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50 - Sarasvati-Rahasya Upanishad (Kṛṣṇa Yajur Veda)




50
Sarasvati-Rahasya Upanishad


Traduzido por:
Dr. A. G. Krishna Warrier
Publicado por:
The Theosophical Publishing House, Chennai
Traduzido para o Português por
Uma Yoginī em seva a Śrī Śiva Mahadeva
Karen de Witt
***
Brasil – RJ
Junho/2010
___________________________
Fonte de Consulta
Vedanta Spiritual Library


Invocação


Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!


1: Os sábios, verdadeiramente, com as devidas reverências, perguntaram ao santo Asvalayana: como é que ganhamos o conhecimento que ilumina o conteúdo da palavra Tat? Diga-nos isso, Santo Senhor, pela meditação no qual você conhece a Verdade


2: Melhores dos Sábios! Eu ganho suprema perfeição pela exaltação de Sarasvati, com o recitamento dos dez versos Dela, bem como as estrofes Ric, com ‘as sílabas sementes’ (ou seja, os bijas).


3: Os sábios disseram: como, pela meditação, Sábio da Vida Dedicada, a verdade é ganha de Sarasvati? O que agrada a grande e sagrada deusa Sarasvati? Diga.


4: Asvalayana, então, falou: Desse grande mantra de dez versos de Sarasvati, eu, Asvalayana, sou o vidente. As oito sílabas, Anustubh, é a métrica; o santo Vagisvari, a divindade; ‘yadvak’ é a semente; ‘devim vacham’, o poder; ‘pra no devi’, o ponto focal; a aplicação (do mantra) é para o prazer Dela; a consagração dos membros é pela (invocação) fé, inteligência, sabedoria, memória, a deusa do discurso e Mahasarasvati.


5: Para ganhar plenitude de discurso, em meu coração eu saúdo a deusa Sarasvati, que brilha como a neve, as pérolas, a cânfora e a lua; que confere bênção auspiciosa; é decorada com guirlandas de flores Champaka douradas; e encanta a mente por sua figura com o seio sublimemente arredondados.


6: Desse mantra ‘pra no devi’, Bharadvaja é o vidente; Gayatri a métrica; Sri Sarasvati a divindade; Om, a semente, poder e ponto focal; sua aplicação é para ganhar tudo o que é desejado; a consagração é com o mantra.


7: Sua natureza é a essência do sentido do Vedanta,
Ela, a Suprema Soberana,
Manifesta-se como nome e forma –
Que Sarasvati possa guardar-me!


8: OM!
Que a deusa Sarasvati,
Distribuidora da nutrição,
Guardião dos pensamentos,
Proteja-nos sempre!


9: Desse mantra ‘a no divah’, Atri é o vidente; Tristubh, a métrica; Sarasvati, a divindade; HRIM, a semente, poder e o ponto focal; sua aplicação é para ganhar tudo o que é desejado; a consagração dos membros é com o mantra.


10: A única exaltada nos quatro Vedas
E seus auxiliares; a não dual
Potência de Brahman – que Ela, divina
Sarasvati, possa proteger-me!


11: HRIM
Do paraíso, das nuvens gigantes,
Deixe a sagrada Sarasvati vir
Para nosso sacrifício; ouça
Gentilmente o chamado, que a Rainha
Das Águas possa, prazerosamente, ouvir nossa doces palavras!


12: Desse mantra, ‘pavaka nah’, Madhucchandas é o vidente; Gayatri, a métrica; Sarasvati, a divindade; SRIM, a semente, o poder e o ponto focal; sua aplicação é para ganhar tudo o que é desejado; a consagração é com o mantra.


13: Existindo somente na forma de sentido,
De sentença, palavra e letra,
Sem início e sem fim –
Que Ela, a infinita Sarasvati, possa proteger-me!


14: SRIM
A purificadora Sarasvati,
Distribuidora de nutrição,
Tesouro de inteligência –
Que Ela possa aceitar nosso sacrifício!


15: Desse mantra, ‘chodayitri’, Madhucchandas é o vidente; Gayatri, a métrica; Sarasvati, a divindade; BLUM, a semente, o poder e o ponto focal; a consagração é com o mantra.


16: No eu, entre os deuses,
A Senhora Soberana dos deuses
Habita interiormente, adiante proferindo –
Que Sarasvati possa proteger-me!


17: BLUM
Inspiradora das palavras verdadeiras,
Despertadora das nobres mentes,
Sarasvati recebe adoração.


18: Desse mantra, ‘maho arnah’, Madhucchandas é o vidente; Gayatri, a métrica; Sarasvati, a divindade; SAUH, a semente, o poder e o ponto focal; a consagração é com o mantra.


196: Ela, como a controladora interna
Governante sobre todos os três mundos,
Habita como Rudra, o Sol e outros –
Que essa Sarasvati possa proteger-me!


20: SAUH
Sarasvati brilha esplendidamente –
Vasto lençol de água – que confere
Sabedoria, e vivifica todos os pensamentos.


21: Desse mantra, ‘chatvari vak’, o vidente é Uchathyaputra; Tristubh é a métrica; Sarasvati, a divindade; AIM, a semente, o poder e o ponto focal; a consagração é com o mantra.


22: Sendo manifestada, Ela é experenciada
Pelos sábios que olham interiormente;
Penetrante, única, forma de consciência,
Que Sarasvati possa proteger-me!


23: O discurso está confinado por quatro grupos de palavras.
Estes, os Brahmanas inteligentes conhecem.
Oculto na cavidade, os três não se agitam –
O quarto grupo os homens falam abertamente.


24: Desse mantra, ‘yadvak’, o vidente é Bhargava; Tristubh é a métrica; Sarasvati, a divindade; KLIM, a semente, o poder e o ponto focal; a consagração é com o mantra.


25: Sendo concebido em forma óctupla
De nomes, gerais e similares,
Ela, como o integral é manifesto –
Que Ela, Sarasvati, possa proteger-me!


26: KLIM
Ela é a palavra das coisas inertes;
A Rainha dos deuses que habitam silenciosamente;
O poder dos quatro leites como fluxos de energia;
Até que ponto Ela fugiu de Sua forma suprema?


27: Desse mantra, ‘devim vacham’, o vidente é Bhargava; Tristubh é a métrica; Sarasvati, a divindade; SAUH, a semente, o poder e o ponto focal; a consagração é com o mantra.


28: A quem os Vedas e todos os outros
De discurso distinto ou indistinto
Fala adiante – a vaca que produz todos os desejos,
Que essa Sarasvati possa proteger-me


29: SAUH
Os deuses, Discurso divino produzido!
Ela, animais de todas as formas de falar;
A vaca que produz doce bebida e o vigor –
Para nós, que o Discurso louvado apareça!


30: Desse mantra, ‘uta tvah’, o vidente é Brihaspati; Tristubh é a métrica; Sarasvati, a divindade; SAM, a semente, o poder e o ponto focal; a consagração é com o mantra.


31: Conhecendo a quem todas as obrigações estão cortadas;
Ao longo de todos os caminhos o conhecedor apressa-se
Para aquela suprema morada – (Liberdade) –
Que Ela, Sarasvati, possa proteger-me!


32: SAM
Apesar de se ver, não se faz observado
Discurso; apesar de ouvir, não se faz audível;
Para alguém Ela Se revela;
Assim como faz uma esposa bem vestida, em amor
Ao seu senhor.


33: Desse mantra, ‘ambitame’, o vidente é Gritsamada; Anustubh é a métrica; Sarasvati, a divindade; AIM, a semente, o poder e o ponto focal; a consagração é com o mantra.


34: A aquisição de coisas de nome e forma
Nela, eles meditam Nela,
De quem a forma é o Único Brahman,
Que essa Sarasvati proteja-me!


35: AIM
Querida mãe! Melhor dos rios!
Grande deusa! Sarasvati!
Não louvados nós somos, por pouco –
Mãe! faça-nos um grande nome!


36: Cisne fêmea no meio do agrupamento
De faces do deus de quatro faces –
Que a Sarasvati toda branca possa
Gracejar para sempre em minha mente!


37: Curvando-se a Ti, Sarada!
Habitante da cidade da Caxemira,
Eu Te solicito para sempre –
Conceda-me o dom do conhecimento correto!


38: Segurando em Tuas mãos o cordão
De contas, o aguilhão, o laço, o livro,
Usando um colar de pérolas,
Tu resides sempre em meu discurso!


39: Teu pescoço é como a concha; Teu lábio
De vermelho profundo; enfeitada com ornamentos
Tu és a deusa Sarasvati!
Única Grandiosa! Resida na ponta da minha língua!


40: Fé, compreensão, inteligência Tu és,
Deusa do Discurso, esposa de Brahma;
Tua casa, a ponta da língua dos devotos
Almas; Tu, a doadora das virtudes,
Assim como a restrição dos movimentos da mente.


41: Obediência a Ti, Oh Bhavani!
Cujas madeixas de cabelo embelezam a lua crescente.
Tu és o córrego de néctar que
Extingue o calor de samsara.


42: Quem quer que o dom da poesia impecável,
E do prazer da Liberdade busca,
Com esses dez versos, adorando sempre,
Confere rico louvor em Sarasvati.


43: Par ele que assim infalivelmente
Adora e louva Sarasvati,
Que tem fé e devoção,
A convicção vem em seis breves meses.


44: Dele flui adiante Sarasvati
Espontânea, adoráveis letras,
Em sons de poesia e prosa
De verdadeira sentido e imensurável.


45: Um texto inédito o poeta capta;
A existência de Sarasvati ele compartilha.


46: Sarasvati, assim, fala:
Através de Mim, até mesmo Brahma ganhou
O auto-conhecimento eterno;
Sempre sendo Verdade, Conhecimento, Bem-aventurança,
Meu é o Brahmanhood perpétuo,
Sem impedir ou dificultar.


47: Daí, por meio do equilíbrio
Das qualidades, Sattva,
Rajas, Tamas, torna-se
Eu, Prakriti; em Mim
A imagem de Chit brilha,
Como reflexo no espelho justo.


48: Mais uma vez, Prakriti brilha
Três vezes sábia, através dessa
Reflexão de Chit;
E como determinado por
Prakriti, também eu, Purusha, verdadeiramente.


49: O Não-nascido, em Maya
No qual o Sattva puro reina,
É refletido; Maya,
Prakriti é, essa tem
Sattva dominante.


50: Essa maya é adjunta,
Inteiramente subordinada
Ao onisciente Ishwara;
Pois, Sua unidade, por si só,
Sobre Maya domina, e
Onisciência é verdadeira.


51: A essência de Sattva feito,
Em essência coletiva,
Dos mundos o espectador,
Ele é Deus que detém o poder
Para fazer, desfazer ou, de outro modo,
Fazer o universo; Ele
Tem virtudes como o todo sapiente.


52: Maya tem duas forças; uma é a projeção,
A outra, o ocultamento: a primeira projeta
O mundo – tudo isso é sutil e bruto.


53: O segundo véu, no interior, o abismo
Entre o Observador e o observado; sem,
O abismo entre a criação e Brahman.
Maya faz o fluxo cósmico infinito.


54: A ignorância aparece como a Testemunha da luz,
Para o corpo sutil unido,
Espírito e mente co-habitam aqui
Torna-se o jiva fenomenal.


55: Seu Jiva encoberto
Através da imputação brilha adiante, também,
No Testemunho da luz; junto com
A queda do que oculta e, portanto,
A brilhar por excelência.
Esse (Jiva encoberto) desaparece também.


56: Assim também, através da subserviência
De Brahman ao Poder que
Encobre Suas diferenças do cosmos,
Brahma brilha em mutações.


57: Aqui, também, a diferença que sustém
Entre Brahman e o cosmos
Não mostra, uma vez o poder de Maya que
Oculta a queda; suas diferenças
Nessa criação; nunca em Brahman.


58: Cinco fatores existem aqui; existência,
Brilhante, amoroso, forma, e nome também;
Os três primeiros a Brahman pertencem;
Os dois outros constituem o mundo.


59: Deixar de lado os dois últimos fatores,
Sê intencionado nas três formas;
Ou no coração, ou no exterior,
Pratique sempre a concentração.


60-63: De dois tipos é a concentração
No coração humano: com ou sem
Aspectos; esse com aspecto é, então,
De dois tipos, conforme a ‘palavra’
E o ‘objeto’; o desejo e os seus comboios
São objetos da mente; deles,
Como espectador, medite na
Consciência: essa concentração
Conforme os objetos. ‘Eu não sou
maculado; existência, conhecimento, amoroso
Eu sou; auto-brilho, desprovido de
Dualidade’: conforme a ‘palavra’.
Assim é a concentração com aspectos.
Abandonando ‘objetos’ e ‘palavras’
Para alegria da profunda Auto-experiência,
Ganha-se a concentração sem
Aspectos: uma chama em local sem vento.


64: Como a concentração
No coração, fora também, em alguns
Objeto duplo de concentração
Ocorre com a discriminação
Do nome e da forma do Ser puro.


65: A terceira, como dito acima, ocorre
Quando o gosto da bem-aventurança conduz ao silêncio;
O tempo pode, sem interrupção, ser gasto
Nessas seis concentrações profundamente.


66: Com o conceito do corpo desaparecido,
E o Eu Supremo realizado,
Onde quer que a mente possa vagar
Lá repousa a imortalidade.
O nó do coração é cortado à parte
E todas as dúvidas são assassinadas;


67: Todos os modos da ação escasseiam
Quando o Eu Supremo é visto.


68: A alma finita, o Deus supremo –
Essas noções são a Mim imputadas.
Eles não são reais – que conhece isso,
Em verdade, é livre – não há dúvidas disso.


Essa é a sabedoria secreta.


Invocação


Om! Que Ele possa proteger-nos, a ambos, juntos;
que Ele possa nutrir-nos, a ambos, juntos;
Que nos possamos trabalhar conjuntamente com a grande energia,
Que nosso estudo seja vigoroso e efetivo;
Que nós não possamos disputar mutuamente
(ou não odiarmos ninguém).
Om! Deixe haver Paz em mim!
Deixe haver Paz em meu ambiente!
Deixe haver Paz nas forças que atuam em mim!




Aqui termina o Sarasvati-Rahasyopanishad, incluído no Krishna-Yajur-Veda.