कुलार्णव तन्त्रम्
KULĀRṆAVA TANTRAM
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चतुर्दश
उल्लासः
caturdaśa ullāsaḥ
Décimo-Quarto Ullāsa
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Tradução para o Português a partir
do estudo das Obras em Sânscrito com comentários para o Inglês por:
Sir John Woodroffe,
M. P Pandit,
Prachya Prakshan &
Ram Kumar Rai
ॐ
ॐ गुरवे नमः
Oṁ Gurave Namaḥ
Traduzido para o Português por:
... uma yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva ...
Karen de Witt
2012/2013
© Todos os direitos reservados.
O livro está disponível para leitura on-line, mas não pode ser comercializado.
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Śrī Devī disse:
14:1 – Oh Kuleśa ! Eu quero ouvir sobre os Testes do Guru
e do Śiṣya. Oh Meu Senhor ! também Me fale sobre a Ordem das Instruções e os
tipos de Iniciações.
Īśvara disse:
14:2 – Ouça, Oh Devi ! Eu estou falando o que Você me
pediu. Por meramente ouvir isto, a mente é purificada.
Nenhuma
liberação sem Iniciação e nenhuma Iniciação sem Ācārya
14:3 – Foi estabelecido pelo Senhor Śiva que não pode
haver Liberação sem Iniciação e esta Iniciação não pode acontecer sem um Ācārya
Tradicional.
14:4 – Portanto, depois de conhecer os princípios através
da Tradição e semelhantes, deve-se obter um Guru capaz de dar as instruções
internas; caso contrário os Mantras se tornam infrutíferos.
14:5 – Os Devatās providenciam proteção somente para
aqueles Gurus que são promotores da Tradição, que conhecem os Mantras, os
Āgamas e seguem o Samayācāra.
14:6 – Embora em si mesmo desapegado, o Guru, depois de
compreender as atribuições do discípulo por algum tempo, no comando do Senhor
Śiva, o investe com autoridade.
Iniciação
significa a união com Śiva e a liberação depois da morte
14:7 – Para quem é assim investido com autoridade, existe
a verdadeira união com Para Śiva e no fim de sua vida corporal, existe a
Liberação eterna – assim foi declarado pelo Senhor Śiva.
14:8 – Portanto, Oh Minha Amada ! deve-se buscar com
todos os esforços ter um Guru de Tradição não rompida, originada do Próprio
Para Śiva.
14:9 – Depois de testar bem o discípulo da forma
prescrita para a fruição da Śakti e para um sucesso feliz, o Guru deve
comunicar a ele o Mantra; caso contrário, ele será infrutífero.
14:10 – Se alguém faz o contrário a este requerimento e
se alguém receber o contrário disto, tanto o que dá quanto o que recebe
subsistirá, Oh Devi, amaldiçoado por gerações.
Sem o teste
apropriado, a instrução do Guru e o recebimento do discípulo ambos cometem
erros
14:11 – Se, por ilusão, o Guru e o discípulo dá e recebe
a instrução sem o teste mútuo, todos os dois se tornam Goblins.
14:12 – Assim também, se a instrução é contrária às
escrituras, tanto quem dá quanto quem recebe, viverão por muitos anos em
inferno horrível.
14:13 – Quem transmite uma instrução que não é
santificada é um pecador; seu Mantra é perdido como sementes de arroz na areia.
14:14 – O conhecimento do Mantra nunca é mantido nos
indignos; isto é porque se deve proceder depois dos devidos testes, caso
contrário ele se torna infrutífero.
Instrução
depois da iniciação
14:15 – Iniciando de acordo com a Tradição, dando seu
Pādukā (Mantra), estabelecendo o discípulo perto de si mesmo, o Guru deve
proferir o Mantra, não o contrário.
14:16 – O conhecimento que é transmitido ao bom
discípulo, excelentemente devotado, deve ser de acordo com a escritura e deve
ser comunicado em sua inteireza; ou seja, sem fragmentações.
14:17 – Quer o conhecimento seja transmitido ao mau e não
devotado discípulo, ele se torna impuro como o leite da vaca quando misturado
com o do ghṛta (manteiga clarificada) de cães.
14:18 – A iniciação dada a quem é inapto, por desejo de
dinheiro ou outros ganhos, ou devido ao medo, ou ganância, torna-se infrutífera
e o doador recebe a curse da Divindade.
Método de
testar o discípulo
14:19 – No conhecimento e na ação, o Guru deve testar o
discípulo com esforço pelo período de um ano ou metade de um ano, ou um quarto
dele.
14:20 – Trazer o alto para baixo, o baixo para o alto, em
questões relativas a vida, dinheiro, prostração, comandos e o inverso.
14:21-22 – O discípulo não deve sofrer por conta de tais
acontecimentos cruéis e enganadores, palavras correspondentes a estes
acontecimentos, frequentes parcialidades, indiferenças, severas e repetidas,
quer puxada ou batida, e sempre toma-las como a Graça do Guru.
14:23-24 – Eles que excitam com alegria, tremor, arrepio
e mudança na voz, olhos etc., na lembrança do Guru, em seu louvor, em sua
audiência, em prostração a ele, em seu serviço, chamando e lhe expulsando –
eles são aptos a serem induzidos na purificação para a iniciação.
Teste do Guru pelo Discípulo
14:25-26 – O discípulo deve se tornar um Śiṣya somente
depois de reconhecer o Guru através de sua proficiência em Japa, Stotra,
Dhyāna, Homa, Pūjā e assim por diante. Depois de conhecer suas capacidades para
a transmissão do conhecimento, a perfeição na ciência do Mantra, a habilidade
para fazer o impacto sutil, deve-se se tornar seu discípulo; não o contrário.
Três tipos
de Śiṣyas
14:27 – Existem aqueles que são competentes no início,
aqueles que são competentes no meio, e aqueles que são competentes no fim,
devido a transmissão da Śakti do Guru; estes discípulos são chamados de
inferiores, os medianos e os melhores, respectivamente.
14:28 – Aqueles em quem existe devoção no início quando
eles recebem a Iniciação, mas aqueles cujo entusiasmo esfriam rápido, são os Śiṣyas
chamados competentes no início (Ādiyogya).
14:29 – Aqueles que alcançam quando o momento da
Iniciação está às mãos e não têm nenhum especial conhecimento, são os
competente no meio (Madhyayogya).
14:30a – Aqueles que não têm nem devoção no início, que
têm devoção no meio e cuja devoção é plenamente crescente no final, são os Śiṣyas
chamados competentes no final (Antayogya) e conhecidos como os melhores Jñānīs.
Três tipos
de instruções
14:30b – Oh Minha Amada ! a instrução (upadeśa) é de três
tipos – aquela do Karma, do Dharma e de Jñāna.
14:31 – Destas, a instrução do Karma procede
vagarosamente como a formiga que anda muito para alcançar o fruto no topo da
árvore, caminhando lenta e lentamente.
14:32 – Oh Minha Amada ! o caminho do Dharma é como o
passo do macaco que tenciona, salta de ramo em ramo e alcança o fruto.
14:33 – Oh Kulanāyike ! a instrução de Jñāna é como
aquela do pássaro que voa direto e repousa sobre o fruto rapidamente.
Três tipos
de Iniciações sem rituais
14:34 – A iniciação é de três tipos – iniciação pelo
toque(Sparśa), iniciação pela visão (Dṛksaṁjñā) e iniciação
pelo pensamento (Mānasa) – todas estas três são feitas sem Rituais e sem
esforço.
14:35 – Oh Minha Amada ! a iniciação e a instrução pelo
toque é semelhante à lenta nutrição de seu filho pelo pássaro com o calor de
suas asas.
14:36 – Oh Parameśvari ! a iniciação e a instrução pelo
visão é como a nutrição de seu filho pelo peixe através de sua visão somente.
14:37 – A iniciação e a instrução pelo pensamento é como
a nutrição de seu filho pela tartaruga por somente pensar nele.
14:38 – O discípulo recebe o Guru conforme o impacto da
Śakti (Śaktipāta); onde não há impacto de Śakti não há realização.
Sete tipos
de Iniciação que dá a liberação
14:39 – Oh Devi ! as iniciações que dão Liberação são de
sete tipos – 1. Iniciação através de ritual; 2. Através da letra; 3. Através de
especial emanação (Kalā); 4. Através do toque; 5. Através do discurso; 6.
Através da visão; e 7. Através do pensamento.
14:40 – Os nomes especiais de Iniciações descritas nos
Ślokas anteriores são – 1. Samayā; 2. Sādhikā; 3. Putrikā;
4. Vedhakā;
5. Pūrṇā;
6. Caryā;
e 7. Nirvāṇa,
respectivamente.
14:41 – A iniciação Ritualística associada com Kuṇḍa
(fogueira), Maṇḍapa (dossel) e Kalaśa (jarro), deve ser realizado
pelo Guru, Oh Deveśi ! adotando os meios prescritos para a purificação do
corpo.
14:42 – A iniciação pelas letras (Varṇa-Dīkṣā) é de três
tipos dependendo das letras sendo 42, 50 ou 62.
14:43 – Oh Minha Amada ! as letras devem ser colocadas
sobre o corpo do discípulo e retiradas na ordem inversa, juntando sua
consciência ao Supremo Eu.
14:44-45 – Depois de retirá-las, as letras são
estabelecidas novamente sobre a pessoa do discípulo na ordem da criação e
conforme prescrito, assim também devem ser exercida a Consciência. O estado de
Divindade pleno de deleite nasce na criança (do Guru). Esta é a Varṇamayīdīkṣā
o qual, Oh Minha Amada ! remove todos os laços.
14:46-48 – Oh Minha Amada ! a Kalā-Dīkṣā é também de
três tipos para ser feito como prescrito. Iniciando da base dos pés até os
joelhos, chama-se Nivṛtti-Kalā; dos joelhos até o umbigo é Pratiṣṭhā-Kalā; do umbigo
até o pescoço é Vidyā-Kalā; do pescoço até a testa é Śānti; daí até a cabeça é Śāntyātīta.
Esta é a classificação de Kalā-Dīkṣā.
14:49-52 – Oh Minha Amada ! seguindo a ordem de retirada,
o conhecedor da sequência, junta de lugar a lugar até a cabeça. Oh Kuleśāni !
isto induz a um divino sentimento no discípulo. Ou ainda mais com 38 ou 50
Kalās na ordem do Tattva-nyāsa e com a ordem de retirar e a criação conhecida
da boca do Guru se deve centrar e impingir sobre o discípulo. Isto dá
nascimento do estado de Divindade e o encontro com as Yoginīs e os Vīras. Esta
é a Kalā-Dīkṣā
que destrói os laços dos Paśus.
14:53 – Invocando o Senhor Śiva na mão, fazendo Japa de Mūlāṅga-mālinī,
o Guru deve tocar o discípulo; esta é a Sparśa-Dīkṣā (iniciação pelo toque).
14:54 – Mantendo a mente na Verdade, o Guru deve proferir
o corpo de Mantras os quais são expansões da Suprema Verdade; esta é a Vāg-Dīkṣā
(iniciação verbal).
14:55 – Cerrando ambos os olhos e meditando na Suprema
Verdade, com uma mente feliz, o Guru deve contemplar bem o discípulo, esta é Dṛk-Dīkṣā
(iniciação ocular).
14:56 – Quando por mero olhar ou discurso ou toque do Guru,
existe um instantâneo conhecimento, isto é Śāmbhavī-Dīkṣā.
14:57a – Mano-Dīkṣā é de dois tipos – Tīvra-Dīkṣā
e Tīvratara-Dīkṣā.
14:57b-58 – Oh Ambike ! conhecendo os seis tipos de
Adhvāns, deve-se formar no corpo do discípulo o Bhuvana, Tattva, Kalā, Varṇa,
Pada e Mantra – a partir do joelho, umbigo, coração, pescoço, palato ao topo da
cabeça.
14:59 – O sábio deve então efetuar os Vedhas seguindo o
método recebido do Guru. Em um momento o discípulo irá obter a liberação dos
laços. Isto é intensivo, Tīvra-Dīkṣā Oh Kuleśvarī, produzindo
Liberação.
14:60 – Oh Devi ! meramente pela lembrança da parte do
Guru, proficiente no Vedha, o discípulo teu seus pecados decepados; isto é
ainda mais intenso, a Tīvratara-Dīkṣā.
14:61-62 – Oh Śāmbhavī ! livre da atividade externa, o Śiṣya
cai no chão instantaneamente; um estado piedoso surge nele e ele vem a conhecer
todas as coisas. Tudo o que existe naquele momento do impacto que ele
experiencia em si mesmo, ao acordar, Oh Īśvarī, ele é incapaz de falar daquela
felicidade.
14:63 – Atingido com tal impacto, verdadeiramente ele é
Śiva. Ele não mais renasce; esta é a Tīvratara-Dīkṣā que libera dos laços
do nascimento e concede o verdadeiro estado de Śiva. Oh Kulanāyike ! Eu juro
por Você esta consequência.
Seis
condições de Vedha
14:64 – Ānanda (alegria), Kampa
(tremor), Udbhava (novo nascimento), Ghūrṇā (cambalear), Nidrā
(sono), Mūrchā (desmaio), estes, Oh Kuleśvarī ! são as seis condições
de Vedha.
14:65 – Oh Kuleśvarī ! estas seis características são
vistas no momento do impacto do Vedha. Onde quer que a pessoa é atingida, então
ela é liberada, não há dúvida disto.
14:66 – Oh Minha Amada ! difícil é obter um Guru tal que
possa iniciar através do sutil impacto do Vedha; difícil também é o discípulo
apto para ele; é somente pela conjunção feliz do mérito que ele é obtido. Mas
esta iniciação não deve ser dada a qualquer pessoa. Oh Parameśvari ! assim é a
ordem.
Kaulikī Iniciação – Método e Glória do Siddhābhiṣeka
14:67 – A adoração devida do círculo do Kula com
ingredientes apropriados da adoração do Kula, o Guru deve mostrar isto ao
discípulo. Isto, Oh Devi ! é conhecido como Kaulikī-Dīkṣā.
14:68 – Preenchendo a boca com a substância para adoração
misturado com os cinco produtos néctares da vaca (Pañca-gavya) o Guru deve
banhar o discípulo com isso. Esta é chamada de Gaṇḍūṣa-Dīkṣā.
14:69 – Oh Minha Amada ! em seguida, o Guru deve realizar
a iniciação externa com Surā contendo Mīna, ou um Śaṁkha, ou jarro cheio de Paṅcāmṛta
(os cinco néctares).
14:70 – Mīna aqui é Lambikā (língua); Kalaśa (jarro) é
dito ser a Boca. Assim, Oh Devi ! o guru deve consagrar o Śiṣya com a boca
cheia de Pañca-gavyāmṛta (Kṣīraṁ Dadhi
tathā ca ājyaṁ mūtraṁ gomayameva ca pañcagavyaṁ). Isto é chamado de Siddhābhiṣeka,
Oh Pārvati ! desejável também para o Ācārya.
14:71-73 – Oh Minha Amada ! limpando os dentes e
oferecendo um Añjali de flores (cavidade formada pela junção das duas palmas é
chamado de añjali) nas três noites (as junções do crepúsculo; trikalāṁ),
Kalā-nyāsa com a água em uma concha (1), e o conhecimento daí (1) – estes são
os oito rituais. Do Sādhaka com Puṣpāñjali, do filho com água da concha, do
Bodhaka com Vedha, do Ācārya com Pūrṇābhiṣeka – estes são as cinco condições
para a Consagração (Abhiṣeka).
Louvor
daqueles plenamente consagrados
14:74 – Absorto somente nas formas do Kula, o Guru
devotado, firme em observâncias e purificado pelo Pūrṇābhiṣeka – todos estes
são liberados em suas presentes vidas.
14:75-76 – Oh Kulanāyike ! aqueles purificados por Pūrṇābhiṣeka
que estão mortes, obtêm um nascimento superior na forma de Śiva e, sendo
purificado por Pūrṇābhiṣeka, são liberados. Oh Śāmbhavī ! esta é a afirmação de
Śaṅkara.
14:77 – Um Kaulika que morre sem ter experimentado o Pūrṇābhiṣeka
é condenado a permanecer como um espírito até o fim da dissolução.
Dois tipos
de iniciação e glória da iniciação
14:78 – A iniciação é, novamente, de dois tipos,
dependendo sobre se é externa (Bāhya) ou interna (Antara). A externa é chamada
Kriyā-Dīkṣā (iniciação ritualística) e a outra interna é chamada de Vedha-Dīkṣā
(iniciação pelo sutil impacto).
14:79 – A purificação é dupla – interna e externa. A
interna é feita através de rituais apropriados, e a externa é por meio da Dīkṣā.
14:80 – Por meio da Dīkṣā a luz da liberação, até mesmo o
inferior nascido se torna liberado. Sem estes dois, até mesmo o Kaulika, Oh
Kuleśānī ! não se torna liberado.
14:81 – O corpo, como tal, não pode ser purificado; nem o
Karma. É o ser interior que deve ser tratado através da Dīkṣā da eterna Śakti,
que é a Kuṇḍalinī.
14:82 – Embora os rituais sejam os mesmos, estas Dīkṣās
dão diferentes resultados no encontro do Guru com o digno discípulo.
14:83 – Assim como o poder do veneno é morto pelo Mantra,
ou por remédios, assim também faz o conhecedor do Mantra cortando em um
instante os laços do Paśu através da Dīkṣā.
14:84 – A partir desta extensiva escravidão, Dīkṣā por si
mesma libera por indicar a Suprema Estação e levar à antiga e divina Morada.
14:85 – Oh Deveśi ! Dīkṣā dado de acordo com o modo
prescrito queima em um instante milhões de pecados comuns e bilhões de grandes
pecados.
14:86 – Oh Devi ! é pela Dīkṣā que os Paśus (animais,
homens) têm seus olhos abertos e se tornam Śivas, o qual libera dos laços de
Paśus.
14:87 – Oh Minha Amada ! é isto que gera fé instantânea e
a convicção é conhecida como a Dīkṣā dando liberação; o resto é somente prazer
para a multidão.
14:88 – Aquela Dīkṣā sem o qual não há realização até
mesmo com centenas de adorações, deve ser obtida com esforço de um santo Guru
para o sucesso do Mantra.
14:89 – Oh Minha Amada ! Assim como o ferro atingido pelo
mercúrio se torna ouro, assim também a alma atingida pela Dīkṣā alcança o
estado de Śiva.
14:90 – Com todos os Karmas queimados pela Dīkṣā, todos
os laços de Māyā decepados, alcançando o supremo Jñāna, sem sementes, a pessoa
se torna Śiva.
14:91 – O estado de Śūdra de um Śūdra, o estado de Brahmā
de um Brahmaṇe, tudo desaparece. Não existe qualquer distinção de casta quando
o ritual da Dīkṣā é realizada.
14:92 – Assim como é pecado ver o Liṅga como uma pedra,
assim também ver o passado de quem foi iniciado é pecaminoso.
14:93 – Assim como a madeira, a pedra, o ferro, a terra e
a joia se tornam Liṅga quando consagrados, assim também todas as classes são
purificadas quando iniciadas.
14:94 – De Brahman a Bhuvana tudo se torna adorado de
cada forma quando adorado pela iniciação. Não há dúvida disto.
14:95 – Para quem é iniciado não há nada a ser alcançado
por tapas, regras e observâncias, peregrinações e controles sobre o corpo.
14:96 – Oh Minha Amada ! mas todo o Japa, a Pūjā e
semelhantes atividades por aqueles que não são iniciados são infrutíferos como
a semente lançada sobre a rocha.
14:97 – Oh Devi ! para alguém sem Dīkṣā não há nem
realização nem um destino feliz. Portanto, com todos os esforços se deve obter
iniciação de um Guru.
14:98 – Se um Brahmaṇe é iniciado mais tarde e um
inferior nascido é iniciado primeiro, então o Brahmaṇe é novato e o outro é
mais antigo. Este é o veredito dos Śāstras.
14:99 – Mas se uma pessoa é iniciada anteriormente pela
Śakti e o filho do Guru, o mais recente é ainda adorado como Guru e não
desrespeitado.
14:100 – Se o Guru morre e o discípulo é assim iniciado,
ele se torna como se o único filho e conduz o ritual inteiro.
14:101 – Oh Minha Amada ! quem é iniciado apropriadamente
em todas as filosofias pelo Guru pleno de conhecimento, torna-se livre e não
outro.
14:102 – Antes das preliminares e do Cakra-pūjā, um
discípulo deve ser purificado por meio da Dīkṣā; caso contrário, isto será
infrutífero.
Método de
Iniciação para os Śūdras e para as mulheres.
14:103 – A purificação primária é ordenada para os Śūdras
e as castas misturadas. A pessoa se torna livre de pecado pelo uso da água pelo
qual os Pés do Guru foram lavados e por dádiva etc.
14:104 – Um Brahmaṇe adquire competência dentro de um
ano; um Kṣatriya dentro de dois anos; o Vaiṣya dentro de três anos e o Śūdra dentro
de quatro anos.
14:105 – A competência da viúva para a iniciação está
sujeita ao consentimento do filho; da filha pelo pai; da esposa pelo marido;
uma mulher não tem o direito por si mesma para obter iniciação.
14:106 – Oh Minha Amada ! Assim como os Śūdras não têm
competência para estudar o Veda, semelhantemente, Oh Kuleśvarī ! quem não é
iniciado não é competente.
14:107 – O iniciado deve sempre agradar ao Guru, a esposa
do Guru, o filho do Guru, adeptos do Caminho Kaula da Śakti, na medida de seus
recursos.
14:108 – Assim Eu descrevi em brevidade a Você, Oh Devi !
o teste para o Guru e para o Śiṣya, e também sobre os vários tipos de
Iniciações. Agora, o que mais Você quer ouvir?
iti śrīkulārṇave
nirvāṇamokṣadvāre mahārahasye
sarvāgamottamottame
sapādalakṣagranthe pañcama-
khaṇḍe
ūrdhvāmnāyatantre guruśiṣyparīkṣākathanaṁ
nāma caturdaśa
ullāsaḥ ||14||