da cognição de Atman que é Sat, e Chit. Isso é praticado pelo grande e é dá de imediato a salvação.
20: Mouna (o silêncio), no qual, sem atingir Aquele, o discurso retorna juntamente com a mente, é próprio para ser alcançado pelos yogues e deve ser sempre adorado pelo ignorante (igualmente).
21: Como é possível falar de ‘Isso’, do qual o discurso retorna? Como deve ser descrito como o universo o que não existe na palavra para descrevê-lo?
22: É ‘Isso’ que é (realmente) chamado silêncio, e que está naturalmente compreendido (como tal). Há silêncio em crianças, mas com palavras (latente); que os conhecedores de Brahman tem o (silêncio) mas sem palavras.
23: Isso deveria ser conhecido com ‘o único assento’, no qual não existe homem no início, meio ou fim, e através do qual todo esse (universo) está completamente permeado.
24-25: A ilusão de Brahma e de todos os outros seres ocorrem dentro de um piscar (de Seus olhos). Isso deve ser conhecido como Asana (postura), no qual se tem com facilidade e sem fadiga (ininterrupta) meditação de Brahman; isso é descrito pela palavra Kala (tempo), isso é eterna bem-aventurança e sem um segundo. Todo o resto é o destruidor da felicidade.
26: Isso é chamado Siddhasana (postura do Siddha), no qual os Siddhas (personagens físicas) obtiveram êxito na realização do Único infinito como o suporte do universo contendo todos os elementos etc.
27: Isso é chamado de Mulabandha, que é o Mula (raiz) de todos os mundos, e através do qual a raiz de Chitta é (Bandha) limitada. Ele deve ser sempre praticado pelos Raja yogues.
28: Após se ter conhecido a igualdade dos Angas (das partes do yoga) ponto de um e o mesmo Brahman, deve ser absorvido nessa igualdade (ou uniforme) Brahman; se não, não há igualdade (alcançada). Então, como uma árvore seca, há a retidão (ou uniformidade em toda a parte).
29: Fazendo uma visão plena de sabedoria espiritual, deve-se olhar sobre o mundo como pleno de Brahman. Essa visão é muito nobre. Ela é (geralmente) mirada na ponta do nariz.
30: Mas ela deve ser direcionada para aquele assento (de Brahman) naquele ponto em que ocorre a cessação do observador, do observado e da observação tomam lugar, e não para a ponta do nariz.
31: Isso é chamado Pranayama (o controle do alento), no qual há o controle das modificações (da mente) através da cognição de Brahman em todos os estados de Chitta e outros.
32: A verificação da (concepção da realidade do) universo é a expiração. A concepção de ‘Eu sou Brahman’ é a inspiração.
33: A permanência nessa (longamente) idéia, sem agitação, é a cessação do alento. Assim é a prática da iluminação.
34: O ignorante fecha seu nariz. Isso deve ser conhecido como Pratyahara, através do qual se vê o Atman (ainda) nos objetos dos sentidos e agrada Chitta através de Manas. Ele deve ser praticado frequentemente e muitas vezes.
35: Através da visão de Brahman, onde quer que a mente vá, Dharana significa aquele estado onde se permite no bom pensamento:
36: ‘Eu sou Brahman sozinho’, e é sem qualquer suporte. Esse Dhyana é dado da suprema bem-aventurança.
37: Estando primeiro em um estado de imutabilidade, e depois completamente esquecido (mesmo) daquele estado devido à percepção da (verdadeira) natureza de Brahman – isso é chamado de Samadhi.
38: Esse tipo de bem-aventurança deve ser praticada (ou desfrutada) por uma pessoa sábia até a sua própria percepção unida em um momento com o estado de Pratyag (Atman).
39: Então, esse Rei dos yogues, torna-se um, Siddha, e está sem qualquer ajuda (fora de si mesmo). Então ele atingirá um estado, indizível e impensável.
40: Quando o Samadhi é praticado, o seguinte obstáculo surge com grande força – ausência de investigação correta, preguiça, inclinação ao prazer.
41: Absorção (no objeto material), Tamas, distração, impaciência, suor e distração. Todos esses são obstáculos que devem ser superados pelos inquiridores de Brahman.
42: Através de Bhava-Vrittis (pensamentos mundanos) obtém-se eles. Através de Sunya-Vrittis (vazio, ou pensamentos vazios) obtém-se eles. Mas, através de Vrittis de Brahman, tem-se a plenitude.
43: Portanto, deve-se desenvolver a plenitude através deste meio (de Brahman). Quem abandona esse Vritti de Brahman, que é muito purificador, e supremo – aquele homem vive em vão, como um animal.
44: Mas quem compreende esse Vritti (de Brahman) e tendo entendido, fazendo avanços nele, torna-se uma boa e bem-aventurada pessoa, que merece ser adorado pelos três mundos.
45: Aqueles que estão muito desenvolvidos através do amadurecimento (de seus Karmas passados) alcançam o estado de Brahman; outros são simples recitadores de palavras.
46: Aqueles que são espertos em argumentos sobre Brahman, mas desprovidos de ação pertinente à Brahman, e que são muito apegados ao mundo – aqueles, certamente, nascem repetidas vezes (nesse mundo) através de seu Ajnana;
47: (O Primeiro) nunca permanece, mesmo por meio momento – sem o Vritti de Brahman, como Brahma e outros, Sanaka etc., Suka e outros.
48: Quando uma causa está sujeita à mudanças, ele (como um efeito) também deve ter sua causa. Quando a causa deixa de existir, na verdade, o efeito perece através da discriminação correta. Então, essa substância (ou princípio), que está além do alcance das palavras, permanece pura.
49: Depois disso, Vritti Jnana surge em sua mente purificada; através da meditação, com energia transcendental, surge uma firme certeza.
50: Após a redução do visível no estado invisível, deve-se ver tudo como Brahman. O sábio deve sempre permanecer em êxtase com a sua plena compreensão da essência de Chit.
Assim termina o primeiro capítulo.
CAPÍTULO – II
Então, Kumara perguntou a Shiva: “Por favor, explique-me a natureza de Chinmatra, que é a impartida essência não dual”. O grande Shiva responde:
1-23: “A essência não-dual impartida é visível. Ela é o mundo, ela é a existência, ela é o Eu, ela é o mantra, ela é a ação, ela é a sabedoria espiritual, ela é a água. Ela é a terra, ela é o Akasa, ela é os livros, ela é os três Vedas, ela é o Brahman, ela é o voto religioso, ela é Jiva, ela é Aja (o não-nascido), ela é Brahma, ela é Vishnu, ela é Rudra; ela sou Eu, ela é Atman, ela é o Guru. Ela é o aim, ela é o sacrifício, ela é o corpo, ela é o Manas, ela é Chitta, ela é felicidade, ela é Vidya; ela é o indiferenciado, ela PE o eterno, ela é o supremo, ela é todas as coisas. O único de seis faces, diferente Dela não existe. Ninguém, ninguém senão Ela; Ela sou Eu. Ela é o grosseiro, ela é o sutil, ela é conhecível, ela é tu; ela é os mistérios; ela é o conhecedor; ela é existência, ela é mãe, ela é pai, ela é irmão, ela é marido, Ela é Sutra (Atman), ela é Virat. Ela é o corpo, ela é a cabeça, ela é o interno, ela é o eterno, ela é plena, ela é néctar, ela é Gotra (clã), ela é Griha (a casa), ela é o preservável, ela é a lua, ela é as estrelas, ela é o sol, ela é o assento sagrado. Ela é o perdão, ela é a paciência, ela é as gunas, ela é a testemunha. Ela é um amigo, ela é um parente, ela é um aliado, ela é o rei, cidade, reino e sujeitos. Ela é Om, Japa, meditação, o assento, o único digno de ser tomado (no) coração, o Jyotis, Swarga (paraíso) e Eu”.
24: “Toda a essência não-dual impartida deve ser considerada como Chinmatra. Chinmatra, por si só, é a Consciência Absoluta; e essa essência não-dual impartida, por si só, é a (real) essência.
25: Tudo que tem consciência, por si só, exceto aqueles que têm mudanças é Chinmatra. Tudo isso é Chinmatra.
26: Ele é Chinmaya; o estado de Atman é conhecido como Chinmatra e a essência não dual impartida. O mundo todo é Chinmatra. Seus estado e o meu estado são Chinmatra.
27: Akasa, terra, água, Vayu, Agni, Brahma, Vishnu, Shiva e todos os outros que existem, ou não, são Chinmatra.
28: Aquela que é a essência não-dual impartida é Chinmatra. Todo o passado, presente e futuro são Chinmatra.
29: A substância e o tempo são Chinmatra. O conhecido e o conhecível são Chinmatra. O conhecedor é Chinmatra. Todas as coisas são Chinmatra.
30: Todo discurso é Chinmatra. Qualquer outra coisa é Chinmatra. Asat e Sat são Chinmatra.
31: O início e o fim são Chinmatra; aquele que está no início e no fim é sempre Chinmatra. O Guru e o discípulo são Chinmatra. Se o vidente e o visto são Chinmatra, então eles são sempre Chinmaya.
32: Todas as coisas maravilhosas são Chinmatra. O (grosseiro) corpo é Chinmatra, bem como os corpos, sutil e causal. Nada existe além de Chinmatra.
33: Eu e tu somos Chinmatra. Forma e não-forma são Chinmatra. Virtude e vício são Chinmatra. O corpo é um símbolo de Chinmatra.
34: Sankalpa, conhecimento, Mantra e outros, os deuses invocados nos Mantras;
35: Os deuses que presidem sobre os oito quadrantes, o fenomenal e o supremo Brahman são senão Chinmatra. Nada existe sem Chinmatra.
36-38: Maya é nada sem Chinmatra. Puja (adoração) é nada sem Chinmatra. Meditação, verdade, invólucros e outros, os (oito) Vasus, silencio, não silêncio e indiferença aos objetos – são nada sem Chinmatra. Todas as coisas são de Chinmatra. Tudo o que é visto e, no entanto, visto – é Chinmatra até agora.
39-41: Tudo o que existe e, por mais distante, é Chinmatra. Quaisquer que sejam os elementos existentes, tudo o que é percebido e tudo o que é Vedanta – todos esses são Chinmatra. Sem Chinmatra, não há movimento, nem Moksha e nem a meta almejada. Tudo é Chinmatra. Brahman, que é a essência não-dual impartida, é conhecido por nada mais do que Chinmatra.
42: Tu, Oh Senhor, és a essência não-dual impartida (declarados) nos livros, em mim, em Ti e no governante. Quem assim percebe ‘Eu’ como de uma homogeneidade (permeando em toda parte) será uma vez emancipado por essa sabedoria espiritual. Ela é seu próprio Guru com essa profunda sabedoria espiritual.
Assim termina o segundo capítulo.
CAPÍTULO – III
Kumara dirigiu-se a seu pai (novamente): “Por favor, explica-me a realização do Atman”. Pelo que o grande Shiva disse:
1-3: “Eu sou da natureza de Parabrahman. Eu sou a suprema bem-aventurança. Eu sou exclusivamente da natureza da sabedoria divina. Eu sou sozinho supremo, a única quietude, o único Chinmaya, o único incondicional, o único permanente, e o único Sattva. Eu sou o “EU” que se inclina acima do “Eu”. Eu sou único que existe sem qualquer coisa. Eu sou pleno de Chidakasha.
4: Eu sou sozinho o quarto (estado). Eu sou o único acima do quarto (estado de Turya). Eu sou da natureza da (pura) consciência. Eu sou sempre da natureza da bem-aventurada consciência.
5-7: Eu sou da natureza do não-dual. Eu sou sempre da pura natureza, exclusivamente da natureza da sabedoria divina, da natureza da felicidade, sem fantasias, desejos ou doenças da natureza da bem-aventurança, sem mudanças ou diferenciações, e da natureza da única eterna essência e Chinmatra.
8: Minha real natureza é indescritível, de eterna bem-aventurança, o êxtase acima de Sat e Chit, e o interior dos interiores. Eu estou além do alcance de Manas e do discurso.
9: Eu sou da natureza da bem-aventurança Atmica, o verdadeiro êxtase e único que interage (com meu) Atman; Eu sou Atman e Sadashiva.
10: Minha natureza é refulgência espiritual Atmica. Eu sou a essência dos Jyotis de Atman. Eu sou sem início, meio, ou fim. Eu sou como o céu.
11: Eu sou, exclusivamente, Sat, Ananda e Chit, que é puro e incondicional. Eu sou o Sachchidananda, que é eterno, erudito e puro.
12: Eu sou sempre da natureza do eterno Sesha (serpente-temporal). Eu estou sempre além de tudo. Minha natureza está além da forma. Minha forma é o supremo Akasa.
13: Minha natureza é do êxtase da terra. Eu sou sempre sem discurso. Minha natureza é o todo-assento (fundação de tudo).
14-15: Eu sou sempre repleto com consciência, sem o apego do corpo, sem pensamento, sem as modificações de Chitta, a única essência de Chidatma, além da visibilidade de tudo e da forma da visão. Minha natureza é sempre plena.
16: Eu estou sempre plenamente satisfeito, o tudo, e Brahman, e a maior consciência; Eu sou “Eu”. Minha natureza é da terra.
17-21: Eu sou o grande Atman e o supremo do supremo; Eu surjo às vezes como diferente de Mim mesmo; às vezes como possuindo um corpo, às vezes como um aluno e, às vezes, como a base dos mundos. Eu estou além dos três períodos do tempo, sou adorado pelos Vedas, sou determinado pelas ciências e estou fixado em Chitta. Não há nada deixado fora de Mim, nem a terra, nem quaisquer outros objetos aqui. Saiba que não há nada que esteja fora de Mim. eu sou Brahma, um Siddha, o único eternamente puro e não dual. Brahman sem velhice ou morte.
22-25: Eu brilho por Mim mesmo; Eu sou Meu próprio Atman, Minha própria meta, desfruto de Mim mesmo, ajo em Mim mesmo, tenho Minha própria refulgência espiritual, sou Minha própria grandeza e sou usado para agir em Meu próprio Atman, olho em Meu próprio Atman, e estou em Mim mesmo felizmente assentado. Eu tenho Meu próprio Atman como resíduo, permaneço em Minha própria consciência, e brinco alegremente no reino de Meu próprio Atman. Sentado no trono real de Meu próprio Atman, penso em mais nada, senão em Meu próprio Atman.
26-32: Eu sou Chidrupa sozinho, Brahman sozinho, Sachchidananda, o sem um segundo, o único repleto com êxtase e o único Brahman e sempre sem nada, o êxtase de Meu próprio Atman, o êxtase incondicionado, e sou sempre o Atma-Akasa. Eu sozinho estou no coração, como Chid-aditya (a consciência do sol). Eu estou contente em Meu próprio Atman, não tendo forma, ou não decadência, destituído, o número um, tenho a natureza de um incondicionado e emancipado, e Eu sou mais sutil do que o Akasa; Eu sou sem a existência de início ou fim, da natureza da toda iluminação, o êxtase maior que o maior, da púnica natureza de Sat, da natureza de puro Moksha, da natureza da verdade e do êxtase, pleno de sabedoria espiritual e êxtase, da natureza da sabedoria sozinha, e da natureza de Sachchidananda. Tudo isso é Brahman sozinho. Não existe outro além de Brahman, e isso é “Eu”. Eu sou Brahman que é Sat e êxtase e o antigo.
33: a palavra ‘tu’ e a palavra ‘aquele’ não são diferentes de Mim. eu sou da natureza da consciência. Eu, sozinho, sou o grande Shiva.
34: Eu estou além da natureza da existência. Eu sou da natureza da felicidade. Assim como não existe o que pode testemunhar-Me, eu sou destituído do estado de testemunha.
35: Sendo puramente da natureza de Brahman, Eu sou o eterno Atman. Eu, sozinho, sou o Adisesha (o primitivo Sesha). Eu, sozinho, sou o Sesha.
36: Eu sou destituído de nome e de forma, de natureza de êxtase, de natureza de ser imperceptível pelos sentidos, e da natureza de todos os seres;
37-39: Eu não tenho nem escravidão e nem salvação. Eu sou da forma do eterno êxtase. Eu sou a consciência primitiva sozinha, a essência não dual e impartida, além do alcance do discurso e da mente, da natureza da bem-aventurança em todos os lugares, da natureza da plenitude em todos os lugares, da natureza da felicidade terrena, da natureza do contentamento em todos os lugares, a essência nectária suprema, e o único e sem um segundo, Sat, (ou seja) Brahman. Não há dúvida disso.
40-43: Eu sou da natureza do todo-vazio. Eu sou o único que é dado pelos Vedas. Eu sou da natureza do emancipado e da emancipação, da bem-aventurança Nirvanica, da verdade e da sabedoria, de Sat, sozinho, e do êxtase, do único além dos quarto (estado), do único desprovido de fantasia e sempre da natureza de Aja (o não-nascido). Eu sou desprovido de paixão e sem falhas. Eu sou puro, o iluminado, o eterno, o todo penetrante e da natureza do significado do Om, do impecável e de Chit. Não sou nem existente e nem não existente.
44-45: Eu não sou da natureza de qualquer coisa. Eu sou da natureza da não-ação. Eu sou desprovido de partes. Eu não tenho semelhante, nem manas, nem sentidos, nem Buddhi, nem mudança, nenhum dos três corpos, nem os estados de vigília, sonho, ou sono sem sonhos.
46: Eu não sou nem da natureza das três dores, nem dos três desejos. Eu não tenho nem Sravana, nem Manana em Chidatma, com o propósito de alcançar a salvação.
47: Não há nada como a Mim, ou contrário a Mim. não há nada dentro de Mim. Eu não tenho nenhum dos três corpos.
48: A natureza de Manas é irreal, a natureza de Buddhi é irreal, a natureza de Aham (o ‘Eu’) é irreal; mas Eu sou o incondicionado, o permanente e o não-nascido.
49: Os três corpos são irreais, os três períodos do tempo são irreais, os três Gunas são irreais, mas Eu sou da natureza do Real e do puro.
50: Aquilo que se ouve é irreal, todos os Vedas são irreais, os Shastras são irreais, mas Eu sou o Real, e da natureza de Chit.
51: As Murtis (formas físicas de) (Brahma, Vishnu e Rudra têm limitações), toda a criação é irreal, todos os Tattvas são irreais, mais saiba que Eu sou o grande Sadashiva.
52: O mestre e o discípulo são irreais, o mantra do Guru é irreal, o que é visto é irreal, mas conheça-Me como sendo o Real.
53: Qualquer que seja o pensamento é irreal, tudo o que é lícito é irreal, tudo o que é benéfico é irreal, mas conheça-Me como sendo Real.
54: Saiba que o Purusha (ego) é irreal, saiba que os prazeres são irreais, saiba que as coisas vistas e ouvidas são irreais, como também um tecido sabiamente tramado e sabiamente urdido, ou seja, esse universo.
55-56: A causa e não-causa são irreais, coisas perdidas ou obtidas são irreais. Dores e felicidades são irreais, o todo e não todo são irreais, ganhos e perdas são irreais, vitórias e derrotas são irreais.
57-59: Todos os sons, todos os toques, todas as formas, todos os paladares, todos os odores e todo Ajnana são irreais. Tudo é sempre irreal – a existência mundana é irreal – todos os Gunas são irreais. Eu sou da natureza de Sat. Deve-se conhecer seu próprio Atman sozinho. Deve-se sempre praticar o mantra de seu Atman.
60-69: O mantra (Aham Brahmashmi) ‘Eu sou Brahman’ remove todos os pecados da visão, destrói todos os outros mantras, destrói todos os pecados do corpo e do nascimento, o laço de Yama, as dores da dualidade, o pensamento da diferença, as dores do pensamento, a doença de Buddhi, a escravidão de Chitta, todas as doenças, todas as aflições e as paixões instantaneamente, o poder da raiva, as modificações de Chitta, Sankalpa, Crores (dez milhões) de pecados, todas as ações e o Ajnana de Atman.
70-71: O mantra ‘Eu sou Brahman’ dá indescritível bem aventurança, dá o estado de Ajada (a não inatividade, ou o não decadente) e mata o demônio de não-Atman. O raio ‘Eu sou Brahman’ limpa todos os montes do não-Atman.
72: A roda ‘Eu sou Brahman’ destrói os Asuras do não-Atman. O mantra ‘Eu sou Brahman’ aliviará todas (as pessoas).
73: O Mantra ‘Eu sou Brahman’ dá sabedoria espiritual e bem-aventurança. Existem sete Crores de grandes Mantras e existem os Vratas (votos) de (ou condescendente) cem Crores de nascimentos.
(*) Crores (dez milhões)
74: Tendo desistido de todos os outros Mantras, deve-se sempre praticar esse Mantra. Ele obtém de uma só vez a salvação e não há sequer uma partícula de dúvida sobre isso.
Assim termina o terceiro capítulo.
CAPÍTULO – IV
Kumara perguntou ao grande Senhor: “Por favor, explica-me a natureza de Jivanmukti (salvação quando ainda se está encarnado) e Videhamukti (salvação depois de desencarnado).” Pelo que o grande Shiva respondeu:
1: “Eu sou Chidatma. Eu sou Para-Atma. Eu sou o Nirguna (sem forma), maior do que o maior. Aquele que simplesmente permanece em Atman é chamado de Jivanmukta.
2: Aquele que percebe: “Estou além dos três corpos, eu sou a pura consciência, e eu sou Brahman’, diz-se ser um Jivanmukta.
3: Diz-se que ele é um Jivanmukta, que compreende: ‘Eu sou da natureza da bem-aventurança e do supremo êxtase, e eu não tenho nem corpo nem qualquer outra coisa, exceto a certeza ‘Eu sou Brahman’, somente.
4-6: Diz-se que ele é um Jivanmukta, que não tem todo o “Eu” em Mim, mas que permanece em Chinmatra (consciência absoluta) sozinho, cujo interior é consciência por si só, que é somente da natureza de Chinmatra, cujo Atman é da natureza do todo-pleno, que tem Atman sobre tudo, que é devotado à bem-aventurança, que é indiferenciado, que é todo pleno da natureza da consciência, cujo Atman é da natureza da pura consciência, que está acima de todas as afinidades (para objetos), que tem bem-aventurança incondicionada, cujo Atman é tranqüilo, que não tem nenhum outro pensamento (que Si mesmo) e que é desprovido de pensamento da existência de qualquer coisa.
7-11(a): Diz-se que ele é um Jivanmukta que realiza: ‘Eu não tenho Chitta, nem Buddhi, nem Ahamkara, nem sentido, nem corpo, nem qualquer tempo, nem Pranas, nem Maya, nem paixão e nem raiva; Eu sou grande, eu não tenho nenhum desses objetos do mundo, e eu não tenho pecado, nem características, nem olhos, nem Manas, nem ouvidos, nem nariz, nem língua, nem mãos, nem os estados de vigília, nem o de sonho, e nem o de causalidade, no último, ou o quarto estado’.
11(b)-30(a): Diz-se que ele é um Jivanmukta, que realiza: ‘Tudo isso não é mente, Eu não tenho tempo, nem espaço, nem objeto, nem pensamento, nem Snana (banho), nem Sandhyas (junção dos períodos de cerimônias), nem divindade, nem local, nem locais sagrados, nem culto, nem sabedoria espiritual, nem assento, nem parentes, nem nascimento, nem discurso, nem riqueza, nem virtude, nem vício, nem deveres, nem auspiciosidade, nem Jiva, nem mesmo os três mundos, nem salvação, nem dualidade, nem os Vedas, nem normas imperativas, nem proximidade, nem distância, nem conhecimento, nem sigilo, nem Guru, nem discípulo, nem diminuição, nem excesso, nem Brahma, nem Vishnu, nem Rudra, nem lua, nem terra, nem água, nem Vayu, nem Akasa, nem Agni, nem clã, nem Lakshya (objeto destinado a), nem existência mundana, nem meditador, nem objeto da meditação, nem Mans, nem frio, nem calor, nem sede, nem fome, nem amigo, nem inimigo, nem ilusão, nem vitoria, nem passado, nem presente, ou futuro, nem quadrantes, nada para ser dito ou ouvido no mínimo, nada para ter ido (ou atingido), nada para ser contemplado, apreciado ou lembrado, nem prazer, nem desejo, nem Yoga, nem absorção, nem garrulice, nenhuma quietude, nem escravidão, nem amor, nem alegria, nem alegria instantânea, nem grandeza, nem pequeneza, nem comprimento, nem falta, nem aumento, nem diminuição, nem Adhyaropa (atribuição ilusória), nem Apavada (retirada dessa concepção), nem não-unidade, nem pluralidade, nem cegueira, nem monotonia, nem habilidade, nem carne, nem sangue, nem linfa, nem pele, nem tutano, nem osso, nem pele, nem os sete Dhatus, nem brancura, nem vermelhidão, nem azul, nem calor, nem ganho, nem importância, nem não-importância, nem ilusão, nem perseverança, nem mistério, nem raça, nada para ser abandonado ou recebido, nada para ser ridicularizado, nem política, nem votos religiosos, nem culpa, nem choro, nem felicidade, nem conhecedor, nem conhecimento, nem o conhecível, nem Eu, nem pertencente a você ou a Mim, nem você, nem Eu, e nem a velhice, nem a juventude, nem a virilidade; mas Eu sou certamente Brahman. ‘Eu sou certamente Brahman. Eu sou Chit, Eu sou Chit’.
30(b)-31: Diz-se que um Jivanmukta que conhece: ‘Eu sou Brahman sozinho, Eu sou Chit sozinho, Eu sou o supremo’. Sem dúvida precisa ser entretido sobre isso; ‘Eu sou Hamsa em Si, Eu continuo por Minha própria vontade, Eu posso ver a Mim através de Mim, Eu reino feliz no reino de Atman, e desfruto em Mim a bem-aventurança de Meu próprio Atman’.
32: Ele é um Jivanmukta, quem é Si mesmo, o primeiro e a única pessoa destemida, que é em Si mesmo o senhor, e descansa em Seu próprio Eu.
33: Ele é um Videhamukta quando se torna Brahman, cujo Atman alcançou a quietude, que é da natureza da bem-aventurança Brahmanica, que é feliz, que é de uma pura natureza, que é um grande Mouni (observador do silêncio).
34-37: Ele é um Videhamukta quando permanece em Chinmatra sozinho, sem (mesmo) pensar assim: ‘Eu sou todo o Atman, o Atman que é igual (ou o mesmo) em todos, o puro, sem um, o não dual, o todo, o eu somente, o sem nascimento, e o imortal – Eu sou Meu eu, o Atman indecaído que é o objetivo almejado, o esportivo, o silêncio, o bem-aventurado, o amado e a salvação da escravidão – Eu sou Brahman sozinho – Eu sou Chit sozinho’.
38: Ele é um Videhamukta quando abandonando o pensamento: ‘Eu sozinho sou o Brahman’, está preenchido com êxtase.
39-47(a): Ele é um Videhamukta quando, tendo cedido a certeza da existência, ou da não-existência de todos os objetos, é puro Chidananda (a consciência-êxtase), que, tendo abandonado (o pensamento): ‘Eu sou Brahman’ (ou) ‘Eu não sou Brahman’, não mistura seu Atman com qualquer coisas, qualquer lugar, ou qualquer momento, que é sempre silêncio como o silêncio de Satya, que nada faz, que foi além das Gunas, cujo Atman tornou-se o Todo, o grande e o purificador dos elementos, que não conhece mudanças de tempo, matéria, lugar, si mesmo, ou outras diferenças, que não vê (a diferença de) ‘Eu’, ‘tu’, ‘isso’, ou ‘aquele’, que, sendo da natureza do tempo é, ainda, sem ele; cujo Atman é vazio, sutil e universal, mas ainda sem (eles), cujo Atman é divino e, ainda, sem os Devas, cujo Atman é mensurável e, ainda, sem medida, cujo Atman é sem inércia e dentro de cada um, cujo Atman é desprovido de qualquer Sankalpa, que pensa sempre: ‘Eu sou Chinmatra, Eu sou simplesmente Paramatman, Eu sou somente da natureza da sabedoria espiritual, Eu sou somente da natureza de Sat, Eu não tenho medo de nada nesse mundo’, e que é sem a concepção dos Devas, Vedas e ciências, ‘Tudo isso é consciência, etc.’ e que respeita todos como vazio.
47(b)-48: Ele é um Videhamukta que tem realizado a Sim mesmo como sendo Chaitanya sozinho, que é remanescente à vontade no jardim do prazer de seu próprio Atman, cujo Atman é de uma natureza ilimitada, que sem concepção de pequeno e grande, e que é o quarto estado do quarto estado e da suprema bem-aventurança.
49-53(a): Ele é um Videhamukta, cujo Atman é sem nome e sem forma, que a grande sabedoria espiritual da natureza da bem-aventurança, e da natureza do estado além de Turya, que não é auspicioso e nem auspicioso, que tem o yoga como o seu Atman, cujo Atman está associado com o yoga, que é livre da escravidão ou da liberdade, sem Guna ou não-Guna, sem espaço, tempo etc., sem a testemunhante e sem a testemunha, sem o pequeno ou grande, e sem a compreensão do universo, ou mesmo a compreensão da natureza de Brahman, mas que encontra o seu esplendor espiritual em sua própria natureza, que encontra sua bem-aventurança em si mesmo, cuja bem-aventurança está além do alcance das palavras e da mente, e cujo pensamento está mais longe do que o que está além.
53(b)-54: Diz-se que é um Videhamukta quando ele foi além (ou domina completamente) as modificações de Chitta, que ilumina tais modificações, e cujo Atman está sem quaisquer modificações em tudo. Nesse caso, ele não é nem encarnado, nem desencarnado. Se tal pensamento é distraído (mesmo), por um momento, então ele está cercado (em pensamento) por tudo.
55-62: Ele é um Videhamukta cujo Atman externo, invisível aos outros, é a suprema bem-aventurança, visando ao mais elevado Vedanta, que bebe o suco do néctar de Brahman, que tem o néctar de Brahman como medicina, que é devotado ao suco do néctar de Brahman, que está imerso nesse suco, que tem o culto beneficente da bem-aventurança Brahmanica, que não está saciado com o suco do néctar de Brahman, que percebe a bem-aventurança Brahmanica, que tem o brilho da essência da bem-aventurança Brahmanica, que se tornou um com Ele, que vive na casa da bem-aventurança Brahmanica, que montou o carro da bem-aventurança Brahmanica, que tem um Chit imponderável, sendo um com ele, que está apoiando (tudo), sendo pleno dele, que associado comigo tem, que permanece no Atman tendo essa bem-aventurança, e que pensa: ‘Tudo isso é da natureza de Atman, nada existe ao lado de Atman, tudo é Atman, eu sou Atman, o grande Atman, o supremo Atman, e o Atman da forma da bem-aventurança’.
63-68(a): Quem pensa: ‘Minha natureza é plena, eu sou o grande Atman, eu sou o todo contente e o permanente Atman. Eu sou o Atman que permeia o coração de todos, que não é maculado por qualquer coisa, mas que não tem Atman; Eu sou o Atman, cuja natureza é imutável, Eu sou o Atman silencioso; e Eu sou os muitos Atmans’. Quem não pensa que esse é Jivatman e esse é Paramatma, cujo Atman é da natureza do emancipado e do não-emancipado, mas sem emancipação ou escravidão, cujo Atman é da natureza do único dual e do não-dual, mas sem dualidade e não-dualidade; cujo Atman é da natureza do Todo e do não-Todo, mas sem esses; cujo Atman é da natureza da felicidade resultando dos objetos obtidos e desfrutados, mas sem ele; e que ele é desprovido de qualquer Sankalpa – tal homem é um Videhamukta.
68(b)-79: Ele, cujo Atman é impartido, imaculado, iluminado, Purusha, sem bem-aventurança, etc., da natureza do néctar, da natureza dos três períodos do tempo, mas sem eles; cujo Atman é inteiro e não-mensurável, estando sujeito à prova, embora sem prova; cujo Atman é eterno e a testemunha, mas sem eternidade e testemunha; cujo Atman é da natureza do sem um segundo, que é o auto-brilho sem um segundo, cujo Atman não pode ser medido por Vidya e Avidya, mas sem eles; cujo Atman é sem condicionabilidade, ou incondicionabilidade, que é sem isso, ou os mundos superiores, cujo Atman é sem as seis coisas que iniciam com Sama, que é sem as qualificações do aspirante depois da salvação, cujo Atman é sem os corpos – o bruto, o sutil, o causal e o quarto -, em sem os invólucros – o Anna, o Prana, o Manas e o Vijnana; cujo Atman é da natureza do invólucro de Ananda (bem-aventurança), mas sem os cinco invólucros; cujo Atman é da natureza de Nirvikalpa, é desprovido de Sankalpa, sem as características do visível ou do audível, e da natureza do vazio, devido ao incessante Samadhi, que é sem início, meio ou fim; cujo Atman é desprovido da palavra Prajnana, que é sem a idéia de ‘Eu sou Brahman’, cujo Atman é desprovido (do pensamento) de ‘tu és’, que é sem o pensamento ‘isso é Atman’, cujo Atman é desprovido daquilo que é descrito por Om, que está acima do alcance de qualquer discurso, ou dos três estados, e é indestrutível e o Chidatma, cujo atman não é o único que pode ser conhecido por Atman, e cujo Atman que não tem nem luz nem escuridão. Tal personagem é um Videhamukta.
80-81: Olhe somente o Atman; conheça-O como seu próprio. Desfrute seu Atman você mesmo, e permaneça em paz. Oh, único de seis faces, sê satisfeito em seu próprio Atman, sê errante em seu próprio Atman, e aprecie o seu próprio Atman. Então você alcançará Videhamukti.
Assim termina o quarto capítulo
CAPÍTULO – V
O Sábio chamado Nidagha dirigiu-se ao venerável Ribhu: “Oh Senhor, por favor, explica-me a discriminação de Atman do não-Atman”. O Sábio respondeu assim:
1-4(a): “O limite mais distante de todos os Vak (discurso) é Brahman; o limite mais distante de todos os pensamentos é o Guru. Aquele que é da natureza de todas as causas e de todos os efeitos, mais ainda sem eles, aquele que é sem Sankalpa, da natureza de toda bem-aventurança e auspícios, aquele que é o único grande da natureza da bem-aventurança, aquele que ilumina todas as luminárias, e aquele que é pleno de bem-aventurança de Nada (som espiritual), sem qualquer prazer e contemplação além dos Nadas e dos Kalas (partes) – aquele é Atman, aquele sou ‘Eu’, o indestrutível.
4(b)-5(a): Sendo desprovido de toda a diferença de Atman e de não-Atman, de heterogeneidade e homogeneidade, e de quietude e de não-quietude – aquele é o único Jyotis ao final do Nada.
5(b)-6: Estando longe da concepção de Maya-Vajyartha (ou seja, o significado de Maha Vakyas), bem como de ‘Eu sou Brahman’, sendo desprovido da, ou sem a concepção, palavra e do significado, e sendo desprovido da concepção do destrutível e do indestrutível – aquele é o único Jyotis ao final do Nada.
7: Estando sem a concepção de ‘Eu sou a essência não-dual impartida’, ou ‘Eu sou o bem-aventurado’, e sendo da natureza do único além de tudo – aquele é o único Jyotis ao final do Nada.
8: Aquele que é desprovido do significado de Atman (ou seja, movimento) e desprovido de Sachchidananda – ele é, por si só, Atman, o eterno.
9: Aquele que é indefinível e inacessível pelas palavras dos Vedas, que não tem nem externos e nem internos, e cujo símbolo não é nem o universo e nem Brahman – ele é, sem dúvida, Atman.
10-12(a): Aquele que não tem corpo, nem é um Jiva feito dos elementos e de seus compostos, que não tem nem forma e nem nome, nem o desfrutável nem o desfrutador, nem Sat nem Asat, nem preservação nem regeneração, nem Funa nem não-Guna – aquele é, sem dúvida, meu Atman.
12(b)-15(a): Aquele que não tem nem o descrito nem a descrição, nem Sravana nem Manana, nem Guru nem discípulo, nem o mundo dos Devas, nem os Devas, nem os Asuras, nem deveres nem não-deveres, nem o imaculado nem o não-imaculado, nem tempo nem não-tempo, nem certeza nem dúvida, nem Mantra nem não-Mantra, nem ciência nem não-ciência, nem vidente nem a visão que é sutil, nem o néctar do tempo – que é Atman.
15(b)-16(a): Tenha certeza que o não-Atman é um equívoco. Não existe Manas, como não-Atman. Não existe mundo como não-Atman.
16(b)-17(a): Devido à ausência de todos os Sankalpas e à desistência de todas as ações, Brahman sozinho permanece e não há não-Atman.
17(b)-21: Sendo desprovido dos três corpos, dos três períodos do tempo, dos três Gunas de Jiva, das três dores e dos três mundos, e seguindo o ditado ‘Tudo é Brahman’, saiba que nada existe para ser conhecido através da ausência de Chitta; não existe velhice pela ausência do corpo; nem movimento pela ausência de pernas; nem ação pela ausência de mãos; nem morte pela ausência de criaturas; nem felicidade pela ausência de Buddhi; nem virtude, nem pureza, nem medo, nem repetição de Mantras, nem Guru e nem discípulo. Não há um segundo na ausência do único. Onde não há o segundo, não há o primeiro.
22: Onde só há a verdade, não existe a não-verdade possível; onde só há uma não-verdade sozinha, não há uma verdade possível.
23: Se você conta uma coisa auspiciosa como não-auspiciosa, então a auspiciosidades é desejada (como separada) da não-auspiciosidade. Se você conta o medo como o não-medo, então o medo surgirá como o não-medo.
24: Se a escravidão deve se tornar a emancipação, então a ausência de escravidão se tornará a não-emancipação. Se o nascimento implica em morte, então, a ausência de nascimento é a não-morte.
25: Se ‘tu’ deve implicar em ‘Eu’, então na ausência de ‘tu’ haverá o ‘não-Eu’. Se ‘isso’ deve ser ‘aquele’, ‘isso’ não existirá na ausência de ‘aquele’.
26: Se ‘ser’ implica em ‘não-ser’, então ‘não-ser’ implicará em ‘ser’. Se um efeito implica uma causa, então na ausência de efeito não haverá causa.
27: Se a dualidade implica em não-dualidade, então na ausência de dualidade não haverá a não-dualidade. Se há algo para ser visto, então há o olho (visão); na ausência do que deve ser visto, não há olho (visão).
28: Na ausência do interior, não há exterior. Se há plenitude, então a não-plenitude é possível. Portanto (tudo) isso existe em lugar nenhum.
29: Nem você nem eu, nem isso, nem esses, existem. Não existe nenhum (objeto de) comparação na única verdade.
30: Não existem comparação no não-nascido. Não existe (nele) nem mente para pensar. Eu sou o supremo Brahman. Esse mundo é Brahman sozinho. Tu e Eu somos Brahman sozinho.
31: Eu sou Chinmatra simplesmente, e não existe não-Atman. Tenha certeza disso. Esse universo não é (realmente o todo). Esse universo não é (realmente) o todo. Foi produzido em nada e permanece em lugar algum.
32: Alguns dizem que Chitta é o universo. Não em todos. Ele não existe. Nem o universo nem Chitta, nem Ahankara nem Jiva existem (realmente).
33-34: Nem a criação de Maya nem Maya, em si, existe (realmente). O medo (na verdade) não existe. Autor, ação, ouvir, pensar, os dois Samadhis, o medidor, o mensurado, Ajnana e Aviveka – nenhum desses existem (realmente) em qualquer lugar.
35-38: Portanto, as quatro considerações que se deslocam e os três tipos de relacionamentos não existem. Não existe nem o Ganga, nem Gaya, nem Setu (ponte), nem os elementos nem qualquer outra coisa, nem terra, nem água, nem fogo, Vayu e Akasa em qualquer lugar, nem Devas, nem guardiões dos quatro quadrantes, nem Vedas, nem Guru, nem distância, nem proximidade, nem tempo, nem meio, nem não-dualidade, nem verdade, nem mentira, nem escravidão, nem emancipação, nem Sat, nem Asat, nem felicidade etc., nem classe, nem movimento, nem casta e nem negócios mundanos.
39: Tudo é Brahman sozinho e nada mais – tudo é Brahman somente e nada mais. Existe, então, nada (ou Declaração) como que ‘a consciência é a única’; não existe (então) o ditado tal qual ‘Eu sou Chit’.
40-41: A declaração ‘Eu sou Brahman’ não existe (então); nem existe (então) a declaração: ‘Eu sou eternamente puro’. Tudo o que é proferido pela boca, tudo o que pensado por Manas, tudo o que é determinado por Buddhi, tudo o que é compreendido por Chitta – tudo isso não existe. Não existe o yogue, ou a yoga assim. Todos são e não são.
42: Nem dia e nem noite, nem banho e nem contemplação, nem ilusão nem não-ilusão – tudo isso não existe então. Saiba que não é o não-Atman.
43: Os Vedas, Ciências, Puranas, causa e efeito, Ishvara, o mundo e os elementos e os homens – todos são irreais. Não há dúvida disso.
44: Escravidão, salvação, felicidade, parentes, meditação, Chitta, os Devas, os demônios, o secundário e o primário, o elevado e o inferior – tudo isso é irreal. Não há dúvida disso.
45: Tudo o que é proferido pela boca, tudo o que é desejado pelo Sankalpa, tudo o que pensado por Manas – tudo isso é irreal. Não há dúvida disso.
46-47: Tudo o que é determinado por Buddhi, tudo o que é compreendido por Chitta, tudo o que discutido pelos livros religiosos, tudo o que é visto pelos olhos e ouvido pelos ouvidos, e tudo o que existe como Sat, bem como os ouvidos, os olhos e os membros – tudo isso é irreal.
48-51(a): Tudo o que é descrito como tal e tal, tudo o que é pensado como tal e assim, todos os pensamentos existentes, tal como ‘tu és Eu’, ‘aquele é isso’, e Ele sou eu’, e tudo o que acontece em Moksha, bem como todos os Sankalpas, ilusão, atribuição ilusória, mistérios e todas as diversidades de prazer e de pecado – tudo isso não existe. Assim também o não-Atman. Meu e teu, meu e teu, para mim e para ti, por mim e por ti – tudo isso é irreal.
51(b)-52(a): (A declaração) de que Vishnu é o preservador, Brahman é o criador, Rudra é o destruidor – saiba que isso, indubitavelmente, é falso.
52(b)-54(a): Banhos (de purificação), cantos de Mantras, Japas (austeridades religiosas), Homa (sacrifício), estudo dos Vedas, adoração dos Devas, Mantra, Tantra, associação com os bons, a revelação das falhas dos Gunas, o trabalho do órgão interno, o resultado de Avidya e os muitos Crores de ovos mundanos – tudo isso é irreal.
54(b)-55: Tudo o que é dito como verdade, de acordo com o veredicto dos professores, tudo o que é visto nesse mundo, e tudo o que existe – tudo isso é irreal.
56-58(a): Tudo o que é proferido pelas palavras, tudo o que acertado, dito, desfrutado, dado ou feito por qualquer pessoa, toda e qualquer ação feita, boa ou má, tudo o que é feito como verdade – saiba que tudo isso é irreal.
58(b)-59: Tu és, sozinho, o Atman transcendental e o supremo Guru da forma de Akasa, que é desprovido de aptidão (para ele) e da natureza de todas as criaturas. Tu és Brahma; não há dúvida disso.
60: Tu és o tempo; e tu és Brahman, que é sempre imponderável. Tu estás em todos os lugares, de todas as formas e pleno de consciência.
61: Tu és a verdade. Tu és o único que tem a maestria dos Siddhis, e tu és o ancião, o emancipado, a emancipação, o néctar da bem-aventurança, o Deus, o silencioso, o sem doenças, Brahman, o pleno e o maior do que o maior.
62: Tu és imparcial, Sat e o conhecimento antigo, reconhecido pelas palavras ‘Verdade’ etc. Tu és desprovido de todas as partes. Tu és o sempre-existente – tu surges como Brahma, Rudra, Indra etc., - Tu estás acima da ilusão do universo – Tu brilhas em todos os elementos – Tu és sem Sankalpa em tudo – Tu és conhecido por meio dos significados subjacentes das escrituras; Tu és sempre contente e sempre feliz permanecido (em Si mesmo); Tu és sem movimento etc. Em todas as coisas Tu és sem características; em todas as coisas Tu és contemplado por Vishnu e por outros Devas em todos os tempos.
65-69: Tu tens a natureza de Chit, Tu és Chinmatra não verificado, Tu deténs a Si mesmo em Atman, Tu és vazio de todas as coisas e sem Gunas, Tu és bem-aventurança, o grande, o único sem um segundo, o estado de Sat e Asat, o conhecedor, o conhecido, o vidente, a natureza de Sachchidananda, o Senhor dos Devas, o todo permeante, o imortal, o movimento, o imóvel, o todo e não todo com quietude e não-quietude, Sat sozinho, Sat normalmente (encontrado em todos), da forma de Nitya-Siddha (o único incondicionado desenvolvido) e, ainda, desprovido de todos os Siddhis.
70-73: Não existe um átomo que Tu não tenhas penetrado, mas ainda assim Tu és sem ele. Tu és desprovido de existência e de não existência, bem como do intuito e do objeto intencionado. Tu és imutável, indecaído, alem de todos os Nadas, sem Kala ou Kashta (divisões do tempo) e sem Brahma, Vishnu e Shiva. Tu observas a natureza de cada um e estás acima da natureza de cada um. Tu estás imerso na bem aventurança do Eu. Tu és o monarca do reinado do Eu e, ainda, sem a concepção do Eu. Tu és da natureza da plenitude e da incompletude.
74: Não há nada que tu observes que não seja Tu mesmo. Tu não te agitas fora de Tua natureza. Tu atuas de acordo com a natureza de cada um. Tu nada és senão a natureza de cada um. Não há duvida de que ‘Tu és Eu’.
75: Esse universo e todas as coisas nele, quer seja o vidente ou o visto, lembra os chifres de uma lebre (ou ilusório).
76-89(a): Terra, água, Agni, Vayu, Akasa, Manas, Buddhi, Ahankara, Tejas, os mundos e as esferas do universo, destruição, nascimento, verdade, vício, ganho, desejo, paixão, raiva, cobiça, o objeto da meditação, sabedoria, guru, discípulo, limitação, o início e o fim, auspiciosidade, o passado, presente e futuro, a finalidade e o objeto da finalidade, restrição mental, inquérito, contentamento, desfrutador, desfrutamento, etc., as oito partes do yoga, Yama etc., o ir e o vir (da vida), o início, o meio e o fim, o que pode ser capturado e rejeitado, Hari, Shiva, os órgãos, Manas, os três estados, os vinte e quatro Tattvas, os quatro meios, um da mesma classe ou de diferentes classes, Bhuh e os outros mundos, todas as castas e ordens da vida com as regras estabelecidas para cada um, Mantras e Tantras, ciência e ignorância, todos os Vedas, a inércia e a não-inércia, escravidão e salvação, sabedora espiritual e não-sabedoria, o iluminado e o não iluminado, dualidade e não dualidade, a conclusão de todos os Vedantas e Shastras, a teoria da existência de todas as almas e a de uma única alma somente, tudo o que é pensado por Chitta, tudo o que é desejado pelo Sankalpa, tudo o que é determinado por Buddhi, tudo o que se ouve e se vê, tudo o que o guru instrui, tudo o que é sentido pelos órgãos, tudo o que discutido em Mimamsa, tudo o que é comprovado por Nyaya (filosofia) e pelos grandes que atingiram o outro lado dos Vedas, o ditado ‘Shiva destrói o mundo, Vishnu o protege e Brahma o criou’, tudo o que é encontrado nos Puranas, tudo o que é determinado pelos Vedas e é o significado de todos os Vedas – todos esses lembra os chifres de uma lembre.
89(b): A concepção de ‘Eu sou o corpo’ é dito como o dos órgãos internos.
90: A concepção ‘Eu sou o corpo’ é dito como sendo a grande existência mundana; a concepção ‘Eu sou o corpo’ constitui todo o universo.
91-96: A concepção ‘Eu sou o corpo’ é dito como sendo o nó do coração, como a não-sabedoria, como o estado de Asat, a ignorância, como o dual, como o verdadeiro Jiva e como com partes, é certamente o grande pecado e é a doença gerada pela falta de sede após desejos.
97: Aquele que é Sankalpa, as três dores, paixão, raiva, escravidão, todas as misérias, todas as faltas e as várias formas do tempo – saiba que estes são os resultados de Manas.
98-104: Manas sozinho é o mundo inteiro, o sempre-ilusório, a existência mundana, os três mundos, as grandes dores, a velhice e outros, a morte e o grande pecado, o Sankalpa, o Jiva, o Chitta, o Ahankara, a escravidão, o órgão interno e a terra, água, Agni, Vayu e Akasa. Som, toque, forma, paladar e odor, os cinco invólucros, os estados de vigília, sonho e o sono sem sonhos, os guardiões dos oito quadrantes, Vasus, Rudras, Adityas, o visto, o inerte, os pares de opostos, e a não sabedoria – todos esses são produtos dos Manas.
105: Tenha certeza de que não existe realidade em tudo o que é Sankalpa. O mundo inteiro, o guru, discípulo etc, não existem, sim, não existem.
Assim termina o quinto capítulo.
CAPÍTULO – VI
1-9(a): Ribhu continuou novamente: “Saiba que todas as coisas como Sachchinmaya (pleno de Sat e consciência). Ele permeia todas as coisas. Sachchidananda é não dual, indecaído, sozinho e diferente de tudo. Ele sou ‘Eu’. Ele sozinho é Akasa e ‘tu’. Ele sou Eu. Há (Nele) nenhum Manas, nem Buddhi, nem Ahankara, nem Chitta, ou coleção desses – nem ‘tu’, nem ‘Eu’, nem qualquer outra coisa, nem tudo. Brahman sozinho é. Frases, palavras, Vedas, letras, começo, meio ou fim, verdade, lei, prazer, dor, existência, Maya, Prakriti, corpo, face, nariz, língua, palato, dentes, lábios, testa, expiração e inspiração, suor, osso, sangue, urina, distancia, proximidade, membro, barriga, coroa, o movimento das mãos e dos pés, Shastras, comando, o conhecedor, o conhecido e o conhecimento, os estados de vigília, de sonho e de sono sem sonhos, e o quarto estado – tudo isso não Me pertence. Todas as coisas são Sachchinmaya interligado.
9(b)-29: Sem atributos relacionados ao corpo, elementos e espírito, sem raiz, sem visão, sem taijasa, sem Prajna, sem Virat, sem Sutratma, sem Ishvara e sem ir ou vir, nem ganho nem perda, nem o aceitável nem o rejeitável, nem o censurável, nem o puro e nem o impuro, nem gordo nem magro, nem tristeza, tempo, espaço, discurso, tudo, medo, dualidade, árvore, grama ou montanha, nem meditação, nem Siddhi do yoga, nem Brahmana, Kshatriya ou Vaishya, nem pássaro ou animal, ou membro, nem cobiça, ilusão, orgulho, malícia, paixão, raiva ou outros, nem mulher, Sudra, castas ou outros, nada que seja comestível ou desfrutável, nem aumento nem diminuição, nem crença nos Vedas, nem discurso, nem mundano ou não-mundano, nem transação, nem loucura, nem medida ou medido, nem prazer ou não-prazer, nem amigos, filhos etc., pai, mãe, ou irmã, nem nascimento ou morte, nem crescimento, corpo ou ‘eu’, nem vazio ou plenitude, nem órgãos internos ou existência mundana, nem noite, nem dia, nem Brahman, Vishnu ou Shiva, nem semana, quinzena, mês ou ano, nem vacilação, nem Brahmaloka, Vaikuntha, Kailasa e outros, nem Swarga, Indra, Agniloka, Agni, Yamaloka, Yama, Vayuloka, guardiões do mundo, os três mundos – Bhuh, Bhuvah, Svah, Patala ou a superfície da terra, nem ciência, ignorância, Maya, Prakriti, inércia, permanência, transitoriedade, destruição, movimento, correndo, objeto da meditação, banhos, Mantra ou objeto, nenhum objeto adorável, unção ou beber água, nem flor, fruto, sândalo, luzes onduladas diante de Deus, oração, prostrações ou circundações, nenhuma concepção de súplica ou ainda de separatividade, oblações de alimento, oferecimentos de alimento, sacrifícios, ações, abuso, louvor, Gayatri e Sandhi (período de junção, tal como a do crepúsculo, etc.,), nenhum estado mental, calamidade, desejos maus, alma má, Chandala (pessoa de casta inferior), Pulkasa, insuportabilidade, indizível, Kirata (caçador), Kaitava (demônio), parcialidade, partidarismo, ornamento, chefe ou orgulho, nem pluralidade, nem unicidade, durabilidade, tríade, tétrade, grandeza, pequeneza, plenitude ou ilusão, nem Kaitava, Benares, Tapas, clã, família, Sutra, grandeza, pobreza, menina, mulher velha ou viúva, nem poluição, nascimento, introversão ou ilusão, nem frases sagradas, identidade, ou os Siddhis, Anima, etc.
30: Todas as coisas são consciência sozinha, não há culpa em nada. Todas as coisas são da natureza de Sat sozinho, é Sachchidananda somente.
31: Brahman sozinho é todas as coisas e nada mais existe. Assim ‘Aquele’ sou ‘Eu’, ‘Aquele’ sou ‘Eu’, ‘Aquele’ sozinho sou ‘Eu’. ‘Aquele’ sozinho sou ‘Eu’. ‘Aquele’ sozinho sou ‘Eu’. O eterno Brahman sozinho sou ‘Eu’.
32-33: Eu sou Brahman sozinho, sem estar sujeito à existência mundana. Eu sou Brahman sozinho sem quaisquer Manas, qualquer Buddhi, órgãos ou corpo. Eu sou Brahman sozinho, não perceptível. Eu sou Brahman sozinho e não Jiva. Eu sou Brahman sozinho e não passível de mudança.
34: Eu sou Brahman sozinho e não inerte. Eu sou Brahman sozinho e não tenho morte. Eu sou Brahman sozinho e não tenho Pranas. Eu sou Brahman sozinho e maior do que o maior.
35: Isso é Brahman, Grande é Brahman. A verdade é Brahman. Ele é todo permeante. O tempo é Brahman. Kala é Brahman. Felicidade é Brahman. Ele é auto-brilho.
36: Um é Brahman. Dois é Brahman. Ilusão é Brahman. Sama e outros são Brahman. Maldade é Brahman. Bondade é Brahman. Ele é da forma da restrição, quietude, o onipresente e o onipotente.
37: O Loka (mundo) é Brahman. O guru é Brahman. O discípulo é Brahman, ele é Sadashiva. (Aquele que) está antes é Brahman. (Aquele que será) a seguir é Brahman. Pureza é Brahman. Auspiciosidade e não-auspiciosidade são Brahman.
38: Jiva sempre é Brahman. Eu sou Sachichidananda. Todos são da natureza de Brahman. O universo é da natureza de Brahman.
39: Brahman é Si mesmo (Svayam). Não há dúvida disso. Não há nada fora de Si. A letra Om da forma da consciência é Brahman sozinho. Todas as coisas está em Si mesmo.
40-45: Eu sozinho sou todo o universo e o mais elevado assento, tendo cruzado os Gunas e eu sou o maior do que o maior, o supremo Brahman, o Guru dos Gurus, o suporte de tudo e a bem-aventurança das bem-aventuranças. Não existe universo além de Atman. O universo é da natureza de Atman.
46-52(a): Não há nada (ou nenhum lugar) sem Atman. Não nem mesmo a grama diferente de Atman. Não há nada de diferente da casca de Brahman. O universo inteiro é da natureza de Atman. Tudo isso é da natureza de Brahman. Asat não é da natureza de Brahman. Não há nem uma grama diferente de Brahman. Não há um lugar diferente de Brahman; não há um Guru diferente de Brahman; não há nem um corpo diferente de Brahman. Não há nada diferente de Brahman como Eu ou você.
52(b)-57: Tudo o que é visto nesse mundo, tudo o que é dito pelas pessoas, tudo o que é desfrutado por toda parte – tudo isso é Asat (irreal) somente. As diferenças surgem em decorrência do autor, da ação, qualidades, gostos, paladar e o gênero – tudo isso surge de Asat e é (senão) agradável. As diferenças surgem do tempo, objetos, ações, sucesso ou derrota, e tudo o mais – tudo isso é, simplesmente, Asat. O órgão interno é Asat. Os órgãos são Asat. Todos os Pranas, as coleções de todos esses, os cinco invólucros, as cinco divindades, as seis mudanças, os seis inimigos, as seis estações e os seis sabores são Asat.
58: Eu sou Sachchidananda. O universo é desenraizado. Eu sou Atman sozinho, Chit e Ananda. As cenas da existência mundana não são diferentes.
59: Eu sou a Verdade da natureza de Ananda, e da natureza de Chit imponderável.
60: Tudo isso é da natureza de Jnana. Eu sou o sem um segundo, tendo Jnana e êxtase. Eu sou da natureza de um iluminador de todas as coisas. Eu sou da natureza de todos os não-seres.
61-63: eu, sozinho, brilho sempre. Portanto, como posso, com tal natureza, ser Asat? Aquele que é chamado ‘tu’ é o grande Brahman da natureza da bem-aventurança da consciência, e da natureza de Chit, tendo Chidakasha e Chit sozinho como a grande bem-aventurança. Atman sozinho sou ‘Eu’. Eu sou Kutastha, o grande guru e Sachichidananda sozinho. Eu sou esse universo nascido. Nem tempo, nem universo, nem Maya, nem Prakrti (em Mim).
64: Eu sozinho sou Hari. Pessoalmente Eu sou, sozinho, Sadashiva. Eu sou da natureza da consciência pura. Eu sou o desfrutador do puro Sattva.
65-71: Eu sou a única essência plena de Chit. Todas as coisas são Brahman, e Brahman sozinho. Todas as coisas são Brahman e são Chit sozinho. Eu sou da natureza da latência de tudo e da testemunha de tudo. Eu sou o supremo Atman, o supremo Jyotis, a suprema riqueza, o objetivo supremo, a essência de todos os Vedantas, o sujeito discutido em todos os Shastras, a natureza da bem-aventurança yoguica, o oceano de bem-aventurança principal, o brilho de toda a sabedoria, da natureza da sabedoria principal, o brilho do quarto estado e do não-quarto, mas desprovido deles, o Chit indestrutível, verdade, Vasudeva, o não nascido e o imortal Brahma, Chidakasha, o incondicionado, o imaculado, o impecável, o emancipado, o completamente emancipado, o sem alma, o sem forma, e da natureza do universo não-criado. O universo que é assumido como verdade e não-verdade não existe realmente.
72: Brahman é da natureza da eterna bem-aventurança e é ainda por Si mesmo. ele é infinito, indecaído, silencioso e de uma natureza somente.
73-75: Se alguma coisa é outra do que Meu Eu, então ele é tão irreal quanto a miragem em um Oasis. Se alguém tiver medo do filho de uma mulher estéril, ou se um elefante poderoso for morto por meio dos chifres de uma lebre, então o mundo (é real). Se alguém (pessoa) puder matar a sede bebendo as águas da miragem, ou se ela for morta pelos chifres de um homem, então o universo é real. O universo existe sempre na verdadeira cidade de Gandharva (meramente irreal).
76-98: Quando o azul do céu realmente existir nele, então o universo será real. Quando a prata na madrepérola puder ser usada para fazer um enfeite, quando um homem for mordido por (o conceito de) uma cobra em uma corda, quando a chama do fogo se apagar por meio de uma flecha de ouro, quando o alimento leitoso for obtido da floresta de Vindhya (montanhas), quando o alimento cozido puder ocorrer por meio de combustível do (molhado) bananeiras, quando um neném menina recém nascido começar a cozinhar, quando a coalhada resumir o estado do leite, ou quando o leite (ordenhado) remonta pelas tetas de uma vaca, então o universo realmente será (real).
Quando a poeira da terra puder ser produzida no oceano, quando o elefante enlouquecido for detido por meio do cabelo de uma tartaruga, quando o Meru (montanha) for abalado pelo segmento do talo de um lótus, quando o oceano for limitado por suas linhas de marés, quando as chamas do fogo abaixarem, quando a chama se tornar (realmente) fria, quando o lótus brotar das chamas do fogo, quando Indranila (safira) surgir nas grandes montanhas, quando Meru vier e sentar nos olhos de lótus, quando uma montanha puder se tornar a prole de uma abelha negra, quando o Meru tremer, quando um leão for morto por uma cabra, quando os três mundos puderem ser encontrados no espaço da cavidade de um átomo, quando o fogo que queima a palha puder queimar por um longo tempo, quando os objetos vistos em um sonho vierem para o estado de vigília, quando a correnteza de um rio ficar parado (por si mesmo), quando a entrega de uma mulher estéril se tornar fértil, quando o corvo andar como um cisne, quando a mula lutar como um leão, quando um grande asno andar como um elefante, quando a lua cheia se tornar o sol, quando Rahu (um dos nódulos) abandonar o sol e a lua, quando uma boa colheita surgir dos resíduos (da queima) das sementes, quando os pobres desfrutarem da felicidade dos ricos, quando os leões forem conquistados pelas bravuras dos cães, quando o coração de Jnanis for conhecido pelos tolos, quando o oceano for bebido pelos cães sem qualquer sobra, quando o puro Akasa cair sobre os homens, quando o paraíso cair sobre a terra, quando a flor no céu emitir fragrância, quando uma floresta constante em puro Akasa mover-se e, quando, o reflexo surgir em um vidro simples (sem mercúrio ou qualquer outra coisa em suas costas), então o mundo realmente é (real).
99: Não há universo no seio de Aja (o não-nascido Brahman) – não há universo no seio de Atman. A dualidade e a não-dualidade, que são senão os resultados da diferenciação, não são reais
100: Tudo isso é o resultado de Maya. Portanto, deve haver Brahman-Bhavana. Se a miséria deve surgir da concepção de ‘Eu sou o corpo’, então ela o certo é ‘Eu sou Brahman’.
101: O nó do coração é a roda de Brahman, que corta em pedaços o nó da existência. Quando a dúvida surge em alguém, deve-se ter fé em Brahman.
102: Aquele Brahman não-dual, que é eterno e da forma de uma bem-aventurança incondicionada, é a guarda de Atman contra o chefe da forma do não-Atman.
103: Através de exemplos como o acima, está estabelecido a natureza de Brahman. Brahman sozinho é a toda morada. Abandonar o nome até mesmo do universo.
104: Conhecendo por certo ‘Eu sou Brahman’, desistir do ‘Eu’. Todas as coisas desaparecem como flor das mãos de uma pessoa adormecida.
105: Não há nem o corpo nem o Karma. Todas as coisas são Brahman sozinho. Não existe nem objetos, nem ações, nem os quatro estados.
106: Todas as coisas que as três características de Vijnana é Brahman sozinho. Abandonando toda ação, deve-se contemplar:
107: ‘Eu sou Brahman’, ‘Eu sou Brahman’. Não há dúvida disso. Eu sou Brahman da natureza de Chit. Eu sou da natureza de Sachchidananda.
108: Essa grande ciência de Shankara nunca deve ser explicada a qualquer pessoa comum, para um ateísta ou para um infiel, uma pessoa mal comportada ou mal intencionada.
109: Ela (essa ciência) deve ser, após o exame devido, ser dada aos mais elevados de alma, cuja mente está purificada com a devoção por seus gurus. Ela deve ser ensinada por um ano e meio.
110: Deixando de fora completa e totalmente a prática recomendada pelos (outros) Upanishads, deve-se estudar o Tejobindu Upanishad sempre com prazer.
111: Ao estudá-lo uma vez, ele se torna um com Brahman.
Assim termina o sexto capítulo.
Invocação
Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!
Aqui termina o Tejobindu Upanishad, como contido no Krishna-Yajur-Veda.