कुलार्णव तन्त्रम्
KULĀRṆAVA TANTRAM
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षष्ठ उल्लासः
ṣaṣṭha ullāsaḥ
Sexto Ullāsa
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Tradução para o Português a partir
do estudo das Obras em Sânscrito com comentários para o Inglês por:
Sir John Woodroffe,
M. P Pandit,
Prachya Prakshan &
Ram Kumar Rai
ॐ
ॐ गुरवे नमः
Oṁ Gurave Namaḥ
Traduzido para o Português por:
... uma yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva ...
Karen de Witt
2012/2013
© Todos os direitos reservados.
O livro está disponível para leitura on-line, mas não pode ser comercializado.
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As notas de rodapé, conforme citações das autoridades acima mencionadas,
serão acrescentadas após o término das publicações dos capítulos restantes.
Śrī Devi disse:
6:1 – Oh Kuleśa ! Eu quero ouvir os sintomas de um
adorador. Oh Meu Senhor ! Também me diga o método de Purificação e de Adoração
dos Kula Dravyas.
Sintomas dos adoradores
Īśvara disse:
6:2 – Ouça Oh Devī ! Estou falando para Você o que me
perguntou. Meramente por ouvir isto, a pessoa recebe louvores dos Deuses e dos Demônios.
6:3 – Somente os homens livres de pecados, devotados
a ações meritórias, enriquecidos com o conhecimento do Kula, e com firme
Observâncias devem adorar Você.
6:4 – Somente um Sādhaka com total Consagração,
Conhecimento da Essência dos Vedas, Śāstras e Devatās, e contido em seu Eu
deve, Oh Minha Amada ! engajar-se em adoração.
6:5 – O Kulanāyike ! Desejosos de adorar a Divindade,
um conhecedor dos mistérios dos Kulāgamas, e dotado com os ensinamentos de um
Guru, deve-se engajar em adoração.
6:6 – Puro de coração, desprovido de raiva e
ganância, soberbamente alegre, adverso às observâncias inferiores dos homens
comuns, com semblante alegre, um Sādhaka deve se engajar em adoração.
6:7-8 – Depois de longo tempo, quando, devido à Minha
Graça, Amor e, duradoura Devoção surgir em um Sādhaka, então, Oh Minha Amada !
ele deve oferecer à Divindade libações dos Kula Dravyas prescritos por
Bhairava, de acordo com as instruções de um Guru. Caso contrário, ele
encontrará sua própria queda.
6:9 – Oh Devī ! Ele deve adorar o Śrī Cakra com o
Mantra Yoga. Somente então, acompanhado por Você, Eu aceito aquela adoração com
distinção.
6:10 – Eu Sou este Bhairava (Bhairavo’hamiti), com
esta realização e equipado com as qualidades como conhecimento de tudo, um
superior Yogī deve engajar-se na Kula Pūjā.
6:11 – Possuindo as qualidades acima e seguindo as
regras prescritas, quando um Kaulika adora Você, Oh Devī ! somente então ele se
torna capaz para o prazer e a emancipação.
Local e assento para o Kula-Pūjā
6:12 – O adorador deve se sentar em uma posição
confortável, o qual dá estabilidade, e olhar para o Norte ou Leste, em um local
isolado, ou em uma floresta, ou em um local livre de perturbações.
6:13-15 – Ele deve, em seguida, contemplar que lá
está uma Ilha de joias no centro do Mar
de Néctar. Sobre aquela Ilha, sob o Kalpavṛkṣas (nome do bosque) existe um
reluzente Dossel decorado com rubis e rodeado por paredes cobertas de joias.
Aquele dossel está decorado com guirlandas de flores, belas e transparentes
cortinas, iluminado com lamparinas de cânfora e perfumado com vários tipos de
incenso. Contemplando-se como sentado sob aquele dossel, com mente não agitada,
o Sādhaka deve, Oh Devī ! realizar a Kula Pūjā de acordo com as instruções de
seu Guru.
Necessidade das cinco purificações
6:16 – A Purificação do Eu, a Purificação do Local, a
Purificação do Mantra, a Purificação dos Materiais (Dravyas), e a Purificação
do Devatā são as cinco purificações. A menos que elas sejam realizadas, como
pode haver uma adoração da Divindade?
6:17 – A Purificação do próprio Eu é realizado
através do banho (abluções, mantra snana), da purificação dos elementos
(bhūta-śuddhi), de prāṇāyāma e de ṣaḍaṅga nyāsa
6:18 – A limpeza, a sagração do local de adoração, de
modo que ele brilhe como um espelho, e em seguida a decoração do local com
flores, guirlandas, incenso, canfora, luzes e as cinco cores, é chamada de
purificação do local de adoração.
6:19 – Vincular o Mūla Mantra com as letras do
alfabeto uma vez na frente e, em seguida, na ordem inversa, é chamada de
purificação do mantra (mantra śuddhi).
6:20 – A purificação dos materiais de adoração
(dravya śuddhi) é feito aspergindo água sobre eles com o Mūla Phaṭ mantra e, em
seguida, mostrando o Dhenu Mudrā.
6:21 – Invocando vida na Divindade sobre o Pīṭha
(assento), imaginando a Divindade em Sua totalidade (com todos os membros,
órgãos etc.), o Sādhaka com eu iluminado, asperge sobre a Divindade três vezes
a água dos Dravyas (que foi santificado pelo nyāsa etc.) com o acompanhamento
do Mūla Mantra. Isto é chamado deva śuddhi (purificação da divindade).
6:22 – Depois de realizar as cinco purificações como
descrito, o Sādhaka deve começar sua adoração sozinho. Somente adoração
semelhante frutifica, caso contrário ela não frutifica.
Necessidade dos Maṇḍalas no culto
6:23 – Oh Minha Amada ! A adoração é sem frutos sem
os Maṇḍalas. Portanto, os Maṇḍalas devem ser apropriadamente desenhados e a
adoração realizada neles.
6:24 – Permeando o Universo existe a forma intacta do
Maṇḍala, o Maṇḍala o qual circunscreve os três mundos é da Forma de Sadā-Śiva.
6:25 - Uḍḍīyāna-pīṭha
é (a forma) de quatro lados; Kāmarūpa-pīṭha
é circular; Jālandhara-pīṭha é
semicircular; e Pūrṇagiri-pīṭha é
triangular. Depois de adorar tal Maṇḍala, os locais apropriados devem ser
estabelecidos em suas ordens respectivas.
Sāmānya etc cinco vasos (Pātras)
6:26 – Sāmānya arghya pātra (vaso para oferecimento
de água), Śrī pātra, Guru pātra, Bhoga pātra e Bali pātra são os cinco vasos.
6:27-28 – Não se deve colocar dois vasos, ou três
vasos, ou um vaso. Arranjando os vasos a partir da (do devoto) direita para a
esquerda, o Sādhaka deve adorá-los e preenche-los com Āsava (licor alcoólico)
para o acompanhamento do Mūla Mantra. Em seguida, coloque neles pedaços de um
Māṣa cada de Matsya e de Māṁsa.
Determinação dos dravyas para as libações
6:29 – Destruído, velho, usado pelos outros, com mau
cheiro ou sem cheiro, tais materiais são excluídos. A libação de materiais
(Hetu, Madya/vinho) contido no vaso de outros também se tornam infrutíferos.
6:30 – Oh Kuleśvarī ! os vasos não devem ser
preenchidos com tais materiais desagradáveis. Materiais de bom gosto,
fragrâncias e outros agradáveis se tornam frutíferos.
O Surā (vinho) não cultivado é proibido
6:31 – O Surā (vinho) não cultivado é pecado e traz
conflito, doença e dor. Ela também destrói a expectativa de vida, a riqueza, a
fama, a fortuna e a propriedade.
6:32 – Portanto, o Kula Dravya deve ser bem cultivado
antes de ser usado para adoração, caso contrário a pessoa que oferece e aquela
que participa, ambos, dos Dravyas não cultivados, vão para o inferno. Não há
dúvida disto.
6:33 – Sem a consagração apropriada dos Dravyas, não
se deve nem realizar Japa e nem Dhyāna. Oh Minha Amada ! aqueles que assim
fazem sofrem dores em cada passo.
6:34 – Sem Āsava (licor alcoólico) o Mantra não é
Mantra, e sem Mantra o Āsava é inútil. Como pode haver uma adoração quando
existe mutua contradição? Se houver qualquer dúvida sobre esta relação, esta
deve ser esclarecida (diretamente) da boca de um Guru.
6:35 – Dravyas purificados por Vīkṣaṇa, Prokṣaṇa, Dhyāna, Mantra e Mudrā são aptos
para oferecimento de libações porque tais Dravyas agradam as Divindades.
6:36 – Com os vinte e quatro (24) Mantras de Agni,
Sūrya, Īndu (Candra), Brahmā, Indra, Viṣṇu, rudra e Sadāśiva, Madya (vinho) se
torna o Supremo Néctar.
Os 16 desejos preenchidos nas fases da Lua
(Candra Kalā) originando dos Svaras
6:37-38 – 1. Amṛṭā; 2. Mānadā; 3. Pūṣā; 4. Tuṣṭi; 5.
Puṣṭī; 6. Rati; 7. Dhṛti; 8. Śaśinī; 9. Candrikā; 10. Kānti; 11. Jyotisnā; 12.
Śrī; 13. Prīti; 14. Aṅgadā; 15. Pūrṇā; e 16.Pūrṇāmṛtā são os 16 Kalās de
Candramā que se originam do 16 Svaras.
As 12 riquezas dadas pelos Kalās de Sūrya
iniciando de Ka-Bha e terminando em Ṭha-Ḍa
6:39 – 1. Tāpini –2. Tāpini – 3. Dhūmrā – 4. Marīci –
5. Jvālinī – 6. Rucī – 7. Suṣumnā – 8. Bhogadā – 9. Viśvā – 10. Rodhinī – 11.
Dhāriṇī – 12. Kṣamā são as 12 riquezas dadas por Saura Kalās, o qual inicia com
Ka-Bha e termina com Ṭha-Ḍa.
Os 10 Agni-kalās das letras de Ya a Kṣa,
o qual dá mérito religioso
6:40 – 1.
Dhūmrārci – 2. Ūṣmā – 3. Jvalinī – 4. Jvālinī – 5. Visphuliṅginī – 6. Suṣrī –
7. Surūpā – 8. Kapilā – 9. Havya-vahā – 10. Kavya-vahā são os dez Agni Kalās, iniciando com a letra Ya e
terminando com Kṣa, o qual providencia Méritos Religiosos.
Os nomes dos Kalās de Auṁkāra.
Dez Sṛṣṭi-kalās originando de A-kāra e nascidos de Brahmā:
6:41 –1. Sṛṣṭi – 2. Ṛddhi – 3. Smṛti – 4. Medhā – 5.
Kānti – 6. Lakṣmī – 7. Dyuti – 8. Sthirā – 9. Sthiti – 10. Siddhi são os dez Sṛṣṭi
Kalās de Ka a Ca que se originam de A-kāra e nascem de Brahmā.
Os 10 Sthiti-kalās originados
de U-kāra e nascidos de Viṣṇu
6:42 – 1. Jarā – 2. Pālini – 3. Śānti – 4. Īśvarī –
5. Rati – 6. Kāmikā – 7. Varadā – 8. Hlādinī – 9. Prīti – 10. Dīrghā são os dez
Sthiti Kalās de Ta a Ta que se originam de U-kāra e nascem de Viṣṇu.
Os 10 saṁhāra-kalās originados
de Ma-kāra e nascidos de Rudra
6:43 – 1. Tīkṣṇā – 2. Raudrī – 3. Bhayā – 4. Nidrā –
5. Tandrā – 6. Kṣut – 7. Krodhinī – 8. Kriyā – 9. Utkārī – 10. Mṛtyu são os dez
Saṁhāra Kalās das letras Pa a Ya e originados de Ma-kāra, nascidos de Rudra.
Os 5 Tirodhāna-kalās originados
de Bindu e nascidos de Īśvara
6:44 – 1. Pitā – 2. Śveta – 3. Aruṇā – 4. Asitā são
os quatro Tirodhāna Kalās das letras Ṣa que se originam de Bindu e são nascidos
de Īśvara.
Os 16 Anugraha-kalās originados
de Nāda e nascidos de Sadāśiva
6:45-46 – 1. Nivṛtti – 2. Pratiṣṭha – 3. Vidyā – 4.
Śānti – 5. Indhikā – 6. Dīpikā – 7. Recikā – 8. Mocikā – 9. Parā – 10. Sūkṣmāmṛtā
– 11. Jñānā – 13. Amṛtā – 14. Āpyāyanī – 15. Vyāpini – 16. Vyomarūpā são os
dezesseis kalās que se originam de Nāda e são nascidos de Sadāśiva.
Mantra para a purificação dos elementos
6:47-48
– Depois da adoração de Brahmā Kalā com Haṁ-saḥ etc.; depois da adoração de Viṣṇu
Kalā com Pratadviṣṇu etc., depois da adoração de Rudra Kalā com Tryambakaṁ etc.;
depois da adoração de Īśvara com Tad Vṣṇoḥ etc.; depois da adoração de Sadāśiva
Kalās com Viṣṇuryoni etc., Mantra deve ser realizado. Pela adoração com estes
94 Mantras Siddhis (94 Kalās) de Mantra, Ātmā e Devatā-bhāva são obtidos.
6:49
– Oh Kulanāyike ! Os supracitados são os Cinco Mantras. Depois de Japa destes
Mantras, deve-se convidar o Primeiro Elemento com o seguinte Mantra (Ślokas
50-52):
Akhaṇḍaikarasānandākare
parasudhātmani |
Svacchandasphuraṇāmatra
nidhehyakularūpiṇi ||50||
Akulasthāmṛtākāre
siddhijñānakare pare |
Amṛtatvaṁ vidhehyasmin
vastuni klinnarūpiṇi ||51||
Tadūpeṇaikarasyañca kṛtvārghyaṁ
tatsvarūpiṇi |
Bhūtvā parāmṛtākāraṁ mayi
citsphuraṇaṁ kuru ||52||
Amṛteśī Mantra
6:53-55
– Agora Japa do Mantra de 35 letras chamado Amṛteśī deve ser realizado. A forma deste Mantra é:
ऐं
प्लूं स्रौं जूं सः अमृते अमृतोद्भवे
अमृतेश्वरि
अमृतवर्षिणि अमृतं स्रावय स्रावय स्वाहा ।
aiṁ plūṁ srauṁ jūṁ saḥ amṛte
amṛtodbhave
amṛteśvari amṛtavarṣiṇi amṛtaṁ
srāvaya-srāvaya svāhā |
6:56-58
– Depois disto o Japa de 37 letras chamado Dīpanī
deve ser realizado, o qual providencia todos os Siddhis. A forma do Mantra é:
ऐं वद
वद वाग्वादिनि ऐं क्लीं क्लिन्ने क्लेदिनि क्लेदय महामोक्षं
कुरु
कुरु क्लीं ह्सौं मोक्षं कुरु कुरु ह्सौं स्हौं ।
aiṁ vada-vada vāgvādini aiṁ
klīṁ klinne kledini kledaya mahāmokṣaṁ
kuru-kuru klīṁ hsauṁ mokṣaṁ
kuru-kuru hsauṁ shauṁ |
Método para a purificação do vaso
6:59-60
– Agora os Mantras de (1) Kalā; (2) Mātṛkā; (3) Akhaṇḍaika; (4) Amṛteśi; (5)
Dīpanī e (6) Mūla Mantra devem ser lembrados, respectivamente, uma vez, duas,
três, quatro, cinco e oito vezes. Depois disto, a adoração dos vasos deve ser
realizada e a Dhenu Mudrā deve ser mostrada a eles.
Mantra para a purificação do vaso
6:61 – Os vasos devem ser purificados com este Mantra
(Śloka 61):
ब्रहमाण्डखण्डसम्भूतमशेषरससम्भूतम्।
आपूरितं
महापात्रं पीयूषरसमावह ॥६१॥
Brahmāṇḍakhaṇḍasambhūtamaśeṣarasasambhūtam
|
Āpūritaṁ mahāpātraṁ pīyūṣarasamāvaha
||61||
6:62
– Portanto, Oh Minha Amada ! com os Dravyas purificados da forma citada, com
incenso, flores e arroz (Akṣata), e também como todos os Mantras do Nyāsa, o
devoto deve adorar a si mesmo. A linhagem inteira de Gurus deve ser adorada na
cabeça, e a de Śrī Pādukā deve ser adorada no Mūlādhāra.
A linhagem de Gurus chamada Divyaugha,
Siddhaugha e Mānavaugha
6:63-64
–1-2. Ādinātha e Sua Śakti; 3-4; Sadāśiva e Sua Esposa; 5-6. Īśvara e Sua
Bhāryā; 7-8. Rudra e Sua Vādhū; 9-10. Viṣṇu e Sua Amada; 11-12. Brahmā e Sua
Esposa, são os 12 Divyaugha Gurus.
6:65-66
– 1. Sanaka; 2. Sanandana; 3. Sanātana; 4. Sanatkumāra; 5. Sanatsujāta; 6. Ṛbhukṣaja;
7. Dattātreya; 8. Raivataka; 9. Vāmadeva; 10. Vyāsa; e 11. Śuka são os 11 Siddhaugha Gurus.
6:67
– 1. Nṛsiṁha; 2. Maheśa; 3. Bhāskara; 4. Mahendra; 5. Mādhava; e 6. Viṣṇu são
os 6 Mānavaugha Gurus.
6:68
– Deve-se sempre adicionar Namaḥ e Parama Śiva no final de cada nome dos
Divyaugha Gurus; Namaḥ e Mahāśiva no final de cada nome dos Siddhaugha Gurus; e
Namaḥ e Sadāśiva no final de cada nome dos Mānavaugha Gurus.
Por exemplo:
“Sarasvatī Brahmābhyāṁ Namaḥ Parama Śiva” – no caso da classe dos Divyaugha, com suas
Consortes, e assim por diante com cada classe de linhagem dos Gurus, com ou sem
a Esposa, conforme claramente o texto explica, fazendo as devidas saudações com
os mantras.
Mantra para a invocação da Devi
6:69-70
– Em seguida, depois da adoração do Pīṭha (assento), deve-se invocar a Devi com
este Mantra (Śloka 69-70):
महापद्मवनान्तःस्थे
करणानन्दविग्रहे ।
सर्वभूतहिते मातरेह्येहि परमेश्वरि॥५८॥
देवेशि भक्तिसुलभे सर्ववरणसंयुते
।
यावत्त्वां पूजयामीह तावत्त्वं सुस्थिरा भव ॥७०॥
Mahāpadmavanāntaḥsthe karaṇānandavigrahe
|
Sarvabhūtahite mātarehyehi
parameśvari ||69||
Deveśi bhaktisulabhe
sarvavaraṇasaṁyute |
Yāvattvāṁ pūjayāmīha
tāvattvaṁ susthirā bhava ||70||
6:71
– Invocando a Devi com o Mantra acima, deve-se comtemplá-La, mostrar a Mudrā e
adorá-La com incenso, flores e Akṣata (arroz) etc.
Imaginação da Forma de Brahmana
6:72
– Embora sem corpo (nirguṇa), consistindo de pura Inteligência, Imensurável e
sem Atributos, ainda a Forma de Brahmana tem de ser imaginada (meditada) para o
benefício dos Sādhakas.
Dez locais para a adoração da Devi
6:73-74
– Liṅga (símbolo), Sthaṇḍila (altar), Vahni (fogo), Jala (água), Vastra
(vestuário), Sūrpa (abanar em círculos), Maṇḍala (círculos/e formas
ritualísticas), Phalaka (assoalho), Mūrfhni (cabeça), e Hṛdaya (coração) são os
dez locais onde, imaginando a Forma do Sem-Forma, um Sādhaka absorto nas
práticas ritualísticas deve adorar Parama Śiva.
Razões para a adoração de um símbolo
6:75 – Assim como o leite permeia o corpo inteiro de
uma vaca, mas flui somente através de suas tetas, da mesma forma a Divindade,
embora a tudo permeie, somente existe na Imagem e semelhantes.
6:76 – Da adoração de uma Forma Divina em uma Imagem
e da profunda fé do Sādhaka, obtém-se a proximidade do Devatā.
6:77 – A manteiga clarificada (Ghṛta) não nutre
nenhuma parte do corpo conforme ela permanece no corpo de uma vaca, mas quando
ela é colhida e dado o devido tratamento, ela produz nutrição.
6:78 – Assim como o Ghṛta no corpo de uma vaca, assim
também Parameśvara, embora permeando todos os corpos, não rende frutos aos
homens sem a adoração apropriada.
Importância de aderir às regras
6:79 – Quando todos os Membros da Divindade são
convocados juntos, quando os Prāṇas e Indriyas são animados (na Divindade), e
quando a Divindade é consagrada com Vida, somente então uma Divindade Viva deve
ser adorada; caso contrário a adoração é infrutífera.
6:80 – Existem muitos defeitos do Mantra, defeitos de
ritual, defeitos de procedimento etc., contudo, deve-se, pelo início do pardon
da Divindade, corrigir todos estes defeitos dos estágios e dos procedimentos.
6:81 – Qualquer ação realizada contra as regras não
carregam frutos devido a tais defeitos.
6:82 – Excesso ou poucas ações nunca dão frutos. Boas
ações, como as prescritas, por si só dão frutos.
6:83
– Japa, Homa e Adoração, quando feitos de acordo com as regras prescritas para
eles, agradam a Divindade e asseguram frutos na forma de Prazer e Emancipação.
Unidade do Devatā Mantra e do Yantra
6:84
– Qualquer adoração realizada sem o conhecimento de imanência do Devatā, Mantra
e Yantra, torna-se, Oh Śāmbhavī ! infrutífero.
6:85
– Yantras são Mantramaya (da forma de Mantras) e a Divindade é da forma do
Mantra (devatā mantrarūpiṇī). Portanto, Oh Devī ! Adorada no Yantra Ela é, de
fato, agradada instantaneamente.
Etimologia da palavra Yantra
6:86
– Devido ao fato dele ser o controlador de todas as dores que surgem do desejo,
da raiva e de outras falhas, ele é chamado Yantra. A Divindade se agrada quando
adorado no Yantra.
6:87
– Assim como o corpo é para o Jīva, e um óleo ou Ghṛta (manteiga clarificada) é
para uma lâmpada, assim o Yantra consagrado é um Assento para todas as
Divindades.
6:88
– Portanto, desenhando um Yantra, meditando sobre Śiva em Sua Própria Forma, e
conhecendo tudo do Guru, deve-se apropriadamente realizar a adoração.
Método de adoração do Yantra
6:89 – Se alguém realiza a adoração dos diferentes
Devatās no mesmo Pīṭha (assento) sem seus respectivos Yantras, então, devido a
esta falta da personificação e do personificado, aquele Sādhaka provoca a curse
das Divindades.
6:90 – Daí, no mesmo Pīṭha, a adoração de diferentes
Divindades deve ser realizada separadamente em seus respectivos Yantras, de
acordo com seus respectivos procedimentos e revestimentos.
6:91 – Invocando uma Divindade em particular, se
alguém adora outra Divindade (da invocada), então aquele Sādhaka de mente
instável recebe a curse de ambas as Divindades.
6:92-94 – Oh Minha Amada ! conhecendo todas estas
regras de seu Gurudeva, se um Sādhaka realiza adoração da Divindade com
dezesseis Upacāras em Sua Forma e Revestimentos abençoados, então ele agrada a Divindade. Deve-se adorar
com Mūla Mantra, incenso, flores e Akṣata (arroz) etc., todas as que foram
mencionadas no Mahāṣoḍhā, colocando Praṇava (Auṁ) no início e Namaḥ no final de
cada nome.
Método de oferecimento de libações de água para a Divindade
6:95-96 – Oh Kulanāyike ! deve-se oferecer libações
com Ali-bindu (gotas de vinho). Juntando as pontas de Anāmikā (terceiro dedo,
anelar) e o polegar, deve-se aspergir sobre os dravyas a partir de seu próprio
vaso. Assim, realizando Japa de Mūla Mantra e do Pādukā, e despertando sua
força interior (śakti), ofereça libações à Divindade.
6:97 – Oh Minha Amada ! Aṅguṣṭhā (polegar) é a forma
de Bhairava e Anāmikā (anelar) é a forma de Caṇḍikā. Daí, unindo Aṅguṣṭhā e
Anāmikā, deve-se oferecer libações para a família inteira da Śakti
(Kula-santatiḥ)
Determinação dos dedos para oferecimento das libações
sobre as bases dos desejos a serem realizados
6:98
– Oh Minha Amada ! Em rituais de Cativação (Vaśyam), o polegar e o anelar; em
Feitiços (Abhicāra), o polegar e o primeiro dedo; e em Imobilização
(Sthambana), o polegar e o dedo mínimo devem ser usados juntos para o
oferecimento de libações.
6:99
– Assim, oferecendo libações dos Kula Dravyas, conforme às regras, deve-se,
depois de conhecer bem as três linhagens dos Gurus anteriormente citados, e
após o entendimento dos Devatās, adorar a todos eles.
Meditação sobre a linhagem dos Gurus
6:100 – Deve-se meditar sobre a Linhagem dos Gurus
com estas linhas (Śloka 100)
karābhyāṁ
cinmudrāṁ samadhunṛkapālañca dadhatīm |
drutasvarṇaprakhyāmaruṇakusumālepavasanām
|
kṛpāpūrṇāpāṅgīmaruṇanayanāmambarajaṭā
|
mupetāṁ
siddhaughairyajatu gurupaṁkti kramagātim ||100||
6:101 – Realizando meditações assim um Sādhaka deve
oferecer incensos, luzes, comestíveis, licores e vários alimentos com Māṁsa,
frutos e folhas de betel etc.
6:102 – Assim eu falei a Você os sintomas do
Kulācāra, dos Dravyas, suas culturas, purificação e semelhantes. Agora o que
mais, Oh Devī ! Você quer ouvir?
Iti śrīkulārṇave nirvāṇamokṣadvāre mahārahasye
Sarvāgamottamottame sapādalakṣagranthe pancam-
Khaṇḍe ūrdhvāmnāyatantre dravyasaṁskarāra-
Vidhānakathanaṁ nāma ṣaṣṭha ullāsaḥ ||6||