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35 - Brahma Upanishad (Kṛṣṇa Yajur Veda)




35
Brahma Upanishad


Traduzido por:
Swami Madhavananda
Publicado por:
Advaita Ashram, Kolkatta
Traduzido para o Português por
Uma Yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva
Karen de Witt
***
Brasil – RJ
Maio/2010
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Fonte de Consulta
Vedanta Spiritual Library




Invocação

Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!




1: Om! Shaunaka, chefe de família de fama, uma vez perguntou a Bhagavan Pippalada, da família dos Angira: Neste corpo, a cidade divina de Brahman, instalada, como é que eles criaram? De qual glória isto constitui? Quem é ele que torna tudo isto glória?


2: Àquele (Shaunaka) ele (Pippalada) concedeu a suprema Sabedoria de Brahman: Aquele é Prana, o Atman. Ele constitui a glória do Atman, a vida dos Devas. Ele representa, ambos, a vida e a morte dos Devas. Aquele Brahman que brilha com o divino Brahmapura (ou corpo), como o Único irrepreensível, desprovido de efeitos manifestados, auto-refulgente, auto-permeado, Ele (é quem) controla (o Jiva), como uma aranha controla o rei das abelhas. Assim como as aranhas, por meio de um fio projeta e retira a teia, assim também o Prana (quem) retira atraindo de volta a sua criação. O Prana pertence às Nadis, ou nervos sutis, acordes como seu Devata, ou deidade íntima. Em um sono sem sonho a pessoa vai através daquele estado para sua própria Morada, como um falcão e o céu – assim como um falcão vai (para seu ninho) suportado no céu. Ele diz: - Assim como este Devadatta (em sono sem sonho) não segue adiante mesmo quando golpeado com uma vara, mesmo assim ele também não se vincula às conseqüências boas ou más das atividades ordenadas da vida; assim como uma criança desfruta de si (espontaneamente) sem motivo, ou desejando frutos (recompensas), igualmente este Devadatta (o sujeito do sono sem sonho) desfruta da felicidade naquele estado. Ele conhece a Luz Suprema. Desejando Luz ele desfruta da Luz. Assim também ele retorna pelo mesmo caminha para o estado de sonho, como uma sanguessuga: assim como uma sanguessuga que carrega a si mesma para outros pontos em frente – (primeiro) fixando-se sobre o próximo ponto. E aquele estado no qual ele não desiste para um próximo, é chamado o estado de vigília. (Ele carrega todos estes estados dentro de si) assim como uma (Védica) divindade traz os oito copos do sacrifício simultaneamente. É a partir Dele que a fonte dos Vedas e dos Devas inclinam como seios. Neste estado de vigília, particurlamente, o bem e o mal obtêm para o ser brilhante (ou seja, o Eu do homem) como ordenado. Este ser do Eu é plenamente auto-estendido (no mundo da forma), ele é o controlador íntimo das coisas e dos seres, ele é o Pássaro, o Caranguejo, o Lótus, ele é o Purusha, o Prana, o destruidor, a causa e o efeito, o Brahman e o Atman, ele é o Devata fazendo todas as coisas serem conhecidas. Quem quer que conheça tudo isto alcança o transcendente Brahman, o suporte subjacente, o princípio subjetivo.


3: Agora, este Purusha tem quatro assentos, o umbigo, o coração, a garganta e a cabeça. Nestes, resplandece, além, o Brahman com quatro aspectos: o estado de vigília, do sonho, do sono sem sonhos, e o quarto, ou estado transcendental. No estado de vigília, Ele é Brahma; no estado de sonho, Ele é Vishnu; no estado de sono sem sonhos, ele é Rudra; e no quarto estado é o Único Supremo Indestrutível; e Ele novamente é o Sol, o Vishnu, o Ishvara, Ele é o Purusha, Ele é o Prana, Ele é o Jiva, ou o ser animado, Ele é o Fogo, O Ishvara, e o Resplandecente; (sim) aquele Brahman, que é transcendente, brilha com todos estes! Em si, ele é desprovido de mente, de ouvido, de mãos e pés, de luz. Não existe nada nem os mundos existentes, nem os não existentes; nem são os Vedas, ou os Devas, ou os sacrifícios existentes, nem os não existentes; nem é a mãe, ou o pai, ou a nora existente, nem os não existentes; nem é o filho de Chandala ou o filho de Pulkasa existente, nem o não existente; nem é o mendicante existente, nem o não existente; assim nem todas as criaturas, ou os ascetas; e assim somente o Único Mais Elevado Brahman brilha lá. Dentro da cavidade do coração está aquele Akasa da consciência – aquele com muitas aberturas, o alvo do conhecimento, dentro do espaço do coração – no qual todo este (universo exterior) evolui e se move, no qual tudo isto deformado e tecido (como se fosse). (Quem conhece isto), conhece toda a criação. Existem os Devas, os Rishis, os Pitris, não tem nenhum controle, pois estando completamente despertos, torna-se o conhecedor de toda a verdade.


4: No coração dos Devas vive, no coração dos Pranas estão instalados, no coração existe o supremo Prana e a Luz, bem como a Causa imanente, com os triplos componentes, e o princípio de Mahat.


5: Ele existe dentro deste coração, isto é, na consciência. “Colocar no cordão do sacrifício, o qual é extremamente sagrado, o qual se torna manifesto de outrora com Prajapati (o primeiro Ser criado), Ele próprio, que incorpora a longevidade, eminência e pureza, e pode também ser a força e pujança para você!”


6: O iluminado deve descartar o cordão externo, colocando-o fora juntamente com o sagrado tufo de cabelo da cabeça; o Supremo Brahman, como o onipresente, é o cordão, e ele deve colocar isso.


7: O Sutra (ou cordão) é assim chamado por causa de ter perfurado através, e iniciado (o processo de tornar-se). Este Sutra, verdadeiramente, constitui o Estado Supremo. Por quem este Sutra é conhecido, ele é o Vipra (sábio), ele tem alcançado além dos Vedas.


8: Por Ele, todo este (universo) é trespassado, como uma coleção de jóias é amarrada em um cordão. O yogue, que é conhecedor de todos os yogas e o observador da verdade, deve colocar neste cordão.


9: Estabelecido no estado do mais elevado yoga, o sábio deve colocar fora o cordão externo. Quem está realmente autoconsciente deve colocar o cordão constituído pela consciência de Brahman.


10: Por conta do uso deste Sutra, ou cordão, eles não podem ser contaminados, nem serem impuros, aqueles (a saber), que têm seu cordão existindo dentro deles – aqueles, com este cordão do sacrifício do conhecimento.


11: Eles, dentre os homens, (realmente) conhecem o Sutra, eles (realmente) vestem o cordão do sacrifico (em si mesmos), que estão devotados ao Jnana (o mais elevado conhecimento), que têm este Jnana como seu sagrado tufo de cabelo, este Jnana como seu cordão sagrado.


12: Para eles, Jnana é o maior purificador – Jnana é o melhor, como tal. Aqueles que têm este Jnana, por seus tufos de cabelos, são como não-diferentes, assim como é o fogo da sua chama. Este sábio é um (realmente) dito para ser um Shikhi (ou, quem usa o tufo de cabelo), embora outros sejam simples cultivadores de cabelo (na cabeça).


13: Mas aqueles pertencentes às três castas (Brahmanas, Kshatriyas e Vaisyas), que têm o direito de executar os trabalhos Védicos, têm que colocar isto (ou seja, o comum) o cordão sagrado, como certamente este cordão é ordenado como parte de tais trabalhos.


14: Quem tem o Jnana como seu tufo de cabelo, e o mesmo para o seu cordão sagrado, tem todas as coisas caracterizadas nele por um capuz de Brahmana – assim conhece os conhecedores dos Vedas!


15: Este cordão sagrado (de Yajna, ou seja, da Realidade Onipresente), é, novamente, a purificação (em si) e que é o final de tudo (dos trabalhos Védicos); e o utilizador deste cordão é um sábio – é Yajna em si, bem como o conhecedor de Yajna.


16: O Único Senhor (auto-refulgente) permanece oculto em todos os seres, onipresente e o Eu de todos os seres, controlando e vigiando sobre todas obras (boas e más), vivendo em todas as criaturas e a Testemunha (ou seja, nem o executor de qualquer ato, nem o desfrutador), a Inteligência Suprema, o Único, sem um Segundo, não tenho nenhum atributo.


17: O Único Ser Inteligente (ativo) entre os muitos inativos, Aquele quem faz muitos a partir do que é um – os homens sábios que encontram este Eu, sua é a paz eterna, não dos outros.


18: Tendo feito a si mesmo o Arani, e o Pranava, superior a Arani, e atritando-os juntos, através da prática da meditação, vê o Senhor em Sua realidade encoberta.


19: Como no óleo na semente de sésamo, como a manteiga no requeijão, a água no fluxo das ondas, e o fogo no madeira Shami, assim é o Atman em seu próprio Eu, para ser descoberto por quem busca por Ele, através da verdade e da prática austera.


20: Como a aranha tece a teia, e novamente a retira, assim o Jiva sai e volta novamente para os estados de sonho e vigília, respectivamente.


21: O coração (ou seja, a câmara interna do coração), semelhante ao cálice de um lótus, cheio de cavidades, e também como sua face voltada para baixo. Conheça como o grande habitat do universo inteiro.


22: Sabendo que o estado de vigília, tem como seu centro os olhos; o estado de sonho é atribuído à garganta; o estado de sono sem sonho é no coração; e o estado transcendental é na coroa da cabeça.


23: Do fato de uma posse individual, seu eu, por meio de Prajna, ou compreensão espiritual no Eu Supremo, temos que chamar de Sandhya e Dhyana, bem como a adoração associada com Sandhya.


24: O Sandhya, pela meditação, é desprovido de qualquer oferecimento de líquidos, e assim também de qualquer esforço do corpo e do discurso; ele é o princípio unificador de todas as criaturas, e este é realmente o Sandhya para Ekadandis.


25: Do qual, sem alcançá-Lo, o discurso cai com a mente, que é a Bem-aventurança transcendental do ser encarnado, conhecendo o qual o sábio está liberado (de toda a escravidão).


26: (E esta Bem-aventurança é verdade) o Eu que permeia todo o universo, assim como a manteiga difundida dentro do leite.


Este é o Brahmopanishad, ou a suprema sabedoria de Brahman, na forma de uma unidade do Atman de tudo, encontrada na disciplina espiritual (Tapas), que é (nada mais que) o Vidya, ou ciência do Atman.






Invocação


Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!






Aqui termina o Brahmopanishad pertencente ao Krishna-Yajur-Veda.