कुलार्णव तन्त्रम्
KULĀRṆAVA TANTRAM
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अष्टम
उल्लासः
aṣṭama ullāsaḥ
Oitavo Ullāsa
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Tradução para o Português a partir
do estudo das Obras em Sânscrito com comentários para o Inglês por:
Sir John Woodroffe,
M. P Pandit,
Prachya Prakshan &
Ram Kumar Rai
ॐ
ॐ गुरवे नमः
Oṁ Gurave Namaḥ
Traduzido para o Português por:
... uma yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva ...
Karen de Witt
2012/2013
© Todos os direitos reservados.
O livro está disponível para leitura on-line, mas não pode ser comercializado.
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As notas de rodapé, conforme citações das autoridades acima mencionadas,
serão acrescentadas após o término das publicações dos capítulos restantes.
Śrī Devi disse:
8:1-2: Oh Kuleśa, Oh Oceano de Néctar de Gentilezas ! eu
quero ouvir sobre a distinção do Ullāsa. Oh Parameśvara ! diga-me sobre a Troca
dos Dravyas e dos Vasos, do Rati (copulação), do Udvāsana Kāla (momento de
abandono), da situação do Śrī Cakra e das ações das Kauliśaktis.
Sete
alegrias e suas características
8:3
– Ouça, Oh Devī ! estou falando o que Você me perguntou. Por meramente ouvir,
surge o Sentimento Divino.
8:4
– Ullāsas (alegria) são sete – 1. Ārambha (iniciando); 2. Taruṇa (juvenil); 3.
Yauvana (jovem); 4. Prauḍha (maduro); 5. Prauḍhānta (depois da maturidade); 6.
Unmanā (excitado); e 7. Manollāsa (alegria calorosa).
8:5
– Oh Kulanāyike ! Ārambha-ullāsa é provocada pelo surgimento de três Tattvas.
Oh Ambike ! Taruṇollāsa é quando o prazer juvenil surge.
8:6
– Oh Minha Amada ! A condição da própria alegria mental é chamada de
Yauvanollāsa; e quando existe hesitação da visão, mente e discurso, isto é Prauḍhollāsa.
Regras para
as substituições dos draviyas
8:7
– No caso da alegria no Cakra, se alguém deseja trocar os vasos, então ele deve
fazer somente de acordo com a regra de mudança da direita.
8:8
– Aquelas pessoas não iniciadas de má conduta, não experientes nos Tantras,
desprovidos de Iṣṭa Devatā, com culpa na consciência, afastados do Samayācāra,
não devem trocar os Dravyas.
8:9
– Aqueles ignorantes, vaidosos, traiçoeiros, cheios de Paśu Bhāva, de espírito
inferior, não devem trocar os Dravyas.
8:10
– Mulheres odiosas, amaldiçoadas por Gurus, desprovidas de devoção, de espírito
mau, desprovido de preceitos do Kuladharma, não devem trocar os Dravyas.
8:11
– Mesmo se uma pessoa for possuidora do conhecimento da Gramática, da Lógica,
dos Vedas e dos Dharmaśāstras, se esta pessoa for ignorante do Kuladharma, ele
deve ser evitado na troca dos Dravyas.
8:12
– Mesmo se alguém nasce em uma boa família, ou se possui um bom caráter, se ele
for contrário à Sua adoração, sua companhia deve ser evitada.
8:13
– Oh Pārvatī, ouça ! qualquer um como esposa íntima, filhos, amigos ou irmãos,
se eles não conhecerem o Kulācāra, suas companhias devem ser evitadas.
8:14
– Não se deve trocar os Dravyas com pessoas desconhecidas de outro país a menos
que haja harmonia através dos sinais.
8:15
– Mesmo se o próprio Kuleśvara estiver lá, não se deve participar dos Dravyas a
partir do mesmo vaso. Se alguém faz isto, então seus Mantas devem se voltarão
contra ele e ele encontrará dificuldades em cada passo.
8:
16 – Não se deve oferecer Hetu (vinho) de seu próprio vaso para Bhairava. Se
alguém age assim, Oh Kuleśāni ! ele receberá a curse dos Deuses.
8:
17 – Não se deve oferecer seu próprio assento, alimento, vaso, roupas e cama
para pessoas desconhecidas. Nem se deve recorrer à companhia de tais pessoas.
8:18
–Um Kaulika deve trocar os vasos de acordo com as distinções dos Āmnāyas. Há
uma conformidade entre Leste e Sul, e entre Norte e Oeste nos Āmnāyas.
8:19
– Portanto, os respectivos Sādhakas destes quatro Āmnāyas devem trocar com os
Vīra Sādhakas de suas próprias classes e com mulheres.
8:20
– Oh Minha Amada ! preenchendo os vaso providenciados pelos Yogīs e pelas
Yoginīs, deve-se beber com a recitação do Pādukā do próprio Mātṛkā e do Mūla
Mantra.
8:21
– Se, pela graça de Deus, obtém-se um Ali-pātra (vaso cheio de vinho), ele deve
aceita-lo com devoção e lembrar seu Guru ao beber (o vinho) com a recitação dos
Mantras acima mencionados.
Regras
relacionadas à repartição da bebida dos restos das libações no Cakra
8:22
– Oh Pārvatī ! Deve-se comer os restos somente da Guru Śakti, filhos do Guru e
dos mais experientes, não de outros.
8:23
– Deve-se beber os restos dos Dravyas da Śakti e comer os restos dos
comestíveis de um Vīra. Nem se deve oferecer seus próprios restos aos outros
nem participar daqueles dos outros.
8:24
– Os restos das mulheres podem ser comidos, mas, Oh Deveśi ! não se deve dar os
seus próprios restos mesmo no Cakra. Se alguém age assim ele encontra sua
própria queda.
8:25-26
– Oh Ambike ! Deve-se oferecer os restos somente a seus próprios Śiṣyas mais
jovens. Contudo, sem amor, com ganância ou medo, oferecer ou tomar dos outros
os restos do Āsava (licor) ou do vaso, a pessoa recebe a curse dos Deuses e cai
em dificuldades.
Método de
oferecimento das libações para Ucchisṭa-Bhairava
8:27
– Oh Kuleśāni ! No caso do Prauḍhollāsa, deve-se fazer um triângulo quer dentro
ou fora da casa de adoração e, em seguida, adora-lo com incenso, flores e Akṣata
(arroz) e então contemplar o Ucchiṣṭa Bhairava com o seguinte (Śloka 28):
8:28
– Este é o Śloka para a contemplação de Ucchiṣṭa Bhairava:
Gandhapuṣpākṣataiḥ
pūjya dhyāyeducciṣṭabhairavam |
gadātriśūlaḍamarupātrahastaṁ
trilocanam |
kṛṣṇābhaṁ
bairava dhyāyet sarvavighnanivāraṇam ||28||
8:29
– Portanto, ofereça Libações com o seguinte Mantra como citado abaixo:
ॐ ॐ ॐ उच्छिष्ट भैरव एहि एहि बलिं गृह्ण गृह्ण फट्
स्वाहा ।
Oṁ
oṁ oṁ ucchiṣṭa bhairava ehi-ehi baliṁ gṛhṇa-gṛhṇa phaṭ svāhā |
8:30
– Depois disto, deve-se recitar o seguinte Śanti-stava (Śloka 31-54) e oferecer
libações de gotas de Ali (vinho):
Śānti Stava (Śānti-Pāṭha)
Yajanti devyo harapādapaṅkajam
prasannadhāmāmṛtamokṣadāyakam
|
Anantasisaddhāntamayaprabodhakaṁ
namāmi cāṣṭāṣṭakayoginīgaṇam
||31||
Yoginīcakramadhyasthaṁ mātṛmaṇḍalaveṣṭitam
|
Namāmi śirasā nāthaṁ
bhairavaṁ bhairavīpriyam ||32||
Anāndighorasaṁsāradhvāntaikadhvaṁsakārine
|
Namaḥ śrīnāthavaidyāya
kulauṣadhividhāyine ||33||
Āpado duritaṁ rogāḥ
samayācāralaṅghanāt |
Ye te sarve vyapohantu
divyacakrasya melanāt ||34||
Āyurārogyamaiśvryaṁ
kīrttirlābhaḥ sukhaṁ jayaḥ |
Kāntirmanoharā cāstu pāntu
sarvāśca devatāḥ ||35||
Sampūjakānāṁ pratipālakānāṁ
yatīndrayogīndratapodhanānām |
Deśasya rāṣṭrasya kulasya
rājñaḥ |
Karotu śāntiṁ bhagavāt
kuleśaḥ ||36||
Nandantu
sādhakakulādvayadarśakā ye siṁhāsanādyuṣitaśāktamahānvayā ye |
Nandantu sarvakulakaularatāḥ
pare ye cānye viśeṣapadabhedakaśāmbhavā ye ||37||
Nandantu
siddhaguravastadanukramajñā jyeṣṭhānvayā samayino baṭukāḥ kumāryaḥ |
Ye yoginīpravaravīrakule
prasūtā nandantu bhūmipatigodvijasādhulokāḥ ||38||
Nandantu nītinipuṇā
niravadyaniṣṭhā nirmatsarā nirupamā nirupadravāśca |
Nityaṁ nirañjanaratā
gurave nirīhāḥ śāntāśca śāntamanaso hṛtaśokaśaṅkāḥ ||39||
Nandantu yogniratāḥ
kulayogayuktā hyacāryasāmayikasādhakaputrakāśca |
Gāvo dvijā yuvatayo yatayaḥ
kumāryo dharma carantu niratā gurubhaktalokāḥ ||40||
Nandantu sādhakakulā
hyalamātmaniṣṭhāḥ śāpāḥ patantu samayadviṣi yoginīnām |
Sā Śāmbhavī sphuratu kāpiṁ
samāpyavasthā yasyāṁ guroścaraṇapaṅkajameva satyam ||41||
Yāścakrakramabhūmikāvasatayo
nāḍīṣu yāḥ saṁsthitā yāḥ
kāyoṭgataromakūpanilayā yaḥ
saṁsthitā dhātuṣu |
Ucchvāsomimaruttaṅganilayā
niśvāsavāsāśca yāstā
devyoripupakṣabhakṣṇaratā
nandantu kaulārcitāḥ ||42||
Yā devyaḥ kulasambhavāḥ kṣitigatā
yā devatāstoyagā yā
nityaṁ prathitaprabhāḥ
śikhigatā yā mātariśvālayāḥ |
Yā vyomāhitamaṇḍalāmṛtamayā
yāḥ sarvagāḥ sarvadāstāḥ
sarvāḥ kulamārgapālanaparāḥ
śānti prayacchantu me ||43||
ūrdhve brahmāṇḍato vā divi
gaganatale bhūtale vā tale vā
pātāle vānale vā
salilapavanayoryatra kutra sthitā vā|
kṣetre pīṭhopapīṭhādiṣu ca
kṛtapadā dhūpadīpādikena
prītā devyaḥ sadā naḥ
śubhavalividhinā pāntu vīrendravandyāḥ ||44||
brahmā śrīḥ śeṣadurgāguha
baṭuka gaṇā bhairavāḥ kṣetrapādyā
vetāla āditya rudra graha
vasumanu siddhā apsaro guhya kādyāḥ |
bhūtā gandharvavidyādharaṛṣipitṛyakṣāsurāḥ
kinnarādyā
yogīśāścāraṇāḥ kimpuruṣamunivarāścakragāḥ
pāntu sarva ||45||
dehasthākhiladevatā
gajamukhāḥ kṣetrādhipā bhairavā
yoginyo baṭukāśca yakṣapitaro
bhūtāḥ piśācā grahāḥ |
anye bhūcarakhecarā
diśicarā vetālakāśceṭakā-stṛpyantāṁ
kulaputrakasya pibataḥ
pānaṁ sadīpañcarum ||46||
satyañced guruvākyameva
pitaro devaśca ced yoginī prītā
cet paradevatā yadi
bhavedvedāḥ pramānaṁ hi cet |
śākteyaṁ yadi darśanaṁ
bhavati cedājñāpyamoghāpi cet |
satyañcāpi ca
kauladharmaparaṁ syānme jayaḥ sarvadā ||47||
nandantu sādhakāḥ sarva
naśyantu kuladūṣakāḥ |
anantḥsthā Śāmbhavī mo’stu
prasanno’stu guruḥ sadā ||48||
yadyeṣā bhairavī devī yadi
bhairavaśāsanam |
yadyeṣa kuladharmaḥ
syāttadā naśyantu dūṣakāḥ ||49||
yāsāmājñāprabhāveṇa
sthāpitaṁ bhuvanatrayam |
namastābhyaḥ samasasbhyo
yoginībhyo nirantaram ||50||
pibantu mātaraḥ sarvāḥ
pibantu kulasattamāḥ |
pibantu bhairavāḥ sarva
mama dehe vyavasthitāḥ ||51||
tṛpyantu mātaraḥ sarvaḥ
samudrāḥ sagaṇādhipāḥ |
yoginyaḥ kṣetrapālāśca
mama dehe vyavasthitāḥ ||52||
śivādyavaniparyanta
brahmādistambasaṁyutam |
kālāgnyādiśivāntañca jagad
yañjena tṛpyatu ||53||
dvārasthā maṇimaṇḍapasya
paritaḥ śrīnandane
kānane
śūnyāgāravihārakandaramaṭhe vīma (vyomni) śmaśāne sthitāḥ |
kūpasthānagatāścatuṣpathagatāḥ
sandeśasaṁsthāśca ye |
paṅkārthāvahaketumānakusumāt
gṛhṇantu te pāntu ca ||54||
Comportamento
dos Sādhakas no Cakra
8:55
– Oh Minha Amada ! Depois de recitar o Śānti-Pāṭha, o Guru deve levantar o vaso
de adoração e em seguida, Oh Kulanāyike ! distribuir a Prasāda para os seus Śiṣyas.
8:56-58
– A realização de suas ações desejadas pelos Sādhakas participantes do Cakra é
chamada de Prauḍhānta ullāsa. Oh Devī ! quando o Prauḍhānta ullāsa é alcançado, então
naquele estado de êxtase existe um prazer desonroso entre os grupos de Yogīs e
Yoginīs. Em tal atmosfera de alegria não existe conceito de propriedade entre
os Vīras. Oh Parameśvari ! Neste estado, o desejo por si só é a riqueza
prescrita pelos Śāstras. Então, neste estado, quer ele seja auspicioso ou
inauspicioso, as ações são realizadas são, Oh Divina Beleza, consideradas com
meios de prazer do Devatā.
8:59-61
– Neste estado a conversação é o fruto do Japa, a sonolência é o Samādhi, as
ações são o culto, a união com Śakti é a Emancipação, a partilha dos Dravyas é
como se tomadas por Bhairava e a oração, Oh Devi !, é considerada como o cantar
de um Stotra (hinos de louvor). O contato dos corpos físicos é o Nyāsa,
partilha da comida é o derramar das oblações no fogo, Darśana é Dhyāna e o sono
é como a adoração. Desta forma, qualquer ação realizada neste ullāsa, são
consideradas auspiciosas. Contudo, considere suas adequações ou do contrário é
um pecador.
8:62
– Os Vīras participantes de um Cakra são Yogīs exaltados em quem os homens
devem ver a forma do próprio Bhairava.
8:63-64
– Exuberância, suprema Bem-aventurança, aumento de conhecimento, o tocar da
flauta e da Vīṇā (um instrumento musical de corda), a poesia, o choro, a
oração, o cair e o se levantar, bocejo e andar – todas estas ações, Oh Devī ! são
adotadas como praticas Yogicas.
8:65
– Neste Cakra os Yogīs e Yoginīs Vīras, em seus estados estáticos de
comportamento, Oh Devi, estão conforme a alegria de seus mentes.
8:66
– Esquecendo os seus próprios pensamentos, eles perguntam lentamente dos outros
Sādhakas sentados ao lado, e seguram o vaso em suas bocas em silencio.
8:67
– Excitados pela paixão, tratando os outros homens como suas próprias amadas,
as senhoras tomam seus abrigos. Os homens também, alegres em Prauḍhānta ullāsa,
comportam-se semelhantemente.
8:68-69
– Intoxicados, homens abraçam homens. As senhoras aturdidas perguntam aos seus
próprios maridos perguntais tais como “quem é você, quem sou eu, quem são estas
pessoas a nossa volta, por que estamos aqui, por que estamos sentados aqui, é
um jardim ou nossa própria casa?”
8:70
– Oh Śāmbhavī ! os Yogīs comem cada um dos vasos dos outros e colocam a bebida
em potes sobre suas cabeças e dançam ao redor.
8:71
– Enchendo suas bocas com vinhos eles fazem as senhoras beberem de suas
próprias bocas. Colocando coisas picantes em suas bocas, eles transferem para a
boca de suas amadas.
8:72
– As Kula Śaktis, sem qualquer entendimento, aplaudem, cantam canções cujas
palavras são indistintas e, cambaleantes, dançam ao redor.
8:73-74
– Yogīs alegres caem sobre as senhoras, e Yoginīs intoxicadas caem sobre os
homens. Oh Kulanāyike ! Assim preenchendo seus desejos mútuos eles realizam
estas diversas ações.
Sem perversidade
mental é Devatā Bhāva
8:75
– Desprovido de perversões mentais, quando existe alegria, então um Yogī
superior obtém o Devatā bhāva.
Pecado de
mostrar desrespeito ao Kaulika
8:76
– Um tolo que se aproxima de um Kaulika em sua forma Bhairava é, Oh Kulanāyike
!, destruído, sem dúvida, pelas Yoginīs.
8:77
– Não se deve nem censurar e nem rir dos Sādhakas que estiverem em êxtase em
intoxicação em um Cakra; e nunca se deve divulgar os incidentes do Cakra.
8:78
– Não se devem nem se revoltar contra os Yogīs de um Cakra, nem os ferir de
qualquer forma. De outra forma, honrá-los com devoção e também manter seus
segredos.
Frutos de
mostrar respeito ao Kaulika
8:79
– Vendo os Sādhakas intoxicados em um Cakra, quem desenvolve um sentimento de
reverencia para com eles e os louvam com devoção, obtém o status das Yoginīs.
8:80
– Um Kaulika que vê o Cakra com devoção obtém, Oh Minha Amada ! os frutos de milhões
de Observâncias, Austeridades, Caridades e Sacrifícios.
Unmanollāsa,
o Estado de equilíbrio e Śambhavi Mudrā
8:81-83
– No estado do sexto Ullāsa, chamado Unmanā, as ações como cair e levantar, e
repetidamente desmaiar, ocorre. Associado com o desejo de conhecer Parā Brahmā,
estas duas ações acontecendo por um tempo indefinido, induz a um estado de
equilíbrio além do corpo e dos sentidos o qual, Oh Kulanāyike ! cai dentro do
domínio do sétimo ullāsa.
8:84
– Assumindo a forma do Parā Mantra, ele obtém o Parā Mūrchanā, devido a sua
proximidade em Mūrchanā o qual é chamado de a raiz de Mukti (Liberação).
8:85
– A visão externa livre de Nimeṣa (fechado) e de Unmeṣa (aberto), o real se
torna introvertido. Este é o Śāmbhavī Mudrā, o qual é mantido secreto em todos
os Tantras.
8:86
– Esta Mudrā é a melhor de todas, sempre benfeitora e providenciando equilíbrio
de gosto e forma. Alegres por isto um Vīra Sādhaka é verdadeiramente Śiva. Não
há dúvida disto.
8:87-90
– Como pode pessoas absortas no estudo do Eu conhecer o indescritível e supremo
prazer derivado neste Estado? Assim como o prazer de beber leite misturado com
açúcar pode ser encontrado por uma pessoa que bebe isto, da mesma forma o
prazer deste estado está além da descrição e só pode ser experimentado (para
ser conhecido). O êxtase que é visível neste estado é chamado do Brahmadhyāna.
O Supremo prazer do Impulso Divino experimentado neste estado não pode ser
descrito nem mesmo por pessoas inteligentes através da concentração. Absorto na
Suprema Bem-aventurança de Brahmā Dhyāna, estão os homens de elevadas ações
meritórias. Eles se tornam aturdidos e tristes até mesmo por uma interrupção
momentânea neste Dhyāna. Tal é o grande fruto do prazer derivado por Seus
devotos nesta sétima forma de ullāsa.
Todos os 8
Avasthās e as 8 Realizações inerentes no Sétimo Ullāsa
8:91-93
– Neste sétimo ullāsa, está inerente os oito Pratyayas (o significado aqui não é certo,
provavelmente significando Guru, Devatā, Mantra, Āgama, Paramparā ou
Sampradāya, Bhāva e Ācāra), os oito Avasthās (Kampana ou tremular; Romāñca, ou arrepio de
alegria; Sphuraṇa, ou pulsação nas partes do corpo; Premāśru, ou lágrimas de
amor; Sveda, ou transpiração; Hāsya, ou riso; Lāsya ou dança; e Gāyana ou
cantar) que surgem do conhecimento dos três tempos (passado,
presente e futuro). Não dúvida disto. Por que falar tanto, todos os oito Aṇimā
etc., todas as Realizações (Aṇimā, Laghimā, Prāpti, Prakāmya, Mahimā Iśitva, Vaśitva
e Kāmāvasāyit) se tornam escravas residindo na casa do Sādhaka e
servem a ele. Todas as qualidades que existem no corpo de Parameśvara de cinco
Faces vem para o conhecedor do Kula Tattva e do Tattva Jñāna.
8:94-95
– Ārambha, Taruṇa, Yauvana, Prauḍha e
Praśānta são os cinco ullāsas do estado de vigília; o sexto ullāsa é sonho;
o sétimo ullāsa é o Anvasthā Ullāsa é o sono que contém todos os três estados.
Quem conhece o sétimo ullāsa é liberado e é um Kaulika.
Nenhuma
discriminação no Bhairavī-Cakra
8:96
– Todas as castas que participam de um Bhairavī Cakra são consideradas o de duas
vezes nascidos (dvijā). Não existe
discriminação de castas aqui. No final do Cakra, obviamente, todas as castas se
tornam separadas novamente, ou seja, a ordem social das castas se tornam
efetivas novamente.
8:97
– Se uma mulher ou um homem, um Cāṇḍāla ou um mais elevado dvijā, não há,
absolutamente, qualquer discriminação no Cakra. Todo mundo aqui é considerado
como Śiva.
8:98
– Assim como as águas de vários fluxos depois de imergir no Ganges obtêm a
mesma qualidade (a qualidade das águas do Ganges), da mesma forma no Śrī Cakra
todo mundo obtém o mesmo status.
8:99
– Assim como a água misturada com leite também se torna como leite, da mesma
forma não existe discriminação de casta no Śrī Cakra.
8:100
– Assim como no Svarga etc., nos mundos piedosos não vivem lá senão Deuses, da
mesma forma no meio de um Cakra todos os homens são como Deuses.
8:101
– Não existe discriminação de casta no Cakra e todo mundo é considerado como
Śiva. Nos Vedas também todos os homens em tais situações são declarados como
iguais a Brahman.
8:102
– Oh Kuleśvarī ! Por que falar muito? No meio de um Cakra todos os homens se
tornam como a Mim e todas as mulheres se tornam como Você.
Pecado na
discriminação das castas em um Cakra
8:103
– O tolo que faz discriminação de casta no meio de um Cakra, Oh Kulanāyike ! é
devorado pelas Yoginīs e amaldiçoado por Você.
Método dos
homens e mulheres se sentarem em um Cakra
8:104
– Em um Cakra homens e mulheres podem se sentar quer separadamente ou se
misturando em pares em uma fileira ou em círculo.
8:105
– Oh Minha Amada ! Quer eles estejam sentados em fileira ou em um círculo no
meio de um Cakra, todos eles devem ser adorados como a forma de Śiva e de
Śakti.
8:106
– Assim como Nós somos indivisíveis, assim como Lakṣmī e Nārāyaṇa, ou Brahmā e
Sarasvatī são indivisíveis, assim também é a condição de um Vīra com sua Śakti.
O Mundo na
forma de Śiva e de Śakti
8:107
– Sem néctar de Bhaga e Liṅgam Eu não estou satisfeito nem mesmo por milhares
de vasos de vinho e de centenas de montes de carne.
8:108
– Este mundo não suporta nem um símbolo do Cakra nem um símbolo do Lótus ou de
um raio. De fato, ele suporta o símbolo do Liṅgam e do Bhaga. Daí, o mundo é da
forma de Śiva e de Śakti.
Samādhi,
forma de união de Śiva e de Śakti
8:109
– O momento quando ocorre a união de Śiva e Śakti, que é o entardecer
(samāyoga) de um Sādhaka devotado ao Kula Dharma, quando ele experimenta a
condição de Samādhi.
Voluptuosidades
proibidas
8:110
– Não se deve ir entre as senhoras não iniciadas em um estado de excitamento
sexual. Ele pode somente ir entre as senhoras que foram purificadas pelos
rituais.
8:111
– Assim Eu descrevi a Você os três Tattvas, Ullāsas e as bebidas distintas etc.
Agora, Oh Kuleśāni ! o que mais você quer ouvir?
Iti śrīkulārṇave
nirvāṇamokṣadvāre mahārahasye sarvāgamottamottame
Sapādalakṣagranthe
pañcamakhaṇḍe ūrdhvāmnāyatantre tattvatritaya –
Pānādibhedakathanaṁ
nāmāṣṭama ullāsaḥ ||8||