कुलार्णव तन्त्रम्
KULĀRṆAVA TANTRAM
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द्वादश
उल्लासः
dvādaśa ullāsaḥ
Décimo-Segundo Ullāsa
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Tradução para o Português a partir
do estudo das Obras em Sânscrito com comentários para o Inglês por:
Sir John Woodroffe,
M. P Pandit,
Prachya Prakshan &
Ram Kumar Rai
ॐ
ॐ गुरवे नमः
Oṁ Gurave Namaḥ
Traduzido para o Português por:
... uma yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva ...
Karen de Witt
2012/2013
© Todos os direitos reservados.
O livro está disponível para leitura on-line, mas não pode ser comercializado.
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Śrī Devi disse:
12:1 – Oh Kuleśa ! Eu quero ouvir sobre as características
da devoção ao Pādukā e aos Ācāras associados com ele. Oh Oceano de Compaixão !
Amavelmente, fale-me sobre isso.
Īśvara disse:
12:2 – Oh Devi ! Ouça, Estou falando o que Você me
perguntou. Por meramente ouvir isto, a devoção surge imediatamente.
Gloria do
Pādukā
12:3
– Assim como no Mūlādhāra estão situados os Sūtras nascidos do Discurso,
semelhantemente no Oceano do Kula, o Conhecimento está fundamentado no Pādukā.
12:4
– Lembre deste Pādukā que rende infinitamente maiores méritos do que bilhões e
bilhões de caridades, bilhões e bilhões de grandes sacrifícios e bilhões e
bilhões de grandes Observâncias.
12:5
– Oh Devi ! lembre deste Pādukā que rende infinitamente maiores méritos do que
bilhões e bilhões de Japa de Mantras, bilhões e bilhões de peregrinações e
bilhões e bilhões de adorações.
12:6
– Se lembrado este Pādukā providencia proteção contra grandes doenças, grandes
perturbações, grandes males, grandes medos, grandes calamidades e grandes
pecados.
12:7 – Se lembrado este
Pādukā providencia proteção contra a má conduta, más conversações, más
companhias, mau alimento e maus pensamentos.
12:8 – Daí o Pādukā deve
ser lembrado e conhecido. Quem lembra dele na ponta da língua e adora este
Pādukā obtém todos os seus desejos.
12:9 – Oh Devi ! quem
adora este Pādukā com devoção, ele, obtendo liberação de todos os seus pecados,
obtém o último Estado.
12:10 – Quer ele mesmo
seja puro ou impuro, aquele que, devotadamente, lembra o Pādukā, obtém sem
esforço os méritos, desejos e a Emancipação.
Identidade
do Guru e de Īśvara
12:11
– Deve-se olhar diariamente na direção onde os Pés de Lótus do Guru está, e se
curvar todos os dias com devoção.
12:12
– Não há Mantra mais elevado do que o Pādukā, nem Deus mais elevado do que o
Guru, nem Iniciação mais elevada do que o Śākta e nem Mérito mais elevado do
que o culto Kula.
12:13
– Na raiz de Dhyāna está a Forma do Guru, na raiz da Pūjā está os Pés do Guru,
na raiz do Mantra está a Palavra do Guru, e na raiz da Liberação está a Graça
do Guru.
12:14
– Oh Kulanāyike ! neste mundo todas as ações sagradas são enraizadas no Guru.
Portanto, o Guru deve ser constantemente servido com devoção para todas as
realizações.
Condenação
de alguém desprovido de devoção ao Guru
12:15
– Todos os medos de aflições, dor, avareza, ilusão, desorientação, existem
somente conforme não se obtém a proteção do Guru.
12:16
– Oh Deveśi ! todas as errâncias neste mundo, cheios de dor e de impureza,
duram tanto tempo enquanto não se tem devoção por um santo Guru.
12:17
– A beleza do Mantra carregado com todos os Siddhis (Realizações), o qual
purifica e leva à Suprema Verdade, está enraizada na Graça do Guru.
Fruto de
devoção ao Guru
12:18
– Quando satisfeito e agradado, o Guru dá o Mantra; portanto, deve-se tentar
agradá-lo com devoção, riqueza, e até mesmo com sua própria vida.
12:19
– De fato, é somente quando o grande Guru dá seu próprio eu para o seu
discípulo que ele se torna liberado e livre de renascimentos.
12:20
– O discípulo deve adorar o Guru até ele ser agradado; pois uma vez que o Guru
é agradado, todos os pecados do discípulo são imediatamente destruídos.
12:21
– Até mesmo os frutos que as pessoas não esperavam em seu coração, até mesmo
eles são realizados pela Graça de um amável Senhor.
12:22
– Quando o Guru está satisfeito, então os Deuses como Brahmā, Viṣṇu, Maheśa, os
sábios Yogīs, também, sem dúvida, concedem suas Graças.
12:23
– Orientado pelo Guru compassivo que está agradado com devoção, o discípulo
alcança a liberação dos Karmas e se torna capaz de obter tanto a liberdade e a
realização (de seus desejos).
12:24-25
– Oh Deveśi ! o discípulo deve, a partir de sua mente, de seu corpo, discurso e
ações, agradar o Guru. Oh Minha Amada ! se o Guru assim agradado diz “você está
livre” então, de fato, o discípulo alcança a Liberação.
12:26
– Ou de seu estado transcendente o Senhor na Forma de Guru liberta a pessoa do
laço animal.
12:27
– Um Caturvedī não é Minha favorita. Se um Svapace (um intocável) for meu
devoto, ele é Meu favorito e, portanto, pode haver um dar e receber relação com
ele porque ele é um venerável como Eu sou.
12:28
– Um Brahmaṇe possuindo as seis qualidades, se não devotado a Mim, não merece
elogios. Por outro lado, até mesmo um Mleccha desprovido de todas as
qualidades, se devotado, ele é chamado de um discípulo.
12:29
– A austeridade, o aprendizado, o status da família e as observâncias de uma
pessoa desprovida de devoção ao Guru, são todos destruídos e parecem somente
como que decorações que agradam somente aos olhos do mundo.
12:30
– Um Cāṇḍāla, cujos pecados como os maus pensamentos etc., são queimados no
fogo da devoção ao Guru, deve ser considerado superior e venerável, mas um ateu
não é uma pessoa sábia.
12:31
– Quem tem completa, estável e constante devoção no Guru, por que deve ele se
preocupar sobre o Dharma, Artha e Kāma? Até mesmo Mokṣa está na palma de sua
mão.
12:32
– Para quem devotadamente lembra ‘Meu Guru é o Próprio Śiva que concede a
liberação e o desfrute’, para ele a realização não está distante.
12:33
– Oh Kuleśvarī ! todos os objetivos frutificam em quem tem suprema devoção para
o Senhor e assim como para o Senhor, assim também para o Guru.
12:34
– Assim para Nārāyaṇa, para Mahādeva, para a sua própria mãe e pai e para o
Rei, assim é a devoção para com seu próprio Guru.
12:35
– O Guru e sua esposa devem ser considerados como seus próprios pais, assim
como também o verdadeiro Nārāyaṇa e Lakṣmī, assim como Brahmā e Sarasvatī,
assim como Śiva e Girijā são considerados como seus parentes.
12:36
– Oh Minha Amada ! da forma como todos os Siddhis são obtidos pela devoção ao
Guru, eles não podem ser obtidos através de sacrifícios, caridade, austeridade,
peregrinações e observâncias
12:37
– Oh Kulanāyike ! conforme a firme devoção para o Guru cresce, assim cresce o
próprio conhecimento.
12:38
– Qual a utilidade em se passar pelas dores de longas peregrinações? Oh Deveśi
! a devoção a um santo Guru é um serviço pelo qual nenhum premio pode pagar.
12:39
– Todos os frutos antecipados de austeridades que envolvem as dores físicas
podem ser facilmente obtidas pelo serviço desinteressado ao Guru.
12:40
– Os Śrutis declaram que, para aqueles que buscam por realizações e pela
liberação, que aspiram alcançar Brahmā, Viṣṇu e Īśa, a devoção ao Guru é
somente o Caminho, e não outro.
12:41
– Como o fogo consumindo a pilha inteira de algodão, esta devoção queima em um
momento todos os Karmas inauspiciosos e os grandes pecados.
12:42
– Saudações para aquela fé no Guru, o doador de todas as realizações, pelo qual
até mesmo a lama, a madeira e a pedra também produzem fruto sem falhas.
12:43
– Nem mesmo Yoga e nem Tapas, e nem mesmo o ritual de adoração frutificam; aqui
neste Caminho do Kula, livre de Māyā, somente a devoção se notabiliza.
12:44
– Quando o Universo inteiro é considerado como permeado pelo Guru, qual Mantra
pode falhar em frutos naquele campo do devotado?
Guru não está
relacionado como um mero mortal
12:45
– Vai para o inferno quem relaciona o Guru como um humano, o Mantra como meras
letras e a imagem como uma pedra.
12:46
– O Guru não deve ser tratado como um mortal. Se assim for feito, então nem
Mantra e nem a Adoração de uma Divindade terá sucesso.
12:47
– Quem associa o sagrado Guru com uma pessoa comum, quer em suas lembranças,
quer em conversações, todas as suas boas ações que são feita se tornam em más
ações.
12:48
– Os pais, de fato, devem ser adorados com todos os esforços porque eles são a
causa do nascimento. Mas o Guru é que deve ser adorado de forma especial, pois
é quem mostra o que é o Dharma e o que não é.
12:49
– De fato o Guru é o Pai, o Guru é a Mãe, o Guru é o próprio Deus Maheśvara.
Quando Deus Śiva está com raiva, o Guru é o salvador; mas quando o próprio Guru
está com raiva, então não há salvação.
12:50
– Pela mente, pelo corpo, discurso e ação, faça o que é útil ao Guru. Se alguém
faz alguma coisa contrária para o seu bem estar, então, Oh Devī ! ele, nascendo
como um inseto, vive em excrementos.
12:51
– Aqueles que traem o Guru com o corpo, dinheiro e vida são, sem dúvida,
nascidos como germes, insetos e moscas etc.
Pecado de se
abandonar o Guru e o Mantra
12:52
– Vem a morte em se abandonar o Mantra, pobreza ao se abandonar o Guru e o inferno
Raurava em se abandonar ambos, o Guru e o Mantra.
Comportamento
adequado em relação ao Guru
12:53
– Proteger o corpo para a segurança do Guru; adquirir riqueza para a segurança
do Guru; esforçar-se para o Guru mesmo sacrificando a própria vida.
12:54
– Palavras ásperas recebidas de um Guru devem ser recebidas como bençãos; até
mesmo uma surra dele deve ser tomada como um presente.
12:55
– Quaisquer que sejam os objetivos de satisfação e de comida que possa haver,
eles devem, primeiro, serem oferecidos ao Guru e, Oh Kuleśvarī ! sua sobras
devem ser aceitas como presente.
12:56
– Na presença do Guru não se deve realizar nenhuma austeridade, nem jejuns, nem
observâncias, nem peregrinações e nem mesmo banhos purificatórios.
12:57
– Sendo um Śiṣya não se deve nem comandar o Guru e nem se dirigir a ele no
particular. Nem negócios como dar e tomar ou vender e trocar devem ser feitos
com o Guru.
12:58
– Oh Īśvarī ! não se deve entrar em discussão com um ateu que deve ser evitado
à distância; nem mesmo se deve sentar em sua companhia.
12:59
– Oh Ambike ! quem adora os outros na presença do Guru vai para o terrível
inferno e sua adoração também se torna infrutífera.
12:60
– Quem mantém os pés de lótus do Guru sobre sua cabeça não deve sustentar
qualquer outro fardo e sempre agir de acordo com seu comando, pois o Guru é, de
fato, o comando.
12:61
– Seja o que for difícil sobre Mantras e Āgamas deve ser reportado ao Guru e
aceitar somente o que for aprovado por ele. O restante deve ser rejeitado.
12:62
– Não se deve rejeitar os mistérios de seu próprio Śāstra aos outros. Quem
assim faz, sem dúvida, se torna um degradado do Samayācāra.
12:63
– Sinta-se um com o Guru e não com outro. Oh Kuleśvarī ! faça o bem a todos
assim como a si próprio.
12:64
– Servir por si mesmo, servir por servir, servir por honra e servir pelo
sentimento de felicidade são os quatro tipos de serviços ao Guru. Oh Devi ! o
Guru deve ser agradado com a mente dedicada ao seu serviço.
12:65
– Quem se dedica ao serviço do Guru, Devatā e Mahātmās obtém, sem dúvida, a
cada passo, o fruto do sacrifício Aśvamedha.
12:66
– Oh Minha Amada ! somente pelo serviço ao Guru se pode obter Sua Graça. Se o
serviço for acompanhado pela feliz devoção, ele realiza todos os desejos.
12:67
– Oh Minha Amada ! o serviço ao Guru
destrói todos os pecados, aumenta os méritos e frutifica todas as ações.
12:68
– Qualquer coisa amada, deve-se primeiro ser oferecida ao Guru. Quem adora seu
Guru, então os méritos obtidos não podem ser contados.
12:69
– O Serviço feito com devoção de acordo com os meios da pessoa, tem o mesmo
mérito quer seja pouco ou muito, quer feito pelo rico ou pelo pobre.
12:70
– O Śiṣya que dá sua riqueza inteira para o Guru, mas sem devoção, não obtém
frutos daí, pois, de fato, a devoção é a única causa.
12:71
– Se o Guru deseja nenhuma riqueza, então não se deve participar dela. Se tal
partilha for necessária, deve-se sempre ser com sua permissão.
12:72
– Se alguém precisa utilizar uma quantidade igual à metade ou até mesmo de um
quarto de gergelim daquele que pertence ao Guru, é nada senão ganancia ou
ilusão que resulta em uma vida de vinte e um anos no inferno.
12:73
– Quem se apropria até mesmo de uma fração daquilo que pertence ao Guru, a
menos que ele mesmo o tenha dado, nasce no mundo animal onde os devoradores de
carniça o devoram.
12:74
– Desejosos de coisas pertencentes ao Guru, e que intentam desejando a esposa
do Guru, são desgraçados e para eles não há penitência.
12:75
– Desobedecendo as ordens do Guru, a discrição sobre sua riqueza, indulgindo e
comportamentos desagradáveis – tudo isto é traição ao Guru. Quem assim faz é um
pecador.
12:76
– Deve-se utilizar até mesmo a sua riqueza somente depois de oferecê-la ao
Guru. Quem dela se utiliza sem assim oferecer é como o pecador do Brahmanicida.
12:77
– Quem prejudica a posição do Guru, sua Tradição e seu Dharma, deve ser
esquecido pelos Gurus e receber punição até mesmo da morte.
12:78
– A ruina se segue à raiva ao Guru; o pecado à traição ao Guru; a má morte à
crítica ao Guru, e a catástrofe ao desprazer ao Guru.
12:79
– Pode ser possível para um homem que entrou no fogo permanecer vivo; possível
também para ele permanecer vivo depois de beber veneno, ou até mesmo quando ele
é capturado pelas mãos da morte; mas não é possível se ele ofendeu o Guru.
12:80
– Oh Ambike ! não se deve emprestar seu ouvido para qualquer censura contra o
Guru. Quando tal crítica acontece, deve-se fechar seus ouvidos, sair de lá e
lembrar o nome do Guru em reação a ele.
12:81
– Amigos, parentes, empregados e empregadas do Guru não devem ser
desrespeitados; as tradições dos Gurus, quer baseadas nos Vedas, escrituras ou
Āgamas, não devem ser criticadas.
12:82
– As sagradas sandálias do Guru (Śrī Pādukā) são ornamentos; a lembrança de seu
nome é Japa; obedecer seus comandos é dever, e o serviço a ele é adoração.
12:83
– Ao entrar na casa do Guru, deve-se ser calmo em mente e devotado ao extremo.
Deixe do lado de fora seu veículo pessoal, sandálias, guarda-chuva, abanador,
betel, colírio, maquiagem etc., e entre na casa do Guru lentamente.
12:84
– Vendo as sandálias do Guru, seu assento, roupas, veículos, guarda-chuva e
abanador etc., deve-se se curvar a eles e não os desejar para si mesmo.
12:85-88
– Oh Ambike ! na presença do Guru, dos Yogīs, dos grandes centros de
Realização, Peregrinações e Āśramas, deve-se evitar a lavagem dos pés, banhos,
unção com óleo, limpeza dos dentes, micção, vômito, barbear, dormir, sexo,
atrair a atenção, discurso áspero, ordenação, risada, choro, soltar o cabelo, o
turbante ou o manto, nudez, esticar as pernas, debate, rudeza, lançar culpas,
contorção do corpo, produção de notas musicais do corpo, batidas de mãos, jogar
dados, entretenimentos, lutas e danças semelhantes. Se estas coisas forem
feitas, elas trazem a curse da Divindade.
12:89
– Em frente do Guru se deve se sentar com a devida forma; não se deve ir diante
dele com algum desejo especial; servir olhando seu rosto e fazer o que ele diz.
12:90
– Oh Minha Amada ! em serviço ao Guru – quer manifestado ou não pela pessoa –
não se deve descuidar. Deve-se honrar de coração e obedecer sem questionar.
12:91
– O Guru é a causa de todas as restrições e todas as sanções. O que vem de sua
boca é escritura.
12:92
– Oh Minha Amada ! intensamente devotado ao Guru, não se deve delegar a outros
o seu trabalho se ele mesmo puder fazê-lo, mesmo se ele tiver empregados.
12:93
– Quer andando ou parado, dormindo ou desperto, fazendo Japa ou oferecendo
oblações e adorando, cumprir somente as injunções do Guru com seu ser interior
morando nele.
12:94
– O Śiṣya não deve se orgulhar por conta de sua classe, aprendizado ou riqueza.
Ele deve sempre estar em serviço do Guru, sempre em sua presença.
12:95
– Desistir do desejo, da raiva, sendo humilde e devotado, louvando em espírito,
sente no chão e faça o seu trabalho.
12:96
– Quer engajado em seu trabalho pessoal ou em trabalho dos outros, o Śiṣya,
conhecendo a mente do Guru, seja, por sua vez, humilde e alegre de semblante.
12:97
– Se alguém faz atém mesmo coisas comuns na presença do Guru, o qual pode ter
sido proibido por ele, então o pecado por tais ações aumentam em bilhões de vezes.
12:98
– Sem desrespeito, quem ouve com o rosto voltado contra o que o Guru diz, se
benéfico ou o contrário, vai para o inferno Raurava.
12:99
– Falar mentiras diante do Guru é cometer o mesmo pecado daquele de matar uma
vaca ou um Brahmaṇe.
12:100
– Oh Minha Amada ! Quem está longe do Guru, em perturbações, em qualquer lugar
que vá, não deve se afastar de suas orientações.
12:101
– Quando o Guru está sentado, não se deve sentar no mesmo nível o andar na
frente dele, ou sentar enquanto ele estiver de pé.
12:102
– A sombra da Śakti, a sombra de Deus e a sombra do Guru não devem ser
cruzadas; nem se deve deixar sua própria sombra cair sobre eles.
12:103
– Não se deve falar, ler, cantar, comer ou dormir sem a ordem do Guru ou sem se
curvar para ele.
12:104
– Em obediência às ordens do Guru, pode-se até mesmo cometer centenas de
Brahmanicidas. O Śiṣya não deve acreditar em ninguém sem o comando do Guru.
12:105
– Oh Minha Amada ! todas as coisas devem ser feitas somente pelos comandos do
Guru e sua esposa nunca deve ser criticada. Oh Minha Amada ! com as mãos juntas
se deve, devotadamente, curvar-se diante dele.
12:106
– Depois de se curvar ao Guru, deve-se sair de sua casa com passos para trás,
não se deve nunca se sentar no mesmo assento no qual o Guru está sentado junto
com seus colegas.
12:107
– Oh Devi ! Não se deve se sentar na
presença da Divindade e do Guru. O mais elevado assento deve ser dado ao Guru e
os bons assentos aos mais velhos. Aos mais jovens devem ser dados assentos
atribuídos e aos outros o mesmo como a si mesmo.
12:108
– Quer a pessoa seja dotada com classe, aprendizado ou riqueza ele deve, ao ver
o Guru à distância, prostrar-se com alegria e então contorna-lo três vezes.
12:109
– Oh Minha Amada ! Portanto, de acordo com a ordem do Guru e o Param Guru,
deve-se prestar obediência três vezes, seis vezes ou doze vezes. Ele deve, em
seguida, observar as devidas prioridades do Guru e do Guru do Guru no
oferecimento de obediência.
12:110
– Portanto, o Śiṣya deve se curvar ao seu próprio Guru e não deve considerar as
ordens do Guru, neste contexto (ou seja, mesmo se o Guru impeça o Śiṣya de
prestar sua obediência, ele deve, ainda assim, observar tais formalidades).
12:111
– Deve-se se curvar a tudo, desde o Devatā até a uma palha de grama, assim como
para o Guru, mas não se deve se curvar como para Deus aos ídolos feitos de
ferro ou de barro.
12:112
– Deve-se saudar o Guru três vezes e uma vez para os mais velhos. Então,
juntando as palmas das mãos ao homenageado, deve-se cumprimentar os outros
verbalmente.
12:113
– Oh Kulanāyike ! deve-se se curvar aos Deuses, ao Guru, aos Professores do
Kula, aos mais velhos em Conhecimento, ao rico em Tapas, ao mais elevado
erudito e para aqueles que são firmes em seus Dharmas.
12:114
– Não se deve se curvar às mulheres inimigas, amaldiçoadas pelo Guru, ao
erudito herege, ao ignorante, ao praticante de coisas erradas, ao ingrato e ao
transgressor dos objetivos dos estágios da vida.
12:115
– Enquanto permanecendo no mesmo local, se alguém come comida sem oferece-la ao
Guru, então aquela comida se torna impura e o próprio participante se torna um
porco depois da morte.
Regras
relacionadas às Saudações ao Guru.
12:116
– Vivendo no mesmo local, o Śiṣya deve se prostrar diante do Guru nas três
junções do dia (manhã, meio dia e entardecer). Um Śiṣya vivendo em um Krośa
(duas milhas) sempre deve Saudar ao Guru diariamente.
12:117-119
– O Śiṣya vivendo a cerca de um Yojana
(uma antiga medida de distância) deve Saudar seu Guru nos cinco dias Parva
(dias cerimoniais). Oh Minha Amada ! Śiṣyas vivendo a doze Yojanas devem Saudar
seu Guru depois de tantos dias ou meses conforme forem os Yojanas. Um Śiṣya
vivendo distante deve vir para o seu Guru e devotadamente Saudá-lo depois de
tantos meses, iguais ao número de Yojanas. Um Śiṣya que mora tão distante, pode
saudar seu Guru conforme sua conveniência.
12:120
– Não se deve se aproximar da realeza, da Divindade ou do Guru de mãos vazias.
Deve-se oferecer frutas, flores, roupas e semelhantes conforme a sua
capacidade. Quem não age assim se torna um Brahma Rākṣasa.
12:121
– A Śakti do Guru, filho do Guru e os irmãos mais velhos do Guru devem todos
estar relacionados como o próprio Guru.
12:122
– O conhecedor do Eu deve olhar para os mais jovens como seus próprios filhos.
Oh Deveśi ! Os parentes mais antigos e os mais jovens do Kulācārya devem ser
Saudados como se fossem o próprio Guru.
12:123
– Mais velho no sacrifício, mais velho na ordem, mais velho no Kula, mais velho
dos filhos do Guru, estes são os quatro mais velhos.
12:124
– Deve-se prestar obediência ao mais velho no sacrifício. Os restantes da ordem
devem ser respeitados com oito tipo de Yoga. O Guru e os Kula-vṛkṣas devem ser
venerados da forma como pode ser prescrita.
12:125
– Para os mais velhos como o pai, a mãe e outros parentes dignos, deve-se
expressar seus sentimentos por se levantar, prostrar e assim por diante. É
falha não agir assim.
12:126
– Mas, se alguém se mostra como o próprio Professor, então estas formalidades
de se levantar e se prostrar etc., tornam-se falhas em si mesmas.
12:127
– Alcançado o status de Senhor (Pati), quem saúda um Paśu é chamado de um
grande animal e recebe a curse dos Deuses.
12:128
– Quem alcança o status de um Guru por meditação no Pādukā deve ser, Oh Minha
Amada ! estimado dentre os mais antigos e os filhos como o próprio Guru.
12:129
– Assim eu falei a Você em breves palavras as características da devoção ao
Pādukā. Agora, Oh Kuleśānī ! o que mais Você quer ouvir?
iti śrīkulārṇave
nirvāṇamokṣadvāre mahārahasye
sarvāgamottamottame
sapādalakṣagranthe pañcama-
khaṇḍe
ūrdhvāmnāyatantre pādukākathanaṁ
nāma dvādaśa
ullāsaḥ ||12||