“Deus decorou os céus com constelações (Nakṣatras) como pérolas em um corcel escuro. A Luz do Sol (Sūrya) as esconde durante o dia e todo o conhecimento é profetizado na escuridão da noite.” — Parāśara Muni, Ṛk Veda 1.68.04

Caturtha Adhyāyaḥ - Capítulo 4 do Praśna Mārga

चतुर्थ अध्यायः
Caturtha Adhyāyaḥ
Capítulo 4


ॐ गुरवे नमः
Oṁ Gurave Namaḥ
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Somente os Stanzas foram traduzidos, preservando-se o trabalho didático 
do autor com suas análises e consequentes observações. 
Traduzido para o Português por:
... uma yoginī em seva a Śrī Śiva Mahā Deva ...
Karen de Witt
Rio de Janeiro_Brasil

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Conduzindo o Praśna


4:1 – Neste capítulo é explicado como o Praśna Kriyā deve ser conduzido e como o futuro pode ser predito com base em certas indicações dados nos Śāstras.

Preparação

4:2 – Depois de tomar banho1, vestir-se com roupas limpas e usar as sagradas cinzas, o astrólogo sentado à vontade deve abrir o Praśna Kriyā com grande devoção a Deus e ao Guru, olhando para o Leste2, e observando cuidadosamente tudo a sua volta, notando os presságios.
4:3 – O momento para isto deve ser, nem muito cedo pela manhã, nem muito tarde ao meio-dia. Ele deve ser feito quando o Sol está brilhante.
4:4 – Dos acessórios usados para o Praśna, ou pergunta, se as cinzas sagradas são primeiramente levadas inadvertidamente, então isto traz mau presságio. Se a luz é conduzida à sala do Praśna, isso indica bem estar geral e bençãos de Deus.
4:5 – Em todos os Praśnas, porque em todos os Karmas, a lâmpada tem uma importante participação, como um mensageiro do futuro. Se a chama é agradável e brilhante, ela traz bom presságio.
4:6 – Se a chama da lâmpada3 (usada no Praśna) se move na direção inversa do relógio, se não está brilhante, se frequentemente emite fagulhas, se também é pequena em forma, se repentinamente apaga embora haja um bom óleo e suficiente pavio, se ela se apaga a despeito de repetidos esforços para acendê-la, se ela se parte em duas metades, se ela faz ruídos e se ela trepida embora não exista vendo adverso, então prediga o mal.
4:7 – Se a chama está razoavelmente densa e longa em aparência, se ela se movem somente na direção dos ponteiros do relógio, se ela está estável e brilhante, se ela não produz nenhum som, se ela parece bonita, se ela tem um tom dourado como uma joia, e se ela queima reta, sem se curvar, então prediga prosperidade e sucesso.
4:8 – O óleo na lâmpada representa o corpo físico4; o pavio, a alma; a chama5, a longevidade; seu brilho e escuridão, representa felicidade e miséria; o recipiente, seu tamanho e forma, a casa; e o vento, parentes e amigos. A lâmpada, simbolizando a divindade, indica o futuro.
4:9 – Se a chama queima para o leste, então prediga prosperidade; se a chama está para o sudeste, prediga medo do fogo; se ela tende para o sul, diga morte; se ela vai para o sudoeste, doença como epilepsia ou apoplexia ou síncope; se para o oeste, diga melhoria ou paz; se para o noroeste, prediga pobreza e declínio; se para o norte, prediga que ele acaba de superar um grande perigo ou morte; se ao nordeste, prediga boa riqueza. Se a chama fica vertical, declare que sucesso e ganhos irão atender aos esforços do querente.
4:10 – Se qualquer um dos artigos trazidos enquanto uma pergunta é feita são colocados naquele lado ocupado por Gulika, ou aquele lado indicado pelas Rāśis como a 8ª do Ārūḍha, ou de Janma Rāśi do querente, então o querente encontrará com uma morte muito cedo, isto se não estiver aspectado por Guru Graha.
Desenhando o Círculo, ou a Carta

4:11 – Desenhe um diagrama em um local limpo, puro e arrumado, e coberto com uma camada de arroz cru, adornado com uma lamparina, flores e outros ornamentos.
4:12 – Desenhe o Cakra, ou a figura, sobre o chão medindo 24 aṅgulas (em cada lado). Divida isto em 16 partes iguais de 6 aṅgulas cada. Em seguida, coloque no centro um ‘Lótus’ com quatro pétalas. As 12 partes restantes constituirão as 12 Rāśis (Signos) do zodíaco, iniciando com Meṣa (Áries).
4:13 – Alguns astrólogos condenam o uso das cinzas sagradas (Bhasma) para desenhar este Cakra. Enquanto que muitos outros usam (Bhasma) nos dias atuais.
4:14 – Este Cakra deve ser desenhado no sentido dos ponteiros do relógio. Muitos obstáculos são indicados se ele for desenhado primeiro no sentido inverso e, em seguida, na direção oposta.
4:15 – linhas fortes indicam prosperidade. Linhas indistintas indicam miséria e aflição. Linhas quebradas mostram que os obstáculos estão à frente de ambos, felicidade e trabalho.

Como o Sacerdote Desenha o Cakra

4:16-17 – Se acontecer da linha ao Norte ser desenhada primeiramente, então o querente pode ser dito que ele terá ganhos monetários. Se a linha ao Oeste é desenhada primeira, então doenças aumentarão. Se o Leste é desenhado primeiro, nascimento de filhos pode ser predito. Se a linha ao Sul é desenhada primeiramente, a morte pode ser predita6.
4:18 – Se qualquer porção do Cakra está um pouco elevada, então o Astrólogo deve predizer que na casa do querente tem um ponto, o qual é elevado; se qualquer depressão existir lá (no Cakra), então existe um poço em sua casa.
4:19 – Se em qualquer local do Cakra existir pedaços de grama dispersos, então deduza que existem árvores naquele lado da casa do querente. Se o Cakra estiver molhado em qualquer parte, diga que existem fontes e poços. Se você descobrir um pedaço de pedra, então diga que existem pontos rochosos. Se você notar pequenas partículas de areia, então conclua que certas porções da casa estão elevadas ou coqueiros ou alguma outra árvores dessa espécie existem lá. Se você encontrar lama respingada por formigas em qualquer parte do Cakra, diga que existem formigueiros na casa do querente7.
4:20-22 – Depois de terminar o Cakra, se ele não doa nada a ninguém, então prediga que a propriedade do querente será brevemente vendida. Se ele toma algo de alguém, então ele ganha novas propriedades. Se ele levanta sua mão, então pense que existem árvores nas terras do querente. Se ele usa anel em seus dedos erguidos, ou toca seu colar, então diga que existem trepadeiras nas árvores; se ele levanta suas palmas com os dedos dobrados, então diga que as árvores estão sem ramos; se ele cerras seus punhos, então diga que existem muitos tocos de árvores. Se ele toca o cabelo em seu rosto, então diga que existem árvores com espinhos. Se ele toca suas narinas ou ouvido, então diga que existem buracos de ratos e de serpentes em seu jardim.

Comportamento do Agente

4:23-24 – Se ele toca seu cabelo desgrenhado na cabeça, ou a barba, então diga que existem kuśa (grama) ou outras espécies de grama. Se ele toca seu nariz, deve haver formigueiros. Se ele toca seu estomago, partes privadas, olhos, boca e peito, então diga que existe muita água em seu jardim. Se ele toca qualquer parte (que está transpirando) de seu corpo, diga que suas terras são muito férteis, sempre com muita água.
4:25 – Se ele coloca suas mãos na axila ou no ânus, então a água em seu jardim é muito ruim. Se ele levanta seus braços muito alto, então existem árvores altas; se ele abaixa suas mãos muito baixo, as árvores estão atrofiadas. Se ele toca seus dentes ou unhas, então existem minerais que podem ser descobertos em seu jardim.
4:26-27 – Se ele toca a rótula de seu joelho e qualquer outro osso em seu corpo, então muitas pedras e ossos podem ser encontrados em seu jardim. Se ele toca seu umbigo ou qualquer parte funda do corpo, então muitos poços e lagoas podem ser encontrados em suas terras. Existem rios ou pequenos riachos em seu jardim se ele toca a parte superior de suas costas. Devemos agora lidar com outros segredos pertencentes ao mensageiro.
4:28 – O Astrólogo deve marcar cuidadosamente as outras pessoas se tiver alguém acompanhando o mensageiro no momento do convite. Ele deve acertar a natureza da pessoa e dizer que o querente tem casas em torno da sua não habitada por pessoas e semelhantes em ocupação e casta das pessoas já conhecidas. Se no momento do primeiro convite um arqueiro aparece, diga que existe um templo naquela direção da casa do querente onde o Deus Ṣāsta é adorado. Se uma mulher aparece, diga que o templo é dedicado a Deusa Lakṣmī ou a Durgā naquela direção da casa. Se meninos sujos aparecem, então prediga que espíritos ruins vivem próximo.
4:29 – Se um Brahmaṇe aparece, diga que um Brahmarakṣasa reside naquela direção de sua casa. Se um homem doente acontece de aparecer, então diga que o querente é molestado por ladrões.
4:30-31 – Depois que o Cakra é desenhado, o Astrólogo deve lavar seus pés, santificar seu corpo com mantras Védico, adorar Ātma e o Senhor Gaṇeśa. Portanto, ele deve adorar o Senhor Maheśvara com seu Pañcakṣari8 Mantra no Lótus, ao centro do Cakra, depois das adorações preliminares, e preparar os oferecimentos feitos para as Divindades subsidiárias.

Invocação do Senhor

4:32 – Eu invoco o Senhor que está graciosamente sentado sobre o grande trono colocado sobre uma plataforma de cristal aos pés de uma árvore celestial em um local calmo no Grande Monte Kailāsa, que é assistido sobre todas as hostes de Deuses. Cuja mão esquerda está colocada em seu joelho, que segura um cervo, um machado e o símbolo do conhecimento. Cujo corpo é a essência com os bandas yogicos na forma de serpentes e que ensina o Supremo Conhecimento ao grupo de Sábios.

Adoração dos Planetas

4:33-34 – Meṣa e outras Rāśis, os Navagrahas posicionados em diferentes Rāśis, e Gulika devem ser adorados com seus nomes e Divindades subordinadas. No final da adoração ele deve adorar Sarasvatī e Guru nos objetos auspiciosos mantidos ao lado do Cakra, e adorar Lakṣmī na lamparina.

Colocando um pedaço de ouro

4:35 – Depois desta pūjā, pegue um pedaço de ouro, lave e coloque-o em uma bacia ou em uma folha de bananeira. Aplique pasta de sândalo e cubra-o com algumas flores, arroz colorido etc.

4:36 – Coloque-o na mão esquerda e cubra com a mão direita, repetindo com devoção o Pañcakṣari Mantra 108 vezes “oṁ namaḥ śivāya”.

4:37 – Em seguida, o Aṣṭamaṅgala Kriyā é, solenemente, iniciado. Os detalhes estão abaixo, como aconselhados por meu Guru.

4:38 – Sente à esquerda do Cakra, olhando para o Leste. Sente em um local limpo. Coloque diante de você, ao Norte do Cakra, uma prancha de madeira. Pegue 108 búzios e coloque-os sobre esta prancha.

4:39 – Aspirja-os com água sagrada e cubra-os com pasta de sândalo, flores etc. Em seguida adore Śiva neles como antes.

4:40-41 – Você deve, em seguida, fazer o Navagraha Pūjā invocando Sol no Leste, Marte no Sudeste, Júpiter no Sul, Mercúrio no Sudoeste, Vênus no Oeste, Saturno no Noroeste, Lua no Norte e Rāhu no Nordeste, e repetir o mantra 108 vezes9.

Saṅkalpa

etan nakṣatra saṁjātasyai tannāmnosya pṛcchataḥ |
bhūte ca vartamāne ca samaye ca bhaviṣyati ||42||
śubhā śumāni cedānīṁ cintitasya viśepataḥ |
sambhavāsambhavādyanyānyarthaprunnagṛahādiṣu ||43||
śubhāśumāni yānyetānyakhilānyapi tatvataḥ |
yuṣmatprasādataḥ spaṣṭaṁ mama citte sphurantviti ||44||

4:42-44 – Possa ocorrer-me, através de sua graça, encontrar a verdade, boa ou má, relacionada à pessoa nascida em tal e tal nakṣatra e trazendo tal e tal nome, e os acontecimentos sobre ele no passado, presente e futuro em relação a dinheiro, filhos e seus assuntos.

Aṣṭamaṅgala

4:45-50 – Em seguida, chame a garota ou o rapaz não familiarizados com astrologia, que se banhou e está bem vestido. Ele ou ela devem adorar a lamparina, Gaṇeśa e os planetas com flores, etc., na mão direita. Ele ou ela devem colocar o pedaço de ouro junto com as flores etc., na mão direita. Ele ou ela devem circundar o Cakra e, em seguida, sentar voltado para o leste. Enquanto isso o questionador deve estar meditando em Deus. Em seguida, o astrólogo, refletindo sobre o problema do querente, deve tocar os búzios repetindo os mantras três vezes e no final pedir ao garoto ou à garota para colocar o pedaço de ouro em qualquer um dos signos.

Determinando o Ārūḍha Rāśi

4:51-53 – Então o astrólogo deve dividir os búzios em três grupos, colocando um na mão esquerda, outro diante dele, e o último na mão direita. Os presságios também devem ser levados em consideração. Note este momento também. A natureza da respiração também deve ser notada. Em seguida, pode-se convidar para sair e medir a sombra do Sol. Aquele Rāśi onde o pedaço de ouro foi depositado pelo garoto/garota é conhecido como Ārūḍha Rāśi. O astrólogo deve, cuidadosamente, observar o pedaço de ouro colocado entre as flores no Cakra e assinalar alguns efeitos de sua posição.

4:54-55 – Depois de terminar a adoração, o astrólogo deve fazer as predições. Ele deve, solenemente, pegar os búzios colocados nos três locais, um após o outro. Conte cada um separadamente e elimine todos os múltiplos de 8 (oito) e conserve o restante. Isto constitui o terceiro algarismo, segundo algarismo e a unidade (respectivamente) de um número que ele está fazendo10.

Coisas a serem notadas

4:56-57 – Note cuidadosamente o Ārūḍha, o pedaço de ouro, a sombra do sol medida no pé, o número do Aṣṭamaṅgala, o Dīpa Lakṣaṇa e o outros Lakṣaṇas percebidos no momento. A natureza e o número das folhas de betel, ano, mês, data, dia da semana, o nome do questionador, seu nome de família, seu Nakṣatra e Saṅkalpa (objetivo do Praśna), todas estas coisas devem ser notadas.

Conclusão

4:58-59 – Desenhe o Cakra e espalhe arroz colorido sobre ele. Realize a pūjā com devoção. Adore os búzios para o Aṣṭamaṅgala. Veja o pedaço de ouro e peça para ser colocado em um dos quadrados do Cakra e encontre o Aṣṭamaṅgala número. Para propósitos da pūjā, flores brancas (especialmente tumbe) devem ser usadas sozinhas.


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1 – As abluções matinais etc.
2 – A direção tomada pelo Astrólogo enquanto faz, tantos suas injunções (como prescritas em Jyotiṣa) quanto o estudo de um Praśna ou Carta Natal, é sempre voltada para o Leste.
3 – Nimitta está sendo utilizado em todos os momentos em que se conduz um Praśna.
4 – A Luz é a base de toda Divindade no Universo e também um meio de se prever o futuro na condução de um Praśna. Harihara utiliza o conhecimento de Nimitta no momento de acender a lamparina de Ghee. Neste ponto, pode-se obter referências também no Daśādhyāyī, uma anotação de Varaha Mihira feita no Bṛhat Jātaka, Śloka 18, Capítulo V. O significado de uma lâmpada na condução de um Praśna pode ser ignorado nos dias atuais devido ao uso da energia elétrica. Entretanto, quem segue a Tradição e faz os procedimentos diários pela manhã, não deve desprezar tais sinais.
5 – Cabe aqui uma passagem sobre a Criação de Agni (Fogo) que sustenta todas as ritualísticas, seja com uma simples lamparina de Ghee no altar, seja em um Agnihotra (diário), seja em um Homa ou Yajña. Tal citação é como contida em alguns Śāstras. A descrição abaixo é de duas fontes, Kāṭhakagṛhyasaṃhitā (KS) e Maitrāyaṇīsaṃhitā (MS), embora a mesma descrição está presente também no Ṛk Veda. A Criação de Agni, como citado em KS. 6, I: “(No início) Prajāpati existiu aqui. Dele, Agni (Fogo) foi emitido. Ele correu para cima de sua cabeça (ou seja, Agni surgiu do topo da cabeça de Prajāpati, ao invés de sua boca). Ele (Prajāpati) limpou o sangue deixado sobre ele. Ele o esfregou sobre a terra e disto a árvore Udumbara foi produzida. Ou seja, é por isso que seu fruto amadurece avermelhado. Ele (Agni) correu para frente (ou seja, fugiu). Sua própria voz (de Prajāpati) o chamou: “Ofereço uma oblação”. Ele limpou daqui (ou seja, o sangue de sua cabeça) e cumpriu assim: “Svāhā”. Por sua própria (Svā) voz o solicitou. Portanto não existe cabelo em sua testa, nem nos dois lados de suas mãos. Portanto, a concha do sacrifício tem o comprimento de uma vara. Ele ofereceu seu próprio olho em seguida (ou, a partir daí), ou seja, o Sol (pensando ou dizendo): “Em Agni está a Luz, a Luz está em Agni”. Ele ofereceu Luz na Luz. Ele ofereceu Brahman, ele ofereceu verdade, ele ofereceu o Sol. Este é o significado (simbólico) do surgimento de Agni e do primeiro Agnihotra”. Em MS. I,8,I:II5.I-5: “Ele (Agni) ao surgir dele (Prajāpati), foi-se embora em busca de sua própria ação. Prajāpati não encontrava nada que pudesse sacrificar (para buscar Agni). Ele então pegou seu próprio olho e o ofereceu como uma oblação (pensando ou dizendo): “Agni é a luz, a luz é Agni, Svāhā” (Agnir Jyotir Jyotir Agniḥ Svāhā). Eles consideram aquele olho como o Sol. Eles consideram que aquele (Sol) foi oferecido neste (fogo) aqui (ou seja, neste ritual do Agnihotra). Agora, o olho é a verdade. Quem conhece isto e assim oferece, realiza o agnihotra com verdade (como oblação). Quem conhece assim está se tornando verdadeiro”.
6. Naquela época o Cakra era desenhado por um Sacerdote, e não pelo Astrólogo. Cabia ao Sacerdote desenhar o Cakra em um Templo e ao Astrólogo interpretar todos os sinais a partir disto.
7. Os Ślokas 11 ao 19 trata da Ciência chamada Lekhaja Sparsa Lakshanam, ou seja, os efeitos do toque e da postura do homem que desenha o Cakra.
8. O Pañcakṣari Mantra é o Mantra de Śiva e tem cinco letras sem receber o prefixo Oṁ. Ou seja, Pañca (5) + Akṣara (as letras N, M, Ś, V e Y, aqui seguida das vogais respectivas) Namaḥ Śivāya” (नमः शिवाय).
9. Repetir o Pañcakṣari Mantra e invocar o Guru nos nove planetas. Ketu é adorado acima.

10. O Aṣṭamaṅgala é um número formado assim: o restante dos búzios no lado da mão esquerda é “centena”, em frente “dezena” e no lado da mão direita é a unidade. Assim um número contendo três dígitos é obtido. Veja Stanzas 32 a 36, Capítulo 8 para mais detalhes sobre o pedaço de ouro entregue no momento do praśna.



Pañcamo Adhyāyaḥ - Capítulo 5 do Praśna Mārga


पञ्चमोऽअध्यायः
Pañcamo Adhyāyaḥ
Capítulo 5

ॐ गुरवे नमः
Oṁ Gurave Namaḥ
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ॐ गुरवे नमः
Oṁ Gurave Namaḥ
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Momento da Pergunta


5:1 – Sem conhecer corretamente o exato signo ascendente no momento de uma pergunta, nenhuma predição é possível. Este ponto já foi repetidamente explicado em tratados sobre este assunto.
5:2 – A afirmação do astrólogo nunca deve ser infrutífera se ele estudou bem os tratados astronômicos e astrológicos, e se ele calculou corretamente o Lagna através da sombra, aplicação de água etc.
Cálculo do Lagna N.T.1

5:3-7 – O comprimento da sombra no momento da pergunta deve ser anotado e a partir desse vakya para o estágio seguinte deve ser deduzido. O equilíbrio deve ser convertido em inches (angulas) e multiplicado por 60. O produto deve ser dividido pela diferença em inches entre este vakya e o vakya seguinte tomado em inches. O quociente será os ghatikas e vighatikas passados em dia. Em seguida, da posição do Sol naquele instante, encontre o saldo em graus do signo, multiplique isto pelo multiplicador (Rāśi Guṇaka) do signo ocupado pelo Sol quando o saldo do signo restante depois do nascer do Sol será obtido. Subtraia isto do número de ghatikas-vighatikas passados no dia e também as durações dos signos seguintes até o saldo sobrar. Multiplique o saldo por 30 graus e divida pela duração do signo que não está coberto. Isto dará os graus passados no signo em particular, para o qual prefixa o número indicando os signos passados. Este será o Lagna.

Correção pelo Kunda N.T.2

5:8 – Tendo obtido o correto Lagna Sphuṭa, multiplique isto por 81 (Kunda). Elimine todos os múltiplos de 12. Do restante, encontre o Nakṣatra. Se este Nakṣatra acontecer de ser a constelação do querente, ou seus trinos (1, 5, 9 do Nakṣatra Natal), então assegure que este Lagna esteja correto. Se não for o Janma ou Anujanma Nakṣatra (o Nakṣatra de nascimento), adicione ou subtraia alguns minutos e substitua o Lagna de tal forma que tenha o asterismo (Janma ou Anujanma) do querente.
5:9 – Adicione ao Lagna ou subtraia dele 10 (dez) minutos de arco para cada asterismo. Se o asterismo do querente for Aśvinī e o Kundagata Sphuṭa como do Stanza 8 for Kṛttikā, subtraia 20 minutos do Lagna Sphuṭa. Ajuste esta mudança no Dinagata (dia) também, semelhantemente.

A Longitude da Lua

5:10-12 – Para a Lua vá para o sistema ParahitaN.T.3 de cálculo. 24 (vinte e quatro) minutos devem ser adicionados. A isto os seguintes valores 1, 3, 4, 5, 6, 5, 4, 3 e 1 – devem ser aplicados para cada 10 dias, negativo do 10º dia de Virgem ao 10º dia de Sagitário e do 10º dia de Peixes para o 10º dia de Gêmeos; assim também positivo do 10º dia de Sagitário ao 10º dia de Peixes, e do 10º dia de Gêmeos ao 10º dia de Virgem. Este será o Drik Gaṇita Lunar. Na Era Kollam 825, acreditava-se que devia adicionar 24 minutos à Lua. Segundo foi citado no trabalho intitulado Kanthabharana que trouxe o correto Drik Lunar.
5:13 – Encontre os asus com a ajuda da função adicionando a precessão relativa ao ano Kollam para a posição do Sol para o instante. Multiplique isto por 17 e divida o produto por 12. Isto será negativo ou positivo de acordo com a posição Bhuja ou Koti do Sayana do sol. Em seguida divida 145 por 509 convertido em minutos adicionado ao Parahita Lunar o fará igual ao Drik Chandra.

Posição de Gulika

5:14-16 – Para Mandi – Do Domingo em diante, durante o dia, a posição de Mandi corresponderá ao grau surgindo no fim de 26, 22, 18, 14, 10, 6 e 2 ghatikas após o nascer do Sol; providenciando o nascer do Sol às 6h. Se o comprimento do dia for maior ou menor do que 30, estes valores têm de ser apropriadamente alterados. Assim, por exemplo, se o comprimento do dia for de 32 ghatis em um Domingo, o nascer do Sol sendo às 5-40, então a posição de Mandi corresponderá ao grau surgindo no fim de 27.33 ghatis depois no nascer do Sol. Durante a hora noturna, a posição de Mandi corresponderá ao grau surgindo no final de 10, 6, 2, 26, 22, 18 e 14 Ghatis, respectivamente do pôr do Sol de Domingo em diante. Estes valores são bons desde que a duração da noite seja de 30 ghatis. Alterações apropriadas devem ser feitas se a duração noturna for mais ou menos do que 30 ghatis. Se, por exemplo, em um Domingo, a duração da noite for de 34 ghatis, então a posição de Mandi corresponde ao grau surgindo aos 15.86 ghatis depois do pôr do Sol.

Para Gulika – nas horas diurnas os senhores das primeiras 7 partes são os sete planetas contados do Senhor do dia da semana escolhido nesta ordem, Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno. A 8ª ou última porção não tem senhor. Portanto, a posição de Gulika corresponde ao Ascendente surgindo no fim da parte de Saturno.

De noite os Senhores das primeiras 7 porções ou Muhurthas são os sete planetas contados do Senhor do 5º dia da semana a partir do dia escolhido. Novamente aqui o Muhurta de Saturno é Gulika.

Tanto Mandi quanto Gulika são chamados de filhos de Saturno. Deixe-nos encontrar a posição de Mandi e de Gulika em uma Sexta-feira durante o dia quando a duração do dia é de 30 ghatis e o Sol surge às 6h.

Mandi – Na Sexta, a posição de Mandi corresponde ao grau surgindo à 6 ghatis depois do nascer do Sol.
Gulika – Como a duração do dia é 30 ghatis, cada parte é igual a 3 ¾ ghatis. O governante da primeira parte é Vênus (Senhor de Sexta-feira) e aquele da segunda parte (até 7 ½ ghatis) é Saturno. Portanto, a longitude de Gulika corresponde ao grau surgindo em 7 ½ ghatis depois do nascer do Sol.

Mas tão longe quanto nosso autor está preocupado, ele parecer ter aceitado tanto Gulika quanto Mandi como os mesmos planetas e, consequentemente, a posição de Gulika tão longe quanto este livro está preocupado, deveria ser obtido de acordo com o método dado para Mandi.

Sphutas, Thrisphuta, Rahusphuta,
Chatusphuta e Panchasphuta

5:17 – mantenha os Sphutas, ou longitudes, dos três, ou seja, Ascendente, Lua e Gulika, separadamente. Em seguida adicione os três. Isto é chamado Thrisphuta.
5:18 – Adicione o Sphuta do Sol ao Thrisphuta, você obterá o Chathusphuta. Por adicionar o Rahusphuta ao Chathusphuta, você obtém o Panchasphuta.

Prana e Deha

5:19 – Multiplique o Lagnasphuta (longitude do Lagna) por cinco. Adicione o Gulikasphuta (longitude de Gulika), assim obteremos o Pranasphuta (longitude do Prana). Multiplique o Chandrasphuta por 8. Adicione Gulika a ele, assim obteremos o Dehasphuta. Multiplique o Gulikasphuta por 7. Adicione o Sphuta do Sol a ele, assim obteremos o Mrityusphuta.
5:20-22 – Multiplique Praśna Ghatis por 120 e divida o produto pela duração do dia. Adicione ao quociente a longitude do Sol. Chame isto “x”. Se o Sol estiver em um signo fixo, subtraia 4 signos de “x”. Se o Sol estiver em um signo mutável, adicione 4 signos a “x”. Se o Sol estiver em um signo móvel, não adicione ou subtraia nada. Este é o Pranasphuta.
5:23 – Mṛtyu e Kalasphutas são obtidos assim – Multiplique Praśna Ghatis por 35 e divida o produto pela duração do dia. Você obterá “y”. Dependendo do dia da semana do Praśna sendo Domingo, Segunda, etc., Mṛtyusphuta é obtido por adicionar 1 signo, 10 signos, 2 signos e 15 graus, 5 signos e 5 graus, 4 signos, 7 signos, e 8 signos e 15 graus, respectivamente a ‘y’. Subtraindo estes valores de ‘y’, Kalasphuta é obtido.

Cardinal ou Móveis
Áries, Câncer, Libra, Capricórnio
Fixo ou estáticos
Touro, Leão, Escorpião, Aquário
Mutável ou Common
Gêmeos, Virgem, Sagitário, Peixes


Sol-Lua-Rāhu Cakra


5:24-26 – É suposto que o Sol passa através dos 12 Rāśis do nascer do Sol ficando 2 ghatikas e 30 vighatikas em cada um em um movimento retrógrado iniciando de Sagitário, e passando através de Escorpião, Libra etc., nesta ordem. A Lua é sempre suposta estar na 7ª casa do Sol. Rāhu passa através de Capricórnio, Leão, Câncer, Áries, Escorpião, Libra, novamente Câncer, Aquário, Capricórnio, Libra, Touro e Áries, permanecendo 2 ½ ghatikas em cada um a partir do nascer do Sol. Isto deve ser conhecido como Sol-Lua-Rāhu Cakra.

(*) O uso deste Cakra está detalhado no Capítulo 8

Peixes
Áries
Touro
Gêmeos
(Lua ao nascer do Sol)
Aquário

Passagem do Sol começando em Sagitário
Câncer


Capricórnio


Leão

Sagitário
(Sol ao nascer do Sol)
Escorpião
Libra
Virgem

Peixes
Áries
4,12
Touro
11
Gêmeos


Aquário
8

Passagem de Rāhu começando do 1
Câncer
3,7

(Rāhu)
Capricórnio
1,9
Leão
2

Sagitário


Escorpião
5
Libra
6, 10
Virgem

Peixes
Áries

Touro

Gêmeos
Lua

Aquário


Cakra Sol-Lua-Rāhu
Ao nascer do Sol
Câncer


Capricórnio
Rāhu

Leão


Sagitário
Sol


Escorpião

Libra

Virgem


O Círculo da Morte (Mṛtyu Cakra)

5:27-28 – É suposto que o Sol, a Lua e Gulika transitam através de vários Rāśis de seus Navāṃśas Rāśis permanecendo 15 vighatikas em cada um. O Sol e a Lua viagem na ordem normal, enquanto Gulika se move em movimento retrogrado. Neste Mṛtyu Cakra, Gulika quando conjunta o Sol ou a Lua causa morte ou grande medo, respectivamente.

Longitudes Planetárias

5:30-31 – Os movimentos planetários e as conjunções, os eclipses solar e lunar, o desaparecimento e o surgimento dos planetas, retrogressão etc., devem ser acertados de acordo com o Drigganita ou métodos observacionais e trabalhados três vezes para assegurar exatidão. Assim, mesmo os cálculos Siddhanta serão como corretos como nos cálculos Drik.

Posição do Ārūḍha

5:32 – A longitude do Ascendente (desprovido de signo) adicionado ao Rāśi ou signo do Ārūḍha dá o Ārūḍha Sphuta, a longitude do Ārūḍha.



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N.T.1 – O autor mostra como o Ascendente pode ser determinado por observar o comprimento da sombra no momento da pergunta. Isto era um método antigo até umas poucas décadas atrás para determinar o Ascendente.

Brevemente, um circulo é descrito em uma superfície no chão. O Gnômon (uma roda de 12 números construído especificamente para este propósito) é colocado vertical no centro do círculo. O comprimento da sombra do gnômon no momento da pergunta é anotado e a partir disto o Lagna para o momento da pergunta é calculado.

Vakyas são formulas astronômicas dadas no conciso Sânscrito Sūtras. Seu uso e aplicação requer diligente estudo sob um professor competente.

Por exemplo, existem 249 vakyas para a Lua dando suas anomalias, nos quais permitem alguém encontrar a longitude geocêntrica da Lua ao nascer do sol em qualquer dia. Estes são chamados vakyas lunares. Estes vakyas ou formulas são muito usadas nos dias de hoje em certas partes de Kerala para a determinação da posição da Lua, Nakṣatra e Tithi, ou qualquer dia particular. A diferença (como aludido nos stanzas 3 a 7) entre dois consecutivos vakyas dá a velocidade orbital daquele planeta em particular ao por do sol. A diferença de dois vakyas alternados dividido por dois dá a velocidade orbital ao nascer do Sol.

O método prescrito pelo autor é tanto impraticável quanto impossível nos dias atuais. Existem efemérides padrões disponíveis com o qual o Ascendente para o momento da pergunta podem ser determinados com grande facilidade e melhor exatidão.

N.T.2 – Supondo que o ascendente seja 11º34’ e a estrela do nascimento seja Mrigasira. Aplicando os stanzas 8 e 9 obteremos Lagnasphuta (11º34’ = 694’) X Kunda (81) = 56214. Dividindo isto por 12, ou seja, pela eliminação de múltiplos de 12, o restante é 6, o qual contado de Asvini dá Aridra. Assim como o Kundagata estrela é Aridra e a estrela do nascimento é Mrigasira, subtraia 10 minutos do Lagnasphuta. Ou seja, o Lagna será 11º24’. Ajuste o tempo dado do nascimento de acordo.


N.T.3 – Parahita é um sistema de astronomia predominante em Kerala e em Tamil Nadu. Foi introduzido pelo astrônomo Haridatta no século 683d.C. Nilakantham SomayaJi (1.444-1.544) em seu Dṛkkaraṇa relata como Parahita foi criado com base em observações combinadas de um grupo de escolares que haviam se reunido para um festival em Tirunāvāy às margens do rio Bhāratappuzha. Parahita significa, literalmente, “para o benefício do homem comum”, e a intenção de simplificar os cálculos astronômicos de modo que todos pudessem utiliza-los. Parahita é um passo significativo na simplificação da tradição siddhantica. Dos dois textos do sistema, Grahacāranibandhana e Mahāmārganibandhana, somente o primeiro é conhecido. O sistema simplificou o ciclo computacional do Aryabhatiya através da introdução de um sub-eon de 576 anos e introduzir uma correção de zero chamada Vāgbhāva, com base no qual o sistema funcionou com precisão em torno do tempo de Haridatta.