कुलार्णव तन्त्रम्
KULĀRṆAVA TANTRAM
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पञ्चम उल्लासः
Pañcama ullāsaḥ
Quinto Ullāsa
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Tradução para o Português a partir
do estudo das Obras em Sânscrito com comentários para o Inglês por:
Sir John Woodroffe,
M. P Pandit,
Prachya Prakshan &
Ram Kumar Rai
ॐ
ॐ गुरवे नमः
Oṁ Gurave Namaḥ
Traduzido para o Português por:
... uma yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva ...
Karen de Witt
2012/2013
© Todos os direitos reservados.
O livro está disponível para leitura on-line, mas não pode ser comercializado.
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As notas de rodapé, conforme citações das autoridades acima mencionadas,
serão acrescentadas após o término das publicações dos capítulos restantes.
Questões
relacionadas aos vasos básicos
Śrī Devi disse:
5:1-2
– Oh Kuleśa ! Quero ouvir sobre as características dos vasos e da carne; os
métodos de confeccionar os kula-dravyas, suas variedades e glória; os pecados
que surge de fazer coisas impropriamente e os frutos por faze-las
apropriadamente. Oh Karuṇānidhe ! diga-me sobre tudo isto.
Necessidade
dos vasos básicos
Īśvara disse:
5:3
– Ouça, Devī ! Estou falando o que Você me perguntou. Por meramente ouvir isto,
a pessoa se torna como os Deuses.
5:4
– A ausência dos vasos é considerada uma falha e as Mães não aceitam isto.
Portanto, Oh Kulanāyik ! deve-se preparar os vasos de acordo com as regras.
5:5
– Oh Devī ! os vasos devem ser feitos bonitos. Eles podem ter três, quatro ou
seis lados, ou podem ser circulares.
Metais para
a construção dos vasos
5:6
– Os vasos feitos de ouro, prata, pedra, casco de uma tartaruga, crânio,
cabaça, terra (barro), côco, concha, cobre, pérola, concha de ostra. Vasos
muito grandes ou muito pequenos e quebrados ou destruídos não devem ser usados.
Tipos de
vasos de acordo com os desejos a serem preenchidos
5:8-10
– Ouro, prata e cobre providenciam todos os frutos. Em rituais1
de Pacificação e de Imobilização, vasos de pedra são úteis. Vasos de côco em
Imobilização (subjugação), de casco de tartaruga em Cativação, e de conchas em
trabalhos que providenciam conhecimento são considerados bons. Os vasos de
pérolas concedem o amor da Devi. Vasos de crânio e de cabaça providenciam
Yoga-siddhi, e aqueles feitos de árvores sagradas, destroem todos os pecados.
Oh Devi! Deve-se selecionar seus vãos de qualquer um desses materiais.
Nome dos
Kula-dravyas
5:11-12
– Agora estou lhe falando sobre os Kula-dravyas. Ouça sobre eles com mente
concentrada. Doze prasthas de água, metade de um prastha de Takra, quatro
prasthas de arroz, dois prasthas de manteiga clarificada (ghee), tudo isto e um
maço de brotos de gramas (um feixe, ou pacote, que pode ser acomodado dentro de
uma mão fechada) devem ser colocados em um vaso de barro grande.
5:13:
Este vaso deve ser colocado, por dois dias, em um local ao abrigo do frio.
Portanto, ele deve ser colocado no fogo e cozido até que todos os materiais
misturados se tornem uma pasta grossa.
5:14:
Em seguida ele deve ser removido do fogo e esfriar. Em seguida, um quarto de um
prastha deste material bem feito deve ser bem misturado por uma pessoa.
5:15
– Na pasta acima, metade de um prastha de arroz deve ser misturado e guardado
por um dia. Em seguida, depois de moer a pasta inteira, misturar Takra com ela
e fazer uma pasta refinada. Isto é famoso pelo nome de Paiṣṭī e é adorada tanto
por Deuses quanto por Demônios.
5:16-20
– Oh Kuleśāni ! tome dez prasthas de casca, tanto de Acácia branca quanto de
Eugenia Jambolana bem lavada em água. Em seguida adicione a isto um prastha de
flor, quer de grislea tomentosa ou de Cocos Nucifera, oito Niṣkas cada de
Harītaki (terminalia chebula) e de Bṛhatī (Solanum Indicum), um Niṣka cada de
casca de limão e de casca de Trikaṭu (três ervas amargas, ou seja, gingiber
officinale/gengibre, piper longum/pimenta longa, e piper nigrum/pimenta preta)
e oito Niṣkas de Guḍa (melaço). Misture tudo isto e coloque em um vaso de
barro. Em seguida, com a mão movendo para frente e para trás (segurando o
pote), deve-se misturar todos os Dravyas no vaso. Isto deve ser feito
consecutivamente por três entardecer e, em seguida, deixar repousar por doze
dias. No 13º dia ele deve ser filtrado. O licor (assim obtido) é chamado Gauḍī
e ele permite ao Sādhaka obter a companhia de Śiva.
5:21
– Coloque mel em um vaso e o dobro de sua quantidade de água. Deixe por 12
dias. O restante do procedimento é como antes. Isto é chamado Mādhvī e concede
o amor dos Deuses.
5:22-23
– Uma parte de Śuṇṭhī (gengibre), duas partes de casca de limão, três partes de
pimenta preta, quatro partes de grislea tormentosa, cinco partes de flores,
seis partes de mel e oito partes de Guḍa (melaço) devem ser misturados juntos.
O restante do procedimento é como antes. Este é um licor agradável considerado
bom para beber pelas Yoginīs.
5:24-28
– Oito Tolās de coalhada (Dadhi), um de prastha de manteiga clarificada (ghee)
de búfala, cem Kadalī verdes (mosa sapiensum) tudo junto faz um vinho
agradável. Isto deve ser muito bem misturado e colocado na cavidade de um
pedaço de bambu grosso. Portanto, o pedaço de bambu deve ser colocado por
catorze dias para madurar em um poço cheio de flores de lótus. Em seguida, ele
deve ser colocado para secar muito bem sob os raios do sol. Quando ele
endurecer, então o Sādhaka deve colocar um Rattī dele em um tubo, misture uma
quantidade desejada de água e beba o licor que dá supremo prazer. Oh Minha
Amada ! este dravya é amado por todos os Deuses. Todos estes vinhos são básicos,
os quais vários outros tipos de vinhos são preparados.
Nome dos 11
tipos de vinhos:
5:29
– Pānasa, Drākṣā, Mādha, Khārjūra, Tāla, Aikṣaṇa, Madhu, Ucchiṣṭa, Mādhvīka,
Maireya e Nārikela são os onze tipos de vinho os quais dão prazer e
emancipação.
12º vinho,
Surā: suas espécies e qualidades
5:30
– O 12º vinho é chamado Surā e é, Oh Minha amada ! o melhor de todos.
5:31-32a – Surā deve ser conhecida como sendo de três
tipos, ou seja, Paiṣṭī, Gauḍī e Mādhvī. O Paiṣṭī concede todas as Realizações,
Gauḍī dá Prazer, e Mādhvī dá Emancipação. Assim, conheça as Surās como amada
pelos Deuses.
5:32b-34
– Aikṣavī providencia Aprendizado (vidyāpradaikṣavī)
Drākṣī confere reinado (drākṣī rājyapradā),
Tālajā é famoso por conferir Imobilização (tālajā stambhane); Khārjūrī destrói os inimigos (khārjūrī ripunāśinī), Nārikela dá riqueza
(nārikelabhavā śrīdā), e Pānasī é
auspicioso (pānasī śubhapradā). Madhūkajā providencia conhecimento (madhūkajā jñānakarī), Mādhvīkī destrói todas as
doenças (mādhvīkī roganāśinī) e, Oh
Kuleśānī ! o vinho chamado Maireya também é o destruidor dos pecados
(maireyākhyā pāpahārinī).
5:35
– Os vinhos feitos de kṣīra-vṛkṣas, de cascas de árvores, de flores Madhūka
(bassia latifólia), e de água de arroz cru fermentado, são de vários tipos.
5:36
– Aquele vinho é superior, o qual confere prazer irrepreensível e bela
diversão. Oh Devī ! tais vinhos são sempre amados pelos Deuses.
Qualidades
dos bons vinhos
5:37
– Deve preencher seu copo com vinho de acordo com a satisfação de seu coração
com o propósito de aumentar seu prazer supremo. Oh Minha Amada ! tais Dravyas
de entretenimentos são amados por todos os Deuses.
5:38
– Pela mera visão de Surā, todos os pecados são destruídos. O odor (do vinho)
concede os frutos de cem sacrifícios.
5:39
– O toque do vinho confere frutos equivalentes à visitação de milhões de
Tīrthas (locais de peregrinação) e, Oh Devī ! por beber (o vinho) diretamente
se obtém os quatro tipos de Emancipação.
Desejo etc.,
poderes (Śaktis) na Surā
5:40
– No odor do vinho está o poder inerente da vontade; em seu rāsa está o poder
inerente da ação; em seu gosto está o poder inerente do conhecimento, e em sua
alegra está o poder inerente do outro mundo (parā-śakti).
Métodos de
tomar o vinho
5:41
– Vinho é o Brahmagā e o purificador da mente. Portanto, os vinhos acima
mencionados devem ser trazido para os rituais de adoração.
5:42-43a
– Madya (vinho), Māṁsa (carne) e Vijayā (uma bebida intoxicante) devem ser bem
misturados com Aṣṭa-gandha (oito variedades de fragrância de acordo com a
Divindade). Para a Śakti estes são: Candana, Agaru, Karpūra, Cora, Kumkum,
Rocanā, Jaṭāmāṁsī e Kapi) e tudo bem junto em uma pasta. Desta pasta o Sādhaka
deve fazer comprimidos. Na ausência de vinho ele deve então oferecer libações
com água misturada com estas pílulas. Ou ele deve realizar o ritual com
coalhada misturada com melaço, ou ainda com mel misturado com Sauvīra (um mingau
azedo). Em nenhum caso se deve permitir falhas no ritual. Se, por acaso, houver
uma falha no ritual, então o Sādhaka se torna uma vítima da curse da Divindade.
Três tipos
de carnes:
5:43b-44a
– Carne foi declara como sendo de três tipos, ou seja, Khecara (de criaturas voadoras), Bhūcara (criaturas que vivem na terra) e Jalacara (criaturas que vivem na água). Tanto quanto possível,
deve-se tomar a carne de qualquer um destes para libações.
Frutos de
ver carne:
5:44b
– O fruto de ver carne é o mesmo como descrito ao ver vinho.
Nenhum
pecado em matar por causa dos Pitras
5:45
– Nos sacrifícios para os Pitras e Devatās, deve-se matar (os animais do
sacrifício) de acordo com as regras prescritas. Contudo, Oh Minha Amada ! nunca
se deve matar uma criatura para si mesmo.
5:46
– Nem mesmo uma palha de grama deve ser perfurada sem uma causa digna. Não há
pecado em matar se isto é feito por causa de um Deus ou de um Brahmaṇe.
5:47
– Sem Me considerar, mesmo se um trabalho meritório for feito, ele se torna um
pecado. E mesmo se um pecada por Minha causa (for cometido), Oh Śāmbhavī, ele
se converte em ato meritório.
5:48
– Coisas que podem ser a causa de queda também podem ser a causa de meios de se
obter Realização (Siddhis). Isto foi exposto pelo Filosofia Kula e também pelo
Grande Bhairava.
5:49
– Se pela realização de uma ação houver um lapso daquela ação, então aquela
ação é realizada por sete milhões de Sábios superiores.
Mantra para
o Animal do Sacrifício
5:50
– Deve-se adorar o animal com fragrâncias, flores e grãos de arroz. Portanto,
santificando (o animal) pelo seguinte Mantra (Śloka 51) ele deve ser
sacrificado
5:51
– “Seu corpo está sendo cortado por Śiva; daí você obterá Śivatva. Oh animal !
você deve saber disto. Para mim você é Śiva, como Śiva é para você.”
Śivotkṛttamidaṁ
piṇḍamatastvaṁ śivatāṁ gataḥ |
Tad
budhyasva paśo tvaṁ hi mā śivastvaṁ śivo’si ||51||
Existência
de Brahmā etc., Deuses em vários Ingredientes da Carne:
5:52
– Lá reside Brahmā na água da carne; Viṣṇu no odor da carne; Rudra no Rāsa da
carne, e o Supremo Espírito no prazer da carne. Daí, Oh Minha Amada ! vale a
pena tomar (comer a carne).
Coisas que
devem ser oferecidas na ausência de carne
5:53
– Na ausência de carne, deve-se adorar a Devi com alho ou gengibre, caso
contrário a adoração se torna infrutífera.
Inter-relação de Matsya, Māṁsa e Madya
5:54 – Sem Māṁsa (carne) e Matsya
(peixe), não se deve oferecer libações com Madya (vinho) sozinho
semelhantemente, sem Madya não se deve realizar adoração com Matsya e Māṁsa
sozinho.
5:55 – Pelo oferecimento de libações
com Māṁsa igual até mesmo um Tila (sesamum Indicum) e uma gota de vinho igual a
metade de um tila, obtém-se o fruto de todos os sacrifícios.
Pecados da não realização da adoração Kula
5:56 – Nos três mundos não há mérito
igual ao Kulapūjā. Daí, quem realiza esta adoração com devoção obtem tanto
Prazer quanto Emancipação.
5:57 – Mesmo se um analfabeto ou um
ignorante dos Śāstras realiza o Kulapūjā com devoção ao Guru, e com firme
determinação, ele é o mais amado por Mim.
5:58 – Oh Īśvarī ! sendo adorada por
todos os homens, mulheres e pessoas do terceiro gênero das quatro classes e dos
quatro Āśramas, Você concede os frutos desejados deles.
5:59-60 – Se adorada, Você como uma boa
senhora, concede os frutos desejados, e se não adorada, Você atormenta como uma
senhora má. Uma pessoa de mau espírito que sem Kulapūjā se comporta assim (ou
seja, ignora sua adoração), vai para o Inferno com seus vinte e um ancestrais.
5:61 – Daí, com todos os seus
esforços, deve a pessoa se devotar ao Kulapūjā. Assim, sem dúvida, ele alcança
todos os Siddhis.
Deveres daqueles incapazes de realizar o Kulapūjā
5:62 – Quem for incapaz de realizar
o Kulapūjā, deve oferecer outros artigos relacionados ao Kulapūjā. Quem for
incapaz de dar até mesmo estes artigos, deve testemunhar a pūjā onde ela
estiver sendo realizada.
5:63 – O fruto que se obtém pela
realização de cem sacrifícios, obtém-se pela realização apropriada até mesmo de
um Kulapūjā.
5:64 – Os frutos obtidos por
dezesseis grandes caridades são obtidos por meramente ver o Śrī Cakra.
5:65 – Os frutos obtidos por se
banhar em 35 milhões de Tīrthas sagrados, são obtidos por somente realizar o
Kulapūjā.
5:66 – O que mais dizer, Oh Devi?
Quem providencia o Kula-dravyas ao Kulācārya, realmente é o conhecedor de tal
mérito religioso.
Madya-māṁsa necessário em todos as seitas Śaivas, Vaiṣṇavas etc
5:67-68 – Em todas as seitas Śaiva, Vaiṣṇava,
Śākta, Saura, Bauddha, Pāśupat, Sāṁkhya, Dakṣiṇa, Vāma, Siddhānta, Vedica etc.,
a adoração sem Madya e Māṁsa se torna infrutífera.
Kula dravyas necessários no Japa e nos Sacrifícios
5:69 – Todo Japa, Yajña, Tapa, Vrata
etc., tornam-se infrutíferos sem os Kula dravyas, assim como o oferecimento de
oblações em cinzas é infrutífero.
Superioridade daquelas realizações no Sacrifício Interno
5:70 – Assim como os empregados
pessoais (ou íntimos) são amados mais por um Rei do que os empregados comuns,
assim, Oh Devī ! os realizadores do Sacrifício Interno são amados por Você mais
do que outros.
Frutos da co-pariticipação do Kula-dravya
5:71
– Oh Devī ! Quem, com devoção, oferece a ambos de Nós carne e vinho, produz
prazer em nós. Tal pessoa amada mais por Nós é um verdadeiro Kaulika.
5:72
– Marcado por Saccidānanada, Nossa Forma Inteira se manifesta somente pelo
prazer do Kula dravya, e não o contrário.
5:73
– Oh Minha Amada ! A alegria interna está acima da descrição. Ela se manifesta
somente pela alegria dos Kula dravyas e não por qualquer coisa mais.
5:74
– Pelo prazer os Kula dravyas vem o conhecimento do Kula tattva. Ele incute o
sentimento de Bhairava no Sādhaka que assim desenvolve uma visão equilibrada
para com todas as coisas.
5:75
– Assim como uma casa envolvida pela escuridão se torna visível na luz de uma
lanterna, assim depois de beber o vinho Ātmā coberto com Māyā se torna visível.
5:76
– Oh Minha Amada ! Quem bebe os Kula dravyas purificados pelos Mantras e
oferece ao Guru e ao Devatā, para ele não há bebida do peito de uma mãe (ou
seja, ele nunca nasce de novo).
5:77
– Madya é uma forma de Bhairava Deva; Madya é chamado Śakti, Oh ! Quem bebe
Madya (vinho) atrai até mesmo os Devatās.
5:78
– Quem não perde o equilíbrio depois de beber Maireya (um tipo de vinho), e se
torna incisivamente concentrado, é um Kaulika.
Sintomas da emancipação
5:79 – Surā é Śakti e Māṁsa é Śiva.
Quem toma ambos destes é o Próprio Bhairava. O prazer surgindo da união dos
dois é chamado Emancipação.
5:80 – O prazer é uma Forma de
Brahman e existe no corpo. Madya é seu manifestador e daí os Yogīs bebem Madya.
5:81 – Ele vê Kamaṇḍalu (pote de
água usado pelos ascetas), a concha e o crânio cheios de vinho. Ele não vê
neste Loka Brahmā, Viṣṇu e Maheśvara (quem, respectivamente, segura/detém estas
coisas)?
5:82 – Um Vīra Sādhaka sem medo, sem
pudor, com curiosidade, sem qualquer ansiedade e hesitação e apoiado pelos
Vedas e Śāstras bebe a benção proporcionando Vāruṇī.
5:83 – Oh Pārvati ! O Divino
sentimento, o qual dá Emancipação dos laços do mundo, surge do néctar da bebida
purificada pelos Mantras.
Momento de beber pela classe dos Brāhmaṇas etc
5:84 – Os Brāhmaṇas podem beber este
néctar todos os momentos; os Kṣatriyas podem tomar no momento de um impedimento
de guerra; os Vaiśyas podem tomar no momento de um sacrifício; e os Śudras
podem tomar quando eles forem realizar os últimos ritos.
5:85 – Não há pecado em beber vinho
e comer carne se estes forem tomados do modo prescrito e depois de adorar os
Deuses e Pitras, lembrando o Gurudeva.
5:86 – Deve-se tomar Madya e comer
Maṁsa para a satisfação dos Deuses e dos Pitras, e para a concentração da mente
na essência de Brahman. Contudo, quem toma isto por sua própria sede e fome, é
um pecador.
5:87 – Para a
iluminação do significado de um Mantra, para a estabilidade da Mente e para
obter alívio dos laços do mundo, deve-se beber vinho.
5:88
– Quem bebe vinho para seu próprio prazer é um pecador. Desprovido de seu
próprio desejo, deve-se tomar (o vinho) verdadeiramente para o prazer dos
Deuses.
Vinho etc., não deve ser tomado exceto na ocasião do Sacrifício
5:89 – Oh Minha Amada ! Tomando intoxicantes como
Peixe, Carne e Vinho etc., a qualquer tempo que não a da ocasião de um
Sacrifício é um pecado.
5:90 – Assim como existe uma provisão para os Brāhmaṇas
para beber Soma na ocasião de um Sacrifício, da mesma forma para o consumo do
vinho etc., em ocasiões prescritas ambos conferem Prazer e Emancipação.
5:91 – Somente depois de entender bem o proposito dos
Kula Śāstras de um Guru, deve-se consumir as Cinco Mudrās (Madya, Māṁsa,
Matsya, Maithuna e Mudrā); caso contrário, a pessoa encontra sua queda.
Inutilidade de se beber o que é proibido mesmo para um Vīrasādhaka
5:92 – Sem a adoração da linhagem de Gurus e do Baṭuka,
de Deuses etc., se um Vīra Sādhaka inutilmente bebe vinho, então ele recebe a
maldição dos Deuses
5:93 – Sem a adoração de Bhairava e sem o
oferecimento de libações aos Deuses, se um Vīra Sādhaka bebe vinho com Paśu
Bhāva, ele vai para o Inferno.
Ignorante de um Kaulikācāra (Meios de um Kaulika)
5:94 – Sem o conhecimento das práticas Kaulikas e sem
a adoração das sandálias (pés de lótus) do Guru, se alguém entra neste Śāstra,
então Você definitivamente o atormenta (a pessoa sofre tormentos de Devi).
Tomando os draviyas sem um direito encontra expulsão em todas as
religiões
5:95 – Quem desfruta dos Dravyas sem ter no coração o
conhecimento do Kaula, é considerado um grande pecador e é expulso de todas as
religiões.
5:96 – Uma pessoa má intencionada do Samayācāra e
guiada por suas próprias paixões nunca obtém Siddhis. Por outro lado, ele cai
do Kula e não merece estar em companhia.
5:97 – Depois de aprender as regras dos Śāstras, quem
se comporta por sua própria vontade arbitrariamente, nunca obtém Siddhis neste
mundo nem encontra um destino superior no outro mundo.
5:98 – Desprovido de ritos Iniciáticos, quem leva uma
vida arbitrária, não obtém Emancipação mesmo fazendo Austeridades,
Peregrinações ou Observâncias.
Os cinco M’s impuros são proibidos
5:99 – Quem bebe Dravyas impuros, toma Māṁsa somente
pra satisfação de seu paladar, e comete estupro, vai para o Raurava (inferno).
Aderindo ao Paśvācāra (caminho de um homem comum), até mesmo um Kaula
vai para o inferno
5:100 – Se um Kaula toma o caminho dos homens comuns,
então ele é ridicularizado tanto pelo Kaulācāra quanto pelo Paśvācāra, e vive
no Raurava (inferno) por um longo período, tanto quanto forem os cabelos de seu
corpo.
5:101 – Quem pertence a outras fés e se refugia no
Kula Dravyas, toma tantos nascimentos nas Bhūta-yonis quanto forem os cabelos
de seu corpo.
Viciado em vinho encontra sua queda
5:102-103 – Quem, cujo Ātmā está ocultado devido ao
vinho, não possui conhecimento de Contemplação, Austeridade, Adoração,
Religião, Boas ações, Deus, Guru ou seu próprio Ātmā. Ele não é um Kaulika, mas
um viciado em seu próprio prazer sensual. Tal pessoa, indubitavelmente,
encontra a sua queda.
5:104 – Desprovido dos ensinamentos do Kaula, quem
permanece viciado ao vinho, mulher e carne, vive perpetuamente no inferno.
5:105 – Oh Kuleśi ! Até mesmo quem está absorto em
Brahmā, refugia-se nos Cinco Ingredientes sem os rituais, ele permanece
condenado.
5:106 – Então, um Yogī que conhece os três Liṅgas
(Svayaṁbhūliṅga, Bāṇaliṅga, e Itaraliṅga), e penetrou nos Seis Cakras, deve vir
para o Pīṭha Sthāna e vagar na floresta do Grande Lótus (Sahasrāra Cakra).
A bebida Verdadeira do Sūdha
5:107-108 – A partir do Mūlādhāra, na base, indo
repetidas vezes para o Brahmarandhra, experimentando a Bem-aventurança que
surge deste encontro de Kuṇḍalinī Śakti e a Lua da Pura Consciência, e bebendo
o vinho a partir deste Lótus no Supremo Éter acima, este é “o verdadeiro vinho”
(Sudhā-pāna). Aquele que é bebido, caso contrário é somente licor.
O Māṁsa e o Madya Verdadeiros
5:109-110 – Matando o animal da forma do mérito e
demérito com a espada do Conhecimento que emerge de seu Citta no Supremo
Espírito, é a real partilha de Māṁsa. O controle dos órgãos dos sentidos por
seu Manasa quem os julga com o Ātmā, é a pessoa que realmente come o Peixe
(Matsya). Outros são somente assassinos de criaturas.
A Realidade do Maithuna
5:111-112 – A Śakti dos homens comuns com sentimentos
animais permanece dormindo, mas a Śakti de um Kaula está grandemente desperta.
Quem serve este Śakti (a Śakti que está desperta) é o verdadeiro servidor da
Śakti. Quem experimenta a Bem-aventurança que surge da união da Suprema Śakti e
de seu próprio Ātmā é o real conhecedor da Copulação. Os outros são simples
desfrutadores de mulheres.
5:113 – Oh Kulanāyike ! Conhecendo o propósito das
Cinco Mudrās (os Cinco M’s, ou seja, Madya, Māṁsa, Matsya, Maithuna e Mudrā) a
partir da boca do guru, quem se devota à Sādhanā, torna-se Liberado.
5:114 – Oh Devī ! Descrevi assim os sintomas dos Kula
Dravyas etc., brevemente. Agora, o que mais Você quer ouvir?
1. Esses rituais são os Ṣaḍkarmas
(seis ações), a saber Śānti (pacificação), Vaśyam (cativação), Sthambam
(imobilização), Vidvesan (dissensão), Ucchatan (aversão) e Maran (erradicação)
Iti śrī kulārṇave nirvaṇamokṣadvāre mahārahasye
Sarvāgamottamottame sapādalakṣagranthe pañcam –
Khaṇde ūrdhvāmnāyatantre kulamāhātmya –
Kathanaṁ nāma pañcama ullāsaḥ ||5||