“Deus decorou os céus com constelações (Nakṣatras) como pérolas em um corcel escuro. A Luz do Sol (Sūrya) as esconde durante o dia e todo o conhecimento é profetizado na escuridão da noite.” — Parāśara Muni, Ṛk Veda 1.68.04

59 - Yoga-Kundalini Upanishad (Kṛṣṇa Yajur Veda)



59
Yoga-Kundalini Upanishad




Traduzido por:
K. Narayanasvami Aiyar
Publicado por:
*
Traduzido para o Português por
Uma Yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva
Karen de Witt
***
Brasil – RJ
Junho/2010
___________________________
Fonte de Consulta
Vedanta Spiritual Library


Invocação

Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!



CAPÍTULO 1


1. Chitta (mente) tem duas causas, Vasanas e Vayu (prana). Se um deles for controlado, então ambos serão controlados.

2. Destes dois, uma pessoa deveria controlar sempre Vayu (prana) através da alimentação moderada, posturas e, em terceiro lugar, através de Shakti-Chala.

3 – 4: Vou explicar a natureza destes. Ouça, Oh Gautama. Deve-se tomar um alimento doce e nutritivo, deixando um quarto (de seu estômago) vazio, a fim de agradar Shiva (o patrono dos Yogues). Isto é chamada alimentação moderada. A postura aqui exigida é Padma e Vajra.

5: A colocação dos dois calcanhares sobre as coxas opostas (respectivamente) é o Padma (postura) o qual é o destruidor de todos os pecados.

6. Colocar um calcanhar abaixo do Mulakanda (muladhara) e o outro sobre ele e sentando com o pescoço, corpo e cabeça eretos é a postura Vajra.

7: A Shakti (acima mencionada) é apenas Kundalini. Um homem sábio deve conduzí-La acima de seu lugar (ou seja, o umbigo, para cima) até o meio das sobrancelhas. Isto é chamado de Shakti-Chala.

8: Na prática disto, duas coisas são necessárias, Saraswati-Chalana e a coibição do prana (respiração). Então, através da prática, Kundalini (que é uma espiral) torna-se esticada.

9 – 10(a): Destes dois, vou explicar-te primeiro o Saraswati-Chalana. É dito pelos sábios da antiguidade que Saraswati não é outra que não Arundhati. É somente estimulando-A que Kundalini é desperta.

10(b) – 11 (a): Quando a respiração prana está passando através (de) Ida (narina esquerda), ele deve assumir firmemente a postura Padma (padmásana) e deve aumentar (para dentro) 4 dígitos do Akasa de 12 dígitos . (Inalar numa contagem de 16)

11(b) – 13(a): Então o homem sábio deve prender o (Saraswati) Nadi pelos meios deste alongado (ar) e fixar firmemente junto (ambas suas costelas perto do umbigo) por meio dos dedos indicadores e polegares de ambas as mãos, (uma mão em cada lado), deve agitar para cima Kundalini com toda sua força da direita para a esquerda, muitas e muitas vezes; por um período de dois Muhurtas (48 minutos), ela deve ser agitada para cima destemidamente.

13(b) – 14: Então ele deve puxar para cima um pouco quando Kundalini entrar em Sushumna.Kundalini Por este meio, entra na boca de Sushumna, Prana (também) tendo deixado (aquele local) entra por si só em Sushumna (juntamente com Kundalini).

15: Pela compressão do pescoço (jalandhara bandha), deve-se também expandir o umbigo. Então, pela agitação de Saraswati, o Prana sobe para o tórax.

16 – 17: Através da contração do pescoço (jalandhara bandha), o Prana vai para cima do peito. Saraswati que tem som em seu útero deve ser agitada (ou lançada em vibração) cada dia. Portanto pela mera agitação Dela, são curadas as doenças.

18: Gulma (um doente irritadiço), Jalodara (hidropsia), Pliha (um doente irritadiço) e todas as outras doenças decorrentes do estômago, são indubitavelmente destruídas pela agitação desta Shakti.

19: Vou descrever agora brevemente para você o Pranayama. Prana é o Vayu que se move no corpo e sua restrição é conhecida como Kumbhaka.

20: Este (Kumbhaka) é de dois tipos, Sahita e Kevala. Deve-se praticar Sahita até que se obtenha Kevala.

21: Há quatro formas de Bhedas (literalmente penetrações ou divisões), ou seja, Surya, Ujjayi, Sitali e Bhastri. O Kumbhaka associado com estes quatro é chamado Sahita Kumbhaka.

22 – 23: Sentar-se na postura Padma (padmásana) sobre um puro e agradável assento o qual deixe à vontade e não é nem muito alto e nem muito baixo, e em um local que seja puro, agradável e livre de pedras, etc., e que no comprimento de um arco está livre de frio, fogo e água, deve-se sacudir (ou lançar em vibração) Saraswati;

24: Lentamente inalando o ar de fora, tanto quanto deseje, através da narina direita, ele deve exalar o ar através da narina esquerda.

25: Ele deve exalar o ar depois de purificar seu crânio (forçando o ar para cima). Isto destrói os quatro tipos de males causados por Vayu, bem como pelas verminoses intestinais.

26(a): Isto deve ser feito freqüentemente e é isto que é chamado de SuryaBheda.

26(b) – 27: Fechando a boca e puxando-se lentamente o ar como antes com o nariz através de ambos os Nadis (ou narinas) e retendo no espaço entre o coração e o pescoço, deve-se exalar através da narina esquerda.

28: Isto destrói o calor causado na cabeça bem como o catarro na garganta. Ele remove todas as doenças, purifica seu corpo e aumenta o fogo interior (gástrico).

29: Isto remove também os males decorrentes dos Nadis, Jalodara (barriga d água ou hidropisia) e Dhatus. Este Kumbhaka é chamado de Ujjayi e pode ser praticado (mesmo) quando de pé ou sentado.

30: Puxando para cima o ar, como anteriormente, através da língua com (o silvo do som de) ´Sa´ e retendo como anteriormente, o homem sábio deve lentamente exalar através (ambas) das narinas.

31: Isto é chamado Sitali Kumbhaka e destrói as doenças, tal como Gulma Pitha, consumo, biliares, febre, sede e veneno.

32: Sentado na postura Padma (padmásana) com a barriga e o pescoço eretos, o homem sábio deve fechar a boca e exalar com cuidado através das narinas.

33: Em seguida, ele deve inalar um pouco, com rapidez, até o coração, de modo que o coração possa preencher o espaço com ruído entre o pescoço e o crânio. (fazer um ruído quando respira)

34 -35: Em seguida, ele deve exalar do mesmo modo e inalar muitas e muitas vezes. Assim como o fole de um ferreiro é movido (ou seja, estufando com ar dentro e em seguida o ar é expulso para fora), assim ele deve mover o ar dentro de seu corpo. Se o corpo fica cansado, então ele deve inalar através da narina direita.

36 – 37(a). Se sua barriga está cheia de Vayu, então ele deve pressionar bem suas narinas com todos os seus dedos, exceto o indicador, e realizando Kumbhaka como antes, deve exalar pela narina esquerda.

37(b) – 38: Isso libera uma das doenças de fogo na (ou inflamação de) garganta, aumenta o fogo gástrico no interior, capacita conhecer a Kundalini, produz purificação, remoção pecados, da felicidade e prazer e destrói o muco que é o ferrolho (ou obstáculo) à porta da boca de Brahma-Nadi (ou seja, Sushumna).

39: Ele penetra também os três Granthis (ou nós) diferenciados através das três Gunas. Este Kumbhaka é conhecido como Bhastri e deve especialmente ser executado.

40: Através destes quatro caminhos quando Kumbhaka está perto (ou está prestes a ser realizado), o inocente Yogue deve praticar os três Bandhas.

41: O primeiro é chamado Mulabandha. O segundo é chamado Uddiyana e o terceiro é Jalandhara. A natureza deles será, então, descrita.

42: Apana (alento, ar) que tem uma propensão para baixo, é forçado para cima por uma contração abaixo. Este processo é chamado de Mulabandha.

43: Quando Apana é elevado e atinge a esfera de Agni (fogo), então a chama de Agni cresce muito e é levado por Vayu.

44 – 45(a): Em seguida, Agni e Apana vão (ou misturam-se com) Prana em um estado aquecido. Através disto, Agni que é muito ardente, surge no corpo a chama (ou fogo) que desperta o sono de Kundalini através do seu calor.

45(b) – 46: Em seguida, Kundalini faz um assobio sibilante, torna-se reta como uma serpente batida com uma vara e entra no buraco de Brâmaneadi (Sushumna). Portanto, os yogues devem praticar diária e frequentemente o Mulabandha.

47 – 48(a): Uddiyana deve ser executado no final de Kumbhaka e no início da expiração (rechaka). Porque Uddiyate Prana (ou seja, vai para cima) o Sushumna neste Bandha, por isso é chamado Uddiyana pelos Yogues.

48(b) – 49(a): Sentado na postura Vajra e conservando firmemente os dois dedos das duas mãos, deve-se pressionar o Kanda e no lugar perto dos dois tornozelos.

49(b) – 50: Então ele deve gradualmente manter o Tana (filamento ou Nadi) que está no lado do ocidente primeiro a Udara (a parte superior do abdômen acima do umbigo), então para o coração e em seguida para o pescoço. Quando o Prana atinge o Sandhi (junção) do umbigo, ele remove as impurezas (ou doenças) no navio. Portanto isto deve ser frequentemente praticado.

51: O Bandha chamado Jalandhara deve ser executado no final de Kumbhaka. Este Jalandhara é a forma da contração do pescoço e é um impedimento para a passagem de Vayu (para cima).

52: Quando o pescoço é contraído de uma vez, dobrando para baixo (de modo que o queixo toque o peito), o Prana atravessa Brâmaneadi no ocidental Tana no meio.

53: Assumindo o assento como anteriormente mencionado, ele deve agitar Saraswati e controlar o Prana.

54: No primeiro dia Kumbhaka deve ser feito por 4 vezes; no segundo dia ele deve ser feito dez vezes e em seguida cinco vezes separadamente;

55: No terceiro dia, vinte vezes deverá ser feito e depois Kumbhaka deve ser executado com os três Bandhas e com um aumento de cinco vezes a cada dia.

56 – 57: As doenças são geradas num corpo através das seguintes causas, ou seja, dormir durante o dia, vigílias até tarde da noite, excesso de relações sexuais, movendo-se em aglomerações, o controle da descarga da urina e das fezes, o mal de alimentos insalubres e atividade mental penoso com Prana

58: Se um Yogue está com medo de tais doenças (quando atacado por elas), ele diz, “minhas doenças surgiram em decorrência de minha prática de Yoga”. Então ele interrompe estas práticas. Isto é dito ser o primeiro obstáculo ao Yoga.

59: O segundo (obstáculo) é a dúvida; o terceiro é o descuido; o quarto, a preguiça; o quinto, o sono;

60: O sexto, o que não deixa os objetos (dos sentidos); o sétimo, percepção errada; o oitavo, os objetos sensuais, o nono, a falta de fé;

61: E o décimo, a incapacidade de atingir a verdade do Yoga. Um homem sábio deve abandonar estes dez obstáculos após a grande liberação.

62: A prática de Pranayama deve ser executada diariamente com a mente firmemente fixada na Verdade. Então Chitta (mente) é absorvida em Sushumna e o Prana (por isso) nunca se move.

63: Quando as impurezas (de Chitta) são assim removidas e o Prana é absorvido em Sushumna, ele torna-se um (verdadeiro) Yogue.

64: Apana, que tem uma tendência para baixo, deve ser levantado com esforço pela contração (do esfíncter anal) e isso é dito como Mulabandha.

65: Apana, assim elevado, mistura-se com Agni e em seguida eles sobem rapidamente para a base do Prana. Em seguida, Prana e Apana unificados um com o outro vão para Kundalini, o qual está enrolada e adormecida.

66 – 67: Kundalini ao ser aquecida por Agni e agitada por Vayu, estende seu corpo na boca de Sushumna, perfura o Brahmagranthi formado de rajas e flameja de uma só vez como um relâmpago na boca de Sushumna.

68 – 69(a): Em seguida, ela sobe de uma só vez através de Vishnugranthi para o coração. Em seguida, ela sobe através de Rudragranthi e além dele para o meio das sobrancelhas; tendo perfurado este local, ela sobe até a Mandala (esfera) da lua.

69(b) – 70(a): Isto seca a mistura produzida pela lua no Anahata-Chakra, tendo dezesseis pétalas.

70(b) – 71: Quando o sangue é agitado através da velocidade do Prana, ele torna-se colérico pelo seu contato com o sol, depois que ele vai para a esfera da lua, onde ele se torna da natureza do catarro puro, ele (sangue) que é muito frio, torna-se quente quando flui para lá?

72: (Como) ao mesmo tempo a forma intensa branca da lua é rapidamente aquecida. Em seguida, estando agitada, ela sobe.

73: Através disto, Chitta que estava se movendo entre os objetos sensuais externos, é contida lá. O novato aprecia este elevado estado de paz e torna-se devotado a Atman.

74: Kundalini assume as oito formas de Prakriti (matéria) e alcança Shiva por cercá-Lo e dissolver-Se em Shiva.

75: Assim Rajas-Sukla (fluído seminal) que sobe para Shiva, juntamente com Marut (Vayu); Prana e Apana que sempre são produzidos tornam-se iguais.

76: Pranas flui em todas as coisas, grandes e pequenas, descritíveis ou indescritíveis, como fogo no ouro.

77: Então este corpo que é Adhibhautika (composto de elementos) torna-se Adhidaivata (relativos a uma divindade tutelar) e é assim purificado. Em seguida, ele alcança o estagio de Ativahika.

78: Em seguida, o corpo que sendo liberto do estado de inércia, torna-se imaculado e da natureza de Chit. Nele, o Ativahika torna-se o dirigente de tudo, sendo da Aquela natureza.

79. Como a concepção da serpente em uma corda, então a idéia da liberação da vida e de Samsara é a ilusão do tempo.

80: O que quer que pareça é irreal. Tudo que é absorvido é irreal. Como a concepção ilusória da prata na madre-pérola, assim é a idéia de um homem e de uma mulher.

81: O microcosmos e o macrocosmos são um e o mesmo; antão também o Linga e Sutratman, Svabhava (substância) e forma e a própria luz resplandecente e Chidatma.

82: A Shakti chamada Kundalini, que é como um cordão no lótus e é resplandecente, está mordendo com a extremidade superior de sua cabeça (chamada boca) na raiz do lótus de Mulakanda.

83 – 84: Segurando sua cauda com sua boca, ela está em contato com o buraco de Brahmarandhra (de Sushumna). Se uma pessoa sentada na postura Padma e tendo se acostumado à contração de seu ânus faz seu Vayu subir com a mente absorvida em Kumbhaka, então Agni vem para o ardente Swadhisthana, devido à explosão de Vayu.

85: Da explosão de Vayu e Agni, o governante (Kundalini), perfura abrindo o Brahmagranthi e em seguida o Vishnugranthi.

86: Em seguida, Ela perfura Rudragranthi, depois deste, (todos) os seis lótus (ou plexos). Então Shakti está feliz com Shiva no Sahasrara Kamala (lótus sede de 1000 ou glândula pineal). Isto deve ser conhecido como o maior Avastha (estado) e só ele é o doador da beatitude final.


FINAL DO PRIMEIRO CAPÍTULO



CAPÍTULO II


1: Em seguida vou descrever a ciência chamada Khechari que é tal que aquele que a conhece é libertado da velhice e da morte neste mundo.


2: Aquele que está sujeito às dores da morte, doença e velhice deve, Oh sábio, no conhecimento desta ciência, fazer sua mente firme e praticar Khechari.


3 – 4: Deve-se considerar esta pessoa como seu guru na terra que conhece Khechari, o destruidor da velhice e da morte, tanto por conhecer o significado dos livros e da prática, e ele deve executar isto com todo seu coração. A ciência de Khechari não é fácil de se atingir, bem como esta prática.


5: Esta prática e Melana não são executadas simultaneamente. Aqueles que estão inclinados a praticarem sozinhos não obtêm Melana.


6: Somente alguns começam a praticar, Oh Brâmane, depois de diversos nascimentos, mas Melana não é obtido nem depois de uns cem nascimentos.


7: Tendo submetido a prática depois de diversos nascimentos, apenas (solitários) Yogues obtêm o Melana em alguns nascimentos futuros como o resultado de suas práticas.


8: Quando um Yogue obtém este Melana da boca de seu Guru, então ele obtém os Siddhis mencionados nos diversos livros.


9: Quando um homem obtém este Melana através de livros e o significado, então ele atinge o estado de Shiva liberto de todos os renascimentos.


10: Mesmo os Gurus podem não ser capazes de conhecer isto sem os livros. Por isso esta ciência é muito difícil de dominar.


11: Um asceta deve andar pela a terra enquanto ele enquanto ele não tem esta ciência e quando esta ciência for obtida, então ele obtém o Siddhi em sua mão (ou, seja, domínio dos poderes psíquicos).


12: Por tanto, deve-se considerar como um Achyuta (Vishnu) a pessoa que transmite o Melana, bem como aquele que transmite a ciência.


13: Ele deve considerar como Shiva quem ensina a prática. Tendo recebido esta ciência de Mim, você não deve revelá-la aos outros.


14 – 15: Por isso, quem conhece isto deve proteger com toda sua força (ou seja, nunca deve dá-la exceto a pessoas que a merecem). Oh Brahma, deve-se ir ao lugar onde vive o Guru, que é capaz de ensinar o divino Yoga e lá aprender dele a ciência do Khechari e sendo então bem ensinado por ele, deve primeiramente praticá-lo com todo cuidado.


16 – 17: Por meio desta ciência, uma pessoa atingirá o Siddhi de Khechari. Juntando com Khechari Shakti (ou seja, Kundalini Shakti), por meio da (ciência) de Khechari que contém o Bija (semente da letra) de Khechari, alguém se torna o senhor dos Khecharas (Devas) e vive sempre entre eles. Khechari Bija (semente-letra) é dito como Agni rodeado com água e como a morada dos Khecharas (Devas).


18: Através deste Yoga, Siddhi é dominado. A nona (bija) letra de Somamsa (Soma ou parte da lua) também deve ser pronunciada na ordem inversa.


19: Em seguida, a letra composta dos três Amsas da forma da lua tem de ser descritas; e depois disto, a oitava letra deve ser pronunciada na ordem inversa.


20: Então, considere-a como a suprema e seu início como o quinto e este é dito para o Kuta (chifre) dos diversos Bhinnas (ou partes) da lua.


21 – 22(a): Esta, que tende para a realização de todos os Yogas, deve ser aprendida através da iniciação de um Guru. Quem recita isto doze vezes todos os dias, não ficará no sono de Maya (ilusão) que nasce em seu corpo e que é a fonte de todos as ações viciosas.


22(b) – 23: Quem recita estes cinco cem mil vezes com muito e grande cuidado - para ele a ciência de Khechari irá se revelar. Todos os obstáculos desaparecem e os Devas estão satisfeitos.


24: A destruição de Valipalita (ou seja, rugas e grisalhamento dos cabelos) terá lugar, sem dúvida. Tendo adquirido esta grande ciência, deve-se praticá-la depois.


25 – 26: Se não, Oh Brâmane, ele vai sofrer sem obter qualquer Siddhi no caminho de Khechari. Se não se conseguir este néctar como ciência nesta pratica, ele deve começar no início do Melana e recitá-lo sempre; (mas) aquele que está sem ele nunca adquire Siddhi.


27: Logo que ele obtiver esta ciência, ele deve praticá-la; e logo o sábio irá adquirir o Siddhi.


28: Tendo retirado a língua da raiz do palato, um conhecedor de Atman deve limpar as impurezas (da língua) por sete dias de acordo com os conselhos de seu Guru.


29: Ele deve ter uma faca afiada que o qual está oleada e limpa e que se assemelha a folha da planta Snuhi (Euphorbia Antiquorum), e deve cortar pelo espaço de um fio de cabelo (O Frênulo da Língua)


30: Tendo Saindhava em pó (pedra de sal) e Pathya (sal do mar), ele deve aplicá-los neste local. No sétimo dia, ele deve novamente cortar pelo espaço de um fio de cabelo.


31: Assim pelo espaço de seis meses, ele deve continuar gradualmente sempre com grande cuidado. No sexto mês, Siro-Bandha (Bandha na cabeça), que está na raiz da língua é destruído.


32: Então o Yogue que conhece a ação oportuna deve cercar-se com Siro-Vastra (o pano da cabeça), o Vak-Ishvari (a divindade que preside sobre a fala) e deve puxar (ela) para cima.


33: Mai uma vez puxando-a diariamente para cima por seis meses, ela vem, Oh sábio, até o meio das sobrancelhas e obliquamente até a abertura das orelhas;


34: Tendo gradualmente praticado, ela vai até a raiz do queixo. Em seguida, em três anos, ela sobre facilmente para a raiz do cabelo (da cabeça).


35 – 36: Ela sobe obliquamente para Sakha e para baixo para o poço da garganta. Nos outros três anos, ela ocupa Brahmarandhra e lá ela para sem dúvida. Transversalmente ela sobe para o topo da cabeça e para baixo para o poço da garganta.


37: Gradualmente ela abre a grande porta adamantina na cabeça. A rara ciência (de Khechari) Bija foi explicado anteriormente.


38: Deve-se executar os seis Angas (partes) deste Mantra pelo pronunciamento dele em seis diferentes entoações. Deve-se fazer isto para atingir no fim todos os Siddhis;


39: E esta Karanyasam (corte do frênulo lingual) deve ser feito gradualmente e não todo de uma só vez, visto que o corpo de uma pessoa que faz tudo de uma só vez entra em decadência.


40 – 41(a): Portanto isto deve ser praticado, Oh melhor dos sábios, pouco a pouco. Quando a língua vai para o Brahmarandhra através do caminho externo, então se deve colocar a língua depois de mover o ferrolho de Brahma que não pode ser dominado pelos Devas.


41(b) – 42: Fazendo isto por três anos com a ponta do dedo, ele deve fazer a língua entrar dentro; então ela entra em Brahmadvara (ou buraco). Ao entrar no Brahmadvara, deve-se praticar Mathana (batendo) satisfatoriamente.


43: Alguns homens inteligentes obtêm Siddhi mesmo sem Mathana. Quem é versado no Khechari Mantra realiza-o sem Mathana.


44 – 46(a): Ao fazer o Japa e o Mathana, colhe-se os frutos rapidamente. Ao ligar um fio feito de ouro, prata ou ferro com as narinas por meio de um fio embebido em leito, deve-se restringir sua respiração em seu coração e sentado numa postura conveniente com seus olhos concentrados entre suas sobrancelhas, ele deve executar lentamente o Mathana.


46(b) – 47: em seis meses, o estado de Mathana torna-se natural como o sono em crianças. E não é aconselhável a fazer Mathana sempre. Isto deve ser feito (uma vez) apenas em cada mês.


48: Um Yogue não deve rodar sua língua no caminho. Depois de fazer isso por doze anos, os Siddhis certamente são obtidos.


49: Então ele vê o universo inteiro em seu corpo como não sendo diferente de Atman. Este caminho do Urdhva-Kundalini (Kundalini superior), Oh chefe dos Reis, conquista o macrocosmos.


Assim termina o segundo capítulo.




CAPÍTULO III


1: Melana-Mantra: Hrim, Bham, Sam, Pam, Pham, Sam, Ksham. O lótus nascido (Brahma) disse: “Oh Shankara, (entre) a lua nova (o primeiro dia da quinzena lunar) e a lua cheia, o que é dito como seu (seu mantra) sinal?


2: No primeiro dia da quinzena lunar e durante a lua nova e a lua cheia (dias), isto deve ser feito firmemente e não há outra maneira (ou tempo).


3: Um homem anseia por um objeto através da paixão e é apaixonado pela paixão pelos objetos. Deve-se sempre abandonar estes dois e buscar o Niranjana (puro).


4 – 5: Ele deve abandonar tudo que ele pensa que é favorável a si mesmo. Mantendo o Manas no meio de Shakti e Shakti no meio de Manas, deve-se olhar em Manas por meio de Manas. Então ele deixa mesmo o mais elevado estágio. Manas único é o Bindu, a causa da criação e preservação.


6: É somente através de Manas que Bindu é produzido, como o requeijão do leite. O órgão de Manas não está naquele que está situado no meio de Bandhana.


7 – 8(a): Bandhana está lá onde Shakti está, entre o sol e a lua. Tendo conhecido Sushumna e seu Bheda (furo) e fazendo o Vayu ir no meio, deve-se sentar no assento de Bindu e fechar as narinas.


8(b) – 9(a): Tendo conhecido Vayu, o acima mencionado Bindu e o Sattva-Prakriti como poço como os seis Chakras, deve-se entrar no Sukha-Mandala (ou seja, o Sahasrara ou glândula pineal, a esfera da felicidade).


9(b) – 11: Há seis Chakras. Muladhara ETA no ânus; Swadhisthana está próximo ao órgão genital; Manipura está no umbigo; Anahata está no coração; Vishuddhi está na raiz da garganta e Ajna está na cabeça (entre as duas sobrancelhas).


12: Tendo conhecido estas seis Mandalas (esferas), deve-se entrar o Sukha-Mandala (glândula pineal), puxando para cima o Vayu e deve enviá-lo (Vayu) para cima.


13: Quem pratica assim (o controle de) Vayu torna-se um com Brâmaneda (o macrocosmos). Deve-se praticar (ou dominar) Vayu, Bindu, Chitta e Chakra.


14 – 15: Yogues alcançam o néctar da igualdade através do Samadhi sozinho. Assim como o fogo latente na (Sacrifício) madeira não aparece sem a agitação, assim a luz da sabedoria não surge sem o Yoga Abhyasa (ou pratica de Yoga). O fogo colocado no vaso não ilumina a parte de fora.


16: Quando o vaso é quebrado, esta luz aparece exteriormente. Nosso corpo é como o vaso e a base "Deste" é o fogo (ou luz) interior;


17 – 18(a): E quando ele (o corpo) é quebrado através das palavras de um Guru, a luz de Brahma Jnana torna-se resplandecente. Como o Guru como o timoneiro, atravessa-se o corpo sutil e o oceano de Samsara através das afinidades das práticas.


18(b) – 19: Este Vak (poder do discurso) que brota no Para, dá visibilidade a duas folhas no Pashyanti; os brotos surgem no Madhyama e as flores no Vaikhari – este Vak que foi anteriormente descrito, atinge o estágio de absorção do som, invertendo a ordem acima (ou seja, iniciando com Vaikhari, etc.,).


20 – 21(a): Quem pensa que Aquele é o grande senhor do Vak, quem é o indiferenciado e quem é o iluminador deste Vak é o Eu; quem pensa sobre isto, nunca é afetado pelas palavras, alta ou baixa (ou boas ou más).


21(b) – 23(a): Os três (aspectos da consciência), Vishva, Taijasa e Prajna (no homem), os três Virat, Hiranyagarbha e Ishvara no universo, o ovo do universo, o ovo do homem e os sete mundos - todos estes em volta são absorvidos no Pratyagatman através da absorção de seus respectivos Upadhis (veículos).


23(b) – 24(a): O ovo sendo aquecido pelo fogo de Jnana é absorvido com este Karana (causa) no Paramatman (Eu Universal). Em seguida, ele torna-se um com Para-Brâmane.


24(b) – 25: Isto é, nem firmeza nem profundidade, nem luz nem escuridão, nem descritível nem distinguível. Sat (Não Ser) somente permanece. Deve-se pensar de Atman como sendo com o corpo como uma luz dentro de um vaso.


26: Atman é da dimensão de um polegar, é uma luz sem fumaça e sem forma, está brilhando dentro do (o corpo) e é indiferenciada e imutável.


27 – 28(a): O Atman Vijnana que habita neste corpo é iludido por Maya durante os estados de vigília, sonho e sono sem sonhos; mas depois de muitos nascimentos, devido ao efeito do bom Karma, ele deseja atingir seu próprio estado.


28(b) – 29(a): Quem sou Eu? Como tenho esta mancha da existência mundana acumulados em mim? O que torna-se nos sonos sem sonhos de mim que eu ocupo nos negócios nos estados de vigília e de sonho?


19(b) – 30: Assim como um fardo de algodão é queimado pelo fogo, assim o Chidabhasa, que é o resultado da não-sabedoria, é queimado pelos (sábio) pensamentos como anteriormente descrito e pela própria iluminação suprema. A combustão exterior (do corpo como feito no mundo) não é a combustão em tudo.


31 – 32: Quando a sabedoria do mundo é destruída, Pratyagatman que está no Dahara (Akasa ou éter do coração) obtém Vijnana, difundindo-se por toda parte e queimando em um instante Jnanamaya e Manomaya (invólucro). Depois disto, Ele brilha sempre dentro de Si mesmo, como uma luz dentro de um vaso.


33: Este Muni que contempla deste modo até o sono e até a morte é conhecido como um Jivanmukta. Tendo feito o que deveria ter feito, ele é uma pessoa feliz.


34: E tendo elevado (mesmo) o estado de um Jivanmukta, ele obtém Videhamukta (emancipação em um estado desencarnado), depois seu corpo desaparece. Ele atinge o estado, como de se mover no ar.


35: Então, só Este permanece, o qual é silencioso, intocável, sem forma e imortal, o qual é o Rasa (essência), eterno e inodoro, o qual não tem começo nem fim, o qual é maior que o grande e o qual é permanente, puro e indecadente.


ASSIM TERMINA O TERCEIRO CAPÍTULO




Hari Om Tat Sat!




Invocação


Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!




Aqui termina o Yoga-Kundalini Upanishad, pertencente ao Krishna-Yajur-Veda.





58 - Varaha Upanishad (Kṛṣṇa Yajur Veda)



58
Varaha Upanishad


Traduzido por:
K. Narayanasvami Aiyar
Publicado por:
*
Traduzido para o Português por
Uma Yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva
Karen de Witt
***
Brasil – RJ
Junho/2010
___________________________

Fonte de Consulta
Vedanta Spiritual Library




Invocação

Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!


CAPÍTULO – I:


OS NOVENTA E SEIS TATTVAS




O grande Sábio Ribhu, realizou penitência por doze Deva (divino) anos. Ao final do tempo, o Senhor apareceu diante dele na forma de um javali. Ele disse: “Levante, levante e escolha a sua bênção”. O sábio levantou-se e, prostrando-se diante dele, disse: “Oh Senhor, eu não quero, em meu sonho, desejar de Ti aquelas coisas que são desejadas pelos mundanos. Todos os Vedas, Shatras, Itihasas e todas as tropas das outras ciências, bem como Brahman e os outros Devas, falam da emancipação como resultante de um conhecimento de Tua natureza. Assim, conceda-me aquela ciência de Brahman que trata da Tua natureza”.


Então, Bhagavan (Senhor), na forma de um javali, disse:


1: “Alguns oponentes afirmam que existem vinte e quatro Tattvas (princípios), e alguns trinta e seis, enquanto outros sustentam que existem noventa e seis.


2: “Vou relacioná-los em sua ordem. Ouça com uma mente atenta. Os órgãos dos sentidos são cinco, ou seja, ouvidos, pele, olhos e outros.


3: “Os órgãos da ação são cinco, ou seja, boca, mãos, pernas e outros. Os Pranas (ares vitais) são cinco; som e outros (ou seja, princípios rudimentares) são cinco.


4: “Manas, Buddhi, Chitta e Ahankara são quatro; assim aqueles que conhecem Brahman sabem que esses são os vinte e quatro Tattvas.


5: “Além destes, o sábio mantém os elementos quintuplicados para ser cinco, ou seja, terra, água, fogo, Vayu e Akasa.


6: “Os corpos são três, ou seja, o grosseiro, o sutil e o Karana, ou causal; os estados de consciência são três, ou seja, vigília, sonho e sono sem sonho.


7-8: “Os Munis sabem que a coleção total de Tattvas são trinta e seis (juntamente com Jiva). Como esses Tattvas, existem seis mudanças, ou seja, existência, nascimento, crescimento, transformação, decadência e destruição.


9: “Fome, sede, dor, desilusão, velhice e morte são as seis enfermidades.


10: “Pele, sangue, carne, gordura, medula e ossos são os seis invólucros. Paixão, raiva, avareza, ilusão, orgulho e maldade são os seis tipos de inimigos.


11: “Vishva, Taijasa e Prajna são os três aspectos de Jiva. Sattva, Rajas e Tamas são os três Gunas (qualidades).


12: “Prarabdha, Sanchita e Agamin são os três Karmas. Falar, levantar, andar, excretar e apreciar são as cinco ações (dos órgãos da ação);


13: “E existem também o pensamento, a certeza, egoísmo, compaixão, memória (funções de Manas etc.), complacência, simpatia e indiferença;


14: “Dik (os quadrantes), Vayu, Sol, Varuna, Ashvini Devas, Agni, Indra, Upendra e Mrityu (morte); e, então, a lua, as quatro faces de Brahma, Rudra, Kshetrajna e Ishvara.


15-16: “Assim, esses são os noventa e seis Tattvas. Aqueles que adoram, com devoção, a Mim, como da forma de um javali, que Sou diferente do agregado desses Tattvas e Sou sem decadência, são liberados de Ajnana e de seus efeitos, e tornam-se Jivanmuktas.


17: “Aqueles que conhecem esses noventa e seis Tattvas alcançarão a salvação em qualquer forma de vida que eles possam ter, quer eles tenham os cabelos emaranhados (seguidores de Shiva), ou a cabeça raspada, ou (somente) um tufo de cabelo (seguidores de Vishnu). Não há dúvida disso”.




Assim termina o primeiro Capítulo de Varaha Upanishad.




CAPÍTULO – II




1: O grande Ribhu (novamente) dirigiu-se ao Senhor de Lakshmi, na forma de um javali, assim: “Oh, Senhor, por favor, inicia-me no supremo Brahma-Vidya (ou ciência de Brahman)”.


2-3: Então, o Senhor que remove as misérias de seus devotos, sendo assim questionado, respondei assim: “Através (a correta observância de) dos deveres de alguém de sua própria casta e da ordem da vida, através das austeridades religiosas, e através da amabilidade do Guru (por servi-lo corretamente), surge quatro pessoas, Vairagya etc. Eles são as discriminações do eterno do não-eterno; indiferença aos prazeres deste e dos outros mundos;


4-5(a): “A aquisição das seis virtudes, Sama, etc., e depois o desejo de liberação. Esses devem ser praticados. Tendo subjugado os órgãos dos sentidos, tendo se despojado da idéia de ‘meu’ em todos os objetos, você deve colocar sua consciência de ‘Eu’ em Mim (ou identificar-se com Deus), que sou a testemunha Chaitanya (consciência).


5(b)-7(a): “Para nascer como um ser humano é difícil – mais difícil é nascer como um ser do sexo masculino – e mais ainda é ter nascido como um Brahmane. Mesmo assim, se o tolo não compreende através do ouvido, etc., do Vedanta, a verdadeira natureza de Sachchidananda (de Brahman), que é todo permeante, e que está além de todas as castas e ordens da vida, quando ele irá obter Moksha?


7(b)-8: “Eu sozinho sou felicidade. Não há nenhum outro. Se diz-se que existe outro, então ele não é felicidade. Não há coisas como o amor, exceto em minha conta. O amor que está por Minha conta não é natural para Mim. Assim como eu sou o assento do supremo amor, aquele ‘Eu não sou’, não é.


9: “Quem é procurado por todos, dizendo ‘Eu devo tornar-me assim’, é Meu eu, o todo permeante. Como pode nenhuma luz afetar o atman, o auto-brilhante, que é nenhum outro do que a luz onde se originam as palavras ‘Eu não sou luz’?


10-12(a): “É a minha firme convicção que sabe ao certo que (Atman), que é auto brilhante, e tem em si mesmo nenhuma base (para descansar), é um dos Vijnana. O universo, Jiva, Ishvara, Maya e outros não existem realmente, exceto meu pleno Atman.


12(b)-13(a): “Eu não tenho as suas características, Karma que tem Dharana e outros atributos, e é da forma da escuridão, e Ajnana não está apto a tocar-Me (ou afetar-Me), que sou Atman, o auto-resplandecente.


13(b)-14(a): “Aquele home que vê (seu) Atman, que é a testemunha plena, e está além de todas as castas e ordens da vida, como da natureza de Brahman, torna-se Brahman.


14(b)-15(a): “Quem vê, através da evidência do Vedanta, esse universo visível, como o Supremo Assento que é da forma da luz, alcança Moksha de uma vez.


15(b)-16(a): “Quando aquele conhecimento, que dissipa a idéia que esse corpo (sozinho) é Atman, surge firmemente em uma mente, como era antes do conhecimento de que esse corpo (sozinho) é Atman, então aquela pessoa, mesmo que ele não deseje Moksha, recebe-o.


16(b)-17(a): “Portanto, como seria uma pessoa obrigada pelo Karma, que sempre desfruta da bem-aventurança de Brahman, que tem as características de Sachchidananda, ser diferente Ajnana?


17(b)-18: “As pessoas com olhos espirituais, vêem Brahman, que é a testemunha dos três estados, que tem as características do ser, sabedoria e bem-aventurança, que é o significa subjacente das palavras ‘Tu’ (Tvam) e ‘Eu’ (Aham), e que é intocado por todas as máculas.


19: “Como um homem cego não vê o sol, que brilha, assim uma pessoa ignorante não vê (Brahman). Prajnana sozinho é Brahman. Ele tem verdade e Prajnana como Suas características.


20: “Por assim conhecer bem Brahman, uma pessoa se torna imortal. Quem conhece seu próprio Atman como Brahman, que é a bem aventurança e sem dualidade e Gunas (qualidades), e que é a verdade e a consciência absoluta, não tem medo de nada.


21: “O que é consciência sozinha, que é todo permeante, que é eterno, que é todo pleno, que é da forma da bem-aventurança, e que é indestrutível, é o único e verdadeiro Brahman.


22-23(a): “Ele é a determinação firme de Brahman-Jnanis, que nada há mais além disso. Assim como o mundo parece escuro para os cegos, e brilhante para os que têm bons olhos, assim esse mundo pleno de múltiplas misérias parece ao ignorante, e pleno de felicidade ao sábio.


23(b)-24(a): “Em Mim, da forma de um javali, que sou infinito e a Bem-aventurança da absoluta Consciência, se existe a concepção do não dualismo, onde então está a escravidão? E onde está a emancipação?


24(b)-25(a): “A natureza real de todos os objetos corporificados é sempre a Consciência absoluta. Como o pote visto pelos olhos, o corpo e seus agregados não são (ou seja, não existem realmente).


25(b)-26: “Sabendo, como Atman, que todos os mundos fixados e locomotivas, que parecem diferentes de Atman, meditando neles como ‘Eu sou Ele’. Tal pessoa, então, desfruta de sua natureza real. Não existe outro para ser desfrutado do que o único Eu.


27: “Se existe algo que é então Brahman sozinho tem aquele atributo. Quem é perfeito em Brahman-Jnana, embora sempre veja o universo estabelecido, não vê outro além de seu Atman.


28-30: “Pela compreensão clara de Minha forma, não se é algemado pelo Karma. Ele é uma pessoa destemida que, pela sua própria experiência compreende como sua própria e real natureza todo o (universo e Brahman), que é sem o corpo e sem os órgãos do sentido – Aquele é a testemunha de tudo – Aquele é o Vijnana nominal, aquele é ao Atman bem aventurado (como contrastado como Jivatman, ou o eu inferior) e aquele é o auto-resplandecente. Ele é aquele que deve ser conhecido como ‘Eu’ (a Mim mesmo). Oh, Ribhu, que tu possas tornar-te Ele.


31: “Depois disso, nunca existirá qualquer experiência do mundo. Posteriormente haverá sempre a experiência da sabedoria de sua própria natureza verdadeira. Quem tem esse conhecimento pleno do Atman, não tem nem emancipação nem escravidão.


32: “Quem medita, mesmo por um Muhurta (48 minutos), através da compreensão de sua própria forma real, Nele, que está dançando como a testemunha de tudo, é liberado de toda a escravidão.


33: “Prostrações – prostrações a Mim que estou em todos os elementos, que sou o Chidatma (ou seja, Atman, da natureza da sabedoria) que é eterno e livre, e que sou o Pratyagatman.


34-35: “Oh, Devata, você sou Eu. Eu sou você. Prostrações em conta de Mim e de si mesmo, que somos infinitos e que somos Chidatma, meu ser o supremo Isha (Senhor) e seu ser o Shiva (de uma natureza beneficente). O que devo fazer? Onde devo ir? O que devo rejeitar?


36: “(Nada, porque) o universo é preenchido por Mim, como com as águas no dilúvio universal. Quem dá (inclinação) amor do externo, amor do interno, e amor do corpo, e assim desiste de todas as associações, está imerso em Mim. não há dúvida disso.


37: “Aquele Paramahamsa (asceta) que, embora vivendo no mundo, mantém-se afastado da congregação humana, como da serpente, que considera uma bela mulher como um cadáver (vivendo), e os objetos dos sentidos infinitos como veneno, e que abandonou todas as paixões, e é indiferente para como todos os objetos, que não é diferente de Vasudeva (ou seja,) Eu mesmo.


38: “Esse é Satya (Verdade). Esse não é senão a verdade.
É a verdade que agora é dito. Eu sou Brahman, a verdade. Não há nada mais senão Eu.


39: “ (A palavra) ‘Upavasa’ (literalmente, morar junto) significa a habitação junto de (ou união) Jivatma e Paramatman, e não (as observâncias religiosas como aceitas pelas idéias mundanas de) emancipação do corpo através de jejuns.


40: “Para o ignorante, o que é a prática do mero esgotamento do corpo? Ao bater sobre o buraco de uma cova, podemos dizer que matamos a cobra grande lá dentro?


41: “Diz-se que um homem alcança Paroksha (indireta) sabedoria quando ele sabe que é (teoricamente) Brahma; mas diz-se que ele alcançou Sakshatkara (compreensão direta), quando ele conhece (ou percebeu) que ele próprio é Brahman.


42: “Quando um yogue conhece seu Atman como sendo o Absoluto, então ele se torna um Jivanmukta.


43: “Para os Mahatmas, estando sempre no estado ‘Eu sou Brahman’, conduz à sua salvação. Existem duas palavras para escravidão e Moksha. Elas são ‘meu’ e ‘não meu’.


44: “O homem é escravizado por ‘meu’, mas ele é libertado por ‘não meu’. Ele deve abandonar todos os pensamentos relacionados com os externos, e assim também com referência aos internos. Oh, Ribhu, tendo desistido de todos os pensamentos, ele deve repousar, satisfeito, (em seu Atman) sempre.


45: “O universo inteiro é causado através de Sankalpa somente. É somente através de Sankalpa que o universo se manifesta. Tendo abandonado o universo, que é da forma do Sankalpa, e tendo fixado sua mente no Nirvikalpa (único que é sem alterações), meditando em Minha morada em seu coração.


46: “Oh, mais inteligente ser, passar seu tempo em meditação em Mim, glorificando-Me em canções, falando sobre Mim um ao outro e, assim devotando-se inteiramente a Mim como o Supremo.


47: “Tudo o que Chit (consciência) no universo é somente Chinmatra. Esse universo é Chinmaya somente. Você é Chit. Eu sou Chit; contemplar sobre os mundos também como Chit.


48-49(a): “Faça nulos os desejos. Sempre esteja sem nenhuma mácula. Como então pode a lâmpada brilhante do Atmico Vijnana, elevando-se através dos Vedas, ser afetado pelo Karma que se eleva da ignorância do autor e do agente?


49(b)-50(a): “Tendo desistido de não-Atman e estando no mundo não afetado por, ele, somente deleitando-se em Chinmatra interiormente, sempre com intencionado no Único.


5(b)-51(a): “Como o Akasa do pote, e aquele da casa, estão ambos localizados no todo permeante Akasa, assim os Jivas e Ishvara evoluíram de Mim, o Chidakasa (o único Akasa da consciência universal).


51(b)-52(a): “Assim, o que não existia antes da evolução dos Atmas (Jiva) (e Ishvara), e o que é rejeitado no fim (ou seja, dilúvio universal), é chamado de Maya por Brahma-Jnanis através de sua discriminação.


52(b)-53(a): “Se Maya e seus efeitos (o universo) for aniquilado, não haverá estados de Ishvara, nem haverá estado de Jiva. Portanto, como o Akasa sem seu veículo, Eu sou o imaculado e Chit.


53(b)-54: “A criação, sensível bem como não sensível, de Ikshana (pensamento) a Pravesha (entrada) daqueles que têm as formas de Jivas e de Ishvara é devido à criação (ou ilusão) de Ishvara; enquanto que o Samsara (existência mundana) do estado de vigília à salvação, é devido à criação de Jiva.


55: “Assim os Karmas ordenados no sacrifício (chamado) Trinachaka (assim chamado após Nachiketas de Katha Upanishad) ao Yoga são dependentes da ilusão de Ishvara; enquanto de (o sistema de) Lokayata (sistema ateu) para Sankhya descansar na ilusão de Jiva.


56: “Portanto, os aspirantes após a salvação, nunca devem deixar sua cabeça entrar no campo da controvérsia sobre Jiva e Ishvara. Mas com uma mente tranqüila, os Tattvas de Brahma devem ser investigados.


57: “Aqueles que não compreendem o Tattva de Brahman sem um segundo, são todas pessoas iludidas somente. De onde (então) vem salvação deles? De onde, então, vem a felicidade (para eles) nesse universo?


58: “E se eles têm o pensamento de superioridade e de inferioridade (de Ishvara e Jiva)? Será que a soberania e a mendicância (experimentada por uma pessoa) no estado de sonho afeta-o em seu estado de vigília?


59: “Quando Buddhi é absorvido em Ajnana, então ele é denominado, pelo sábio, sono. Por que motivo, então, o sono é para Mim que não tenha Ajnana e seus efeitos?


60: “Quando Buddhi está em plena floração, então diz-se que é o Jagrat (estado de vigília). Como Eu não tenho nenhuma alteração etc., não existe estado de vigília para Mim.


61: “O movimento de Buddhi nas Nadis sutis constitui o estado de sonho. Em Mim, sem a ação do movimento, não existe sonho.


62: “Então, ao tempo de Sushupti, quando todas as coisas são absorvidas, envolvidas por Tamas, ele então desfruta da mais elevada bem-aventurança de sua própria natureza em um estado invisível.


63: “Se ele vê todas as coisas como Chit, sem qualquer diferença, ele sozinho é um Vijnani atual. Ele sozinho é Shiva. Ele sozinho é Hari. Ele sozinho é Brahma.


64: “Esta existência mundana que é um oceano de tristeza, é nada senão um sonho de longa duração, ou uma ilusão da mente, ou um reinado de longa vida da mente. Do surgimento do sono, até ir para a cama, o único Brahman sozinho deve ser contemplado sobre.


65: “Fazendo com que seja absorvido esse universo, que é senão uma superimposição, Chitta participa de minha natureza. Tenho aniquilado todos os seis poderosos inimigos, através de sua destruição, torna-se o Único não-dual como o odor do elefante.


66: “Quer o corpo pereça agora ou depois, a idade da lua e das estrelas, o que importa para mim ter Chit sozinho como meu corpo? O que importa o Akasa no pote, se ele (o pote) é destruído agora ou permanece por longo tempo?


67: “Enquanto no pântano uma serpente está abandonada sem vida em seu buraco, ela (a serpente) não mostra qualquer emoção nesse sentido.


68: “Da mesma forma o sábio não se identifica com os seus corpos, denso e sutil. Se o conhecimento ilusório (de que o universo é real) com sua causa deve ser destruído pelo fogo de Atma-Jnana, o homem sábio se torna imaterial, através da ideia ‘Ele (Brahman) não é isso; Ele não é isso’.


69: “Shatras, o conhecimento da realidade (do universo) perece. Através da percepção direta da verdade, a aptidão para ação (nesse universo) cessa. Com a cessação de Prarabdha (a porção do Karma passado que está sendo desfrutada nessa vida), a destruição da manifestação (do universo) ocorre. Maya é, assim, destruída de uma forma tripla.


70: “Se, dentro de si mesmo, nenhuma identificação (de Jiva) com Brahman ocorre, o estado (de separatividade) de Jiva não perece. Se o único não-dual for verdadeiramente discernido, então, todas as afinidades (pelos objetos) cessam.


71: “Apesar da cessação de Prarabdha (decorrente da cessação das afinidades), existe aquele corpo. Portanto, é certo que Maya perece assim inteiramente. Se for dito que todo o universo é, que Brahman sozinho é aquele da natureza de Sat.


72: “Se é dito que o universo brilha, então é Brahman que brilha sozinho. (A miragem de) todas as águas em um oásis não é realmente diferente do oásis em si. Através da investigação de Si mesmo, os três mundos (acima, abaixo e no meio) são somente da natureza de Chit.


73: “Em Brahman, que é único e sozinho, a essência de cuja natureza é absoluta consciência, e que é distante das diferenças de Jiva, Ishvara e Guru, não há Ajnana. Sendo esse o caso, em seguida, onde está a ocasião para o universo existir? Eu sou aquele Brahman que é todo pleno.


74: “Enquanto a lua cheia da sabedoria é roubada de seu brilho por Rahu (um dos dois nódulos lunares) da ilusão, todas as ações, tais como os rituais de banho, as esmolas e os sacrifícios, realizados durante o momento do eclipse, são todos infrutíferos.


75: “Como o sal dissolvido em água torna-se um (com a água), assim que Atman e Manas tornam-se identificados, é chamado Samadhi.


76: “Sem a graça de um bom (perfeito) guru, o abandono dos objetos sensuais é muito difícil de alcançar; assim também a percepção da verdade(divina) e a realização de um estado verdadeiro.


77: “Então, o estado de estar em si próprio brilha de sua própria vontade em um yogue em quem Jnana-Sakti raiou e que abandonou todos os Karmas.


78: “A (propriedade de) flutuação é natural ao mercúrio e à mente. Se, ambos, mercúrio for obrigado (ou consolidado), ou a mente for obrigada (ou controlada), o que então nessa terra não pode ser realizado?


79: “Quem obtém Moorchha cura todas as doenças. Os mortos são trazidos à vida novamente. Aquele que conseguiu vincular (sua mente, ou mercúrio) está apto para mover-se no ar. Portanto, mercúrio e mente conferem um estado de Brahman.


80: “O mestre dos Indriyas (os órgãos) é Manas (mente). O mestre de Manas é Prana. O mestre de Prana é Laya (absorção do yoga). Portanto, laya-yoga deve ser praticado.


81: “Para os yogues, laya (yoga) é dito ser sem ações e sem mudanças. Esse Laya (absorção) da mente que está acima do discurso e no qual se tem abandonado todos os Sankalpas e desistido completamente de todas as ações, deve ser conhecido através de sua própria (experiência).


82: “Como uma atriz, embora sujeita à (ou dançando em harmonia) música, címbalos e outros instrumentos musicais da época, tem a preocupação em mente em proteger o pote sobre sua cabeça, assim o yogue, embora atento por enquanto nas multidões de objetos, nunca deixa da mente a contemplação em Brahman.


83: “A pessoa que deseja toda a riqueza do yoga deve, depois de ter desistido de todos os pensamentos, praticar, com uma mente subjugada, a concentração em Nada (som espiritual) sozinho”.


Assim termina o segundo capítulo do Varaha Upanishad.








CAPÍTULO – III






1: “O Único Princípio não pode, a qualquer momento, tornar-se múltiplas formas. Como Eu sou impartido, não há outro além de Mim.


2: “Tudo o que é visto e tudo o que é ouvido não é outro a não ser Brahman. Eu sou aquele Para-Brahman, que é o eterno, o imaculado, o livre, o único, a bem-aventurança indivisível, o não-dual, a verdade, a sabedoria e o infinito.


3: Eu sou da natureza do êxtase; Eu sou sabedoria indivisível; Eu sou o supremo do supremo; Eu sou a Consciência absolutamente resplandecente. Como as nuvens não tocam o Akasa, assim as misérias presentes da existência humana não Me afetam.


4: Saiba que tudo é para ser felicidade através da aniquilação da tristeza e tudo é para ser da natureza de Sat (estado de ser) através da aniquilação de Asat (não-estado de ser). É única a natureza de Chit (consciência), que está associada com o universo visível. Portanto, Minha forma é impartida.


5: Para um yogue elevado, não há nascimento nem morte, nem ida (para outras esferas), nem retorno (para a terra); não há mácula ou pureza, ou conhecimento, mas (o universo) brilha para ele como Consciência absoluta.


6: Praticar sempre silenciosamente ‘Eu sou (ou seja, que você mesmo é) Para-Brahman’, que é a verdade e a Consciência absoluta, que é indivisível e não-dual, que é invisível, que é imaculado, que é puro, que é sem um segundo e que é beneficente.


7: Ele (Brahman) não é sujeito ao nascimento e à morte, felicidade e miséria. Não está sujeito à casta, lei, família e Gotra (clã). Pratique silenciosamente – Eu sou Chit, que é o Vivarta-Upadana (ou seja, a causa ilusória) do universo.


8: Sempre pratique silenciosamente – Eu sou (ou seja, você é) Brahman, que é pleno, o sem um segundo, a consciência indivisível que não tem nem relação nem as diferenças existentes no universo, e que participa da essência da não-dualidade e do supremo Sat e Chit.


9: Aquele que sempre é, e aquele que preserva a mesma natureza durante os três períodos de tempo, não afetado por qualquer coisa, é a minha forma eterna de Sat.


10: Mesmo o estado de felicidade que é eterno, sem Upadhis (veículos), e que é superior a toda a felicidade derivada de Sushupti, é da minha bem-aventurança somente.


11: Assim pelos raios do sol, a espessa escuridão é destruída, assim a escuridão, a causa do renascimento é destruída por Hari (Vishnu). Ou seja, o brilho do sol.


12: Através da contemplação e da adoração de Meus pés (de Hari), todas as pessoas são libertadas de sua ignorância. Os meios da destruição das mortes e dos nascimentos é somente através da contemplação de meus pés.


13: Assim como um amante da riqueza louva um homem rico, assim, se uma pessoa, com seriedade, louva a Causa do universo, por que não será liberada da escravidão?


14: Assim como na presença do sol o mundo, por sua própria vontade, começa a realizar ações, assim em Minha presença todos os mundos são animados pela ação.


15: Assim como a madrepérola, a ilusória concepção de prata é falsamente atribuída, assim para Mim é falsamente atribuído, através de Maya, esse universo que é composto de Mahat, etc.


16: Eu não sou com essas diferenças que são (observáveis) no corpo de uma casta inferior de homens, o corpo de uma vaca etc., os corpos fixos, os corpos de Brahmanes e outros.


17: Assim como para uma pessoa, mesmo depois de ser liberada do equívoco da direção, o (o mesmo equívoco de) direção continua (como antes), assim também é para Mim o universo, embora destruído por Vijnana. Portanto, o universo não é.


18: Eu não sou nem o corpo nem os órgãos dos sentidos e da ação, nem Pranas, nem Manas, nem Buddhi, nem Ahankara, nem Chitta, nem Maya, nem o universo, incluindo Akasa e outros.


19: Nem Eu sou o ator, o desfrutador, nem o que causa o prazer. Eu sou Brahman, que é Chit, Sat e Ananda sozinho, e que é Janardana (Vishnu).


20: Assim como, por meio da flutuação da água, o sol (refletido nela) é móvel, assim Atman se eleva em sua existência mundana através da mera conexão com Ahankara.


21: Esta existência mundana tem Chitta como sua raiz. Isso (Chitta) deve ser purificado pelo esforço repetitivo. Como é que você tem sua convicção na grandeza de Chitta?


22: Ai de mim, onde está toda a riqueza dos reis! Onde estão os Brahmanas? Onde estão os mundos? Todos os velhos se foram. Muitas evoluções recentes ocorreram.


23: Muitos Crores de Brahmas já passaram. Muitos reis passaram longe como partículas de poeira. Mesmo para um Jnani, o amor do corpo pode se elevar através da natureza Asura (demoníaca). Se a natureza Asura deve se elevar em um homem sábio, seu conhecimento da verdade se torna infrutífero.


24: Se rajas e outros, gerados em nós, forem queimados pelo fogo da sabedoria (divina) discriminativa, como eles podem germinar novamente?


25: Assim como uma pessoa muito inteligente se delicia com as deficiências de outros, assim, se alguém descobre seus próprios defeitos (e os corrigem), como não ser liberado da escravidão?


26: Oh, Senhor dos Munis, somente quem não tem Atma-Jnana, e que não é uma pessoa emancipada, anseia pelos Siddhis. Ele alcança assim os Siddhis através da medicina (ou riqueza), Mantras, obras religiosas, tempo e habilidade.


27: Nos olhos de um Atma-Jnani, esses Siddhis não têm importância. Quem se tornou um Atma-Jnani, quem tem sua visão apenas em Atman, e quem está contente com Atman (o mais elevado Eu) através (seu) Atman (ou eu inferior), nunca segue (os ditames de) Avidya.


28: Tudo o que existe nesse mundo, ele conhece como sendo da natureza de Avidya. Como, então, um Atma-Jnani, que renunciou Avidya, estará imerso nele (ou afetado por ele)?


29: Embora a medicina, os Mantras, trabalhos religiosos, tempo e habilidade (ou expressões místicas) levem ao desenvolvimento de Siddhis, ainda assim eles não podem, de forma alguma, ajudá-lo a alcançar a sede de Paramatman.


30: Como, então, aquele que é um Atma-Jnani, e que está destituído de sua mente, dizer que deseja os Siddhis, enquanto todas as ações de seus desejos estão controlados?




Assim termina o terceiro Capítulo de Varaha Upanishad.








CAPÍTULO – IV




Em outra ocasião, Nidagha pediu ao Senhor Ribhu para iluminá-lo com as características de um Jivanmukti. Pelo qual Ribhu respondeu afirmativamente e disse o seguinte:


“Em sete Bhumikas (ou estágios de desenvolvimento da sabedoria) existem quatro tipos de Jivanmuktas. Desses (sete), o primeiro estágio é Subhechcha (bons desejos); o segundo é Vicharana (inquérito); o terceiro é Tanumanasi (ou relacionado com a mente diluída); o quarto é Sattvapatti (a realização de Sattva); o quinto é Asamsakti (não apego); o sexto é o Padartha-Bhavana (análises dos objetos), e o sétimo é o Turya (quarto estágio, ou final). O Bhumika que é da forma do Pranava (Om) é formado de (ou é dividido em) Akara – ‘A’, Ukara – ‘U”, Makara – ‘M’ e Ardha-Matra. Akara e outros são de quatro tipos em função da diferença de Sthula (bruto), Sukshma (sutil), Bija (semente ou causalidade) e Sakshi (testemunha). Seus Avasthas são quatro: vigília, sonho, sono sem sonho e Turya (quarto estado). Aquele que é (ou a entidade que se identifica com) o estado de vigília no Amsa grosseiro (essência ou parte) de Akara é chamado Vishva; na essência sutil, ele é denominado Taijasa; na essência de Bija ele é chamado Prajna; e na essência de Sakshi ele é chamado Turya.


“Aquele que está no estado de sonho (ou a entidade que identifica-se com o estado de sonho) na essência grosseira de Ukara, é Vishva; na essência sutil, ele é denominado Taijasa; na essência de Bija, é Prajna; e na essência de Sakshi, é Turya.


“Aquele que está no estado de Sushupti, na essência grosseira de Makara, é denominado Vishva; na essência sutil, Taijasa; na essência de Bija, Prajna; e na essência de Sakshi, é Turya.


“Aquele que está no estão de Turya, na essência grosseira de Ardha-Matra, é denominado Turya-Vishva. No sutil, é denominado Taijasa; na essência de Bija é denominado Prajna; e na essência de Sakshi, é denominado Turya-Turya.


“A essência Turya de Akara é (ou abrange) a primeira, segunda e terceira (Bhumikas, ou estágios dos sete). A essência Turya de Ukara abrange o quarto Bhumika. A essência Turya de Makara abrange o quinto Bhumika. A essência Turya de Ardha-Matra é o sexto estágio. Além disso, está o sétimo estágio.


“Quem funciona nos (primeiros) três Bhumikas é chamado Mumukshu; quem funciona no quarto Bhumika é chamado um Brahmavit; quem funciona no quinto Bhumika é chamado um Brahmavidvara; quem funciona no sexto Bhumika é chamado um Brahmavidvariya; e no sétimo Bhumika é chamado um Brahmavidvarishtha. Com referência a isso, existem os Slokas Eles são:


1: “Diz-se que Subhechcha é o primeiro Jnana-Bhumi (ou estágio de sabedoria); Vicharana, o segundo; Tanumanasi, o terceiro;


2: “Sattvapatti, o quarto; então, vem Asamsakti como o quinto; Padartha-Bhavana como o sexto; e, Turya como o sétimo.


3: “O desejo que surge através de um puro Vairagya (após a determinação) ‘Devo ser ignorante? Vou ser visto pelos Shastras e sábios (ou ‘vou estudar os livros e estar com os sábios’)? – é denominado pelo sábio como Subhechcha.


4: “A associação com os sábios e os Shastras e, a seguir, do caminho correto anterior à prática da indiferença, é denominada Vicharana.


5: “O estágio em que a ânsia sensual pelos objetos é diluída através do primeiro e do segundo estágios é dito ser Tanumanasi.


6: “O estágio em que se tornou indiferente a todos os objetos sensuais através do exercício nos três estágios (acima), Chitta purificada repousa em Atman, que é da natureza de Sat, é chamado Sattvapatti.


7: “A luz (ou manifestação) de Sattva-Guna, que está firmemente enraizada (em um) sem qualquer desejo pelos frutos das ações através da pratica nos quatro estágios acima, é denominado Asamsakti.


8-9: “Aquele estágio em que, através da prática nos cinco estágios acima, se encontra deleite em Atman, não tem a concepção dos internos ou externos (embora diante dele), e se envolve em ações somente quando impelido a fazê-lo por outros, é denominado Padartha-Bhavana, o sexto estágio.


10: “O estágio em que, após a prática excessivamente longa nos seis estágios (acima), se torna constante (de forma inamovível) na contemplação de Atman sozinho, sem as diferenças (do universo), é o sétimo estágio chamado Turya.


11: “Diz-se que os três estágios que iniciam com Subhechcha seriam alcançados com (ou meio) diferenças e não-diferenças. (Porque) o universo que é visto no estado de vigília ele pensa que é realmente existente.


12: “Quando a mente está firmemente constante no Único não-dual e a concepção da dualidade é derrubada, então ele vê esse universo como um sonho, embora sua união com o quarto estágio.


13: “Assim como as nuvens outonais dispersadas desaparecem, assim esse universo perece. Oh, Nidagha, esteja convencido de que, semelhantemente, uma pessoa tem unicamente Sattva remanescente.


14: “Então, tendo ascendido o quinto estágio chamado Sushuptipada (a sede do sono sem sonhos), ele permanece simplesmente no estado de não-dualidade, estando livre de todas as diversas diferenças.


15-16(a): Tendo sempre introspecção, embora sempre participando nas ações externas, aqueles que estão engajados na prática desse (sexto estágio) são vistos como alguém adormecido quando fatigados (ou seja, sendo livres de todas as afinidades).


16(b): “ (Finalmente) o sétimo estágio, que é o mais antigo, e que é chamado de Gudhasupti, é geralmente alcançado.


17: “Então se permanece naquele estado sem um segundo, sem medo e com sua consciência quase aniquilada, onde não há nem Sat e nem Asat, nem eu, nem não-eu.


18: “Como um pote vazio no Akasa, lá é vazio tanto dentro quanto fora; como um vaso preenchido no meio do oceano, ele está cheio tanto dentro quanto fora.


19: “Não se torna nem conhecedor ou conhecido. Você pode se tornar a Realidade que permanece após todos os pensamentos extintos.


20: “Tendo descartado (todas as distinções de) o observador, o observar e o observado, com suas afinidades, meditando exclusivamente em Atman, que brilha como a Luz suprema.


21: “Diz-se que ele é um Jivanmukta (pessoa emancipada), no qual, embora participando das preocupações materiais do mundo, o universo não é visto como substituinte do Akasa invisível.


22: “Diz-se que ele é um Jivanmukta, a luz de cuja mente nunca se põem ou nasce na miséria ou na felicidade, e que não pretende mudar o que acontece com ele (ou seja, quer para diminuir sua miséria ou aumentar a sua felicidade).


23: “Diz-se que ele é um Jivanmukta quando, embora em sua Sushupti esteja acordado, e para quem o estado de vigília é desconhecido, e cuja sabedora está livre das afinidades (para com os objetos).


24: “Diz-se que ele é um Jivanmukta cujo coração é puro como o Akasa, embora atuando (como ele) em consonância com o amor, o ódio, o medo e outros.


25: “Diz-se que ele é um Jivanmukta quando não tem a concepção de seu ser como o autor, e cuja Buddhi não é apegada aos objetos materiais, quer ele execute ações ou não.


26: “Diz-se que ele é um Jivanmukta, de quem as pessoas não têm medo, que não tem medo das pessoas, e que se desprendeu da alegria, da raiva e do medo.


27: “Diz-se que ele é um Jivanmukta quando, embora participando em tudo dos objetos ilusórios, é indiferente entre eles, e está pleno de Atman, (sendo) como se eles pertencessem aos outros.


28: “Oh, Muni, diz-se que ele é um Jivanmukta quando, tendo erradicado todos os desejos de seu Chitta, é (plenamente) contente Comigo, que sou o Atman de tudo.


29: “Diz-se que ele é um Jivanmukta quando repousa com uma mente imperturbável naquela morada toda pura, que é Chinmatra, e livre de todas as modificações de Chitta.


30: “Diz-se que ele é um Jivanmukta em cujo Chitta não desponta (as distinções de) o universo, Eu, ele, tu e outros que são visíveis e irreais.


31: “Através do caminho do Guru e dos Shastras, entra rapidamente Sat – o Brahman que é imutável, grande, pleno e sem objetos – e firmemente se estabelece lá.


32: “Shiva sozinho é o Guru; Shiva sozinho é os Vedas; Shiva sozinho é o Senhor; Shiva sozinho sou Eu; Shiva sozinho é tudo. Não há outro além de Shiva.


33: “O Brahmana destemido, tendo O conhecido (Shiva), deve alcançar a sabedoria. Não é preciso dizer muitas palavras como elas senão fere o órgão do discurso.


34: “ (O Rishi) Suka é um Mukta (pessoa emancipada). (O Rishi) Vamadeva é um Mukta. Não existem outros (que tenham alcançado a emancipação) do que através desses (ou seja, dos dois caminhos desses dois Rishis). Aqueles homens bravos, que seguem o caminho de Suka nesse mundo, tornam-se Sadyo-Muktas (ou seja, emancipados) imediatamente depois (de o corpo desgastar).


35: “Enquanto aqueles que sempre seguem o caminho de Vamadeva (ou seja, o Vedanta) nesse mundo estão sujeitos a repetidos renascimentos e alcançam a emancipação Krama (gradual), através do yoga, Sankhya e Karmas associados com Sattva (Guna).


36: “Assim existem dois caminhos estabelecidos pelo Senhor dos Devas (ou seja), o caminho Suka e o caminho Vamadeva. O caminho Suka é chamado do caminho dos nascimentos; enquanto que o caminho do Vamadeva é chamado do caminho da formiga.


37-38: “Aquelas pessoas que compreenderam a verdadeira natureza de seu Atman através das injunções obrigatórias e proibitivas dos Vedas, o inquérito, o verdadeiro significado de Maha Vakyas, o Samadhi do Sankhya yoga, ou Asamprajnata Samadhi, e que tem, portanto, purificado-se, alcançam o local supremo através do caminho Suka.


39-40: “Tendo, por meio da prática do Hatha yoga, com a dor causada por Yama, posturas etc., tornado-se passível de obstáculos sempre recorrentes, causados por Anima e outros (Siddhis), e não tendo obtido bons resultados, nasce-se novamente em uma grande família e pratica-se yoga através de suas afinidades karmicas anteriores.


41: “Então, através da pratica do yoga durante muitas vidas, ele alcança a salvação (ou seja), o supremo local de Vishnu, através do caminho Vamadeva.


42: “Assim, existem dois caminhos que conduzem à realização de Brahman, que são beneficentes. O primeiro confere salvação instantânea, e o outro confere salvação gradual. Para um que vê (tudo) como único (Brahman), onde está a ilusão? Onde está a tristeza?


43: “Aqueles que estão sob os olhos daqueles, cuja Buddhi está exclusivamente ocupada com a verdade (de Brahman), que é o fim de toda a experiência, são liberados de todos os pecados hediondos.


44: “Todos os seres que habitam o paraíso e a terra, que caem sobre a visão dos Brahmavits, são de uma só vez emancipados dos pecados cometidos durante muitos Crores de nascimentos”.




Assim termina o quarto Capítulo de Varaha Upanishad.








CAPÍTULO – V






Então Nidagha pediu ao Senhor Ribhu para iluminá-lo com as regras (a serem observadas) na pratica de yoga. Adequadamente Ele (o Senhor) disse assim:


1: “O corpo é composto de cinco elementos. Ele é preenchido com cinco Mandalas (esferas). Aquela que é dura é Prithvi (terra), uma delas; aquela que é liquida é Apas (água);


2: “Aquela que é brilhante é Tejas (fogo); movimento é a propriedade de Vayu; aquela que permeia todos os lugares é Akasa. Todas essas devem ser conhecidas por um aspirante desejoso do yoga.


3: “Através do sopre de Vayu-Mandala, nesse corpo, (são causados) 21.600 respirações a cada dia e noite.


4: “Se houver uma diminuição de Prithvi-Mandala, surgem dobras no corpo; se houver uma diminuição da essência de Apas, gradualmente surgem cabelos acinzentados;


5: “Se houver uma diminuição na essência de Tejas, ocorre uma perda de fome e de brilho; se houver uma diminuição da essência de Vayu, ocorre incessante tremor;


6: “Se houver uma diminuição na essência de Akasa, ocorre a morte. O Jivita (ou seja, Prana), que possui esses elementos, não tem lugar para descansar no corpo devido à diminuição dos elementos que surgem como os pássaros voando no ar.


7: “É por esta razão que é chamado Udyana (literalmente, voando para cima). Com referência isso, diz-se que um Bandha (blindagem, também significando uma postura chamada Udyana Bhanda, pelo qual esse vôo pode ser detido). Esse Udyana Bandha é para (acabar com) a morte, como um leão para um elefante.


8: “Sua experiência é no corpo, como também o Bandha. Sua ligação (no corpo) é dolorosa. Se existe agitação de Agni (fogo) dentro da barriga, então lá não será causada muita dor.


9: “Portanto, esse (Udyana Bandha) não deve ser praticado por quem está com fome, ou por quem está com vontade de urinar, ou defecar. Ele deve fazer muitas vezes, em pequenas quantidades, apropriadamente e alimentar-se moderadamente.


10: “Ele deve praticar Mantra yoga. Laya yoga e hatha yoga através dos métodos leves e transcendentais (ou períodos), respectivamente. Laya, Mantra e Hatha yogas tem cada um (o mesmo) oito subordinados.


11-12(a): “Eles são, Yama, Niyama, Asana, Pranayama, Pratyahara, Dharana, Dhyana e Samadhi.


12(b)-13(a): “(Desses), Yama é de dez tipos. Eles são, não-ferir, verdade, não-cobiçar, castidade, compaixão, simplicidade, paciência, coragem, moderação na alimentação e pureza (de corpo e de mente).


13(b)-14: “Niyama é de dez tipos. Eles são, Tapas (austeridades religiosas), contentamento, crença na existência de Deus, ou dos Vedas, caridade, adoração a Ishvara (ou Deus), ouvir as exposições das doutrinas religiosas, modéstia, um (bom) intelecto, Japa (repetição de orações) e Vrata (observâncias religiosas).


15-16: “Eles são onze posturas, iniciando com Chakra. Chakra, Padma, Kurma, Mayura, Kukkuta, Vira, Svastika, Bhadra, Simha, Mukta e Gomukha são as posturas enumeradas pelos conhecedores do Yoga.


17: “Colocando o tornozelo esquerdo na coxa direita e o tornozelo direito na coxa esquerda, e mantendo o corpo ereto (enquanto sentado), é a postura “Chakra”.


18: “Pranayama deve ser praticado repetidas vezes na seguinte ordem, ou seja, inspiração, restrição do alento e expiração. O pranayama é feito através das Nadis (nervos). Por isso é chamado de Nadis em si.


19: “O corpo de cada ser consciente tem noventa e seis dedos de comprimento. No meio do corpo, dois dedos acima do ânus e dois dedos abaixo do órgão sexual, está localizado o centro do corpo (chamado Muladhara, ou plexo sacral).


20-21: “Nove dedos abaixo dos genitais existe o Kanda das Nadis que gira em forma oval, quatro dedos grandes e quatro dedos amplos. Ele está envolto por gordura, carne, osso e sangue.


22: “Nele, está situado uma Nadi Chakra (roda de nervos) tendo doze raios. Kundalini, pelo qual esse corpo está suportado, está lá.


23: “Ela está cobrindo com sua face o Brahmarandhra (ou seja, o buraco de Brahma) na entrada de Sushumna. Pelos lados de Sushumna habitam as Nadis Alambusa e Kuhuh.


24: “Nos próximos dois (raios) estão Varuna e Yasasvini. No raio sul de Sushumna está, em curso irregular, Pingala.


25: “Nos próximos dois raios estão Pusha e Payasvini. No raio do Oeste de Sushumna está a Nadi chamada Saraswati.


26: “Nos próximos dois raios estão Sankhini e Gandhari. Ao norte de Sushumna habita Ida;


27-28: “No próximo está Hastijihva; no seguinte esta Visvodara. Nesses raios da roda, as doze Nadis carregam os doze Vayus da esquerda para a direita (para as diferentes partes do corpo). As Nadis são como (ou seja, tecidos, como urdidura e a trama) tecidos. Diz-se que têm diferentes cores.


29-30: “A porção central do tecido (com referência a coleção das Nadis) é chamada de Nabhi Chakra (plexo do umbigo). Jvalanti, Nadarupini, Pararandhra e Sushumna são chamados os suportes (bases) de Nada (o som espiritual). Estes quatro Nadis são da cor do rubi. A porção central de Brahmarandhra é repetidas vezes coberta por Kundalini.


31-33(a): “Assim, dez Vayus movem-se nestas Nadis. Um homem sábio que compreende o curso das Nadis e dos Vayus deve, depois de manter seu pescoço e corpo ereto, com sua boca fechada, contemplar imovelmente sobre Turyaka (Atman) na ponta de seu nariz, no centro de seu coração e no meio de Bindu, e deve ver com uma mente tranqüila, através dos olhos (mentalmente), o néctar fluindo lá.


33(b)-34: “Tendo fechado (contraído) o ânus e puxado Vayu, fazendo-o se elevar através (da repetição do) Pranava Om, ele deve completar com Sri Bija. Ele deve contemplar seu Atman como Sri (ou Parasakti), como sendo banhado pelo néctar.


35: “Isso é Kalavanchana (literalmente, ilusão do tempo). Diz-se que é o mais importante de todos. Tudo o que é pensado pela mente é realizado pela própria mente.


36: “ (Então) Agni (fogo) se inflama em Jala (água), e na chama (de Agni) se eleva os ramos e as flores. Então, as palavras proferidas e as ações realizadas no universo, não são em vão.


37: “Ao verificar Bindu no caminho, ao fazer o fogo inflamar sobre a água, e ao fazer a água secar, o corpo se faz firme.


38: “Tendo contraído simultaneamente o anus e a yoni (o ventre), unindo-os, ele deve puxar Apana e unir com Samana.


39: “Ele deve contemplar sobre seu Atman como Shiva e, então, como sendo banhado pelo néctar. Na parte central de cada raio, o yogue deve começar a concentrar Bala (vontade ou força).


40: “Ele deve tentar fazer subir, pela união de Prana e Apana. Esse yoga mais importante ilumina o corpo no caminho dos Siddhis.


41: “Assim como em toda represa a água serve como um obstáculo para as enchentes, assim isso deve sempre ser conhecido pelos yogues, que o Chhaya do corpo é para (Jiva).


42: “Esse Bhanda é de todas as Nadis. Através da graça desse Bandha o Devata (a deusa Kundalini) torna-se visível.


43: “Esse Bandha de quatro pés serve como uma seleção para os três caminhos. Isso ilumina o caminho através do qual os Siddhas obtêm (seus Siddhis).


44: “Se, com Prana, faz se elevar rapidamente Udana, esse Bandha controla todas as Nadis para cima.


45: “Isso é chamado Samputa Yoga, ou Mula Bandha. Através da pratica desse yoga, os três Bhandas são aperfeiçoados.


46: “Ao praticar dia e noite, interminavelmente, ou a qualquer tempo conveniente, Vayu se tornará sob seu controle.


47: “Com o controle de Vayu, Agni (o fogo gástrico) no corpo é aumentado diariamente. Com o aumento de Agni, o alimento etc., será facilmente digerido.


48: “Se o alimento for digerido adequadamente ocorre aumento de Rasa (essência de alimento). Como o aumento diário de Rasa, ocorre o aumento dos Dhatus (substância espiritual).


49: “Com o aumento dos Dhatus, ocorre o aumento da sabedoria no corpo. Assim, todos os pecados acumulados, por muitos Crores de nascimentos, são queimados.


50: “No centro do ânus e dos genitais, existem um Muladhara triangular. Ele ilumina o assento de Shiva na forma de Bindu.


51: “Ali se encontram a Parashakti chamada Kundalini. Deste assento Vayu se eleva. Deste assento Agni é incrementado.


52: “Desse assento Bindu se origina e o Nada se torna incrementado. Desse assento, Hamsa nasce. Desse assento Manas nasce.


53: “Os seis Chakras, começando como Muladhara, são os assentos de Shakti (Deusa). Do pescoço para o topo da cabeça é o assento de Sambhu (Shiva).


54: “Para as Nadis, o corpo é o suporte (ou veículo); para o Prana, as Nadis são o suporte; para Jiva, o Prana é a morada; para Hamsa, Jiva é o suporte;


55: “Para Shakti, Hamsa é o assento e a locomotiva e o universo fixado. Estando sem distração e com uma mente calma, deve-se praticar Pranayama.


56: “Mesmo uma pessoa que está bem qualificada na prática dos três Bandhas deve sempre tentar compreender, com um coração verdadeiro, aquele Princípio o qual deve ser conhecido e que é a causa de todos os objetos e seus atributos.


57: “Ambos, expiração e inspiração, devem (ser detidos e feitos) repousar na restrição do alento (sozinho). Ele deve ser subordinado exclusivamente em Brahman, que é o mais elevado objetivo de todos os visíveis.


58: “Diz-se que (a entrega fora de) todos os objetos externos são Rechaka (expiração). Diz-se que o (a tomada de) conhecimento espiritual dos Shastras é Puraka (inspiração), e diz-se que (o manter a si mesmo) tal conhecimento é Kumbhaka (ou restrição do alento).


59: “Ele é uma pessoa emancipada quando pratica deste modo como um Chitta. Não há dúvida disso. Através de Kumbhaka, ela (a mente) deve ser sempre restringida e, através de Kumbhaka sozinho, ela deve ser preenchida internamente.


60: “É somente através de Kumbhaka, aquele Kumbhaka que se deve firmemente dominar. Com ele está Parama-Shiva. Aquele (Vayu) que é imóvel deve ser agitado novamente através de Kantha Mudra (postura da garganta, também conhecido como Jalandhara Bhanda).


61-62: “Tendo verificado o curso de Vayu, tendo se tornado perfeito na prática da expiração e da restrição do alento, e tendo plantado firmemente no chão as duas mãos e os dois pés, deve-se perfurar os quatro assentos através de Vayu, pelos três yogas. Ele deve agitar Mahameru com a ajuda de Prakotis (forças) na boca de Vayu.


63: “Os dois Plutas (cavidades) quando são puxados, Vayu vibra rapidamente. A união da lua, do sol e de Agni devem ser conhecidos em referência o néctar.


64: “Através do movimento de Meru, os Devatas, que permanecem no centro de Meru, movem-se. No primeiro, em seu Brahma Granthi (o primeiro nó), é produzido (perfuração do nó) rapidamente um buraco (ou passagem).


65: “Então, tendo perfurado Brahma Granthi, ele perfura Vishnu Granthi (o segundo nó na garganta); em seguida, ele perfura Rudra Granthi (o terceiro nó em Ajna).


66-67(a): “Em seguida, o yogue alcança Vedha (perfuração) através de sua liberação das impurezas da ilusão, através das cerimônias religiosas (executadas) em diversos nascimentos, através da graça dos Gurus e dos Devatas, e através da prática do yoga.


67(b)-68: “Na Mandala (esfera, ou região) de Sushumna (situada entre Ida e Pingala), Vayu deve ser elevado através do recurso conhecido como Mudra Bandha. A pronúncia de curta duração (do Pranava) liberta de seus pecados; a pronúncia longa confere Moksha.


69-70: “Assim também é a sua pronúncia em Apyayana, ou Pluta Svara (tom). Ele é um conhecedor do Veda quando, através das três formas de pronúncia acima mencionada, conhece o final do Pranava, o qual está além do poder da palavra falada, como o fluxo incessante de óleo, ou o longo som retirado do sino. O Svara curto vai para Bindu. O Svara longo vai para Brahmarandhra; o Pluta para Dvadasanta (duodécimo centro). Os Mantras devem ser proferidos tendo em conta a obtenção de Mantra Siddhis.


71-72: “Esse Pranava (OM) removerá todos os obstáculos. Ele removerá todos os pecados. Desse total, existem quatro Bhumikas (estados) predicado, ou seja, Arambha, Ghata, Parichaya e Nishpatti.


72(b)-73(a): “Arambha é aquele estado no qual se tem abandonado os karmas externos executados pelos três órgãos (mente, discurso e corpo), está sempre envolvido no karma mental somente.


73(b)-74(a): “Diz-se pelo sábio que o estado Ghata é aquele no qual Vayu, tendo forçado uma abertura no lado oeste, e estando pleno, está firmemente fixado lá.


74(b): “O estado de Parichaya é aquele no qual Vayu está firmemente fixado a Akasa, nem associado com Jiva nem não associado, enquanto o corpo está imóvel.


75: “Diz-se que o estado de Nishpatti é aquele no qual ocorre a criação e a dissolução através de Atman, ou aquele estado no qual um yogue, tendo se tornado um Jivanmukta, realiza yoga sem esforço.


“Quem recita esse Upanishad se torna imaculado como Agni. Como Vayu, ele se torna puro. Ele se torna livre do pecado da beber bebida alcoólica. Ele se torna livre dos pecados do roubo de ouro. Ele se torna um Jivanmukta. Isso é o que é dito pelo Rig-Veda. Como o olho que permeia o Akasa (vendo sem esforço todas as coisas acima), como um homem sábio vê (sempre) a sede suprema de Vishnu. Os Brahmanas que tem sempre seus olhos espirituais abertos oram e iluminam de diversas formas a sede de Vishnu. OM, assim é o Upanishad”.






Assim é o quinto Capítulo de Varaha Upanishad.




Invocação




Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!




Aqui termina o Varaha Upanishad pertencente ao Krishna-Yajur-Veda.