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Yoga-Kundalini Upanishad
Traduzido por:
K. Narayanasvami Aiyar
Publicado por:
*
Traduzido para o Português por
Uma Yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva
Karen de Witt
***
Brasil – RJ
Junho/2010
___________________________
Fonte de Consulta
Vedanta Spiritual Library
Invocação
Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!
CAPÍTULO 1
1. Chitta (mente) tem duas causas, Vasanas e Vayu (prana). Se um deles for controlado, então ambos serão controlados.
2. Destes dois, uma pessoa deveria controlar sempre Vayu (prana) através da alimentação moderada, posturas e, em terceiro lugar, através de Shakti-Chala.
3 – 4: Vou explicar a natureza destes. Ouça, Oh Gautama. Deve-se tomar um alimento doce e nutritivo, deixando um quarto (de seu estômago) vazio, a fim de agradar Shiva (o patrono dos Yogues). Isto é chamada alimentação moderada. A postura aqui exigida é Padma e Vajra.
5: A colocação dos dois calcanhares sobre as coxas opostas (respectivamente) é o Padma (postura) o qual é o destruidor de todos os pecados.
6. Colocar um calcanhar abaixo do Mulakanda (muladhara) e o outro sobre ele e sentando com o pescoço, corpo e cabeça eretos é a postura Vajra.
7: A Shakti (acima mencionada) é apenas Kundalini. Um homem sábio deve conduzí-La acima de seu lugar (ou seja, o umbigo, para cima) até o meio das sobrancelhas. Isto é chamado de Shakti-Chala.
8: Na prática disto, duas coisas são necessárias, Saraswati-Chalana e a coibição do prana (respiração). Então, através da prática, Kundalini (que é uma espiral) torna-se esticada.
9 – 10(a): Destes dois, vou explicar-te primeiro o Saraswati-Chalana. É dito pelos sábios da antiguidade que Saraswati não é outra que não Arundhati. É somente estimulando-A que Kundalini é desperta.
10(b) – 11 (a): Quando a respiração prana está passando através (de) Ida (narina esquerda), ele deve assumir firmemente a postura Padma (padmásana) e deve aumentar (para dentro) 4 dígitos do Akasa de 12 dígitos . (Inalar numa contagem de 16)
11(b) – 13(a): Então o homem sábio deve prender o (Saraswati) Nadi pelos meios deste alongado (ar) e fixar firmemente junto (ambas suas costelas perto do umbigo) por meio dos dedos indicadores e polegares de ambas as mãos, (uma mão em cada lado), deve agitar para cima Kundalini com toda sua força da direita para a esquerda, muitas e muitas vezes; por um período de dois Muhurtas (48 minutos), ela deve ser agitada para cima destemidamente.
13(b) – 14: Então ele deve puxar para cima um pouco quando Kundalini entrar em Sushumna.Kundalini Por este meio, entra na boca de Sushumna, Prana (também) tendo deixado (aquele local) entra por si só em Sushumna (juntamente com Kundalini).
15: Pela compressão do pescoço (jalandhara bandha), deve-se também expandir o umbigo. Então, pela agitação de Saraswati, o Prana sobe para o tórax.
16 – 17: Através da contração do pescoço (jalandhara bandha), o Prana vai para cima do peito. Saraswati que tem som em seu útero deve ser agitada (ou lançada em vibração) cada dia. Portanto pela mera agitação Dela, são curadas as doenças.
18: Gulma (um doente irritadiço), Jalodara (hidropsia), Pliha (um doente irritadiço) e todas as outras doenças decorrentes do estômago, são indubitavelmente destruídas pela agitação desta Shakti.
19: Vou descrever agora brevemente para você o Pranayama. Prana é o Vayu que se move no corpo e sua restrição é conhecida como Kumbhaka.
20: Este (Kumbhaka) é de dois tipos, Sahita e Kevala. Deve-se praticar Sahita até que se obtenha Kevala.
21: Há quatro formas de Bhedas (literalmente penetrações ou divisões), ou seja, Surya, Ujjayi, Sitali e Bhastri. O Kumbhaka associado com estes quatro é chamado Sahita Kumbhaka.
22 – 23: Sentar-se na postura Padma (padmásana) sobre um puro e agradável assento o qual deixe à vontade e não é nem muito alto e nem muito baixo, e em um local que seja puro, agradável e livre de pedras, etc., e que no comprimento de um arco está livre de frio, fogo e água, deve-se sacudir (ou lançar em vibração) Saraswati;
24: Lentamente inalando o ar de fora, tanto quanto deseje, através da narina direita, ele deve exalar o ar através da narina esquerda.
25: Ele deve exalar o ar depois de purificar seu crânio (forçando o ar para cima). Isto destrói os quatro tipos de males causados por Vayu, bem como pelas verminoses intestinais.
26(a): Isto deve ser feito freqüentemente e é isto que é chamado de SuryaBheda.
26(b) – 27: Fechando a boca e puxando-se lentamente o ar como antes com o nariz através de ambos os Nadis (ou narinas) e retendo no espaço entre o coração e o pescoço, deve-se exalar através da narina esquerda.
28: Isto destrói o calor causado na cabeça bem como o catarro na garganta. Ele remove todas as doenças, purifica seu corpo e aumenta o fogo interior (gástrico).
29: Isto remove também os males decorrentes dos Nadis, Jalodara (barriga d água ou hidropisia) e Dhatus. Este Kumbhaka é chamado de Ujjayi e pode ser praticado (mesmo) quando de pé ou sentado.
30: Puxando para cima o ar, como anteriormente, através da língua com (o silvo do som de) ´Sa´ e retendo como anteriormente, o homem sábio deve lentamente exalar através (ambas) das narinas.
31: Isto é chamado Sitali Kumbhaka e destrói as doenças, tal como Gulma Pitha, consumo, biliares, febre, sede e veneno.
32: Sentado na postura Padma (padmásana) com a barriga e o pescoço eretos, o homem sábio deve fechar a boca e exalar com cuidado através das narinas.
33: Em seguida, ele deve inalar um pouco, com rapidez, até o coração, de modo que o coração possa preencher o espaço com ruído entre o pescoço e o crânio. (fazer um ruído quando respira)
34 -35: Em seguida, ele deve exalar do mesmo modo e inalar muitas e muitas vezes. Assim como o fole de um ferreiro é movido (ou seja, estufando com ar dentro e em seguida o ar é expulso para fora), assim ele deve mover o ar dentro de seu corpo. Se o corpo fica cansado, então ele deve inalar através da narina direita.
36 – 37(a). Se sua barriga está cheia de Vayu, então ele deve pressionar bem suas narinas com todos os seus dedos, exceto o indicador, e realizando Kumbhaka como antes, deve exalar pela narina esquerda.
37(b) – 38: Isso libera uma das doenças de fogo na (ou inflamação de) garganta, aumenta o fogo gástrico no interior, capacita conhecer a Kundalini, produz purificação, remoção pecados, da felicidade e prazer e destrói o muco que é o ferrolho (ou obstáculo) à porta da boca de Brahma-Nadi (ou seja, Sushumna).
39: Ele penetra também os três Granthis (ou nós) diferenciados através das três Gunas. Este Kumbhaka é conhecido como Bhastri e deve especialmente ser executado.
40: Através destes quatro caminhos quando Kumbhaka está perto (ou está prestes a ser realizado), o inocente Yogue deve praticar os três Bandhas.
41: O primeiro é chamado Mulabandha. O segundo é chamado Uddiyana e o terceiro é Jalandhara. A natureza deles será, então, descrita.
42: Apana (alento, ar) que tem uma propensão para baixo, é forçado para cima por uma contração abaixo. Este processo é chamado de Mulabandha.
43: Quando Apana é elevado e atinge a esfera de Agni (fogo), então a chama de Agni cresce muito e é levado por Vayu.
44 – 45(a): Em seguida, Agni e Apana vão (ou misturam-se com) Prana em um estado aquecido. Através disto, Agni que é muito ardente, surge no corpo a chama (ou fogo) que desperta o sono de Kundalini através do seu calor.
45(b) – 46: Em seguida, Kundalini faz um assobio sibilante, torna-se reta como uma serpente batida com uma vara e entra no buraco de Brâmaneadi (Sushumna). Portanto, os yogues devem praticar diária e frequentemente o Mulabandha.
47 – 48(a): Uddiyana deve ser executado no final de Kumbhaka e no início da expiração (rechaka). Porque Uddiyate Prana (ou seja, vai para cima) o Sushumna neste Bandha, por isso é chamado Uddiyana pelos Yogues.
48(b) – 49(a): Sentado na postura Vajra e conservando firmemente os dois dedos das duas mãos, deve-se pressionar o Kanda e no lugar perto dos dois tornozelos.
49(b) – 50: Então ele deve gradualmente manter o Tana (filamento ou Nadi) que está no lado do ocidente primeiro a Udara (a parte superior do abdômen acima do umbigo), então para o coração e em seguida para o pescoço. Quando o Prana atinge o Sandhi (junção) do umbigo, ele remove as impurezas (ou doenças) no navio. Portanto isto deve ser frequentemente praticado.
51: O Bandha chamado Jalandhara deve ser executado no final de Kumbhaka. Este Jalandhara é a forma da contração do pescoço e é um impedimento para a passagem de Vayu (para cima).
52: Quando o pescoço é contraído de uma vez, dobrando para baixo (de modo que o queixo toque o peito), o Prana atravessa Brâmaneadi no ocidental Tana no meio.
53: Assumindo o assento como anteriormente mencionado, ele deve agitar Saraswati e controlar o Prana.
54: No primeiro dia Kumbhaka deve ser feito por 4 vezes; no segundo dia ele deve ser feito dez vezes e em seguida cinco vezes separadamente;
55: No terceiro dia, vinte vezes deverá ser feito e depois Kumbhaka deve ser executado com os três Bandhas e com um aumento de cinco vezes a cada dia.
56 – 57: As doenças são geradas num corpo através das seguintes causas, ou seja, dormir durante o dia, vigílias até tarde da noite, excesso de relações sexuais, movendo-se em aglomerações, o controle da descarga da urina e das fezes, o mal de alimentos insalubres e atividade mental penoso com Prana
58: Se um Yogue está com medo de tais doenças (quando atacado por elas), ele diz, “minhas doenças surgiram em decorrência de minha prática de Yoga”. Então ele interrompe estas práticas. Isto é dito ser o primeiro obstáculo ao Yoga.
59: O segundo (obstáculo) é a dúvida; o terceiro é o descuido; o quarto, a preguiça; o quinto, o sono;
60: O sexto, o que não deixa os objetos (dos sentidos); o sétimo, percepção errada; o oitavo, os objetos sensuais, o nono, a falta de fé;
61: E o décimo, a incapacidade de atingir a verdade do Yoga. Um homem sábio deve abandonar estes dez obstáculos após a grande liberação.
62: A prática de Pranayama deve ser executada diariamente com a mente firmemente fixada na Verdade. Então Chitta (mente) é absorvida em Sushumna e o Prana (por isso) nunca se move.
63: Quando as impurezas (de Chitta) são assim removidas e o Prana é absorvido em Sushumna, ele torna-se um (verdadeiro) Yogue.
64: Apana, que tem uma tendência para baixo, deve ser levantado com esforço pela contração (do esfíncter anal) e isso é dito como Mulabandha.
65: Apana, assim elevado, mistura-se com Agni e em seguida eles sobem rapidamente para a base do Prana. Em seguida, Prana e Apana unificados um com o outro vão para Kundalini, o qual está enrolada e adormecida.
66 – 67: Kundalini ao ser aquecida por Agni e agitada por Vayu, estende seu corpo na boca de Sushumna, perfura o Brahmagranthi formado de rajas e flameja de uma só vez como um relâmpago na boca de Sushumna.
68 – 69(a): Em seguida, ela sobe de uma só vez através de Vishnugranthi para o coração. Em seguida, ela sobe através de Rudragranthi e além dele para o meio das sobrancelhas; tendo perfurado este local, ela sobe até a Mandala (esfera) da lua.
69(b) – 70(a): Isto seca a mistura produzida pela lua no Anahata-Chakra, tendo dezesseis pétalas.
70(b) – 71: Quando o sangue é agitado através da velocidade do Prana, ele torna-se colérico pelo seu contato com o sol, depois que ele vai para a esfera da lua, onde ele se torna da natureza do catarro puro, ele (sangue) que é muito frio, torna-se quente quando flui para lá?
72: (Como) ao mesmo tempo a forma intensa branca da lua é rapidamente aquecida. Em seguida, estando agitada, ela sobe.
73: Através disto, Chitta que estava se movendo entre os objetos sensuais externos, é contida lá. O novato aprecia este elevado estado de paz e torna-se devotado a Atman.
74: Kundalini assume as oito formas de Prakriti (matéria) e alcança Shiva por cercá-Lo e dissolver-Se em Shiva.
75: Assim Rajas-Sukla (fluído seminal) que sobe para Shiva, juntamente com Marut (Vayu); Prana e Apana que sempre são produzidos tornam-se iguais.
76: Pranas flui em todas as coisas, grandes e pequenas, descritíveis ou indescritíveis, como fogo no ouro.
77: Então este corpo que é Adhibhautika (composto de elementos) torna-se Adhidaivata (relativos a uma divindade tutelar) e é assim purificado. Em seguida, ele alcança o estagio de Ativahika.
78: Em seguida, o corpo que sendo liberto do estado de inércia, torna-se imaculado e da natureza de Chit. Nele, o Ativahika torna-se o dirigente de tudo, sendo da Aquela natureza.
79. Como a concepção da serpente em uma corda, então a idéia da liberação da vida e de Samsara é a ilusão do tempo.
80: O que quer que pareça é irreal. Tudo que é absorvido é irreal. Como a concepção ilusória da prata na madre-pérola, assim é a idéia de um homem e de uma mulher.
81: O microcosmos e o macrocosmos são um e o mesmo; antão também o Linga e Sutratman, Svabhava (substância) e forma e a própria luz resplandecente e Chidatma.
82: A Shakti chamada Kundalini, que é como um cordão no lótus e é resplandecente, está mordendo com a extremidade superior de sua cabeça (chamada boca) na raiz do lótus de Mulakanda.
83 – 84: Segurando sua cauda com sua boca, ela está em contato com o buraco de Brahmarandhra (de Sushumna). Se uma pessoa sentada na postura Padma e tendo se acostumado à contração de seu ânus faz seu Vayu subir com a mente absorvida em Kumbhaka, então Agni vem para o ardente Swadhisthana, devido à explosão de Vayu.
85: Da explosão de Vayu e Agni, o governante (Kundalini), perfura abrindo o Brahmagranthi e em seguida o Vishnugranthi.
86: Em seguida, Ela perfura Rudragranthi, depois deste, (todos) os seis lótus (ou plexos). Então Shakti está feliz com Shiva no Sahasrara Kamala (lótus sede de 1000 ou glândula pineal). Isto deve ser conhecido como o maior Avastha (estado) e só ele é o doador da beatitude final.
FINAL DO PRIMEIRO CAPÍTULO
CAPÍTULO II
1: Em seguida vou descrever a ciência chamada Khechari que é tal que aquele que a conhece é libertado da velhice e da morte neste mundo.
2: Aquele que está sujeito às dores da morte, doença e velhice deve, Oh sábio, no conhecimento desta ciência, fazer sua mente firme e praticar Khechari.
3 – 4: Deve-se considerar esta pessoa como seu guru na terra que conhece Khechari, o destruidor da velhice e da morte, tanto por conhecer o significado dos livros e da prática, e ele deve executar isto com todo seu coração. A ciência de Khechari não é fácil de se atingir, bem como esta prática.
5: Esta prática e Melana não são executadas simultaneamente. Aqueles que estão inclinados a praticarem sozinhos não obtêm Melana.
6: Somente alguns começam a praticar, Oh Brâmane, depois de diversos nascimentos, mas Melana não é obtido nem depois de uns cem nascimentos.
7: Tendo submetido a prática depois de diversos nascimentos, apenas (solitários) Yogues obtêm o Melana em alguns nascimentos futuros como o resultado de suas práticas.
8: Quando um Yogue obtém este Melana da boca de seu Guru, então ele obtém os Siddhis mencionados nos diversos livros.
9: Quando um homem obtém este Melana através de livros e o significado, então ele atinge o estado de Shiva liberto de todos os renascimentos.
10: Mesmo os Gurus podem não ser capazes de conhecer isto sem os livros. Por isso esta ciência é muito difícil de dominar.
11: Um asceta deve andar pela a terra enquanto ele enquanto ele não tem esta ciência e quando esta ciência for obtida, então ele obtém o Siddhi em sua mão (ou, seja, domínio dos poderes psíquicos).
12: Por tanto, deve-se considerar como um Achyuta (Vishnu) a pessoa que transmite o Melana, bem como aquele que transmite a ciência.
13: Ele deve considerar como Shiva quem ensina a prática. Tendo recebido esta ciência de Mim, você não deve revelá-la aos outros.
14 – 15: Por isso, quem conhece isto deve proteger com toda sua força (ou seja, nunca deve dá-la exceto a pessoas que a merecem). Oh Brahma, deve-se ir ao lugar onde vive o Guru, que é capaz de ensinar o divino Yoga e lá aprender dele a ciência do Khechari e sendo então bem ensinado por ele, deve primeiramente praticá-lo com todo cuidado.
16 – 17: Por meio desta ciência, uma pessoa atingirá o Siddhi de Khechari. Juntando com Khechari Shakti (ou seja, Kundalini Shakti), por meio da (ciência) de Khechari que contém o Bija (semente da letra) de Khechari, alguém se torna o senhor dos Khecharas (Devas) e vive sempre entre eles. Khechari Bija (semente-letra) é dito como Agni rodeado com água e como a morada dos Khecharas (Devas).
18: Através deste Yoga, Siddhi é dominado. A nona (bija) letra de Somamsa (Soma ou parte da lua) também deve ser pronunciada na ordem inversa.
19: Em seguida, a letra composta dos três Amsas da forma da lua tem de ser descritas; e depois disto, a oitava letra deve ser pronunciada na ordem inversa.
20: Então, considere-a como a suprema e seu início como o quinto e este é dito para o Kuta (chifre) dos diversos Bhinnas (ou partes) da lua.
21 – 22(a): Esta, que tende para a realização de todos os Yogas, deve ser aprendida através da iniciação de um Guru. Quem recita isto doze vezes todos os dias, não ficará no sono de Maya (ilusão) que nasce em seu corpo e que é a fonte de todos as ações viciosas.
22(b) – 23: Quem recita estes cinco cem mil vezes com muito e grande cuidado - para ele a ciência de Khechari irá se revelar. Todos os obstáculos desaparecem e os Devas estão satisfeitos.
24: A destruição de Valipalita (ou seja, rugas e grisalhamento dos cabelos) terá lugar, sem dúvida. Tendo adquirido esta grande ciência, deve-se praticá-la depois.
25 – 26: Se não, Oh Brâmane, ele vai sofrer sem obter qualquer Siddhi no caminho de Khechari. Se não se conseguir este néctar como ciência nesta pratica, ele deve começar no início do Melana e recitá-lo sempre; (mas) aquele que está sem ele nunca adquire Siddhi.
27: Logo que ele obtiver esta ciência, ele deve praticá-la; e logo o sábio irá adquirir o Siddhi.
28: Tendo retirado a língua da raiz do palato, um conhecedor de Atman deve limpar as impurezas (da língua) por sete dias de acordo com os conselhos de seu Guru.
29: Ele deve ter uma faca afiada que o qual está oleada e limpa e que se assemelha a folha da planta Snuhi (Euphorbia Antiquorum), e deve cortar pelo espaço de um fio de cabelo (O Frênulo da Língua)
30: Tendo Saindhava em pó (pedra de sal) e Pathya (sal do mar), ele deve aplicá-los neste local. No sétimo dia, ele deve novamente cortar pelo espaço de um fio de cabelo.
31: Assim pelo espaço de seis meses, ele deve continuar gradualmente sempre com grande cuidado. No sexto mês, Siro-Bandha (Bandha na cabeça), que está na raiz da língua é destruído.
32: Então o Yogue que conhece a ação oportuna deve cercar-se com Siro-Vastra (o pano da cabeça), o Vak-Ishvari (a divindade que preside sobre a fala) e deve puxar (ela) para cima.
33: Mai uma vez puxando-a diariamente para cima por seis meses, ela vem, Oh sábio, até o meio das sobrancelhas e obliquamente até a abertura das orelhas;
34: Tendo gradualmente praticado, ela vai até a raiz do queixo. Em seguida, em três anos, ela sobre facilmente para a raiz do cabelo (da cabeça).
35 – 36: Ela sobe obliquamente para Sakha e para baixo para o poço da garganta. Nos outros três anos, ela ocupa Brahmarandhra e lá ela para sem dúvida. Transversalmente ela sobe para o topo da cabeça e para baixo para o poço da garganta.
37: Gradualmente ela abre a grande porta adamantina na cabeça. A rara ciência (de Khechari) Bija foi explicado anteriormente.
38: Deve-se executar os seis Angas (partes) deste Mantra pelo pronunciamento dele em seis diferentes entoações. Deve-se fazer isto para atingir no fim todos os Siddhis;
39: E esta Karanyasam (corte do frênulo lingual) deve ser feito gradualmente e não todo de uma só vez, visto que o corpo de uma pessoa que faz tudo de uma só vez entra em decadência.
40 – 41(a): Portanto isto deve ser praticado, Oh melhor dos sábios, pouco a pouco. Quando a língua vai para o Brahmarandhra através do caminho externo, então se deve colocar a língua depois de mover o ferrolho de Brahma que não pode ser dominado pelos Devas.
41(b) – 42: Fazendo isto por três anos com a ponta do dedo, ele deve fazer a língua entrar dentro; então ela entra em Brahmadvara (ou buraco). Ao entrar no Brahmadvara, deve-se praticar Mathana (batendo) satisfatoriamente.
43: Alguns homens inteligentes obtêm Siddhi mesmo sem Mathana. Quem é versado no Khechari Mantra realiza-o sem Mathana.
44 – 46(a): Ao fazer o Japa e o Mathana, colhe-se os frutos rapidamente. Ao ligar um fio feito de ouro, prata ou ferro com as narinas por meio de um fio embebido em leito, deve-se restringir sua respiração em seu coração e sentado numa postura conveniente com seus olhos concentrados entre suas sobrancelhas, ele deve executar lentamente o Mathana.
46(b) – 47: em seis meses, o estado de Mathana torna-se natural como o sono em crianças. E não é aconselhável a fazer Mathana sempre. Isto deve ser feito (uma vez) apenas em cada mês.
48: Um Yogue não deve rodar sua língua no caminho. Depois de fazer isso por doze anos, os Siddhis certamente são obtidos.
49: Então ele vê o universo inteiro em seu corpo como não sendo diferente de Atman. Este caminho do Urdhva-Kundalini (Kundalini superior), Oh chefe dos Reis, conquista o macrocosmos.
Assim termina o segundo capítulo.
CAPÍTULO III
1: Melana-Mantra: Hrim, Bham, Sam, Pam, Pham, Sam, Ksham. O lótus nascido (Brahma) disse: “Oh Shankara, (entre) a lua nova (o primeiro dia da quinzena lunar) e a lua cheia, o que é dito como seu (seu mantra) sinal?
2: No primeiro dia da quinzena lunar e durante a lua nova e a lua cheia (dias), isto deve ser feito firmemente e não há outra maneira (ou tempo).
3: Um homem anseia por um objeto através da paixão e é apaixonado pela paixão pelos objetos. Deve-se sempre abandonar estes dois e buscar o Niranjana (puro).
4 – 5: Ele deve abandonar tudo que ele pensa que é favorável a si mesmo. Mantendo o Manas no meio de Shakti e Shakti no meio de Manas, deve-se olhar em Manas por meio de Manas. Então ele deixa mesmo o mais elevado estágio. Manas único é o Bindu, a causa da criação e preservação.
6: É somente através de Manas que Bindu é produzido, como o requeijão do leite. O órgão de Manas não está naquele que está situado no meio de Bandhana.
7 – 8(a): Bandhana está lá onde Shakti está, entre o sol e a lua. Tendo conhecido Sushumna e seu Bheda (furo) e fazendo o Vayu ir no meio, deve-se sentar no assento de Bindu e fechar as narinas.
8(b) – 9(a): Tendo conhecido Vayu, o acima mencionado Bindu e o Sattva-Prakriti como poço como os seis Chakras, deve-se entrar no Sukha-Mandala (ou seja, o Sahasrara ou glândula pineal, a esfera da felicidade).
9(b) – 11: Há seis Chakras. Muladhara ETA no ânus; Swadhisthana está próximo ao órgão genital; Manipura está no umbigo; Anahata está no coração; Vishuddhi está na raiz da garganta e Ajna está na cabeça (entre as duas sobrancelhas).
12: Tendo conhecido estas seis Mandalas (esferas), deve-se entrar o Sukha-Mandala (glândula pineal), puxando para cima o Vayu e deve enviá-lo (Vayu) para cima.
13: Quem pratica assim (o controle de) Vayu torna-se um com Brâmaneda (o macrocosmos). Deve-se praticar (ou dominar) Vayu, Bindu, Chitta e Chakra.
14 – 15: Yogues alcançam o néctar da igualdade através do Samadhi sozinho. Assim como o fogo latente na (Sacrifício) madeira não aparece sem a agitação, assim a luz da sabedoria não surge sem o Yoga Abhyasa (ou pratica de Yoga). O fogo colocado no vaso não ilumina a parte de fora.
16: Quando o vaso é quebrado, esta luz aparece exteriormente. Nosso corpo é como o vaso e a base "Deste" é o fogo (ou luz) interior;
17 – 18(a): E quando ele (o corpo) é quebrado através das palavras de um Guru, a luz de Brahma Jnana torna-se resplandecente. Como o Guru como o timoneiro, atravessa-se o corpo sutil e o oceano de Samsara através das afinidades das práticas.
18(b) – 19: Este Vak (poder do discurso) que brota no Para, dá visibilidade a duas folhas no Pashyanti; os brotos surgem no Madhyama e as flores no Vaikhari – este Vak que foi anteriormente descrito, atinge o estágio de absorção do som, invertendo a ordem acima (ou seja, iniciando com Vaikhari, etc.,).
20 – 21(a): Quem pensa que Aquele é o grande senhor do Vak, quem é o indiferenciado e quem é o iluminador deste Vak é o Eu; quem pensa sobre isto, nunca é afetado pelas palavras, alta ou baixa (ou boas ou más).
21(b) – 23(a): Os três (aspectos da consciência), Vishva, Taijasa e Prajna (no homem), os três Virat, Hiranyagarbha e Ishvara no universo, o ovo do universo, o ovo do homem e os sete mundos - todos estes em volta são absorvidos no Pratyagatman através da absorção de seus respectivos Upadhis (veículos).
23(b) – 24(a): O ovo sendo aquecido pelo fogo de Jnana é absorvido com este Karana (causa) no Paramatman (Eu Universal). Em seguida, ele torna-se um com Para-Brâmane.
24(b) – 25: Isto é, nem firmeza nem profundidade, nem luz nem escuridão, nem descritível nem distinguível. Sat (Não Ser) somente permanece. Deve-se pensar de Atman como sendo com o corpo como uma luz dentro de um vaso.
26: Atman é da dimensão de um polegar, é uma luz sem fumaça e sem forma, está brilhando dentro do (o corpo) e é indiferenciada e imutável.
27 – 28(a): O Atman Vijnana que habita neste corpo é iludido por Maya durante os estados de vigília, sonho e sono sem sonhos; mas depois de muitos nascimentos, devido ao efeito do bom Karma, ele deseja atingir seu próprio estado.
28(b) – 29(a): Quem sou Eu? Como tenho esta mancha da existência mundana acumulados em mim? O que torna-se nos sonos sem sonhos de mim que eu ocupo nos negócios nos estados de vigília e de sonho?
19(b) – 30: Assim como um fardo de algodão é queimado pelo fogo, assim o Chidabhasa, que é o resultado da não-sabedoria, é queimado pelos (sábio) pensamentos como anteriormente descrito e pela própria iluminação suprema. A combustão exterior (do corpo como feito no mundo) não é a combustão em tudo.
31 – 32: Quando a sabedoria do mundo é destruída, Pratyagatman que está no Dahara (Akasa ou éter do coração) obtém Vijnana, difundindo-se por toda parte e queimando em um instante Jnanamaya e Manomaya (invólucro). Depois disto, Ele brilha sempre dentro de Si mesmo, como uma luz dentro de um vaso.
33: Este Muni que contempla deste modo até o sono e até a morte é conhecido como um Jivanmukta. Tendo feito o que deveria ter feito, ele é uma pessoa feliz.
34: E tendo elevado (mesmo) o estado de um Jivanmukta, ele obtém Videhamukta (emancipação em um estado desencarnado), depois seu corpo desaparece. Ele atinge o estado, como de se mover no ar.
35: Então, só Este permanece, o qual é silencioso, intocável, sem forma e imortal, o qual é o Rasa (essência), eterno e inodoro, o qual não tem começo nem fim, o qual é maior que o grande e o qual é permanente, puro e indecadente.
ASSIM TERMINA O TERCEIRO CAPÍTULO
Hari Om Tat Sat!
Invocação
Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!
Aqui termina o Yoga-Kundalini Upanishad, pertencente ao Krishna-Yajur-Veda.