I – A Grandeza (Glória) do Śivapurāṇa
Capítulo 4 – A Salvação de Cañculā
O Brāhmaṇa disse –
I:4:1-2 – Oh Senhora Brāhmaṇa,
afortunadamente você compreendeu a tempo ouvindo a estória do Śivapurāṇa que
conduz ao não apego. Não tenha medo. Busque refúgio em Śiva. Todos os pecados
perecem instantaneamente sob a graça de Śiva.
I:4:3 – Explicarei a você aquela
grande finalidade associada à glorificação de Śiva por meio do qual seu rumo de
hoje em diante será sempre agradável.
I:4:4 – É por ouvir esta
excelente estória que sua mente agora voltou para o caminho puro do
arrependimento e desapego para com os prazeres mundanos.
I:4:5 – O arrependimento é
somente uma forma de quitação para todos os pecadores. Os homens santificados
enaltecem-no como a única forma de expiação para todos os pecados.
I:4:6 – A pureza pode ser
compreendida somente pelo arrependimento. Se o pecador expia da forma
aconselhada pelos homens santos, ele remove todos os pecados.
I:4:7 – Após a devida expiação
ele se torna livre de medo. Pelo arrependimento ele alcança a salvação sem dúvida
alguma.
I:4:8 – A pureza mental que se
obtém ao ouvir a estória do Śivapurāṇa não pode ser obtida por qualquer outro
meio.
I:4:9 – Como um espelho se torna
livre da sujeira ao ser limpo com um tecido, assim sem dúvida a mente se torna
purificada por ouvir esta estória.
I:4:10 – Acompanhado por Ambā,
Śiva permanece na mente dos homens puros. A alma santificada a partir de então,
alcança a região de Śiva e de Ambā.
I:4:11 – Por isso essa estória é
o meio de compreender os quatro objetivos da vida (Dharma, Artha, Kāma e Mokṣa).
É por isso que Mahādeva diligentemente criou isto.
I:4:12 – Ouvir a estória do
consorte de Pārvatī (Śiva), traz contemplação constante. A contemplação leva ao
perfeito conhecimento, o qual certamente traz a salvação.
I:4:13 – Uma pessoa que ouve a estória
neste nascimento, embora ela seja incapaz de meditar, compreende o mesmo no
nascimento seguinte, pelo qual ele alcança o objetivo de Śiva.
I:4:14 – Muitos pecadores
arrependidos meditaram em Śiva depois ouvir esta estória e obtiveram a
salvação.
I:4:15 – Ouvir essa excelente
estória é a causa da beatitude de todos os homens. Devidamente entretido, ela
dispersa o padecimento dos laços mundanos.
I:4:16 – Ouvir a estória de Śiva,
meditar constantemente Nele e as reflexões repetidas, certamente
purifica a mente.
I:4:17 – Aquela (a pureza da
mente) leva o meditador à devoção de Maheśa e seus dois filhos (Gaṇeśa e
Kārtikeya). Com suas bençãos, sem dúvida a pessoa alcança a Liberação.
I:4:18 – Uma pessoa desprovida
daquela devoção com sua mente enredada nos laços da ignorância é um bruto. Ele nunca
pode ser liberado dos laços mundanos.
I:4:19 – A partir daí, Oh senhora
Brāhmaṇa, você se afasta dos prazeres mundanos. Ouça a estória santificada de
Śiva com devoção.
I:4:20 – Sua mente, conforme você
for ouvindo a excelente estória de Śiva, a Suprema Alma, irá se tornando pura
e, por conseguinte, você perceberá a Liberação.
I:4:21 – A Liberação é assegurada
neste mesmo nascimento a uma pessoa que medita aos pés de lótus de Śiva, com
uma mente pura. Verdade, eu estou dizendo a Verdade.
Sūta disse –
I:4:22 – Depois de dizer isso,
aquele excelente Brāhmaṇa, com sua mente comovida em piedade, parou de falar e
voltou sua atenção para a meditação em Śiva, com a pureza de sua Alma.
I:4:23 – A esposa de Binduga,
chamada Cañculā, quando assim endereçada pelo Brāhmaṇa, tornou-se agradada e seus olhos encheram de lágrimas.
I:4:24 – Com grande alegria em seu coração ela caiu aos pés do Brāhmaṇa. Cañculā, com suas mãos postas, disse: “Eu sou abençoada”.
I:4:24 – Com grande alegria em seu coração ela caiu aos pés do Brāhmaṇa. Cañculā, com suas mãos postas, disse: “Eu sou abençoada”.
... Continua ...
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