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Sarva Sara Upanishad
Traduzido por:
Swami Madhavananda
Publicado por:
Advaita Ashram, Kolkatta
Traduzido para o Português por
Uma Yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva
Karen de Witt
***
Brasil – RJ
Junho/2010
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Fonte de Consulta
Vedanta Spiritual Library
Invocação
Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!
1: Om. O que é Bandha (escravidão da Alma)? O que é Moksha (liberação)? O que é Avidya (ignorância)? O que é Vidya (conhecimento)? O que são os estados de Jagrat (vigília), Svapna (sonho), Sushupti (sono sem sonho) e o quarto, Turiya (Absoluto)? O que são os Koshas Annamaya, Pranamaya, Manomaya, Vijnanamaya e Anandamaya (vestes, ou invólucros da alma)? O que é Karta (agente), o que é o Jiva (eu individual), o Kshetrajna (conhecedor do corpo), a Sakshi (Testemunha), o Kutastha, o Antaryamin (Governante Interno)? O que é Pratyagatman (Eu interno), o que é Paramatman (Eu Supremo), o que é Atman e também Maya? – o mestre do Eu olha para o corpo e assim como as outras coisas que não o Eu como Si mesmo: o egoísmo é a escravidão da alma. A cessação desse (egoísmo) é Moksha, a liberação. O que causa esse egoísmo é Avidya, a ignorância. Isso porque esse egoísmo é completamente oposto de Vidya, conhecimento. Quando o eu, pelos meios de seus quatro e de seus dez órgãos dos sentidos, iniciando com a mente e benignamente influenciado pelo sol e o resto que aparece no exterior, percebe os objetos brutos, tais como o som etc., então ele é o estado de Jagrat do Atman (vigília). Quando, ainda na ausência do som etc., (o eu) não desprovido de desejo por eles, experimenta, por meio dos quatro órgãos, o som e o resto na forma de desejos – então ele é o estado de Svapna (sonho) do Atman. Quando os quatro e os dez órgãos cessam suas atividades, e existe a ausência de conhecimento diferenciado, então ele é o estado de Sushupti (sono sem sonho) de Atman.
2: Quando a essência da consciência, que se manifesta como os três estados, é como a testemunha dos estados, (mas é) o si mesmo desprovido dos estados, positivo ou negativo, e permanece no estado de não separação de unidade, então diz-se que é como o Turiya, o quarto. O agregado dos seis invólucros, que são os produtos do alimento, é chamado de Annamaya-kosha, invólucro alimentar. Quando os catorze tipos de Vayus, iniciando com o Prana, estão no invólucro alimentar, então diz-se que ele é (esse estado) o Pranamaya-kosha, a veste dos ares vitais. Quando o Atman unido com esses dois invólucros executa, por meio dos quatro órgãos, iniciando com a mente, as funções de desejo etc., que tem por seus objetos o som e o restante, então ele (esse estado) é chamado de Manomaya-kosha, o invólucro mental. Quando a alma brilha estando unida com esses três invólucros, e consciente das diferenças e das nãos diferenças, mesmo então ele (esse estado) é chamado de Vijnanamaya-kosha, o invólucro da inteligência. Quando esses quatro invólucros permanecem e suas próprias causas que é Conhecimento (Brahman), a mesma forma como uma árvore de bananeira permanece na semente da bananeira, então diz-se que ele (esse estado) é Anandamaya-kosha, o molde causal da Alma. Quando ele habita no corpo, como o a sede de uma idéia de prazer e dor, então ele é Karta, o agente. A idéia de prazer é aquela que pertence aos objetos desejados, e a idéia de dor é aquela que pertence aos objetos não desejados. Som, tato, visão, paladar e olfato são as causas do prazer e da dor. Quando a alma, conformando-se às boas e más ações, faz uma relação do corpo presente (com seu corpo passado), e é vista efetuando uma união, por assim dizer uma relação, com o corpo ainda não recebido, então ela é chamada de Jiva, alma individual, por conta de seu ser limitado pelos Upadhis. Os cinco grupos são aqueles que iniciam com a mente, aqueles que iniciam com o Prana, aqueles que iniciam com o Sattva, aqueles que iniciam com a vontade, e aqueles que iniciam com o mérito. O ego, possuindo os atributos desses cinco grupos, não morre sem o conhecimento do Eu sempre alcançado. Aquele que, devido a sua proximidade com o Eu, parece como imperecível e é atribuído ao Atman, é chamado de Linga-sharira (o corpo sutil), e o ‘nó do coração’. A Consciência que se manifesta aí é chamada de Kshetrajna, o Conhecedor de Kshetra (corpo).
3: Aquele que é o conhecedor da manifestação e do desaparecimento do conhecedor, do conhecimento e do conhecível, mas é ele mesmo desprovido de tal manifestação e desaparecimento, e é auto-luminoso, é chamado de Sakshi, a Testemunha. Quando a existência percebida de uma forma indiferenciada na inteligência de todos os seres, de Brahma (o Criador) até uma formiga, que reside na inteligência de todos os seres, então ele é chamado Kutastha. Quando, tendo os meios de realizar a natureza real de Kutastha e outros, que são diferenciações em razão de possuir limitações adjuntas, o Atman se manifesta como tecidos internos em todos os corpos, como o cordão através de um colar de jóias, então ele chamado de oAntaryamin, Governante Interno. Quando o Atman brilha – absolutamente livre de todas as limitações adjuntas, brilhante, como um aglomerado homogêneo de consciência em sua natureza de Inteligência pura, independente – então diz-se que a Entidade de “Tu” (Tvam), e como o Pratyagatman, o Eu Interno. (Que é) Satya (a Realidade), Jnana (Conhecimento), Ananta (o Infinito), Nanda (Bem-aventurança), é Brahman. A Realidade é o indestrutível; aquele que, quando nome, espaço, tempo, substância e causalidade são destruídos, não morre, é o indestrutível; e que é chamado Satya, a Realidade. E Jnana – aquela essência da Inteligência que não tem início e nem fim, diz-se como de Jnana.
4: E Ananta, o Infinito, (permanecendo da mesma forma) como (feito) de barro em modificações de barro, como ouro em modificações de ouro, como fios em tecidos de fios, o antecedente, a Consciência onipresente, que está em todos os fenômenos da criação, iniciando com o Imanifesto, é chamado o Infinito. E Ananda, Bem-aventurança – a essência da consciência da felicidade, o oceano de bem-aventurança imensurável, e o estado de felicidade indiferenciado é chamado Bem-aventurança. Isso, que foi indicado acima, como de natureza quádrupla, e que é permanente em todo o espaço, tempo, substância e causalidade, é chamado Entidade “Aquele” (Tat) Paramatman, o Eu Supremo, e Para-Brahman, o Mais Elevado Brahman. Distinguido da Entidade de “Tu” (quando parece ser) possuído de atributos, bem como da Entidade “Aquele” (quando parece ser) possuído de atributos, que é aquele todo penetrante como o céu, sutil, todo por si só, Existência pura, a Entidade do “És” (Adi). O Auto-luminoso diz-se como Atman; a Entidade do “não-Aquele”, também diz-se de Atman. Aquele que é sem início, frutífero, aberto a ambos, prova e refutação, nem real nem irreal, nem real-irreal – nem não existente, quando, por causa da imutabilidade de seu mesmo substrato, a causa da mudança é determinada – (assim que), o que é indefinível, é chamado Maya.
5: Eu não sou bem o corpo nem os dez sentidos, Buddhi, Mente, Ego. Sem Prana e mente, puro, eu sou sempre a Testemunha, consciência pura, sem dúvida. Eu não sou nem o executor nem o desfrutador, somente uma testemunha de Prakriti. Por meu presente corpo etc., funções como vida, ainda, eterno, sempre alegria, puro, eu sou Brahman a ser conhecido de todo o Vedanta, ainda desconhecido como o céu e o ar. Eu não sou nem forma e nem ação, somente Brahman.
6: E não sou corpo; nascimento, a morte não vem para mim. Eu não sou Prana – não tenho fome e nem sede; eu não sou mente – não tenho nem tristeza nem ilusão. Eu não sou o executor – não tenho escravidão ou libertação.
Invocação
Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!
Aqui termina o Sarva-Sara Upanishad, como contido no Krishna-Yajur-Veda.